MELANOMA EM EQUINO: RELATO DE CASO CLÍNICO, COM TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO TÓPICO IMIQUIMOD

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10045854


Célia Amara Ferreira Da Silva
Gabriela Cardoso Bezerra
Jeniffer Gardesani Cardoso
Orientador Prof. Dr. Danilo Maciel Duarte


RESUMO

Melanomas são neoplasias de origem melanocítica, que afetam diversas espécies de animais. Os equinos são suscetíveis ao desenvolvimento, representam grande parte dos tumores cutâneos (média de 15%). Embora a maioria dos melanomas equinos seja benigna, alguns casos podem evoluir para formas malignas, com metástases em órgãos distantes e pior prognóstico. Causam desconfortos, dor, disfunções e má qualidade de vida. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento do melanoma e bem-estar do animal. Nesse estudo, utilizamos um tratamento novo que vem se destacando na medicina humana, o uso de quimioterápico tópico imiquimod. Á vista disso, o objetivo deste estudo foi relatar um caso clínico de melanoma em equino tratado com imiquimod tópico e analisar sua eficácia. A escolha deste tratamento foi baseada em estudos prévios que demonstram a segurança e eficácia do medicamento imiquimod em algumas espécies animais, em alguns casos isolados de equinos e em humanos.

Palavras-chave: Melanoma em equino; Imiquimod; Protocolo terapêutico; Quimioterápico.

ABSTRACT

Melanomas are neoplasms of melanocytic origin, which affect several species of animals. Horses are susceptible to development and represent a large proportion of skin tumors (average of 15%). Although the majority of equine melanomas are benign, some cases can evolve into malignant forms, with metastases in distant organs and a worse prognosis. They cause discomfort, pain, dysfunction and poor quality of life. Early diagnosis is essential for the successful treatment of melanoma and the animal’s well-being. In this study, we used a new treatment that has been gaining prominence in human medicine, the use of topical chemotherapy imiquimod. In view of this, the objective of this study was to report a clinical case of melanoma in an equine treated with topical imiquimod and analyze its effectiveness. The choice of this treatment was based on previous studies that demonstrate the safety and efficacy of the drug imiquimod in some animal species, in some cases isolated from horses and in humans.

Keywords: Melanoma in equine; imiquimod; Therapeutic protocol; Chemotherapy.

1. INTRODUÇÃO

O melanoma é observado em diversas espécies de animais e é descrito como um tumor maligno de melanócitos, sendo frequentemente encontrado em equinos, representando aproximadamente 5-14% de todas as neoplasias cutâneas em cavalos (DE MEDEIRO, 2016).

O melanoma é causado pela proliferação anormal de melanócitos, pode afetar apenas um local da pele, que seria um tumor isolado ou de forma sistêmica em todas as regiões do corpo, inclusive na cauda, anus, membrana nictitante, vulva, bolsas guturais e em tecidos linfáticos. Ocorre em tecidos tegumentares, linfonodos, músculo esquelético e tem ocorrência mais frequente em equinos de pelagem tordilha, mas pode acometer também outras pelagens (AMARAL, 2017).

Melanócitos são células especializadas de origem neuroectodérmica, cujos precursores se espalham amplamente pelo corpo e estabelecem-se na epiderme e nos bulbos capilares (MACKAY, 2019).

Embora a maioria dos melanomas equinos seja benigna, alguns casos podem evoluir para formas malignas, com metástases em órgãos distantes e pior prognóstico (CESCON, 2012). Além disso, os melanomas podem causar desconforto, dor e disfunção, comprometendo a qualidade de vida dos animais.

O melanoma é comumente identificado macroscopicamente por sua cor intensamente negra e pelo pigmento escuro que pode difundir-se para qualquer meio aquoso com o qual a superfície de corte entre em contato. (AMARAL, 2017).

Em geral, estes tumores nos equídeos tordilhos expandem – se vagarosamente ou Podem tornar – se tumores latentes por longos períodos, que se deve, provavelmente, à reduzida atividade dos melanócitos dermais, os quais se apresentam encapsulados e diminuindo a ocorrência de metástase. Em outras pelagens, disseminam e tornam – se letais, como acorre com nos equinos de pelagens baia ou castanha, além dos observados nos humanos. (SELTENHAMMER, 2003).

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento do melanoma em equinos. No entanto, muitos casos são diagnosticados tardiamente, quando a doença já se encontra em estágios mais avançados e o tratamento se torna mais difícil. (PINHEIRO, 2015).

Com esse relato objetivou – se relatar um caso de um equino macho, da raça Lusitano, com 26 anos de idade onde apresentava o quadro clínico de múltiplos nódulos, na região perianal disseminadas, com diagnóstico de melanoma.

Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para o avanço do conhecimento sobre o melanoma, e para a definição de protocolos terapêuticos mais eficientes e seguros. Além disso, este trabalho poderá servir como base para estudos futuros que busquem aprimorar o uso do imiquimod no tratamento de melanomas em equinos. (SWETTER, 2015).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. MELANOMA

O melanoma é um tumor que afeta diferentes espécies animais, incluindo os equinos. A prevalência dessa neoplasia em equinos varia de acordo com a raça e a idade do animal, sendo mais comum em animais de pele clara e de idade avançada (NOVELLO, 2017). Os melanomas em equinos são tumores benignos ou malignos que se desenvolvem a partir das células produtoras de pigmento da pele, chamadas de melanócitos. Eles podem ser classificados em três tipos: melanoma cutâneo, melanoma ocular e melanoma visceral. O melanoma cutâneo é o tipo mais comum em equinos e afeta principalmente áreas de pele sem pelos, como a região perianal, a cauda e a cabeça (VETTORATO, 2019).

Aproximadamente 80% dos tumores em equinos envolvem a pele, dos quais 15% são melanocíticos. Mais de 90% dos tumores melanocíticos em equinos são benignos; no entanto, cerca de 66% tendem a evoluir para formas malignas, podendo metastatizar. Embora tumores melanocíticos tenham sido diagnosticados

em cavalos de todas as cores de pelagem, cavalos tordilhos parecem estar especialmente predispostos, com uma prevalência maior em animais com mais de 15 anos de idade (MELOTTI, 2020)

Cavalos de outras pelagens, como baio e castanhos, também podem desenvolver tumores melanocíticos, que têm maior probabilidade de serem malignos e de apresentarem metástase precoce. Isso provavelmente ocorre devido à maior atividade de melanócitos nesses cavalos, em comparação com os cavalos cinzas (PIMENTA, 2010).

2.2. MELANÓCITOS

A coloração da pelagem dos cavalos ocorre devido à ação das células de pigmento conhecidas como melanócitos, que depositam grânulos de pigmento nas células que eventualmente se desenvolverão em pelos e na pele (SANTOS, 2020). A presença e atividade dos melanócitos são responsáveis por definir a quantidade, tipo e características da pigmentação (MAAGH, 2013).

Existem dois tipos de pigmentos que desempenham um papel fundamental na formação das cores da pelagem dos equinos: a eumelanina, responsável pela cor preta, e a feomelanina, responsável pela cor vermelha, que dão origem às cores básicas da pelagem: alazã, preta e castanha. Além disso, outros genes modificadores e diluidores podem interagir com esses pigmentos para criar uma ampla variedade de cores de pelagem (MAAGH, 2013).

A eumelanina e a feomelanina são reguladas pela ativação ou inativação de um receptor de superfície no melanócito chamado MC1R (Receptor de Melanocortina 1, associado ao gene MC1R, locus de extensão). O MC1R pode ser ativado pelo hormônio estimulador de melanócitos (MSH), que é produzido pela glândula pituitária. Quando o MSH se liga ao receptor MC1R, o melanócito é ativado, resultando na produção e liberação de eumelanina. Por outro lado, quando a proteína codificada pelo gene ASIP (locus agouti) se liga ao receptor MC1R, o receptor MC1R é impedido de ser ativado pelo MSH, e o melanócito passa a produzir e liberar a feomelanina (STEINBERGER, 2020).

Acredita-se que dois genes, a proteína sinalizadora de Agouti (ASIP) e o receptor de melanocortina-1 (MC1R), desempenhem um papel crucial no desenvolvimento de tumores melanocíticos. O MC1R facilita a produção do pigmento do pelame preto, a eumelanina, ao aumentar a expressão do MITF, enquanto o ASIP diminui a ativação do MC1R, inibindo a produção do pigmento do pelame preto. Quando ocorre uma mutação de perda de função no gene ASIP, essa inibição deixa de ocorrer. Quando a produção desimpedida de eumelanina, causada por uma mutação no ASIP, se combina com a proliferação aumentada de melanócitos resultante da mutação no STX17, a probabilidade de desenvolver tumores melanocíticos é maior (STEINBERGER, 2020).

2.3. CLASSIFICAÇÃO NEOPLASICAS DE ORIGEM MELANOCÍTICAS

A nomenclatura e classificação dos tumores melanocíticos, em termos gerais, podem ser categorizados como benignos ou malignos. Os tumores benignos, também chamados de melanocitomas, podem ser congênitos ou adquiridos e se referem a células bem diferenciadas que têm baixa probabilidade de infiltrar os tecidos circundantes e de metástase (PIMENTA, 2010).

Por outro lado, os tumores malignos, conhecidos como melanomas, caracterizam-se por células menos diferenciadas que geralmente infiltram os tecidos circundantes, apresentam invasão vascular e/ou linfática, tendem a recorrer após excisão cirúrgica e têm uma maior propensão à metastatização. Devido à tendência maligna evidente da maioria dos tumores melanocíticos, frequentemente usa-se o termo melanoma de forma geral para classificar tanto as massas benignas quanto as malignas, reservando o termo melanoma maligno equino (EMM) para os casos verdadeiramente malignos da doença (PIMENTA, 2010).

