O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

THE ROLE OF NURSING IN THE PREVENTION OF CARDIOVASCULAR DISEASES IN PRIMARY CARE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202512181354


Abdoral Junior dos Santos Martins1
Adriano Filho Guimarães Martins2
Jennifer Ferreira Brito3
Heryson Huey Lisboa Moura4
Roberto dos Santos Lima5
Orientadora: Jamilly Karoliny da Silva Miranda6


Resumo 

Introdução: As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, exigindo estratégias eficazes de prevenção. A enfermagem, especialmente na atenção primária à saúde, é um dos pilares fundamentais para o enfrentamento desse cenário, atuando na promoção da saúde, rastreio precoce e educação da população. Objetivo: Identificar o papel da enfermagem na prevenção das doenças cardiovasculares. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica com abordagem qualitativa. O levantamento dos materiais para desenvolvimento da pesquisa foram retirados das seguintes plataformas, como BVS, LILACS, SciELO e PUBMED. Resultados: As pesquisas demonstram que a atuação do enfermeiro, aliada a programas de saúde pública tem impacto significativo na redução de fatores de risco e na prevenção das (DCV’s). Conclusão: O fortalecimento da atuação do enfermeiro, com apoio institucional e políticas públicas adequadas são indispensáveis para melhorar os indicadores de saúde cardiovascular da população, reduzindo assim os impactos negativos que a doença pode causar.

Palavras-chave: Doenças cardiovasculares. Enfermagem. Prevenção.

1. INTRODUÇÃO 

As doenças cardiovasculares (DCV’s) representam a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por aproximadamente 400 mil mortes anuais no país. Esse grupo de doenças são alterações que afetam as funções do coração, sendo considerado um problema de saúde pública. As mais recorrentes são a síndrome coronariana aguda, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial sistêmica (Oliveira et al., 2024). 

No cenário da atenção primária, a enfermagem desempenha papel central no rastreamento, orientação e acompanhamento de pacientes. Profissionais de enfermagem, por sua proximidade com a comunidade e por atuarem em diferentes níveis de atenção, têm potencial de promover mudanças comportamentais, reforçar a adesão ao tratamento e integrar protocolos de manejo clínico (Silva et al., 2020). 

Ao mesmo tempo, o fortalecimento das práticas de enfermagem no âmbito da atenção primária pode proporcionar maior equidade em saúde, beneficiando especialmente populações vulneráveis, muitas vezes com acesso restrito a consultas médicas especializadas (Oliveira et al., 2022). 

Nessa perspectiva, de capacitar e orientar profissionais de enfermagem, o Ministério da Saúde (2022) criou a Estratégia de Saúde Cardiovascular (ESC), um instrumento que tem como objetivo de focar na prevenção de fatores que levam ao surgimento das doenças cardiovasculares. 

Diante o exposto, a escolha do tema a ser estudado se justifica principalmente pelo impacto social que a doença causa na população, por isso torna-se relevante uma investigação na literatura para identificar todas as estratégias usadas por enfermeiros que irão contribuir para a prevenção das doenças que afetam o coração e trazem consigo sequelas e complicações muitas vezes irreversíveis ao paciente. A disseminação do conhecimento por meio da educação em saúde torna-se crucial para contribuir na redução das taxas de mortalidade evidenciadas por este fenômeno. 

O presente artigo tem como objetivo geral compreender o papel da enfermagem na prevenção das doenças cardiovasculares, identificando estratégias educativas, de rastreamento e de acompanhamento clínico que potencializem a redução dos fatores de risco e melhorem os desfechos em saúde. 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES 

As doenças cardiovasculares representam uma das principais causas de morbidades e mortalidade no mundo, afetando milhões de pessoas a cada ano, elas se definem como um conjunto de condições que envolvem o coração e os vasos sanguíneos. O aumento dessas doenças está diretamente relacionado ao envelhecimento da população, a adoção de hábitos de vida pouco saudáveis, como o sedentarismo e dieta inadequada, e a fatores genéticos que predispõem o indivíduo ao desenvolvimento dessas condições (Batalha et al.,2025). 

