REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202510311020
Luísa Arantes Gusmão
Orientador: Prof. Paulo Victor Costa Campos
RESUMO
A fissura labiopalatina representa uma das malformações congênitas mais prevalentes do complexo craniofacial e impacta significativamente as funções orais, a estética facial e a inserção psicossocial do indivíduo. Este estudo teve como objetivo analisar os efeitos das cirurgias precoce (queiloplastia e palatoplastia) e ortognática no tratamento de pacientes com fissura labiopalatina, com base em uma revisão bibliográfica fundamentada na literatura científica publicada entre 2020 e 2024. Utilizou-se abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, conforme os preceitos metodológicos de Gil. Foram analisados 14 estudos, entre relatos de caso, revisões integrativas, estudos comparativos e retrospectivos. Os resultados revelam que a cirurgia precoce, realizada nos primeiros meses de vida, é essencial para minimizar dificuldades na alimentação, na fala e no vínculo afetivo. Já a cirurgia ortognática, indicada em fase adulta, mostrou-se eficaz na correção da hipoplasia maxilar residual, na harmonização do perfil facial e na recuperação funcional mastigatória, respiratória e fonatória. Observou-se ainda melhora significativa na autoestima, na socialização e na qualidade de vida dos pacientes após a intervenção ortognática. O sucesso terapêutico, em ambos os casos, está diretamente relacionado à atuação de equipes multiprofissionais integradas, com destaque para o papel do cirurgião-dentista, ortodontista, fonoaudiólogo e psicólogo. Conclui-se que a abordagem cirúrgica integrada, desde a infância até a fase adulta, é imprescindível para garantir reabilitação funcional, estética e subjetiva dos indivíduos com fissura labiopalatina.
Palavras-chave: Fissura labiopalatina. Cirurgia ortognática. Queiloplastia. Reabilitação funcional. Estética facial.
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
A fissura labiopalatina (FLP) é uma das malformações congênitas craniofaciais mais comuns, com incidência estimada de 1 para cada 650 nascidos vivos no Brasil (De Moraes Souza et al., 2022). Trata-se de uma condição caracterizada pela falha na fusão dos processos faciais embrionários, que resulta em uma descontinuidade anatômica do lábio superior, palato ou ambos. Essa anomalia pode se apresentar de forma unilateral ou bilateral, envolvendo estruturas pré-forame incisivo (lábio), pós-forame (palato) ou transforame (forma completa), com diferentes graus de comprometimento funcional e estético (Frederico, 2022).
Do ponto de vista clínico, a FLP interfere diretamente em funções fisiológicas essenciais como a alimentação, a respiração e a fala. Bebês com a anomalia enfrentam dificuldades para a sucção e deglutição nos primeiros meses de vida, o que pode comprometer seu estado nutricional e crescimento (De Moraes Souza et al., 2022). Com o desenvolvimento da linguagem, observa-se com frequência a presença de hipernasalidade, articulação compensatória e distúrbios de ressonância vocal, os quais decorrem da comunicação inadequada entre as cavidades oral e nasal (Seixas, 2022).
Além dos prejuízos funcionais, a fissura labiopalatina exerce impacto profundo na estética facial, afetando o sorriso, a simetria e a harmonia do terço médio da face. Esse comprometimento é frequentemente agravado pela hipoplasia maxilar, comum nesses pacientes, o que contribui para uma má oclusão de Classe III e perfil facial retruído (Bitencourt & Yaedú, 2021). Como consequência, observa-se o surgimento de dificuldades psicossociais significativas, especialmente no contexto escolar e nas interações sociais, em virtude da exposição ao estigma, ao preconceito e à exclusão (Gomes, 2023; Gringo et al., 2022).
Historicamente, o tratamento da FLP envolve uma sequência de intervenções que se inicia ainda nos primeiros meses de vida, com a realização da queiloplastia (correção labial), seguida da palatoplastia (reconstrução do palato), geralmente antes dos 18 meses de idade (De Moraes Souza et al., 2022). No entanto, em muitos casos, mesmo com essas intervenções iniciais, há necessidade de cirurgias corretivas posteriores, sobretudo para tratar deformidades residuais do complexo maxilomandibular. Nesse contexto, a cirurgia ortognática adquire um papel estratégico ao permitir o reposicionamento ósseo da maxila e/ou mandíbula, proporcionando benefícios funcionais e estéticos em idade adulta (Melo et al., 2024; Frederico, 2022).
A reabilitação dos pacientes com FLP, portanto, deve ser compreendida como um processo progressivo, que demanda uma abordagem multidisciplinar integrada ao longo de todo o crescimento e desenvolvimento. Envolve profissionais da odontologia, cirurgia bucomaxilofacial, fonoaudiologia, psicologia, ortodontia, nutrição e outras áreas correlatas, garantindo um cuidado centrado na pessoa e adaptado às suas necessidades em cada fase do tratamento (Soto et al., 2023; Ferraz et al., 2023).
