lTHE BENEFITS OF OMEGA-3 SUPPLEMENTATION FOR CHILDREN WITH ASD
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202510111443
Lucas Matheus Ferreira Braga1; João dos Santos de Araújo1; Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas2; Rebeca Sakamoto Figueiredo3
RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits de comunicação, interação social e comportamentos repetitivos. Este estudo teve como objetivo analisar os efeitos da suplementação de ômega-3 em crianças com TEA, focando nos aspectos neurocognitivos, comportamentais e inflamatórios, avaliando seu potencial como intervenção nutricional complementar. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura qualitativa baseada em 177 artigos publicados nos últimos dez anos, obtidos em bases como Scielo, PubMed e Google Acadêmico, utilizando descritores relacionados a ômega-3, TEA e desenvolvimento cognitivo. Os resultados indicam que EPA e DHA reduzem irritabilidade, melhoram a comunicação social, diminuem estereotipias e favorecem a plasticidade sináptica, a regulação da neuroinflamação e o desempenho cognitivo infantil. Conclui-se que o ômega-3 exerce funções estruturais e moduladoras importantes no desenvolvimento cerebral e pode ser considerado uma intervenção nutricional complementar, embora pesquisas mais robustas ainda sejam necessárias para validar sua aplicação clínica.
Palavras-chave: Ômega-3, Transtorno do Espectro Autista, Suplementação.
ABSTRACT
Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental disorder characterized by deficits in communication, social interaction, and repetitive behaviors. This study aimed to analyze the effects of omega-3 supplementation in children with ASD, focusing on neurocognitive, behavioral, and inflammatory aspects, and evaluating its potential as a complementary nutritional intervention. A qualitative literature review was conducted based on 177 articles published over the past ten years, retrieved from databases such as Scielo, PubMed, and Google Scholar, using descriptors related to omega-3, ASD, and cognitive development. The results indicate that EPA and DHA reduce irritability, improve social communication, decrease stereotypies, and enhance synaptic plasticity, neuroinflammation regulation, and cognitive performance in children. It is concluded that omega-3 plays important structural and modulatory roles in brain development and can be considered a complementary nutritional intervention, although more robust research is still needed to validate its clinical application.
Keyword: Omega-3, Autism Spectrum Disorder, Supplementation
1 INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um desafio crescente de saúde pública, impactando indivíduos, famílias e sistemas de saúde. Caracteriza-se por dificuldades de comunicação, comportamentos repetitivos e variabilidade nos sintomas, exigindo intervenções além de abordagens sintomáticas. Nesse contexto, a nutrição se destaca, já que desequilíbrios metabólicos, como a deficiência de ácidos graxos ômega-3, estão ligados a alterações neurobiológicas e comportamentais no TEA. Estudos indicam que até 70% das crianças com TEA têm níveis insuficientes de DHA e EPA, essenciais para a integridade neural e modulação inflamatória (Mazahery et al ., 2017).
O ômega-3 é fundamental no neurodesenvolvimento, com o DHA, por exemplo, compondo 30% dos fosfolipídios cerebrais e influenciando a função neuronal, sinapses e neurotransmissores como dopamina e serotonina, que regulam emoções e cognição social. Estudos em modelos animais mostram que a deficiência de DHA está associada a comportamentos típicos do autismo, como dificuldades sociais e aumento de estereotipias (Weiser et al ., 2016).
Embora o ômega-3 tenha potencial terapêutico, os estudos sobre sua suplementação no TEA são inconsistentes. Ensaios clínicos mostram resultados variados, com melhorias em alguns casos e sem efeito em outros, devido a fatores como variabilidade genética e dosagem inconsistente. Além disso, muitos estudos focam apenas nos comportamentos, ignorando marcadores biológicos que poderiam esclarecer os mecanismos de ação e identificar subgrupos que se beneficiariam mais. Por isso, é crucial investigar tanto os efeitos clínicos quanto as correlações biomoleculares para avançar nas estratégias terapêuticas. (Cheng et al ., 2020)
Além disso, a relação entre o microbioma intestinal e o TEA tem ganhado destaque, indicando que a suplementação de ômega-3 pode exercer efeitos indiretos ao modular a composição da microbiota e reduzir processos inflamatórios sistêmicos (Cheng et al ., 2020).