Os melanomas dérmicos são lesões isoladas e discretas, são típicos de cavalos tordilhos desde a juventude até a idade adulta mais avançada, referem-se à presença de algumas massas esféricas isoladas. Podem ser benignos ou malignos (POORE et al., 2013). A melanomatose dérmica geralmente envolve cavalos mais velhos e é caracterizada pela presença de múltiplas massas frequentemente coalescentes. Os dois tipos anteriores são os mais comuns de tumores melanocíticos diagnosticados em cavalos. Histologicamente, são muito semelhantes, mas têm apresentações clínicas diferentes (ONGEVAL, 2019).

O melanoma maligno anaplásico é uma categoria rara mais comum em cavalos idosos e não cinzentos. É altamente agressivo e pode levar à morte em poucos meses. Cresce rapidamente e muitas vezes apresenta um padrão heterogêneo de cinza ou cinza-rosa na superfície das massas (ONGEVAL, 2019).

Os melanomas dérmicos, a melanomatose dérmica e o melanoma maligno anaplásico têm localizações profundas na derme e são caracterizados por uma tendência ao comportamento maligno, uma vez que parte deles apresenta infiltração dos tecidos circundantes e disseminação para outras localizações e órgãos. Há relatos inclusive de compressão da medula espinhal após infiltração de uma massa tumoral perineal e na base da cauda nas vértebras e na musculatura paravertebral da coluna lombossacra. Devido a essa tendência à malignidade, o conceito de melanoma maligno equino (EMM) é amplamente aceito para descrever esses tipos de tumores (PIMENTA, 2010).

2.4. INCIDÊNCIA DE MELANOMA EM EQUINOS

O melanoma é uma neoplasia comum em equinos, especialmente em cavalos de raças mais claras. A prevalência do melanoma em equinos varia de acordo com a região geográfica, com incidência mais alta registrada em áreas com maior concentração de cavalos da raça Appaloosa. A incidência de melanoma em cavalos também tem sido associada à idade, com maior probabilidade de ocorrência em animais com mais de 15 anos de idade (MELO, 2022).

Embora o melanoma seja mais comum em cavalos com pelagem clara, a doença também pode afetar animais com pelagem escura. A prevalência do melanoma em equinos varia de 4,7% a 80%, dependendo da raça e da idade dos animais. Estudos epidemiológicos indicam que cavalos com pelagem clara têm maior risco de desenvolver melanoma do que cavalos de pelagem escura (ALBERTI, 2019).

A incidência de melanoma em equinos varia de acordo com a idade, com maior prevalência em animais mais velhos. Em um estudo realizado em cavalos de corrida, a prevalência de melanoma aumentou de 10% em cavalos com menos de 15 anos de idade para 75% em cavalos com mais de 15 anos de idade (ALBERTI, 2019).

A prevalência do melanoma em equinos também pode ser afetada por fatores ambientais, como a exposição à luz solar e a agentes carcinogênicos. Estudos indicam que cavalos mantidos em ambiente externo têm maior probabilidade de desenvolver melanoma do que cavalos mantidos em ambiente interno (SOUZA, 2012).

2.5. PATOGENIA E ASPECTO CLÍNICO DO MELANOMA EM EQUINOS

O melanoma em equinos é um tumor maligno de origem neural, que geralmente se desenvolve na região perianal, cauda e face ventral. A patologia é caracterizada pela proliferação de células melanocíticas sem controle, que formam nódulos e tumores maciços (SOUZA, 2020).

A principal alteração patológica associada ao melanoma em equinos é a proliferação anormal de células melanocíticas, que podem se disseminar para outros tecidos e órgãos do corpo. Essas células tumorais apresentam níveis aumentados de expressão de proteínas relacionadas ao ciclo celular e à invasão tecidual, promovendo o crescimento e a disseminação do tumor. (IRIGOYEN, 2008). Podem variar em tamanho, forma e localização. Alguns tumores são pequenos e localizados, enquanto outros são grandes e invadem tecidos adjacentes. A presença de outros sinais clínicos, como dor, sangramento e ulceração, é comum em estágios avançados da doença (SOUZA, 2020).

Pode incluir lesões metastáticas em órgãos distantes, como o pulmão, o fígado e os gânglios linfáticos. Essas metástases podem ser assintomáticas ou causar sintomas clínicos graves, como dificuldade respiratória e insuficiência hepática (IRIGOYEN, 2008).

As complicações patológicas associadas ao melanoma, incluem o risco de recorrência do tumor após o tratamento, a disseminação metastática do tumor e a deterioração da qualidade de vida do animal. A mortalidade associada ao melanoma em equinos é baixa, mas a doença pode causar sintomas clínicos graves em estágios avançados (CESCON, 2012).