1.2 Justificativa
A relevância de se estudar e compreender os efeitos da cirurgia precoce e da cirurgia ortognática em pacientes com fissura labiopalatina se fundamenta na multiplicidade de dimensões impactadas por essa condição. A literatura científica mostra que intervenções cirúrgicas realizadas nos momentos oportunos — seja no período neonatal, seja na fase adulta jovem — têm o potencial de transformar profundamente a qualidade de vida desses indivíduos, promovendo não apenas restauração anatômica, mas também resgate da autoestima, da funcionalidade e da integração social (Melo et al., 2024; Bueno et al., 2023).
A cirurgia ortognática, em particular, representa uma das etapas finais da reabilitação craniofacial, e sua indicação é essencial para corrigir hipoplasias maxilares persistentes, assimetrias e relações oclusais comprometidas. Diversos estudos recentes destacam os benefícios dessa abordagem, como a melhora da função mastigatória, da fala, da respiração e da estética facial, o que contribui diretamente para a reinserção social e profissional dos pacientes (Souza Júnior et al., 2024; Nascimento et al., 2020; Seixas, 2022).
Além disso, há uma demanda crescente por evidências que fundamentem o planejamento terapêutico individualizado e multidisciplinar para esses casos. A complexidade do manejo da FLP exige decisões clínicas baseadas em dados atualizados e na experiência acumulada de serviços especializados, como o HRAC-USP e centros de referência em cirurgia bucomaxilofacial (Seixas, 2022; Stripari, 2023). Assim, justificar a presente investigação está diretamente relacionado à necessidade de sistematizar essas evidências e oferecer subsídios técnico-científicos para a prática clínica odontológica e cirúrgica.
1.3 Problema de Pesquisa
Diante do exposto, surge a seguinte problemática de investigação:
Quais são os impactos funcionais, estéticos e psicossociais da intervenção cirúrgica precoce e ortognática no tratamento de pacientes com fissura labiopalatina, à luz da literatura científica recente e especializada?
Essa questão se desdobra em subtemas que guiarão a estrutura do trabalho, como: a temporalidade ideal das intervenções cirúrgicas, os efeitos fisiológicos documentados, as contribuições estéticas percebidas pelos pacientes e os desdobramentos subjetivos da reabilitação facial em sua dimensão psicossocial.
1.4 Objetivos
Geral:
- Analisar, com base em evidências recentes, os benefícios da intervenção cirúrgica precoce e ortognática no tratamento da fissura labiopalatina.
Específicos:
- Delimitar as indicações e contribuições de cada tipo de cirurgia.
- Avaliar os efeitos funcionais, estéticos e respiratórios documentados.
- Discutir os impactos psicossociais da reabilitação.
- Apontar o papel da equipe interdisciplinar.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Etiologia e Classificação das Fissuras Labiopalatinas
As fissuras labiopalatinas são malformações congênitas que resultam da falha na fusão dos processos maxilares e nasais durante a embriogênese facial, geralmente entre a 4ª e 12ª semana de gestação. Sua etiologia é considerada multifatorial, combinando fatores genéticos, epigenéticos e ambientais (De Moraes Souza et al., 2022). As alterações no gene TGF-β3 e em loci cromossômicos como o 1q32 e o 8q24 têm sido associados à ocorrência da anomalia em estudos genômicos (Frederico, 2022).
Fatores ambientais também desempenham papel relevante, incluindo uso materno de álcool, tabagismo, deficiência de ácido fólico, diabetes gestacional e exposição a teratógenos como anticonvulsivantes e retinoides durante o primeiro trimestre (De Moraes Souza et al., 2022). A associação entre fatores genéticos e ambientais justifica o padrão de variabilidade fenotípica e a ocorrência esporádica da fissura, mesmo na ausência de histórico familiar.
As fissuras podem ser classificadas conforme o ponto anatômico de ocorrência. A classificação mais aceita é a de Spina, que divide as fissuras em:
- Pré-forame incisivo: envolve o lábio superior, podendo ser unilateral ou bilateral.
- Transforame incisivo (completa): estende-se do lábio ao palato duro e mole.
- Pós-forame incisivo: envolve apenas o palato (palatina isolada).
Essa classificação é fundamental para o planejamento terapêutico, uma vez que o grau de comprometimento funcional e estético varia com a extensão da anomalia. Pacientes com fissuras transforame, por exemplo, tendem a apresentar hipoplasia maxilar mais acentuada, alterações fonéticas complexas e maior necessidade de intervenção cirúrgica secundária (Frederico, 2022).
2.2 Cirurgia Precoce: Tempo Ideal, Protocolos e Benefícios Iniciais
A intervenção cirúrgica precoce é considerada uma etapa essencial no manejo da fissura labiopalatina, com o objetivo principal de restaurar a continuidade anatômica das estruturas afetadas e permitir o desenvolvimento adequado das funções orais. A queiloplastia, que corrige a fissura labial, é geralmente realizada entre o terceiro e sexto mês de vida, enquanto a palatoplastia, destinada à reconstrução do palato, costuma ocorrer entre os nove e dezoito meses, respeitando o crescimento craniofacial (De Moraes Souza et al., 2022).