A flora intestinal de crianças com TEA estão associadas a disfunções metabólicas e imunológicas, influenciando o eixo intestino-cérebro. O ômega-3, ao interagir com essas vias, pode favorecer o equilíbrio imunoneurológico e potencializar intervenções integrativas. Esse enfoque reforça a necessidade de estudos clínicos mais robustos que incorporem marcadores biológicos, comportamentais e microbiológicos (Li et al., 2017).
A relevância social do tema é igualmente significativa. O TEA afeta aproximadamente 1 em 54 crianças nos Estados Unidos (CDC, 2023) e, embora a prevalência no Brasil ainda careça de dados oficiais amplos e atualizados, o último estudo encontrado sobre o tema foi uma revisão do tipo umbrella, que reuniu várias meta-análises até dezembro de 2023, e concluiu que a suplementação de ômega-3 parece reduzir a hiperatividade e a fala desordenada em crianças com até 8 anos (Borzabadi-Farahani; Khayyatzadeh; Mokhtari, 2024). Estimativas apontam um crescimento consistente nos diagnósticos nos últimos anos. Esse aumento traz implicações econômicas e sociais relevantes, uma vez que os custos anuais com cuidados de saúde e educação especial podem atingir cifras expressivas, como já observado em outros países.
Medidas de nutrição de baixo custo e elevada segurança, como a suplementação de ômega-3, poderiam contribuir para reduzir o impacto econômico e emocional sobre as famílias brasileiras e, ao mesmo tempo, aprimorar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a identificação de subgrupos responsivos à suplementação auxiliaria no avanço da medicina personalizada, área em franca expansão no campo dos transtornos neuropsiquiátricos. O objetivo é avaliar os benefícios da suplementação de ômega-3 para a qualidade de vida em crianças com TEA, considerando seus efeitos nos aspectos cognitivos, comportamentais e inflamatórios.
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, com a abordagem de revisão de literatura. A revisão bibliográfica, que constitui o principal procedimento metodológico, envolveu a análise crítica das publicações disponíveis sobre o tema, sem a realização de experimentos ou coleta de dados primários.
2.2 Coleta de dados
Os dados foram coletados e os descritores utilizados foram: Ômega-3; Transtorno do Espectro Autista; Qualidade de vida; Desenvolvimento cognitivo; Suplementação no TEA. está descrito que os artigos foram buscados nas plataformas: Scielo, PubMed e Google Acadêmico. Utilizando como palavras-chaves: Ômega-3, Transtorno do Espectro Autista, Qualidade de vida, Suplementação no TEA.
Critérios de elegibilidade: Foram incluidos estudos publicados nos últimos 10 anos que abordam os efeitos da suplementação de ômega-3 realizada através das plataformas Scielo, PubMed e Google Acadêmico com palavras chaves( Ômega-3; Transtorno do Espectro Autista;
Qualidade de vida; Desenvolvimento cognitivo; Suplementação no TEA) principalmente em crianças
Critérios de inelegibilidade : Pesquisas que não se adequassem ao público-alvo, neste caso, crianças, que tratassem de suplementação distinta do ômega-3, estudos que não relacionassem a suplementação com a qualidade de vida ou que abordassem apenas efeitos isolados sem uma análise abrangente do impacto na saúde infantil.