Os fatores de risco para doenças cardiovasculares modificáveis são responsáveis por 70% das mortes por doenças cardíacas, que incluem, dieta inadequada, obesidade, sedentarismo e tabagismo, representam fatores comportamentais de risco, enquanto fatores metabólicos incluem níveis de colesterol elevados, hipertensão arterial e diabetes, dietas ricas em carboidratos e frituras (Mota et al., 2023). 

A compreensão da história natural das doenças cardiovasculares e de suas manifestações clínicas é fundamental para orientar estratégias eficazes de diagnóstico e tratamento. Embora muitas vezes essas condições se manifestem de forma aguda, médicos experientes têm a capacidade de identificar pacientes em risco de complicações graves antes de sua ocorrência, permitindo a adoção de medidas preventivas e terapêuticas. Uma avaliação abrangente dos sintomas, que frequentemente resultam de isquemia miocárdica, disfunção contrátil ou relaxamento do miocárdio, obstrução do fluxo sanguíneo ou alterações no ritmo cardíaco, é crucial para uma abordagem eficaz na avaliação de pacientes com suspeita de doença cardiovascular (Bezerra et al., 2024). 

2.2 COMPLICAÇÕES DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES 

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma das complicações mais prevalentes e graves das doenças cardiovasculares, decorrente da interrupção súbita do fluxo coronariano e necrose miocárdica, destacam que a instabilidade da placa aterosclerótica e o trombo oclusivo são fatores centrais no processo fisiopatológico (Bizinotto et al.,2023). 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) também constitui uma das complicações sistêmicas mais relevantes das (DCV’s). Estudos recentes destacam que pacientes com doença coronariana, especialmente após IAM, possuem risco aumentado de isquemia cerebral por formação de trombos e arritmias, a fibrilação atrial, comum nos pós infarto, aumenta exponencialmente a probabilidade de embolia cerebral. Além disso, alterações hemodinâmicas, inflamação endotelial e disfunções vasculares subjacentes contribuem para o desenvolvimento do AVC, o desfecho apresenta elevada mortalidade e incapacitação, exigindo intervenções rápidas e reabilitação especializada (Sá et al., 2024). 

Essa interação cérebro-coração amplia a vulnerabilidade dos pacientes e aumenta o risco de morte súbita, além disso, indivíduos com insuficiência cardíaca prévia tendem a apresentar piores desfechos após o AVC, com maior mortalidade e maior reincidência de complicações (Fang et al., 2024). 

A morte súbita cardíaca configura outra complicação da Doença Cardiovascular, e está frequentemente relacionada a arritmias malignas, em especial taquicardia e fibrilação ventricular, evidenciam que pacientes com lesão miocárdica prévia, principalmente por IAM, possuem risco elevado desse desfecho de morte súbita cardíaca (Félix et al., 2024). 

A insuficiência renal aguda ou crônica subsequente a complicações cardíacas aumenta mortalidade, internações e deterioração funcional, descrevem que o prejuízo renal deve ser monitorizado continuamente em pacientes com insuficiência cardíaca, IAM hipertensão avançada, reforçando a necessidade de abordagem multidisciplinar (Mulatti et al.,2023). 

O aneurisma cerebral representa uma complicação potencialmente perigosa, em que ocorre uma dilatação enfraquecida de um vaso sanguíneo no cérebro. Este fenômeno pode ocorrer em qualquer parte do cérebro, mas os aneurismas intracranianos são frequentemente associados a pressões sanguíneas elevadas e à turbulência hemodinâmica, fenômenos que podem ser exacerbados em indivíduos com coarctação de aorta não tratada (Souza et al., 2023). 

Portanto, as complicações das (DCV’s) resultam da interação de múltiplos fatores fisiopatológicos, socioeconômicos e comportamentais. A atuação interdisciplinar e o fortalecimento da atenção primária à saúde são fundamentais para reduzir a incidência e a gravidade desses eventos. O avanço das pesquisas clínicas e o acesso equitativo aos cuidados cardiovasculares são pilares essenciais para enfrentar o crescente impacto dessas doenças na sociedade contemporânea (Martin et al., 2024). 