O protocolo cirúrgico mais utilizado no Brasil é o de Millard para o lábio e Veau-Wardill-Kilner ou Furlow para o palato, com variações conforme o centro de referência. A escolha da técnica leva em consideração a extensão da fissura, o estado clínico do paciente e a previsão de intervenções futuras (Frederico, 2022).
Os benefícios funcionais da cirurgia precoce são evidentes: ela facilita a amamentação e alimentação, reduz a comunicação oronasal, contribui para o desenvolvimento da fala e previne infecções otológicas relacionadas à disfunção da tuba auditiva (De Moraes Souza et al., 2022). A correção precoce do lábio também tem impacto estético imediato, diminuindo a exposição ao estigma social desde os primeiros meses de vida.
Do ponto de vista psicossocial, estudos sugerem que a intervenção cirúrgica precoce favorece o vínculo entre pais e filhos, reduz a ansiedade materna e melhora a aceitação da criança pela família e pela comunidade (Gomes, 2023). Contudo, apesar de seus benefícios iniciais, a cirurgia precoce não elimina a necessidade de novas intervenções ao longo do crescimento, como enxertos ósseos alveolares e, eventualmente, cirurgia ortognática em fase adulta (Frederico, 2022).
2.3 Cirurgia Ortognática: Tipos, Técnicas e Indicações
A cirurgia ortognática representa uma etapa secundária no processo de reabilitação dos pacientes com fissura labiopalatina, sendo indicada geralmente após o término do crescimento ósseo, por volta dos 17 a 20 anos de idade. Sua principal função é a correção das discrepâncias dentoesqueléticas residuais, como a hipoplasia maxilar, frequentemente associada à má oclusão de Classe III e deformidades faciais assimétricas (Melo et al., 2024).
A técnica mais utilizada é a osteotomia Le Fort I, com ou sem segmentação, permitindo o avanço e reposicionamento tridimensional da maxila. Em casos com comprometimento mandibular associado, realiza-se também a osteotomia sagital bilateral de ramo mandibular (SSRO), configurando a cirurgia bimaxilar. Adicionalmente, pode-se realizar mentoplastia para ajuste estético do terço inferior da face (Bitencourt & Yaedú, 2021; Nascimento et al., 2020).
Estudos demonstram que o avanço maxilar melhora não apenas a relação oclusal, mas também a função mastigatória, a estética facial e, em muitos casos, a permeabilidade das vias aéreas superiores, contribuindo para o alívio de quadros de apneia obstrutiva do sono (Seixas, 2022). A utilização de guias cirúrgicos digitais e planejamento virtual tem aumentado a precisão dos resultados e a previsibilidade estética (Ferraz et al., 2023).
Comparativamente, a distração osteogênica tem sido considerada uma alternativa em pacientes jovens, permitindo o avanço gradual da maxila com menor risco de recidiva. No entanto, a cirurgia ortognática permanece como padrão-ouro para a correção definitiva em adultos (Souza Júnior et al., 2024).
As indicações incluem: hipoplasia maxilar severa, deficiência estética facial, mordida cruzada anterior persistente após o tratamento ortodôntico, comprometimento respiratório funcional e insatisfação com o resultado estético do sorriso. A decisão cirúrgica é respaldada por exames cefalométricos, tomografia computadorizada e análise facial clínica tridimensional (Frederico, 2022).
Por fim, destaca-se que a cirurgia ortognática, quando indicada e bem executada, desempenha um papel crucial na finalização da reabilitação do paciente com fissura labiopalatina, promovendo resultados duradouros tanto na dimensão funcional quanto na estética e psicossocial.
2.4 Impactos Funcionais do Tratamento Cirúrgico
As intervenções cirúrgicas no tratamento da fissura labiopalatina têm implicações diretas sobre funções fisiológicas essenciais, como mastigação, deglutição, fonação e respiração. A reconstrução anatômica precoce, por meio da queiloplastia e palatoplastia, permite uma reorganização das estruturas orofaciais e previne disfunções severas, sobretudo na fala e na alimentação (De Moraes Souza et al., 2022).
Contudo, muitos pacientes com FLP desenvolvem, ao longo do crescimento, hipoplasia maxilar progressiva, o que ocasiona desequilíbrio das forças oclusais, mordida cruzada anterior e comprometimento mastigatório. Nestes casos, a cirurgia ortognática atua como uma ferramenta fundamental para restabelecer a relação maxilomandibular adequada e, com isso, melhorar o desempenho mastigatório e a estabilidade oclusal (Bitencourt & Yaedú, 2021; Gringo et al., 2022).
Um dos aspectos funcionais mais impactados positivamente pela cirurgia ortognática é a respiração. Em estudo longitudinal realizado no HRAC-USP, Seixas (2022) avaliou 80 pacientes submetidos a Le Fort I com avanço maxilar e observou melhora significativa da função respiratória em 87% dos casos, incluindo alívio de obstrução nasal crônica e redução de sintomas de apneia do sono leve. O avanço da maxila promove a tração anterior do véu palatino, o que amplia o espaço aéreo posterior e reduz a resistência ao fluxo de ar.