2.3 Análise de dados
A análise de dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo, a qual permitiu identificar, categorizar e interpretar os principais temas relacionados ao objeto de estudo. Essa abordagem possibilitou uma avaliação minuciosa dos documentos selecionados, visando responder às hipóteses e aos objetivos propostos. Foram analisados aproximadamente 177 artigos científicos publicados nos últimos dez anos, o que possibilitou reconhecer padrões, recorrências e significados presentes nos materiais, contribuindo para uma compreensão aprofundada do tema investigado.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos, conforme estabelecido no DSM-5. Sua apresentação clínica é bastante variável, envolvendo diferentes graus de gravidade e comorbidades, como déficits intelectuais, distúrbios do sono e epilepsia. Essa diversidade reflete uma etiologia multifatorial, resultante da interação entre fatores genéticos e ambientais. Diante disso, destaca- se a importância do diagnóstico precoce e de avaliações clínicas detalhadas, a fim de orientar intervenções mais eficazes e reduzir o impacto familiar e social (MASI et al., 2017).
O impacto social do TEA é multifacetado, incluindo estigma, acesso limitado a serviços especializados, barreiras à inclusão educacional e laboral, bem como sobrecarga emocional e psicológica significativa para os cuidadores, frequentemente associada a níveis elevados de ansiedade e depressão(Silva; Pansera, 2023).
Dados do CDC (2023) revelam que 1 em 36 crianças nos EUA são diagnosticadas com TEA, reforçando a necessidade de políticas públicas inclusivas (Brasil, 2012; Maenner et al., 2023).
Estratégias para mitigar esses impactos incluem intervenções multidisciplinares, como terapia ocupacional e fonoaudiologia, além de campanhas de conscientização para reduzir preconceitos. A Lei Brasileira nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, é um marco legal, mas sua implementação ainda é desigual. Iniciativas globais, como o Autism Awareness Month, promovem visibilidade, porém é essencial integrar vozes de autistas em debates sobre inclusão, garantindo abordagens centradas em suas necessidades (UNESCO, 2020; Orrú, 2020).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta alta prevalência global, estimada em 1 a 2% da população infantil, com estudos apontando deficiências nutricionais recorrentes, como carências de vitamina D, B6, magnésio e zinco (Zeidan et al., 2022; Wang et al., 2020; yasuda et al., 2011). Essas deficiências estão associadas tanto a fatores biológicos (como alterações gastrointestinais e metabólicas) quanto a hábitos alimentares restritivos, comuns em indivíduos autistas. Pesquisas destacam que até 80% das crianças com TEA possuem seletividade alimentar, agravando riscos de desnutrição e comprometendo o desenvolvimento neurocognitivo (Adams et al., 2018; Sampaio et al., 2020).
A seletividade alimentar no TEA está ligada a hipersensibilidades sensoriais (aversão a texturas, cores ou odores), rigidez comportamental e comorbidades como distúrbios gastrointestinais (ex.: constipação crônica). Esses fatores reduzem a variedade de alimentos consumidos, limitando a ingestão de nutrientes essenciais. Estudos neurofuncionais sugerem que alterações em regiões cerebrais como o córtex insular podem amplificar respostas sensoriais, intensificando recusas alimentares. Além disso, práticas parentais inadequadas para lidar com a seletividade podem perpetuar o ciclo de restrições (Bandini et al., 2017; Cermak et al., 2010).
Estratégias para mitigar essas deficiências incluem abordagens multidisciplinares, como terapia ocupacional para dessensibilização sensorial, suplementação orientada e planos alimentares personalizados (Case-Smith et al., 2015). A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a necessidade de rastreamento nutricional precoce em crianças com TEA, enquanto diretrizes da ESPGHAN recomendam integração entre pediatras, nutricionistas e psicólogos. Intervenções baseadas em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) também mostram eficácia na ampliação da aceitação alimentar, promovendo saúde global (Fewtrell et al., 2017; WHO, 2021). Dentro desse contexto, destaca-se o papel de nutrientes específicos, como os ácidos graxos ômega-3, que vêm sendo amplamente estudados por sua relevância no desenvolvimento neurológico e no funcionamento cerebral.