2.6. METÓDOS DIAGNÓSTICOS

O diagnóstico deve tentar estabelecer os prováveis efeitos patológicos e clínicos de um tumor, para que o clínico possa analisar o quadro completo e tomar uma decisão sensata sobre as opções de tratamento e prognóstico. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as chances de uma resposta eficaz ao tratamento. Como muitas terapias diferentes são descritas para diferentes tipos de tumores, um diagnóstico preciso é crucial. O exame físico pode ser mais do que preciso para um diagnóstico presumido de um tumor melanocítico da pele, principalmente quando uma massa escura é encontrada em uma localização preferencial em um cavalo. No entanto, os tumores podem surgir em lugares atípicos e podem ser amelanóticos, sendo difícil diferenciá-los de outros tumores de pele, o que torna o diagnóstico difícil. Além disso, é valioso prognosticar se um tumor assume uma forma benigna ou maligna (KNOTTENBELT, 2015).

A amostragem de tecido por biópsia é o padrão ouro e, geralmente, o exame histopatológico fornece um diagnóstico definitivo quando a amostra é representativa, bem coletada e enviada ao laboratório em condições apropriadas. Embora incomum em tumores melanocíticos, há sempre alguns riscos nesse procedimento, como a possibilidade de uma exacerbação da reação do tumor e a disseminação local de células tumorais ou o acesso a vasos sanguíneos, principalmente em formas já agressivas e malignas (ONGEVAL, 2019).

A aspiração com agulha fina (FNA) pode ser realizada e, na maioria das vezes, o pigmento negro é evidente durante a aspiração, fornecendo ao clínico um diagnóstico presumido muito sensível (ONGEVAL, 2019). Em casos de tumores perianais, a palpação retal deve sempre ser realizadas para verificar a presença de massas internas que possam interferir na defecação, assim com associações a exames por imagens, como a ultrassonografia, ressonância magnética, tomografias e radiografia, com elas é possível visualizar camadas mais internas e detectar lesões profundas e enraizadas, que não são visíveis a olho nu, como lesões ósseas associadas ao melanoma. (CAVALLERI, 2014).

2.7. OPÇÕES TERAPÊUTICAS

Antes de tomar qualquer decisão clínica em relação ao tratamento, é importante levar em consideração vários aspectos e possíveis restrições. Isso inclui a classificação do tumor, seu comportamento clínico e patológico, onde está localizado, quão extenso é, quanto tempo existe, como respondeu a tentativas de tratamento anteriores, além da cooperação do proprietário e do animal, a disponibilidade de equipamentos especiais e instalações para determinados tratamentos, e qual é o propósito do cavalo em questão. (LIMA, 2021).

A cirurgia é uma das opções mais comuns para o tratamento do melanoma em equinos, especialmente para tumores menores. A técnica cirúrgica pode envolver a remoção completa do tumor ou a excisão parcial com margens de segurança. (PONTES, 2019).

A eficácia dos tratamentos cirúrgicos é fortemente influenciada pela experiência do clínico, especialmente quando a massa tumoral é grande ou está em uma localização complicada para a remoção. Na maioria dos casos, uma abordagem combinada de tratamentos é preferível, pois geralmente produz resultados mais eficazes do que a aplicação de um único método (PONTES, 2019).

No início do desenvolvimento da doença, quando a maioria dos tumores melanocíticos ainda é benigna e geralmente de tamanho reduzido, a remoção cirúrgica pode ser uma opção viável, sendo às vezes até curativa. Embora haja relatos sugerindo que regressão espontânea possa ocorrer, a grande maioria desses tumores tende a crescer, ulcerar e eventualmente se tornar maligna, espalhando-se para outras partes do corpo. Portanto, é aconselhável remover todas as massas visíveis e acessíveis, diminuindo assim as chances de complicações no futuro (PIMENTA, 2010).

A criocirurgia se mostra eficaz no tratamento de tumores pequenos, superficiais, ulcerados e localizados, e os melhores resultados são alcançados quando a redução de volume é realizada antes da aplicação de nitrogênio líquido. No entanto, é importante destacar que alguns efeitos colaterais podem ocorrer, como dano ao tecido circundante ao tumor, dor após a cirurgia, perda de pelos e despigmentação (MORAES, 2008).

A combinação de excisão seguida pela criocirurgia na base do tumor produzindo-se o congelamento da massa com gelo seco, nitrogênio líquido ou gás carbônico produz resultados em cerca de 60% dos casos (THOMASSIAN, 2005).

A cirurgia com dióxido de carbono é considerada uma alternativa à cirurgia tradicional. Essa técnica oferece vantagens, como a redução da hemorragia durante a cirurgia, a eliminação de bactérias devido ao calor gerado sem causar danos térmicos, a diminuição da dor e do inchaço após a cirurgia, além de reduzir o risco de disseminação de células cancerosas. (CESCON, 2012)

O laser de CO² emite uma luz em comprimento de onda de 1.064nm e é muito hidrofílico, fornecendo a dissecção precisa e a vaporização do tecido na superfície do corpo, com o mínimo de hemorragia. A vantagem do uso dessa técnica para tumores cutâneos é a coagulação térmica das margens cirúrgicas, aumentam a eliminação das células neoplásicas nos tecidos adjacentes. Seus efeitos clínicos do laser de dióxido de carbono, são alcançados através do aumento da temperatura do tecido alvo, até que ele seja coagulado (50°C) ou vaporizado (100°C). (PALMER, 2002)

A cirúrgica com laser CO², permite a dissecção precisa com o mínimo de dano ao tecido normal na excisão, a cura sem complicações, além de excelentes resultados cosméticos, (BRASHIER, 2002), no entanto, precisa ser combinada com outras tecnicas de tratamento, evitando recidiva do tumor, como a quimioterapia tópica ou sistêmica, ou a imunoterapia. (PALMER, 2002).