Além disso, a cirurgia ortognática pode influenciar positivamente a fonação e a articulação da fala. Pacientes com fissuras frequentemente desenvolvem padrões compensatórios de articulação devido à incompetência velofaríngea. O reposicionamento ósseo adequado pode melhorar a ressonância vocal e facilitar a atuação da fonoaudiologia no processo de reabilitação fonêmica (Melo et al., 2024).
A correção oclusal e o alinhamento dentário obtidos com a cirurgia também contribuem para o aprimoramento da deglutição, ao estabelecer trajetórias mastigatórias mais eficientes e seguras, reduzindo o risco de engasgos e melhorando o conforto alimentar (Ferraz et al., 2023; Bueno et al., 2023).
2.5 Repercussões Estéticas e Psicossociais
A dimensão estética da fissura labiopalatina está fortemente associada às alterações visíveis no lábio superior, nariz e região central da face. Essas características podem gerar forte impacto na autoimagem e no modo como o indivíduo se relaciona com o meio social. A cirurgia precoce, especialmente a queiloplastia, promove melhora significativa da aparência facial ainda nos primeiros meses de vida, o que reduz o estigma social e favorece o vínculo afetivo familiar (De Moraes Souza et al., 2022).
Entretanto, em muitos casos, as cicatrizes labiais, a assimetria nasal residual e a deficiência da projeção maxilar permanecem perceptíveis ao longo do crescimento. A cirurgia ortognática, nesses casos, surge como uma estratégia decisiva na reabilitação estética global do paciente, permitindo restaurar a harmonia do perfil facial e o equilíbrio entre os terços faciais (Soto et al., 2023).
Relatos de caso como os de Gomes (2023) e Gringo et al. (2022) demonstram que, após a cirurgia ortognática, os pacientes experimentaram melhora expressiva na autoestima, na aceitação social e na disposição para se engajar em contextos públicos, como escola e trabalho. Essas repercussões vão além do benefício físico, atingindo dimensões psicológicas profundas, muitas vezes relacionadas à superação de traumas anteriores.
A estética facial está intrinsecamente ligada à identidade pessoal e à percepção do outro. Em pacientes com fissura labiopalatina, a correção das assimetrias e da projeção do sorriso representa um marco na reconstrução da autoconfiança. Estudos como o de Frederico (2022) destacam que o impacto estético da cirurgia ortognática é frequentemente relatado pelos pacientes como “a parte mais transformadora de todo o processo de reabilitação”.
Além disso, o suporte psicológico durante o pré e o pós-operatório tem se mostrado crucial para potencializar os ganhos emocionais da intervenção cirúrgica. A integração entre cirurgiões, psicólogos e terapeutas ocupacionais cria um ambiente favorável à adaptação emocional e à valorização da nova imagem corporal (Bueno et al., 2023).
2.6 Desafios Ortodônticos e Planejamento Interdisciplinar
O sucesso da cirurgia ortognática em pacientes com fissura labiopalatina depende de um rigoroso planejamento ortodôntico prévio, que visa alinhar os dentes, corrigir rotações e expandir arcadas comprometidas. Entretanto, o tratamento ortodôntico em pacientes fissurados é notadamente mais complexo e prolongado quando comparado à população geral.
Segundo estudo de Stripari (2023), pacientes com FLP necessitam, em média, de 32 meses de preparo ortodôntico, frente a 24 meses em pacientes não fissurados. Essa diferença está relacionada à presença de cicatrizes palatinas, segmentos ósseos disformes e alterações no desenvolvimento dos germes dentários. Além disso, é comum a ausência de elementos como incisivos laterais, o que requer estratégias de compensação protética e reposicionamento dentário.
O planejamento cirúrgico deve integrar avaliações ortodônticas, cefalométricas, tomográficas e clínicas. A simulação virtual tem sido uma aliada importante nesse processo, permitindo prever o resultado tridimensional e personalizar os movimentos ósseos de acordo com os objetivos estéticos e funcionais (Ferraz et al., 2023).
A atuação conjunta de uma equipe interdisciplinar é indispensável. O cirurgião bucomaxilofacial, o ortodontista, o fonoaudiólogo, o psicólogo, o dentista reabilitador e, em muitos casos, o otorrinolaringologista, precisam estar alinhados em cada etapa do tratamento (Frederico, 2022; Souza Júnior et al., 2024).
Essa abordagem colaborativa não apenas potencializa os resultados, mas também garante o acompanhamento contínuo do paciente, respeitando suas singularidades e oferecendo um cuidado integral, contínuo e humanizado.
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de Pesquisa
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa, com fins exploratórios e descritivos, conforme a classificação proposta por Gil (2008). A pesquisa bibliográfica é apropriada quando se busca compreender um fenômeno a partir da análise de material já publicado, como livros, artigos científicos, teses, dissertações e documentos institucionais. Segundo o autor, esse tipo de investigação permite o acesso a um vasto conjunto de conhecimentos científicos sistematizados sobre determinado tema, sendo especialmente útil em estudos como este, que visam reunir e analisar criticamente evidências sobre práticas clínicas em saúde.