2.3 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES 

A enfermagem desde seus primórdios sempre teve foco na prevenção dos agravos da saúde, no que diz respeito a prevenção das doenças cardiovasculares, atua nos consultórios das UBS, na educação em saúde, promovendo o acesso dos pacientes as informações sobre a saúde do sistema cardiovascular (Estequi et al., 2021), 

Ainda nesse cenário, a enfermagem está inserida na Atenção Primária à Saúde, tem papel importante nas ações que visam a promoção de doenças, destacando-se no âmbito de atendimento e prevenção das doenças na comunidade (Oliveira, 2021). 

A educação em saúde é apontada como uma das principais ferramentas da enfermagem para a prevenção de doenças no coração. Os estudos destacam ações educativas realizadas em unidades básicas de saúde, escolas, grupos comunitários e domicílios, com foco em alimentação saudável, atividade física, controle do estresse e abandono de vícios como o tabagismo (Santos et al., 2020). 

Segundo Gomes (2021) a prevenção e assistência começam na consulta de enfermagem onde o enfermeiro irá fazer a anamnese e identificar os fatores de riscos para cada cliente, como predisposição genética, uso de álcool, cigarro, obesidade, sedentarismo, diabetes, dieta rica em sódio, fatores socioeconômicos, entre outros. 

A assistência realizada por esses profissionais inclui desde a aferição regular da pressão arterial e orientações sobre estilo de vida até a condução de grupos educativos, constituindo-se em uma estratégia essencial para reduzir os índices de hospitalização e mortalidade decorrentes de (DCV’s) (Gomes et al., 2021). 

Destaca-se também, que a atuação da enfermagem no acompanhamento de pacientes hipertensos, diabéticos e dislipidêmicos é essencial para garantir a continuidade do cuidado. Estudos apontam que a intervenção do enfermeiro favorece maior adesão aos medicamentos, melhora dos hábitos de vida e redução de hospitalizações (Pinheiro et al., 2022).  

Em contrapartida, nota-se que existem alguns desafios que interferem na assistência realizada por esses profissionais, como: limitação de recursos nas unidades de saúde, carga de trabalho excessiva, falta de atualização profissional, e principalmente baixa adesão da população às orientações recebidas. A incorporação de tecnologias como aplicativos de saúde e telemonitoramento é apontada como alternativa promissora para ampliar o alcance das ações da enfermagem (Vieira et al., 2023). 

3. METODOLOGIA  

Este estudo caracteriza-se como uma revisão de literatura com abordagem qualitativa. Como afirma Sonaglio et al., (2022), a revisão de literatura possibilita ao pesquisador sintetizar conhecimentos, identificar lacunas e ampliar a compreensão sobre determinado tema por meio da análise de estudos publicados. 

A busca pelos materiais foi realizada em bases de dados de acesso aberto, como: BVS, SciELO e LILACS, que disponibilizam ampla variedade de artigos relacionados à temática abordada. Para garantir a atualidade das informações, foram selecionados artigos científicos publicados entre os anos de 2019 e 2025. Delimitar o período de coleta é essencial para assegurar relevância científica e coerência entre o material analisado e os objetivos da pesquisa.  

Para a seleção dos estudos, foram utilizados descritores pertinentes ao objeto de pesquisa, combinados entre si para ampliar a precisão dos resultados, como: Doenças Cardiovasculares, Enfermagem e prevenção. A estratégia de combinação de descritores visa garantir amplitude e especificidade no processo de busca. 

Os critérios de inclusão definidos para esta pesquisa foram: artigos publicados em português, disponíveis na íntegra, que abordassem diretamente sobre o tema proposto. Foram incluídos estudos completos que apresentassem fundamentação teórica consistente e que contribuíssem para a compreensão do tema investigado. Como critérios de exclusão, foram eliminados da pesquisa trabalhos que não estavam de acordo com o tema e objetivo definido, assim como materiais fora do recorte temporal estabelecido.  

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

As doenças cardiovasculares representam uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo, conforme os dados apresentados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2022).  

O Ministério da Saúde (2023) enfatiza que a prevenção das (DCV’s) deve ocorrer de forma integral e contínua, envolvendo ações de promoção de hábitos saudáveis e controle de fatores de risco, como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes mellitus, tabagismo e sedentarismo. Nesse contexto, o enfermeiro atua na linha de frente das estratégias de prevenção primária e secundária, sendo responsável pela realização de consultas de enfermagem, estratificação de risco cardiovascular e encaminhamento adequado dos pacientes. 