A cisplatina é um exemplo de agente quimioterápico utilizado no tratamento do melanoma equino. Esse fármaco tem como alvo as células neoplásicas, inibindo a replicação celular e induzindo a apoptose. Outro fármaco utilizado no tratamento do melanoma equino é o carboplatina, que também tem como alvo as células neoplásicas, interrompendo a divisão celular e induzindo a morte celular programada (CESCON, 2012).

Em alguns casos, a combinação de diferentes fármacos quimioterápicos pode ser utilizada para aumentar a eficácia do tratamento do melanoma em equinos. No entanto, a escolha dos fármacos e a dosagem devem ser cuidadosamente avaliadas, levando em consideração a saúde geral do animal (LIMA, 2021).

A quimioterapia é uma opção eficaz para o tratamento de neoplasias cutâneas em equinos, incluindo o melanoma. Embora possa haver efeitos colaterais, a terapia pode prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida do animal. A quimioterapia pode ser administrada por via intravenosa ou intratumoral. A escolha da via de administração depende do tamanho e localização do tumor, bem como da resposta do animal ao tratamento. Um dos efeitos colaterais da quimioterapia em equinos é a supressão da medula óssea, o que pode resultar em anemia, leucopenia e trombocitopenia (LIMA, 2021). É importante monitorar regularmente os níveis sanguíneos do animal durante o tratamento (CESCON, 2012).

A combinação da quimioterapia com outras abordagens terapêuticas, como a radioterapia e a imunoterapia, tem o objetivo de maximizar a eficácia do tratamento e minimizar os efeitos colaterais. O sucesso da quimioterapia no tratamento do melanoma equino depende de vários fatores, incluindo o estágio da doença, a localização do tumor e a resposta individual do animal ao tratamento (PIMENTA, 2010).

O gerenciamento da dor e do desconforto também é um aspecto importante no tratamento do melanoma em equinos. Isso pode envolver o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e terapias complementares, como acupuntura e massagem, visando sempre o bem-estar do animal. (PONTES, 2019).

2.8. TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO TÓPICO COM IMIQUIMOD

O imiquimod é um agente tópico imunomodulador que atua estimulando a resposta imunológica local e inibindo o crescimento tumoral, estimula a resposta imune local, levando a uma redução gradual no tamanho do tumor e, em alguns casos, à completa regressão do tumor. (LIMA, 2007).

O fármaco, estimula a resposta imune natural por meio da indução de citocinas, e do braço imunológico celular da imunidade adquirida, por meio da indução de interferon alfa, interferon gama, IL-12 e fator de necrose tumoral alfa. Um outro possível mecanismo imune da ação do imiquimod, seria sua capacidade de modular a função das células de Langerhans, que aumentam sua migração dos linfonodos para a pele. (PIMENTA, 2010)

Nogueira (2006) realizou um estudo, utilizando como tratamento o creme de imiquimod 5% em 15 equinos com sarcóides. O imiquimod, um imidazoquinolinamina, modificador de resposta imune, com potente atividade antiviral e antitumoral em humanos e animais. Dos 15 animais, 12 demonstraram redução da massa tumoral de mais de 75%, e desses, nove desapareceram completamente.

A eficácia do imiquimod tem sido documentada em vários estudos clínicos de diversas espécies, e é considerado uma opção de tratamento seguro e eficaz para o melanoma em equinos. (BONG, 2002). O tratamento quimioterápico tópico com imiquimod tem sido amplamente utilizado e estudado, para tratar melanomas em humanos e em algumas espécies animais. (FESTA NETO, 2002).

É um agente de baixa toxicidade e são bem tolerados pelos animais, o que o torna uma opção atrativa para o tratamento de melanomas em equinos. A dose e frequência de aplicação do imiquimod varia de acordo com o tamanho e localização do tumor. Em estudos, o imiquimod é aplicado topicamente duas vezes por semana, em uma dose de 5% em creme. A área do tumor é limpa antes da aplicação, e o creme é aplicado na área afetada, sendo deixado para agir por um período de oito a doze horas antes de ser lavado com água. (GUZOVSKY, 2015).

Os resultados do tratamento com imiquimod podem variar com base em vários fatores, como a localização do tumor, a idade do animal e o estágio do melanoma. Em geral, os tumores menores e mais superficiais tendem a responder melhor ao tratamento com imiquimod. Melanomas mais profundos ou avançados podem não responder tão bem, mas ainda assim, o imiquimod pode ser uma opção viável para controle da disseminação tumoral (GUZOVSKY, 2015).

