O IMPACTO DA REVASCULARIZAÇÃO ENDOVASCULAR DE PACIENTES COM DOENÇA ARTERIAL  OBSTRUTIVA PERIFÉRICA EM EVENTOS CARDIOVASCULARES E CEREBROVASCULARES

THE IMPACT OF ENDOVASCULAR REVASCULARIZATION IN PATIENTS WITH PERIPHERAL ARTERIAL  DISEASE AT CARDIOVASCULAR AND CEREBROVASCULAR EVENTS  

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202512040545


Matheus Cardoso Amin1
Marcone Lima Sobreira2


Resumo: 

As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de mortalidade global, e a Doença  Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), uma condição crônica resultante da aterosclerose,  possui letalidade similar à Doença Arterial Coronariana (DAC). A DAOP é caracterizada pela  estenose ou oclusão progressiva de artérias, exceto as coronárias, e está fortemente  associada a fatores de risco como tabagismo, Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão  arterial sistêmica (HAS) e dislipidemia. O tratamento inicial inclui mudança no estilo de vida e  controle de doenças crônicas, sendo a revascularização endovascular ou cirúrgica reservada  para casos graves (Rutherford 3 a 6). Este estudo objetivou correlacionar a DAOP e seu  tratamento por revascularização endovascular (stent, balão ou endoprótese) com a  incidência de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares subsequentes (MACE e MALE).  Foi realizado um estudo retrospectivo e transversal com 714 pacientes submetidos a  angioplastia entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019, com dados coletados a partir de  prontuários eletrônicos do HCFMB. Os resultados revelaram uma alta incidência de  desfechos adversos, sendo a amputação menor a mais frequente (30,11%), seguida por  óbito (20,73%) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) (10,51%). A região femoropoplítea foi a  mais afetada (29,41%). Conclui-se que a revascularização endovascular está correlacionada  com desfechos MACE e MALE, e a correlação entre DAOP e IAM apresenta a menor sobrevida e o pior prognóstico entre os desfechos MACE. A gravidade pré-existente e as  condições sistêmicas associadas à DAOP podem estar ligadas ao óbito de curto prazo.  

Palavras-chave: Doença Arterial Obstrutiva Periférica. Revascularização Endovascular.  Eventos Cardiovasculares. Mortalidade. 

1. Introdução 

As doenças cardiovasculares (DCV) ocupam as primeiras posições de causa de  mortalidade no Brasil e no mundo. Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade  (SIM), o número de óbitos de Brasileiros, em 2017, por esse aglutinado de doenças  atingiu um patamar de 358.882 mortes. O que representa 41,13%, do número total de  mortes no Brasil.¹  

Tendo isso em vista, dentro desse grupo de enfermidades, a doença que apresenta  maior notoriedade e prevalência na população é a Doença Arterial Coronariana ( DAC),  que possuí uma vasta literatura colocando-a como evento norteador para desfechos de  eventos adversos cerebrovasculares e cardiovasculares. Entretanto, observa-se na  comunidade uma outra doença que possuí uma letalidade similar a DAC e muitas vezes  adjacente a ela, mas que passa desapercebida pela maioria dos agentes de saúde, que  é a Doença Arterial Obstrutiva Periférica ( DAOP).² 

A Doença Arterial Obstrutiva Periférica, ou Doença Arterial Periférica, é uma doença  crônica decorrente de um processo evolutivo das lesões de aterosclerose. Que é  caracterizada como uma condição crônica responsável pela lenta formação de placas  ateromatosas, por acúmulo de lipídios e material fibroso, na camada íntima das artérias,  de maneira sistêmica. Vários fatores contribuem para a patogênese da aterosclerose,  tais como, a disfunção endotelial, a atividade plaquetária aumentada, dislipidemia, fatores  inflamatórios e imunológicos. A DAOP se configura por estenose ou oclusão progressiva  de artérias de modo geral, com exceção das artérias coronárias, podendo se estender  de artérias calibrosas proximais, como a porção terminal da aorta abdominal, até artérias  de pequeno porte de membros inferiores  (MMII), e, mais raramente, membros superiores. Alguns autores categorizam a DAOP de  acordo com seu comprometimento anatômico (artoíliacos, femoropoplíteos e  infrapopliteos), o que parece ter impacto prognóstico diferente dependendo de sua  localização em: Proximal, em região aortoíliaca, ou distal, em região infrainguinal  (femoropoplítea e infrapoplitea). Sendo que, aqueles pacientes com DAOP proximal  possuem um pior prognóstico do que aqueles com a DAOP distal. Pacientes com  Diabetes ou doença renal terminal apresentam, geralmente, doença mais distal.³  