A abordagem qualitativa justifica-se pela natureza do objeto de estudo, que envolve não apenas aspectos clínicos objetivos, mas também experiências subjetivas dos pacientes, como os impactos psicossociais da fissura labiopalatina e das intervenções cirúrgicas. Conforme Gil (2008), a pesquisa qualitativa busca interpretar os fenômenos em seus contextos e significados, permitindo ao pesquisador compreender os sentidos atribuídos pelos sujeitos às suas vivências.
O caráter exploratório da pesquisa reside na intenção de aprofundar o conhecimento sobre os benefícios e desafios das cirurgias precoce e ortognática em pacientes com fissura labiopalatina, com base em publicações científicas recentes. Já o caráter descritivo manifesta-se na sistematização das informações coletadas, com o objetivo de apresentar as técnicas utilizadas, os efeitos funcionais e estéticos observados e os aspectos multidisciplinares do processo de reabilitação.
3.2 Procedimentos Técnicos
A pesquisa foi desenvolvida por meio da análise de fontes secundárias, consistindo em artigos científicos publicados entre os anos de 2020 e 2024, além de teses, dissertações e anais de congressos. O recorte temporal foi estabelecido com o intuito de garantir a atualidade das informações e a incorporação de avanços recentes nas técnicas cirúrgicas e nas abordagens terapêuticas voltadas à fissura labiopalatina.
Foram selecionados materiais publicados em revistas científicas indexadas, com acesso público ou institucional, preferencialmente revisadas por pares. A ênfase foi dada a estudos que abordassem de forma direta os efeitos da cirurgia ortognática e da cirurgia precoce em pacientes com fissura labiopalatina, incluindo dados clínicos, funcionais e psicossociais.
3.3 Critérios de Seleção das Fontes
De acordo com a orientação de Gil (2008), a seleção das fontes bibliográficas deve seguir critérios de relevância, atualidade, fidedignidade e adequação ao objetivo do estudo. Dessa forma, os seguintes critérios de inclusão foram adotados:
- Artigos, teses e trabalhos publicados entre 2020 e 2024;
- Textos que abordem diretamente a fissura labiopalatina e as intervenções cirúrgicas associadas;
- Estudos com enfoque em cirurgia ortognática, queiloplastia, palatoplastia ou reabilitação multidisciplinar;
- Publicações com dados observacionais, relatos de caso, revisões integrativas ou revisões de literatura.
Foram excluídos materiais que:
- Não apresentavam relação direta com o objeto de estudo;
- Foram publicados antes de 2020;
- Apresentavam caráter opinativo ou carência metodológica.
3.4 Procedimentos de Análise dos Dados
A análise dos dados seguiu a proposta de Gil (2008) para pesquisas bibliográficas qualitativas. Inicialmente, foi realizada uma leitura exploratória do material selecionado, com o objetivo de identificar os conteúdos mais relevantes. Em seguida, aplicou-se uma leitura analítica, que permitiu organizar as informações em categorias temáticas previamente definidas: aspectos etiológicos e classificatórios, intervenções cirúrgicas, repercussões funcionais, repercussões estéticas e psicossociais, planejamento ortodôntico e abordagem interdisciplinar.
Os dados foram organizados em quadros-resumo, fichamentos e mapas conceituais, de modo a facilitar a interpretação e a articulação crítica com a problemática proposta. A discussão dos resultados será realizada à luz da literatura revisada, buscando destacar convergências, lacunas e possíveis contribuições para a prática clínica e a formação profissional.
4. RESULTADOS
A presente revisão bibliográfica teve como objetivo principal identificar, organizar e analisar os impactos funcionais, estéticos e psicossociais das cirurgias precoce e ortognática em pacientes com fissura labiopalatina. A análise se baseou em 14 estudos publicados entre 2020 e 2024, incluindo revisões de literatura, revisões integrativas, estudos comparativos e relatos de caso, de modo a contemplar a diversidade metodológica e clínica do tema. A seguir, apresenta-se a Tabela 1, estruturada segundo o modelo PRISMA, contendo os principais dados extraídos dos artigos selecionados.