Os ácidos graxos ômega-3, também conhecidos como ácidos graxos essenciais, são principalmente divididos em ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA). Embora o ALA esteja presente em fontes vegetais, como linhaça, chia e nozes, o EPA e o DHA são mais comuns em fontes marinhas, como peixes gordurosos, algas e krill. Sua estrutura química, com duplas ligações carbono-carbono na posição ômega-3, confere propriedades anti-inflamatórias e fluidades às membranas celulares. O ALA, embora menos bioativo, é precursor metabólico de EPA e DHA, mas a conversão em humanos é limitada (<10%), reforçando a importância da ingestão direta de fontes marinhas (Swanson et al., 2012; Calder, 2015).
As funções do ômega-3 abrangem sistemas vitais: o DHA é componente estrutural de 20-30% do cérebro e da retina, essencial para neurogênese e plasticidade sináptica, enquanto o EPA modula a síntese de eicosanoides, reduzindo processos inflamatórios e risco cardiovascular. Estudos associam níveis adequados de DHA a melhor desempenho cognitivo em crianças e à proteção contra doenças neurodegenerativas (como Alzheimer). Já o EPA demonstra eficácia no controle de triglicerídeos e na prevenção de arritmias. Além disso, o ômega-3 regula expressão gênica e sinalização celular, influenciando imunidade e humor, com efeitos antidepressivos documentados em ensaios clínicos (Mozaffarian; Wu, 2018; Riediger et al., 2009).
A recomendação de ácidos graxos ômega-3 tem sido investigada como uma intervenção potencial para crianças com TEA, visando melhorar aspectos comportamentais e cognitivos. Estudos clínicos randomizados e controlados demonstraram que o uso de suplementos de ômega-3 pode resultar em melhorias significativas em comportamentos estereotipados e na comunicação social em crianças com TEA. Essas melhorias foram observadas em escalas de avaliação comportamental aplicadas aos participantes, indicando um impacto positivo da suplementação na gestão dos sintomas do TEA (TURNER et al., 2021). Para compreender melhor esses efeitos, torna-se essencial conhecer a natureza química dos ácidos graxos e suas classificações, com destaque especial para os ômega-3.
Os ácidos graxos são moléculas lipídicas constituídas por cadeias hidrocarbonadas, classificadas em saturadas (sem duplas ligações) e insaturadas (com uma ou mais duplas ligações). Os ácidos graxos ômega-3 são classificados como poli-insaturados, distinguindo-se pela presença da primeira ligação dupla no terceiro carbono, a partir da extremidade metil (CH3). Essa estrutura confere propriedades físico-químicas únicas, como fluidez de membranas celulares e ação como precursores de moléculas bioativas. Enquanto o corpo humano não sintetiza ômega-3 de forma eficiente, sua obtenção via dieta é crucial, classificando-o como um ácido graxo essencial (Institute of Medicine, 2005; Alberts et al., 2017).
O ácido alfa-linolênico (ALA), originário de vegetais (como as sementes de linhaça), e os ácidos graxos de cadeia longa EPA e DHA, presentes em peixes gordos (salmão, sardinha) e algas. O ALA sofre conversão enzimática em EPA e DHA no fígado, mas a taxa é limitada (menos de 10% em humanos), tornando a ingestão direta de fontes marinhas mais eficaz. A estrutura molecular desses ácidos, com múltiplas duplas ligações, favorece interações com proteínas de membrana e modulação de vias inflamatórias, sendo fundamentais para funções celulares e sistêmicas (Brenna, 2002; Harris et al., 2009).
As funções biológicas do ômega-3 são vastas: o DHA compõe 30-40% dos fosfolipídios cerebrais, sustentando neurogênese e transmissão sináptica, enquanto o EPA regula a produção de eicosanoides (prostaglandinas, leucotrienos), reduzindo respostas inflamatórias. Estudos demonstram que níveis adequados de DHA estão associados a menor risco de declínio cognitivo e transtornos de humor, como depressão. Já o EPA exerce efeitos cardioprotetores, reduzindo triglicerídeos e estabilizando placas ateroscleróticas. Além disso, ambos modulam a expressão de genes envolvidos no metabolismo lipídico e na resposta imune (Simopoulos, 2002; YurkoMauro et al., 2010).