Um dos principais desafios na prevenção de doenças cardiovasculares é a crescente prevalência de fatores de risco modificáveis, como tabagismo, dieta inadequada, falta de atividade física e estresse crônico. A urbanização e as mudanças nos estilos de vida contribuíram para o aumento desses fatores, exigindo estratégias eficazes para educar e motivar as pessoas a adotarem comportamentos saudáveis. A conscientização pública, programas de educação e iniciativas de promoção da saúde desempenham um papel fundamental na mudança de comportamentos prejudiciais (Tonh et al., 2023). 

Em consonância, pesquisas recentes confirmam que as doenças cardiovasculares mais prevalentes no Brasil permanecem associadas a fatores de risco modificáveis. Dessa forma, medidas de prevenção, diagnóstico precoce e adesão ao tratamento são fundamentais para reduzir a morbimortalidade associada a essas condições (Gonçalves et al., 2019). 

A elevada taxa de reincidência de eventos cardiovasculares, associada a hospitalizações repetidas, reabilitação prolongada e uso contínuo de medicamentos, contribui para custos crescentes ao sistema de saúde. Destacam que o investimento em políticas preventivas é mais eficiente e menos oneroso do que o tratamento das complicações estabelecidas, reforçando a necessidade de maior foco em ações educativas, controle de fatores de risco e ampliação do acesso à atenção primária (Brant et al., 2023). 

Nos estudos de Roth et al., (2020) apontam que a isquemia e infarto agudo do miocárdio (IAM) são doenças que contribuem para uma das maiores estatísticas de mortes sobre doenças cardiovasculares. Ressalta-se que a insuficiência cardíaca também constitui uma das principais causas de internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). Estudos apontam que, entre 2018 e 2023, essa condição esteve entre as maiores responsáveis por hospitalizações cardiovasculares, principalmente em pacientes idosos e com múltiplas comorbidades (Morais et al., 2024). 

As arritmias cardíacas, especialmente a fibrilação atrial, estão entre as decorrências  frequentes das (DCV’s) e são responsáveis por elevar o risco de eventos tromboembólicos, a fibrilação atrial pode levar à formação de trombos intracardíacos e, consequentemente, a acidentes vasculares isquêmicos, ampliando o impacto sistêmico da doença cardiovascular, as pesquisas mostram  que a detecção precoce e o controle adequado dessas arritmias são fundamentais para reduzir complicações nas doenças do coração (Pinto et al,2023). 

As doenças cardiovasculares envolvem complicações interligadas que ampliam sua gravidade clínica. Segundo Gonçalves et al., (2019), o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC) compartilham mecanismos aterotrombóticos, resultando em elevado risco de sequelas neurológicas e novos eventos isquêmicos. Diante desta realidade, Gomes, (2021) destaca que, após o infarto, o remodelamento miocárdico favorece arritmias graves e, em casos extremos, o choque cardiogênico, condição de alta mortalidade. 

Abreu et al., (2025) apontam que as complicações sistêmicas, como a doença renal crônica, decorrem da redução do débito cardíaco e da inflamação persistente, agravando o prognóstico e exigindo cuidados integrados. Assim, as complicações cardiovasculares de origem trombótica, inflamatória ou sistêmica estão interligadas, demandando estratégias preventivas e terapêuticas multidimensionais.  

Os agravamentos das (DCV’s) transcendem a dimensão fisiológica, pacientes acometidos por insuficiência cardíaca (IC), AVC ou infarto apresentam maior risco de desenvolver transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade. Estudos revelam que a depressão é associada ao pior prognóstico e maior risco de hospitalizações secundárias em indivíduos com doenças cardiovasculares, além disso, limitações funcionais decorrentes de AVC ou IC comprometem a autonomia, resultando em redução da produtividade e impacto econômico significativo para famílias e sistemas de saúde (Silva et al., 2024). 

Diante os resultados expostos, Oliveira (2021) destaca que a enfermagem, na atenção primária, é responsável por implementar práticas preventivas e de monitoramento contínuo, orientando os pacientes quanto à alimentação balanceada, prática de atividade física e adesão ao tratamento. A atuação educativa é uma das ferramentas mais eficazes para diminuir a morbimortalidade por (DCV’s), sobretudo quando associada à escuta ativa e ao acompanhamento individualizado. 