Tabela 1 – Resultados Consolidados da Revisão Bibliográfica
| Autores | Tipo de Estudo | Procedimentos Cirúrgicos | Impactos Funcionais | Impactos Estéticos e Psicossociais |
|---|---|---|---|---|
| Melo et al. (2024) | Revisão integrativa | Ortognática secundária | Melhora mastigação e fala | Elevação da autoestima |
| De Moraes Souza et al. (2022) | Revisão de literatura | Queiloplastia e palatoplastia | Aprimoramento de fala e alimentação | Redução do estigma precoce |
| Souza Júnior et al. (2024) | Revisão comparativa | Ortognática vs distração osteogênica | Correção de Classe III e apneia | Harmonização facial |
| Soto et al. (2023) | Relato de caso | Ortognática bimaxilar | Melhora mastigatória e vocal | Autoimagem positiva |
| Gomes (2023) | Relato de caso | Avanço maxilar | Correção oclusal e respiratória | Aumento da confiança |
| Bueno et al. (2023) | Relato de caso | Ortognática bimaxilar | Melhora mastigação e perfil | Melhora da autoaceitação |
| Frederico (2022) | Revisão de literatura | Ortognática secundária | Deglutição, fala e respiração | Valorização estética da reabilitação |
| Stripari (2023) | Estudo comparativo | Avaliação ortodôntica | Maior tempo ortodôntico necessário | Impacto psicológico do tratamento prolongado |
| Bitencourt & Yaedú (2021) | Relato de caso | Ortognática bimaxilar | Função mastigatória plena | Correção facial completa |
| Ferraz et al. (2023) | Relato de caso | Ortognática com rotação horário da maxila | Melhora do plano oclusal | Correção labial e do sorriso |
| Gringo et al. (2022) | Relato de caso | Ortognática simples | Melhora da deglutição | Harmonia do sorriso |
| Bitencourt & Yaedú (2021) [2ª] | Relato de caso | Ortognática com avanço de maxila | Estabilização oclusal | Ajuste simétrico do perfil facial |
| Seixas (2022) | Estudo retrospectivo | Ortognática com foco respiratório | Melhora respiratória (87% dos casos) | Redução do retraimento social |
| Nascimento et al. (2020) | Relato de caso | Ortognática bimaxilar com redução vertical do mento | Fala, deglutição, equilíbrio oclusal | Reabilitação completa e simétrica |
Fonte: Produção do autor.
A análise dos estudos demonstra de forma consistente que a cirurgia ortognática representa uma etapa fundamental no tratamento dos pacientes com fissura labiopalatina que, mesmo após as cirurgias precoces de correção labial e palatina, apresentam hipoplasia maxilar residual e alterações funcionais persistentes. A cirurgia precoce, por sua vez, mostrou-se eficaz no alívio inicial das dificuldades alimentares, respiratórias e na promoção de uma aparência mais favorável ainda na infância, o que reduz o estigma precoce e favorece o vínculo familiar (De Moraes Souza et al., 2022).
Nos relatos de caso e estudos clínicos que abordaram a cirurgia ortognática bimaxilar, como os de Bitencourt & Yaedú (2021) e Ferraz et al. (2023), os resultados funcionais mais frequentemente observados foram a correção da má oclusão de Classe III, o restabelecimento da função mastigatória e a melhora da deglutição. Em particular, os casos que incluíram avanço maxilar e mentoplastia apresentaram resultados ainda mais satisfatórios na harmonia do perfil facial e na projeção do sorriso.
Em relação à função respiratória, o estudo de Seixas (2022) é um dos mais expressivos por se tratar de um acompanhamento longitudinal de duas décadas no HRAC-USP. Nesse estudo, foi observada melhora respiratória em 87% dos pacientes submetidos ao avanço maxilar, especialmente aqueles que apresentavam obstrução nasal crônica e sintomas compatíveis com apneia obstrutiva leve. Isso reforça a relevância da cirurgia ortognática também como estratégia terapêutica para distúrbios respiratórios secundários à anatomia craniofacial alterada.
Os impactos estéticos e psicossociais são outro eixo fortemente evidenciado. A literatura indica que a correção da estética facial promove melhora direta na autoestima, na aceitação social e nas interações interpessoais. Gomes (2023) relata, por exemplo, que após a realização da ortognática, o paciente demonstrou mudança significativa de comportamento, passando a sorrir abertamente, interagir com colegas e buscar oportunidades profissionais que antes evitava por insegurança.
Já o estudo de Frederico (2022) reforça que a etapa da cirurgia ortognática é frequentemente percebida como o fechamento simbólico do ciclo de reabilitação. Mesmo pacientes que passaram por múltiplas intervenções relatam essa fase como a mais transformadora, tanto pela restauração facial quanto pelo empoderamento subjetivo que a acompanha. Bueno et al. (2023) e Gringo et al. (2022) também destacam o fortalecimento da autopercepção e a melhoria da autoimagem após a intervenção.
Entretanto, os desafios enfrentados no período pré-cirúrgico não podem ser negligenciados. Stripari (2023) documenta que pacientes com fissura labiopalatina submetidos à ortodontia preparatória exigem maior tempo de tratamento, com média de 32 meses, devido à presença de cicatrizes, ausência dentária e deformações estruturais. Esse tempo prolongado, muitas vezes, representa um desafio emocional para o paciente, exigindo suporte psicológico e acompanhamento próximo da equipe interdisciplinar.
Ainda dentro da complexidade do planejamento, os estudos recentes apontam o uso crescente de tecnologias digitais, como o planejamento virtual em 3D e o uso de guias cirúrgicos personalizados, o que aumenta a previsibilidade e reduz a margem de erro. Ferraz et al. (2023) relatam que o uso de planejamento tridimensional permitiu correção precisa da inclinação do plano oclusal e reposicionamento labial com maior simetria estética.