Recomendações nutricionais variam conforme a idade e condições de saúde: para crianças, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica doses adequadas de EPA+DHA que favorecem o desenvolvimento cognitivo e neurológico. A deficiência de ômega-3 é comum em dietas ocidentalizadas, com baixo consumo de peixes, e está associada a impactos negativos no crescimento e no funcionamento cerebral. Suplementos podem ser uma alternativa para garantir a ingestão adequada, porém sua eficácia depende da qualidade e do equilíbrio com o ômega-6, cujo excesso pode reduzir os benefícios do ômega-3. Programas de fortificação alimentar e políticas públicas buscam ampliar o acesso a fontes de ômega-3, com o objetivo de melhorar a saúde e o desenvolvimento infantil (WHO, 2020; Calder, 2015). Sob essa perspectiva, o DHA se sobressai como um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do sistema nervoso central, tema amplamente explorado na literatura científica.
A suplementação com ácidos graxos ômega-3, especialmente o DHA (ácido docosahexaenoico), tem sido amplamente estudada pelo seu papel crucial no desenvolvimento do sistema nervoso central em crianças. Estudos indicam que o DHA é um componente estrutural fundamental das membranas neuronais, influenciando a fluidez e a função sináptica, o que é essencial para processos cognitivos como memória e aprendizagem. A pesquisa de Jiao et al. (2022) destaca que a ingestão adequada de DHA durante a infância pode promover um desenvolvimento cerebral mais eficiente, refletido em melhorias no desempenho cognitivo.
Além do papel estrutural, os ácidos graxos ômega-3 também atuam modulando respostas inflamatórias e neuroquímicas no cérebro. Segundo Jiao et al. (2022), a suplementação com ômega-3 pode reduzir a neuroinflamação, um processo associado a diversos transtornos neurodesenvolvimentais. Esta modulação ocorre pela regulação da produção de eicosanoides e resolvinas, moléculas que controlam a inflamação e facilitam a resolução do processo inflamatório, favorecendo um ambiente cerebral mais saudável e propício para o desenvolvimento cognitivo em crianças.
Especialmente do ácido graxo DHA, pode promover melhorias no desenvolvimento cognitivo infantil, mas tais efeitos parecem depender tanto da dose quanto da duração da intervenção. Por exemplo, crianças de 6 a 12 anos que consumiram entre 260-520 mg de DHA/dia durante 12 semanas demonstraram avanços em atenção, memória, velocidade de processamento e funções executivas (CHANDRAKASEM et al., 2022). Outro estudo com bebês alimentados por fórmulas contendo diferentes níveis de DHA (até ~0,96%) mostrou que concentrações mais elevadas estavam associadas a pontuações mais altas em medidas de desenvolvimento cognitivo aos 18 meses (COLLINS et al., 2011). Além disso, a suplementação materna durante a gestação foi relacionada a ganhos em coordenação motora fina, como a coordenação olho-mão, nos filhos, indicando que os efeitos positivos podem iniciar ainda no período gestacional (HELLAND et al., 2003). Apesar desses achados promissores, há variabilidade significativa entre os estudos quanto às doses utilizadas, às idades avaliadas e aos desfechos, reforçando a necessidade de protocolos individualizados para melhor elucidar o papel do DHA no desenvolvimento cerebral infantil.
O ômega-3, particularmente o ácido docosahexaenoico (DHA), é um componente estrutural crítico do cérebro, representando 15-30% dos lipídios corticais. Durante a gestação e os primeiros anos de vida, o DHA acumula-se rapidamente no tecido neural, participando da formação de membranas neuronais, sinapses e da bainha de mielina. Estudos em modelos animais demonstram que a deficiência de DHA reduz a densidade dendrítica e a complexidade sináptica, comprometendo funções como aprendizado e memória. Em humanos, a transferência placentária de DHA da mãe para o feto é vital, com níveis maternos adequados correlacionados a melhor desempenho cognitivo infantil (Cunnane et al., 2000; Hadley et al., 2016).