 A DAOP está associada ao tabagismo, Diabetes mellitus (Hemoglobina Glicada >  7%), hipertensão arterial sistêmica (PA > 140/90 mmHg, ou em caso de diabéticos e  Nefropatas PA > 130/80 mmHg) e dislipidemia (LDL > 100mg/dL), sendo esses, fatores  de risco conhecidos para eventos adversos cerebrovasculares e cardiovasculares,  como Angina, Infarto agudo do miocárdio (IAM), Ataque isquêmico Transitório (AIT), e  Acidente vascular encefálico (AVE), amputação do membro e óbito. Sendo que, esses  valores foram retirados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (  SBEM ). 

Os pacientes acometidos pela DAOP apresentam, como consequência da doença,  redução da área do músculo esquelético da panturrilha e aumento da infiltração de  gordura neste mesmo músculo, além de fibrose. Além disso, pequenos ensaios clínicos  apresentaram correlação entre a DAOP e sarcopenia, a qual é caracterizada pela perda  muscular progressiva, concomitante a perda da força muscular, muito associada ao  envelhecimento e à imobilidade. ⁴  

As manifestações clínicas da DAOP, sejam elas claudicação, dor em repouso,  ulceração ou necrose, são diretamente proporcionais ao estreitamento luminal  progressivo. A doença oclusiva aterosclerótica pode estar presenta na ausência de  sintomas e é estimado que exista uma proporção de um paciente sintomático para três  assintomáticos. Embora os assintomáticos não relatem desconforto na perna, quando  realizado esforço, as funções fisiológicas do membro já podem ser prejudicadas em  comparação aqueles indivíduos sem DAOP. ⁴  

O tratamento inicial dessa doença se baseia na indicação de mudança estilo de vida  (hábitos alimentares, cessamento do tabagismo, redução do sedentarismo) e controle de  possíveis doenças crônicas, sendo o tratamento cirúrgico indicado em situações de maior gravidade, como claudicação limitante, dor em repouso e lesões tróficas (Classificação  de Rutherford 3 a 6). Isso com o intuito de prevenir a amputação do membro. ⁵  

Atualmente, quando se fala sobre DAOP, tem-se o tratamento que engloba uma  terapia que está relacionado com mudanças no estilo de vida, utilização de  medicamentos antiplaquetários, cardioprotetores, e para casos de descompensação da  doença ou falha do tratamento medicamentoso, usa-se revascularização endovascular  e/ou cirúrgica. ⁶ Apesar de existir o tratamento para tal doença, a DAOP é subdiagnosticada e, consequentemente subtratada,principalmente os pacientes que não  possuam uma DAC associada, mesmo existindo estudos que demonstraram um igual ou  maior risco de morbidade e mortalidade de pacientes com DAOP se comparado com  pacientes com DAC. ⁷  

Outro estudo indicou que mesmo havendo uma melhora na utilização de medicamentos de  prevenção secundária em pacientes com DAOP, ainda assim, estes, quando comparado  aos que foram diagnosticados com DAC, possuem uma menor  probabilidade de receberem um tratamento de terapia antiplaquetária, estatinas ou com  inibidores da enzima de conversão de angiotensina (ECA). Em conjunto a esses fatos,  poucos estudos analisaram o potencial preditor da DAOP sobre eventos  cerebrovasculares e cardiovasculares.²  

Embora exista uma vasta literatura correlacionando a DAC e a DCV com desfechos  de morbimortalidade, a correlação entre a revascularização endovascular na DAOP e  eventos cardiovasculares, cerebrovasculares ou, até mesmo, mortalidade são escassas,  justificando, desta forma, sua investigação e a realização desta pesquisa.  