Por fim, os dados evidenciam a importância de uma abordagem interdisciplinar contínua, com integração entre cirurgia bucomaxilofacial, ortodontia, fonoaudiologia, psicologia e outras especialidades, para garantir um tratamento humanizado, individualizado e eficiente. O êxito da cirurgia ortognática, especialmente em pacientes com histórico de fissura labiopalatina, está diretamente ligado à qualidade do planejamento e à coesão da equipe envolvida.
Esses resultados indicam, de forma consolidada, que o tratamento cirúrgico bem planejado e executado, associado a um suporte interdisciplinar estruturado, não apenas restaura funções orais essenciais, mas também resgata a dignidade estética e social dos pacientes, promovendo sua inclusão plena na sociedade.
5. DISCUSSÃO
A análise dos resultados da presente revisão bibliográfica permitiu uma compreensão ampliada sobre os efeitos da cirurgia precoce e da cirurgia ortognática no tratamento da fissura labiopalatina, abrangendo dimensões funcionais, estéticas e psicossociais. Os dados obtidos foram amplamente consistentes com a literatura recente, destacando a relevância clínica dessas intervenções no restabelecimento da qualidade de vida dos pacientes.
Inicialmente, os estudos de De Moraes Souza et al. (2022) e Frederico (2022) reforçam a importância do tratamento cirúrgico precoce – queiloplastia e palatoplastia – como base para o desenvolvimento funcional adequado desde os primeiros meses de vida. Tais intervenções precoces são eficazes para reduzir a comunicação oronasal, favorecer a alimentação e estabelecer um modelo de desenvolvimento vocal mais próximo do esperado para a faixa etária.
No entanto, como demonstrado por Souza Júnior et al. (2024) e Stripari (2023), as cirurgias iniciais não eliminam a possibilidade de sequelas ósseas e funcionais ao longo do crescimento, sendo comum a necessidade de intervenções ortodônticas complexas e, sobretudo, da cirurgia ortognática. Os autores apontam que a hipoplasia maxilar, a má oclusão de Classe III e a assimetria facial são alterações recorrentes em pacientes com fissura labiopalatina que não são totalmente corrigidas pelas cirurgias da infância, exigindo nova abordagem cirúrgica na idade adulta jovem.
A cirurgia ortognática, portanto, representa uma etapa essencial no processo de reabilitação integral desses pacientes. Estudos como os de Melo et al. (2024), Bitencourt & Yaedú (2021) e Nascimento et al. (2020) apontam que o avanço maxilar, realizado por meio da osteotomia Le Fort I, frequentemente combinado com mentoplastia e osteotomia mandibular, contribui de forma decisiva para a reconstrução da estética facial, da função mastigatória e da harmonia oclusal.
Os ganhos funcionais são evidentes. A pesquisa retrospectiva de Seixas (2022) comprova, com base em evidências clínicas, a eficácia do avanço maxilar na melhora da respiração, com 87% dos pacientes relatando alívio de sintomas obstrutivos. Esse dado é corroborado por Ferraz et al. (2023), que destacam ainda o papel da cirurgia na correção do plano oclusal, com impactos positivos na fonação, deglutição e mastigação.
No aspecto estético e psicossocial, os relatos de caso de Gomes (2023), Bueno et al. (2023) e Gringo et al. (2022) ilustram o impacto da cirurgia ortognática na autopercepção, na autoestima e na reintegração social dos pacientes. Esses estudos evidenciam que a reconstrução do sorriso, da simetria facial e da projeção maxilar promove não apenas um benefício visual, mas também uma transformação subjetiva profunda, com relatos de maior confiança, aceitação social e motivação para interações sociais e profissionais.
O estudo de Soto et al. (2023) ressalta que o processo de reabilitação estética é vivenciado pelo paciente como a conclusão de um ciclo marcado por múltiplos procedimentos invasivos, traumas emocionais e estigmas sociais. Assim, a cirurgia ortognática adquire também uma dimensão simbólica de superação.
Por outro lado, Stripari (2023) adverte para as dificuldades ortodônticas que antecedem a cirurgia. Pacientes com fissura labiopalatina apresentam maior tempo de preparo, maior número de limitações estruturais e desafios técnicos que demandam uma abordagem interdisciplinar altamente especializada. O planejamento digital e o uso de tecnologias tridimensionais, como destacado por Ferraz et al. (2023), têm sido aliados importantes nesse contexto, permitindo precisão nos resultados e segurança cirúrgica.
Todos os estudos consultados reforçam a necessidade de atuação integrada entre cirurgião-dentista, ortodontista, fonoaudiólogo, psicólogo e outros profissionais da saúde. A abordagem multiprofissional garante o acompanhamento do paciente em todas as etapas da reabilitação e favorece a tomada de decisões clínicas embasadas e humanizadas. Como enfatizam Frederico (2022) e Souza Júnior et al. (2024), não se trata apenas de reconstruir estruturas anatômicas, mas de reintegrar o sujeito em sua plenitude biopsicossocial.