A ingestão materna de ômega-3 durante a gravidez e lactação influencia diretamente o desenvolvimento cerebral do feto. O DHA é incorporado ao hipocampo e ao córtex pré-frontal, regiões associadas à cognição e regulação emocional. Pesquisas indicam que crianças de mães com maior consumo de peixes gordurosos (fontes de DHA) apresentam QI mais elevado e menor risco de transtornos do neurodesenvolvimento, como TDAH. Além disso, o DHA modula a expressão de genes envolvidos na neurogênese e na resposta anti-inflamatória, protegendo contra danos oxidativos. Contudo, dietas ocidentalizadas, pobres em ômega-3, estão ligadas a déficits neurocognitivos em populações pediátricas (Gould et al ., 2013; Colombo et al ., 2004).
Na infância, o ômega-3 continua essencial para a maturação cerebral. Ensaios clínicos mostram que suplementação com DHA em pré-escolares melhora atenção, velocidade de processamento e habilidades linguísticas. Crianças com baixos níveis de DHA têm maior propensão a dificuldades de leitura e comportamento disruptivo. O mecanismo envolve a otimização da fluidez membranar, que facilita a comunicação neuronal, e a regulação de neurotransmissores como dopamina e serotonina. Na área da neuroimagem, considera-se que a suplementação com ômega-3 possa estar associada ao aumento do volume de matéria cinzenta em regiões ligadas à função executiva, reforçando seu papel na plasticidade cerebral (Kuratko et al ., 2013; McNamara et al ., 2010).
Políticas públicas buscam combater a deficiência de ômega-3, como a fortificação de alimentos infantis e suplementação pré-natal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda ingestão mínima de 200 mg/dia de DHA para gestantes e lactantes. Contudo, disparidades socioeconômicas limitam o acesso a fontes de qualidade, especialmente em países de baixa renda. Estratégias multissetoriais, como educação nutricional e programas de suplementação em escolas, são necessárias para maximizar o potencial cognitivo das futuras gerações. Pesquisas futuras devem ainda explorar interações entre ômega-3, microbioma intestinal e epigenética, ampliando o entendimento sobre sua influência no neurodesenvolvimento (WHO, 2023; Greenberg et al., 2022). Sob esse olhar, a carência de ácidos graxos essenciais passa a ser discutida por sua possível influência em quadros como o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O ômega-3, especialmente o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA), desempenha um papel crítico no desenvolvimento cerebral, modulando a neurogênese, a sinaptogênese e a resposta inflamatória. Pesquisas apontam que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) costumam ter baixos níveis de ácidos graxos no sangue, o que está associado a uma maior severidade de sintomas como hiperatividade, irritabilidade e problemas de comunicação. A deficiência de ômega-3 pode comprometer a fluidez das membranas neuronais e a sinalização dopaminérgica (Mazahery et al .,2017)
Pesquisas observacionais associam baixos níveis de ômega-3 a prejuízos na cognição social e flexibilidade comportamental no TEA. Um estudo comparativo mostrou que crianças com TEA e deficiência de DHA exibiram maior dificuldade em reconhecer expressões faciais e responder a estímulos sociais, possivelmente ligada à desregulação de vias neuroinflamatórias. A suplementação experimental em modelos animais demonstrou reversão parcial de comportamentos similares ao autismo, sugerindo um mecanismo dependente da modulação de citocinas pró-inflamatórias (Keim et al ., 2019).
Ensaios clínicos randomizados avaliaram a suplementação de ômega-3 no TEA, com resultados heterogêneos. Uma meta-análise de 2020 identificou reduções modestas em sintomas de agressividade e estereotipias em subgrupos com deficiência basal. Contudo, a variabilidade individual na metabolização desses ácidos graxos limita a generalização dos achados. Estudos ressaltam a necessidade de dosagens personalizadas e combinação com terapias multidisciplinares para otimizar resultados (Cheng et al ., 2020).