Gomes, Vasconcelos e Santos (2022) reforçam que a educação em saúde é uma das estratégias mais potentes da enfermagem, pois abrange a conscientização sobre o abandono de vícios como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de incentivar uma rotina de cuidados preventivos. Essa abordagem promove a autonomia do indivíduo e o empoderamento para escolhas saudáveis, reduzindo os principais fatores de risco cardiovasculares. 

Neste sentido, Pinheiro et al., (2022) ressalta a importância do enfermeiro no controle dos fatores de risco metabólicos, como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias. O acompanhamento regular desses pacientes, aliado à orientação sobre o uso correto de medicamentos e ao incentivo à adesão terapêutica, é essencial para evitar complicações cardiovasculares graves. O enfermeiro, portanto, atua como mediador entre o paciente e o sistema de saúde, garantindo a continuidade do cuidado. 

Seguindo esta mesma perspectiva, Gomes (2021) acrescenta que a prevenção em saúde realizada por enfermeiros na atenção básica é um pilar do Sistema Único de Saúde (SUS), pois possibilita ações de triagem, rastreamento e promoção da saúde coletiva. Essas práticas tornam a assistência mais eficiente e diminuem a sobrecarga dos níveis secundário e terciário de atenção. 

Entretanto, Vieira et al., (2023) apontam desafios significativos enfrentados pela enfermagem na prevenção das (DCV’s,) como a falta de recursos materiais, escassez de tecnologias, sobrecarga de trabalho e insuficiência de treinamentos específicos. Esses obstáculos comprometem a efetividade das ações preventivas e reforçam a necessidade de maior investimento em infraestrutura, capacitação e valorização da categoria. 

Por fim, pesquisas mostram que o uso de protocolos apoia a tomada de decisão dos enfermeiros no manejo de DCNT incluindo doenças cardiovasculares, além de permitir uma prática mais segura. O protocolo de mapeamento de DCNT fornece, aos enfermeiros, um processo sistemático de definição da doença, diagnóstico e tratamento em condições regulares e específicas, acompanhamento, desenvolvimento e implementação, encaminhamentos e critérios de revisão, orientação e educação do paciente, implementação e avaliação dos pacientes com DCNT (Draeger et al,2022). 

5. CONCLUSÃO 

O presente estudo evidenciou que o enfermeiro desempenha um papel fundamental na prevenção das doenças cardiovasculares, atuando de forma estratégica na promoção da saúde, na educação em hábitos de vida saudáveis, no rastreamento precoce de fatores de risco e no acompanhamento contínuo dos indivíduos acometidos pela doença. As pesquisas demonstram que as intervenções de enfermagem são determinantes para a redução da morbimortalidade cardiovascular, contribuindo significativamente para a qualidade de vida da população. 

Além disso, destacou-se a necessidade de capacitação permanente dos profissionais de enfermagem, visando à atualização frente às diretrizes clínicas e às novas tecnologias de cuidado, bem como o fortalecimento do trabalho multiprofissional e da atenção integral ao paciente, principalmente nas orientações aos fatores de risco modificáveis, para promover melhor qualidade de vida. 

Por fim, reforça-se a importância da implementação de políticas públicas que valorizem e ampliem a atuação preventiva do enfermeiro no contexto das doenças cardiovasculares, com vistas à promoção de um cuidado mais resolutivo, humanizado e eficiente. Novos estudos são recomendados para avaliar o impacto a longo prazo das práticas preventivas de enfermagem sobre os desfechos clínicos cardiovasculares, contribuindo para o avanço do conhecimento e a qualificação da assistência. 

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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNIPLAN Campus Bragança/Pa. e-mail: abdoralmartins778@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNIPLAN Campus Bragança/Pa. e-mail: filhoadriano345@gmail.com
3Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNIPLAN Campus Bragança/Pa. e-mail: britojennifer49@gmail.com
4Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNIPLAN Campus Bragança/Pa. e-mail: herysonlisboa2011@hotmail.com
5Discente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNIPLAN Campus Bragança/Pa. e-mail: rdbetolobato@gmail.com
6Docente do Curso Superior de Enfermagem do Instituto UNIPLAN Campus Bragança/Pa. e-mail: jamillymiranda854@gmail.com