Dessa forma, a discussão evidencia que a reabilitação de pacientes com fissura labiopalatina demanda mais do que competência técnica. Exige sensibilidade, escuta e compromisso com a individualidade de cada trajetória. Os estudos analisados apresentam uma convergência clara no reconhecimento da eficácia e da necessidade da cirurgia ortognática como parte do tratamento integral, mas também apontam para a complexidade envolvida em sua execução e para a importância de políticas públicas que ampliem o acesso a esses recursos especializados.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente revisão bibliográfica demonstrou, com base em evidências recentes e diversificadas, que as intervenções cirúrgicas em pacientes com fissura labiopalatina – especialmente a cirurgia precoce e a cirurgia ortognática – desempenham um papel determinante na reabilitação estética, funcional e psicossocial desses indivíduos.
A cirurgia precoce, realizada ainda na infância, é fundamental para reduzir complicações iniciais relacionadas à alimentação, fala e estética facial, além de contribuir para o desenvolvimento social e afetivo da criança. No entanto, a evolução craniofacial e a persistência de deformidades estruturais ao longo do crescimento tornam necessárias intervenções corretivas adicionais, com destaque para a cirurgia ortognática.
A cirurgia ortognática, quando bem planejada e executada, promove uma transformação abrangente. Os resultados funcionais incluem melhora significativa da mastigação, fala, deglutição e respiração, enquanto os efeitos estéticos repercutem diretamente na autoestima, na identidade corporal e na inserção social do paciente.
Adicionalmente, observou-se que o sucesso dessas intervenções está intrinsecamente ligado à atuação de uma equipe interdisciplinar coesa e bem estruturada, capaz de atender às necessidades específicas de cada etapa do tratamento. O uso de tecnologias digitais, a personalização do planejamento cirúrgico e o suporte emocional contínuo são elementos que fortalecem o cuidado e aumentam a qualidade dos resultados obtidos.
Com base nesses achados, conclui-se que a cirurgia precoce e a cirurgia ortognática não devem ser vistas como etapas isoladas, mas como componentes integrados de um processo terapêutico contínuo e humanizado. Promover o acesso equitativo a essas práticas e consolidar políticas públicas que incentivem a formação de equipes multiprofissionais especializadas são ações essenciais para garantir a efetividade e a dignidade do cuidado prestado a pessoas com fissura labiopalatina.
7. REFERÊNCIAS
MELO, Hingrit Siqueira et al. A CIRURGIA ORTOGNÁTICA COMO TRATAMENTO SECUNDÁRIO EM PACIENTES COM FISSURAS LABIOPALATINAS: Uma revisão integrativa. Psicologia e Saúde em debate, v. 10, n. Supl1, p. 1-9, 2024.
DE MORAES SOUZA, Luiz Carlos et al. Fissuras labiopalatinas: do diagnóstico ao tratamento. Revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 11, n. 17, p. e249111739067-e249111739067, 2022.
DE SOUZA JUNIOR, Alexandre Ferreira et al. Comparação entre distração osteogênica e cirurgia ortognática em hipoplasia maxilar de pacientes com fissuras labiopalatinas: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 7, n. 9, p. e74513-e74513, 2024.
SOTO, Amy Stacy Gallegos et al. Cirurgia ortognática em paciente com fissura labiopalatina transforame bilateral. Anais, 2023.
GOMES, João Pedro Franchi. Cirurgia ortognática com avanço de maxila em paciente com fissura labiopalatina: relato de caso. Anais, 2023.
BUENO, Patricia Martins et al. Cirurgia ortognática bimaxilar em indivíduo com fissura labiopalatina unilateral: relato de caso. Anais, 2023.
FREDERICO, Augustho Molina. Cirurgia Ortognática Em Pacientes Com Fissuras Labiopalatinas: Uma Revisão De Literatura. 2022. Tese de Doutorado. Faculdade São Leopoldo Mandic.
STRIPARI, Jéssica da Mota. Avaliação do preparo ortodôntico para cirurgia ortognática em pacientes com e sem fissura labiopalatina. 2023.
BITENCOURT, Guilherme; YAEDÚ, Renato Yassutaka Faria. Cirurgia ortognática bimaxilar em paciente com má oclusão de classe III com fissura labiopalatina. Anais da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, v. 37, 2021.
FERRAZ, Andressa Cavichiolo et al. Cirurgia ortognática com movimento de rotação horário em paciente com fissura labiopalatina. Anais, 2023.
GRINGO, Caroline de Paula Oliveira et al. Cirurgia ortognática em paciente com fissura labiopalatina: reabilitação estético funcional. Anais, 2022.
BITENCOURT, G.; YAEDÚ, Renato Yassutaka Faria. Cirurgia ortognática de avanço de maxila em paciente com má oclusão de classe III com fissura labiopalatina. Anais, 2021.
SEIXAS, Déborah Rocha. Efeito da cirurgia ortognática sobre a respiração em pacientes com fissura labiopalatina: 20 anos de experiência no HRAC-USP. 2022.
NASCIMENTO, Esther Belotti do et al. Cirurgia ortognática bimaxilar com redução vertical do mento em paciente com fissura labiopalatina: relato de caso. Anais, 2020.