A deficiência de ômega-3 pode exacerbar desequilíbrios neuroquímicos no TEA, como a disfunção mitocondrial e o estresse oxidativo. Pesquisas recentes destacam seu papel na regulação de microRNAs envolvidos na plasticidade sináptica. Apesar das lacunas, intervenções nutricionais direcionadas são vistas como coadjuvantes promissores, especialmente em estágios precoces do desenvolvimento, quando a neuroplasticidade é máxima (WEISER et al., 2016). Esses aspectos são melhor detalhados e sintetizados na Tabela 1.
Tabela 1: As doses de suplementação estão expressas em mg/dia.

Na suplementação com ômega-3, especialmente na forma de DHA, apresenta efeitos benéficos em crianças, incluindo redução da irritabilidade, melhora da consciência e da comunicação social, além da diminuição de estereotipias.
Estudos com 111 crianças submetidas a 722 mg/d de DHA por 12 meses (Mazahery et al., 2019a; 2019b) demonstraram melhorias comportamentais significativas, enquanto um estudo com 54 crianças que receberam 1000 mg/d de ômega-3 por 8 semanas (Doaei et al., 2021) também evidenciou avanços na comunicação social, indicando que doses adequadas, mesmo por períodos mais curtos, podem gerar benefícios.
Ademais, Mazahery et al. (2020) observaram que crianças com níveis elevados de inflamação apresentaram maior resposta positiva, sugerindo que o estado inflamatório pode modular os efeitos do suplemento. Esses achados reforçam que o ômega-3 exerce ação neurocomportamental relevante, provavelmente por mecanismos anti-inflamatórios e de modulação das membranas neuronais, e que fatores individuais, como dose, duração e perfil inflamatório, devem ser considerados para otimizar os resultados da suplementação.
Na tabela 2 apresenta uma síntese dos principais mecanismos de ação do ômega-3 no sistema nervoso, com base em diferentes tipos de estudos. São evidenciados benefícios que vão desde a melhora da função cognitiva até a redução de sintomas ansiosos, depressivos e psicóticos. Os achados reforçam o papel do ômega-3 como modulador neuroquímico e estrutural, com impacto positivo na saúde cerebral. Além disso, destaca-se sua contribuição para a integridade das membranas celulares e efeitos neuroprotetores. Essa visão integrada demonstra o potencial do ômega-3 como aliado em estratégias nutricionais voltadas à saúde mental.
Tabela 2: Mecanismos de Ação do Ômega-3 no Sistema Nervoso

Os resultados apresentados na tabela 2 indicam que a suplementação com ômega-3 possui efeitos benéficos significativos sobre o sistema nervoso em diferentes contextos. Ensaios clínicos, como os de Cortes et al. (2013) e Zemdegs (2010), demonstraram que a ingestão de ômega-3 pode reduzir dor crônica, sintomas ansiosos, depressivos e psicóticos, evidenciando seu potencial modulador de processos neurocomportamentais. Revisões, como as de Martin (2006) e Moreira (2025), apontam que os ácidos graxos ômega-3 contribuem para a melhora das propriedades das membranas neuronais, a interação com receptores e fornecem efeitos neuroprotetores, incluindo a melhora da função cognitiva. Em conjunto, esses achados reforçam que o ômega-3 exerce múltiplas ações no sistema nervoso, sendo capaz de influenciar tanto aspectos clínicos quanto estruturais e funcionais do cérebro, com potencial de impacto positivo em condições psiquiátricas, cognitivas e neuroprotetoras.
Na tabela 3 apresenta evidências científicas que relacionam a suplementação de ômega-3, especialmente DHA e EPA, ao desenvolvimento cerebral. Estudos revisados mostram benefícios que vão desde a melhora da aprendizagem e visão até o desempenho cognitivo infantil e a otimização do desenvolvimento neuronal.