Embora o imiquimod tenha se mostrado eficaz, é importante lembrar que cada caso é único e requer uma abordagem individualizada. O tratamento com imiquimod deve ser supervisionado por um médico veterinário experiente em oncologia equina, que pode ajustar a dose e frequência de aplicação de acordo com as necessidades do animal. Mesmo que o tratamento com imiquimod seja eficaz na maioria dos casos, ele pode não funcionar para todos os animais. É importante que os proprietários dos equinos compreendam que a resposta ao tratamento pode variar de acordo com a condição do animal. (GUZOVSKY, 2015).

Comparado a outros tratamentos disponíveis para o melanoma em equinos, o imiquimod apresenta inúmeras vantagens. É uma opção de tratamento menos invasiva do que a cirurgia, e pode ser uma alternativa para casos em que a cirurgia não é possível. Além disso, o imiquimod é mais barato do que a radioterapia e a quimioterapia sistêmica, e é menos tóxico e mais seguro do que esses tratamentos. (BONG, 2002).

2.9. TRATAMENTO COM CIMETIDINA

A cimetidina é um antagonista de receptor Hz de histamina, vem sido utilizada como tratamento do melanoma equino devido a propriedades imunomodulatórias e antitumorais. (LAUS, 2010). Estudos mostram que a histamina possui um papel modulador na regulação da imunidade tumoral, por um padrão de expressão anormal de citocinas via receptores H2. Ela bloqueia o estímulo que a histamina exerce sobre células T-supressoras para sua ativação (KNOTTENBELT, 2009).

É empregado principalmente no tratamento de úlceras gástricas e duodenais, refluxo gastroesofágico e profilaticamente em condições que possam aumentar consideravelmente a acidéz gástrica. (CIVITA, 2017)

Além de sua atividade imunomoduladora, há evidencias de que a cimetidina possui efeito antitumoral através de diferentes mecanismos, como interferência na adesão celular, angiogênese e proliferação de células tumorais. A abundância de evidência clínica demonstra que a cimetidina possui efeitos terapêuticos em uma grande variedade de tipos de neoplasias, principalmente em tumores do trato gastrintestinal, melanoma e carcinoma de células renais. (PANTZIARKA, 2014).

A dosagem de cimetidina para o tratamento de melanoma equino na literatura varia desde 1,6 mg/kg SID a 7,5 mg/kg BID por via oral. Na prática, é observado que alguns animais não respondem às doses baixas indicadas na literatura, porém apresentam boa resposta quando utilizadas as doses recomendadas para o tratamento de úlcera gástrica. (CIVITA, 2017)

A falta de estudos que proporcionem similaridade em protocolos de administração, metodologia, apresentação clínica e dosagem impossibilita uma comparação para comprovação da eficácia da cimetidina como método de tratamento em melanoma equino A padronização das técnicas, assim como mais estudos sobre os mecanismos de ação da droga e de sua função antitumoral se fazem necessários para comparar e avaliar a efetividade deste fármaco como forma de tratamento de melanoma em equinos de pelagem tordilha. (LAUS, 2010).

2.10. PROGNÓSTICO E FATOR DE RISCO

O melanoma muitas vezes resulta em um prognóstico ruim devido à sua detecção tardia, frequentemente quando já ocorreu infiltração local ou desenvolvimento de metástases. Avanços nas técnicas de diagnóstico têm desempenhado um papel crucial na identificação precoce desta neoplasia, oferecendo uma perspectiva mais positiva para o prognóstico e o tratamento desta doença. Esses avanços têm proporcionado a oportunidade de intervenção terapêutica mais eficaz, destacando a importância da evolução contínua das ferramentas diagnósticas para melhorar a gestão do melanoma (VETTORATO, 2019).

Diversos estudos sugerem que a idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento do melanoma em equinos, com a incidência aumentando significativamente após os 5 anos de idade, além disso, dietas ricas em carboidratos e açúcares, estresse crônico, podem alterar o perfil hormonal e metabólico dos cavalos, assim como o sistema imunológico, deixando-o mais susceptível para a doença. (ALONSO, 2019)

A predisposição genética é outro fator importante a ser considerado, estudos têm identificado certos genes associados ao aumento da probabilidade de desenvolver melanoma em equinos, por exemplo, o gene PMEL17 apresenta frequentemente mutação em cavalos com melanoma, e essa mutação pode ser herdada geneticamente. (BIANCHI, 2013).

A exposição ao sol é um fator de risco importante para o melanoma, especialmente em áreas de menor pigmentação. A luz ultravioleta pode danificar o DNA das células da pele e aumentar a probabilidade de desenvolver câncer. Os equinos com pelagem clara estão mais suscetíveis aos efeitos prejudiciais da radiação solar. A raça também é um fator de risco para o melanoma em equinos, a pelagem cinza e tordilho, apresentam maior incidência de melanoma em comparação com outras raças de equinos. Isso pode estar relacionado à predisposição genética dessas raças. (ALBERTI, 2019).