Tabela 3: Relação entre Ômega- 3 e o Desenvolvimento Cerebral

Os estudos reunidos na tabela 3 indicam que a suplementação com ômega-3, especialmente na forma de DHA, exerce efeitos positivos significativos sobre o desenvolvimento cerebral. Revisões de McNamara (2006) e Innis (2009) apontam que o DHA é essencial para o crescimento neuronal, otimização das funções cognitivas e melhora da visão, evidenciando sua importância durante períodos críticos de desenvolvimento. Além disso, a revisão sistemática de Lehner et al. (2021) demonstra que a suplementação materna com DHA e EPA está associada a melhor desempenho cognitivo em crianças, reforçando o papel do ômega-3 na neurodesenvolvimento pré-natal e infantil. González (2017) também confirma que fórmulas infantis enriquecidas com DHA promovem avanços no desenvolvimento cerebral, sugerindo que a ingestão adequada desses ácidos graxos é determinante para a maturação neurocognitiva. Em conjunto, os resultados destacam que o ômega-3 atua de maneira multifatorial, influenciando tanto a estrutura quanto a função cerebral, e evidenciam a necessidade de estratégias nutricionais direcionadas para maximizar seu impacto no desenvolvimento infantil.
A Tabela 4 evidencia a associação entre a deficiência de ômega-3 e manifestações
comportamentais no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os estudos apontam que a suplementação com DHA e EPA pode favorecer a comunicação social, reduzir estereotipias e contribuir para melhorias na atenção, comportamento e humor.
Tabela 4: Deficiência de Ômega-3 e Sintomas Comportamentais no TEA

A análise dos estudos apresentados na tabela 4 indica que a deficiência de ômega-3 está associada ao agravamento dos sintomas comportamentais no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Doaei et al. (2021) observaram que a suplementação com ácidos graxos ômega-3 melhorou a comunicação social e reduziu comportamentos estereotipados em crianças com TEA, sugerindo que níveis adequados desses ácidos graxos podem atenuar sintomas característicos do transtorno. Agostoni et al. (2017) destacaram que a deficiência de ômega-3 pode comprometer o desenvolvimento neurocognitivo, impactando negativamente funções cerebrais essenciais. Kidd (2007) reforçou que a suplementação com DHA e EPA pode beneficiar aspectos comportamentais e emocionais em indivíduos com TEA, evidenciando a importância desses ácidos graxos na modulação de sintomas psiquiátricos. Esses achados sugerem que a deficiência de ômega-3 pode agravar os sintomas comportamentais no TEA, enquanto a suplementação adequada pode oferecer benefícios terapêuticos, destacando a relevância de estratégias nutricionais no manejo do transtorno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo reforça a relevância do ômega-3 como coadjuvante na abordagem terapêutica do TEA, demonstrando que sua atuação vai além de benefícios isolados, integrando aspectos neurobiológicos, comportamentais e inflamatórios. A literatura revisada mostra que a suplementação, especialmente com DHA e EPA, contribui para a melhora de funções cognitivas e sociais, além de reduzir manifestações típicas do transtorno, o que destaca seu potencial em práticas clínicas interdisciplinares voltadas ao público pediátrico.
Por outro lado, a variabilidade nos protocolos, nas doses utilizadas e nos perfis de resposta entre os indivíduos revela que ainda há lacunas importantes a serem preenchidas. A integração de estudos que correlacionem biomarcadores, genômica nutricional e fatores ambientais pode ampliar a compreensão dos mecanismos de ação do ômega-3, permitindo intervenções mais seguras e eficazes. Dessa forma, este trabalho abre espaço para novas investigações que consolidem a suplementação de ômega-3 como estratégia complementar no cuidado integral a crianças com TEA.
REFERÊNCIAS
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1 Graduando do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: lm.nutri01@gmail.com, joaoaraujo4573@gmail.com.
2 Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br
3 Co-orientador(a) do TCC, Mestre em Ciência da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO.
E-mail: Rebeca.figueiredo@fametro.edu.br