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para minimizar as complicações e melhorar a qualidade de vida do animal. (ALONSO, 2019).

2.11. MANEJO DE EQUINOS COM MELANOMA

O manejo de equinos com melanoma é um desafio para os veterinários e cuidadores desses animais, o manejo adequado pode ajudar a controlar a doença e melhorar a qualidade de vida dos animais. O manejo inclui uma variedade de estratégias, monitoramento regular, cuidados com a pele como a exposição excessiva ao sol, pode aumentar o risco de desenvolvimento de melanoma nessas áreas, devem ser protegidos, por exemplo, usando protetor solar ou mantendo o animal em áreas com sombra, e buscar sempre novos tumores e verificar o tamanho e a aparência dos tumores existentes, é importante porque o melanoma pode crescer rapidamente, e a detecção precoce pode permitir protocolos de tratamento diferentes para cada etapa de evolução. Além disso, a dieta pode ter um papel importante no manejo de equinos com melanoma, acredita-se que os níveis de ácidos graxos ômega-3 na dieta possam afetar o crescimento e a disseminação do melanoma, como antioxidantes. Pode ser associado a dieta alimentos ricos em ácidos graxos, ômega-3 como linhaça, chia e óleo de peixe e antioxidantes. (LIMA, 2021).

Os cuidadores de equinos com melanoma também devem estar cientes dos riscos associados à manipulação de tumores de melanoma. Os tumores podem ser dolorosos e sangrar facilmente, o que pode aumentar o risco de infecção. Os cuidadores devem ser treinados em técnicas de manejo seguro e usar equipamentos de proteção, como luvas e máscaras. (IRIGOYEN, 2008).

Outra estratégia importante no manejo de equinos com melanoma é o tratamento dos sintomas associados à doença. Isso pode incluir o uso de analgésicos para aliviar a dor ou anti-inflamatórios para reduzir a inflamação em torno dos tumores. Os tratamentos sintomáticos podem melhorar a qualidade de vida do animal e ajudar a prevenir complicações associadas à doença. (PONTES, 2019).

3. RELATO DE CASO CLÍNICO

Foi atendido um equino, macho, da raça Lusitano, idade vinte e sete anos, com presença de nodulações pigmentadas em períneo, região anal e segmento da cauda com superfície irregular e consistência firme. Foi realizado o exame clínico e diagnosticado com melanoma.

Devido a extensão dos tumores e localização, a intervenção cirúrgica se mostrou inviável. Desta forma, foi iniciado o tratamento com o Imiquimod, creme tópico, associado à Cimetidina.

O conteúdo de 1 sachê de imiquimod, foi passado local, cada 48 horas local, (comprado em farmácia humana Modik), por 90 dias, associado ao fármaco cimetidina (manipulado na DrogaVet®), com concentração de 1.125mg TID (três vezes ao dia), por um período de 60 dias VO.

Depois foi alterado o protocolo para 1.125mg BID (duas vezes ao dia), de forma contínua.

Na alimentação, foi montado um protocolo nutricional com associação de linhaças e óleo vegetal.

Após o início do tratamento, os resultados foram satisfatórios. Houve uma redução significativa dos nódulos em região perianal, bem como na aparência, cor e textura tumoral.

Embora a eficácia do imiquimod no tratamento de melanoma em equinos ainda esteja sendo estudada, os resultados deste estudo sugerem que o tratamento

tópico com este fármaco, pode ser uma opção promissora para o manejo de tumores cutâneos em equinos. Além disso, o relato de caso clínico apresentado aqui destaca a importância do diagnóstico precoce e do uso de terapias inovadoras para o manejo do melanoma em equinos.

3.1. FOTOS EVOLUÇÃO

Foto 1: Primeiro registro.

Foto 2: Registro com 7 dias de evolução.

Foto 3: Registro com 23 dias de evolução.

Foto 4: Registro com 10 dias de evolução.

Foto 5: Registro com 37 dias de evolução

Foto 6: Registro com 16 dias de evolução.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O animal manteve-se saudável e ativo, sem sinais de desconforto ou dor, favorecendo o bem-estar. A resposta do tumor ao tratamento com imiquimod pode ser explicada pela ação imunomodulatória do fármaco. O imiquimod estimula o sistema imune a combater as células tumorais, levando à sua destruição. Além disso, o imiquimod também tem um efeito antiviral e anti-inflamatório, o que pode ajudar a reduzir a inflamação associada ao tumor (FESTA NETO, 2002).

Em cães, o imiquimod tem sido utilizado para o tratamento de melanoma oral e cutâneo, com resultados positivos. Em humanos, o imiquimod vem sendo utilizado para o tratamento de verrugas, carcinoma basocelular e ceratose actínica, entre outras lesões (FESTA NETO, 2002).

A resposta individual ao tratamento com imiquimod pode variar de acordo com a idade, raça, estado geral de saúde e estágio do tumor. No entanto, a eficácia do imiquimod no tratamento de melanoma em equinos sugere que este fármaco pode ser uma opção terapêutica importante para esta espécie (PETTERSSON, 2020).

É importante ressaltar que o tratamento com imiquimod não é isento de efeitos colaterais. Os efeitos adversos mais comuns incluem inflamação local, prurido, dor e vermelhidão. No entanto, estes efeitos são geralmente leves e transitórios, e podem ser controlados com o uso de anti-inflamatórios tópicos ou analgésicos (PETTERSSON, 2020). Além dos resultados clínicos observados com o tratamento com imiquimod, é importante destacar que não foram observados efeitos colaterais significativos durante a aplicação da substância em nosso caso clínico. Esses achados são importantes, já que um dos desafios no tratamento do melanoma em equinos é a preservação da qualidade de vida e bem-estar do animal durante o tratamento (PETTERSSON, 2020).

Comparando os resultados obtidos com a terapia com imiquimod com outros tratamentos disponíveis para o melanoma em equinos, é importante destacar que cada caso é único e deve ser avaliado individualmente. No entanto, estudos prévios mostram que a terapia quimioterápica convencional não apresenta tanta eficácia no tratamento do melanoma equino quanto o imiquimod (IRIGOYEN, 2008).

É importante ressaltar que o imiquimod é um tratamento relativamente novo para o melanoma em equinos e, portanto, há ainda necessidade de mais estudos para avaliar a sua eficácia em longo prazo. No entanto, os resultados obtidos nesse estudo sugerem que a aplicação tópica de imiquimod pode ser uma opção terapêutica promissora para o tratamento do melanoma em equinos.

O melanoma em equinos é um tema relevante na Medicina Veterinária, pois pode levar a sérias complicações de saúde para os animais. É importante que os profissionais da área estejam capacitados a identificar e tratar essa doença de forma eficiente, a fim de garantir a qualidade de vida dos equinos. É fundamental que sejam realizados estudos para aprimorar o conhecimento sobre o melanoma em equinos e desenvolver novas estratégias terapêuticas. (HONÓRIO, 2019)

Outro aspecto importante a ser considerado é a possibilidade de combinação do tratamento com imiquimod com outras terapias. Essa é uma linha de pesquisa interessante e que pode trazer novas possibilidades terapêuticas para o tratamento do melanoma em equinos no futuro (IRIGOYEN, 2008).

Apesar dos resultados promissores observados nesse estudo, é importante lembrar que o tratamento do melanoma em equinos é um desafio que envolve diversos aspectos, como o diagnóstico certo, a escolha do tratamento mais adequado para cada caso, juntamente com a condição do proprietário, e o monitoramento cuidadoso do paciente durante todo o processo terapêutico. É importante que os proprietários de equinos estejam cientes dos sinais de melanoma e procurem tratamento o mais cedo possível para aumentar as chances de sucesso na ressecção cirúrgica (LIMA, 2021).

Os melanomas em equinos são comuns e podem ser difíceis de tratar, especialmente quando localizados em áreas críticas. A ressecção cirúrgica é uma opção de tratamento eficaz, mas pode ser desafiadora devido à localização, tamanho e extensão do tumor e custo. No entanto, os avanços recentes no desenvolvimento de novas terapias para o melanoma em equinos, como é o caso do imiquimod, mostram que é possível avançar no controle dessa doença em equinos, melhorando a qualidade de vida dos animais afetados e aumentando as possibilidades terapêuticas disponíveis para os médicos veterinários (PONTES, 2019).

O melanoma em equinos é uma condição que pode afetar a qualidade de vida e a longevidade dos animais. Esse tipo de tumor pode se desenvolver em diferentes partes do corpo, e sua detecção precoce é fundamental para um tratamento eficaz. (PONTES, 2019).

Além disso, é importante que os profissionais da Medicina Veterinária estejam capacitados para realizar a identificação e o diagnóstico do melanoma em equinos, bem como para indicar as melhores opções terapêuticas (MEDEIROS, 2016).

5. CONCLUSÃO

Em conclusão, os resultados do tratamento com imiquimod no equino, do caso clínico apresentado, indicam que este fármaco pode ser uma opção terapêutica eficaz para o tratamento de melanoma em equinos. A ação imunomodulatória do imiquimod podem ajudar a estimular o sistema imune a combater as células tumorais, levando à destruição do tumor. No entanto, são necessários estudos adicionais para avaliar a eficácia do imiquimod em um número maior de casos clínicos e para comparar sua eficácia com outros tratamentos disponíveis.

Embora a eficácia do imiquimod no tratamento de melanoma em equinos ainda esteja sendo avaliada, os resultados deste estudo sugerem que o tratamento tópico com esse medicamento pode ser uma opção promissora para o manejo de tumores cutâneos em equinos. Além disso, o relato de caso clínico apresentado aqui destaca a importância do diagnóstico precoce e do uso de terapias inovadoras para o manejo do melanoma em equinos.

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Ceunsp- Centro Universitário Nossa Senhora Do Patrocínio Curso De Medicina Veterinária

Orientador Prof. Dr. Danilo Maciel Duarte