2. Resumo do Plano Inicial 

O objetivo deste projeto de pesquisa é a correlação entre a DAOP e seu  consequente tratamento cirúrgico, a revascularização endovascular por stent, balão ou  endoprótese, e subsequentes problemas de saúde vascular possivelmente  apresentados pelos pacientes submetidos à cirurgia nos anos de 2017, 2018 e 2019. Desta forma, as doenças crônicas do paciente e a condição da saúde renal dos pacientes  relacionam-se intimamente com a quantidade e a gravidade  dos desfechos, assim como com a necessidade de reintervenções  cirúrgicas. Assim, a coleta detalhada de dados epidemiológicos é de extrema  importância para a pesquisa. Diante disso, o projeto foi desenhado para considerar  todos  os pacientes que foram submetidos a angioplastia, seja ela por stent, balão ou  endoprótese, entre 01/2017 e 12/2019, desde que estes pacientes tenham  todos os dados devidamente documentados em seus prontuários, desde os  dados demográficos até as descrições cirúrgicas. O estudo é classificado como uma  análise retrospectiva e transversal.  

3. Resumo das Etapas Realizadas 

A descrição das etapas realizadas é referente ao período de Maio de 2022 a Maio de  2024.  

3.1. Busca de pacientes no registro no Laboratório da Vascular  

O projeto iniciou-se com a compilação dos dados presentes em arquivos manuscritos  no laboratório do serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas da Faculdade de  Medicina de Botucatu de todos os pacientes submetidos a procedimento cirúrgico de  angioplastia entre Janeiro de 2017 a abril de 2024. 

Foram encontrados n= 595 pacientes dentro destes parâmetros. Desta forma, foi  feito o registro dos números de prontuários, nomes e datas de intervenção cirúrgica  destes pacientes.  

3.2. Inclusão e Coleta de dados de pacientes submetidos à  revascularização por angioplastia 

A segunda etapa foi a busca, destes pacientes compilados, no  sistema de prontuário  eletrônico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB).  

Foram checados e coletados dados de 704 pacientes, ou seja, 84,4% do total, os  quais possuíam dados devidamente registrados em seus prontuários, desde dados  epidemiológicos, até registros de cirurgias de angioplastia e presença ou não de  desfechos avaliados pelo estudo. Os dados foram coletados por meio de um formulário  na plataforma Formulários Google e compilados em uma planilha de Excel.  

3.3. Aplicação dos critérios de exclusão 

Com o andamento do estudo, considerou-se como novo critério de exclusão: a falta  de informações no prontuário como procedimento realizado, antecedentes pessoais,  sintomas e desfechos. 109 pacientes foram excluídos por não possuírem dados no  prontuário suficientes para análise do estudo, tais como área afetada pela DAOP.  

4.0 Coleta de dados clínicos e epidemiológicos: 

A coleta de dados clínicos e epidemiológicos foi realizada por meio  da análise detalhada dos prontuários médicos eletrônicos do  Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB).  As informações coletadas incluíram variáveis como sexo, etnia, idade,  presença de insuficiência renal crônica, tabagismo, diabetes mellitus tipo  2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia e obesidade,  além de tratamentos utilizados.  

Tabela 1 – Dados Clínico e Epidemiológicos. 

Variável Categoria Frequência Porcentagem (%) 
Sexo Feminino 316 44,27% 
 Masculino 398 55,73% 
Etnia Branca 514 72,02% 
 Parda 136 19,06% 
 Preta 39 5,47% 
Insuficiência renal  crônica (IRC)? Sim 162 22,69% 
 Não 552 77,31% 
Tabagista Sim 367 51,40% 
 Não 347 48,60% 
Obesidade Sim 125 17,51% 
 Não 589 82,49% 
DM2 Sim 482 67,51% 
 Não 232 32,49% 
Hipertensão arterial  sistêmica Sim 536 75,07% 
 Não 178 24,93% 
Dislipidemia Sim 325 45,52% 
 Não 389 54,48% 

5.0 Resultados Obtidos:  

Os dados cirúrgicos e os desfechos clínicos analisados no período de 2017 a 2024  foram avaliados para 714 pacientes que passaram por procedimentos de  revascularização endovascular. A seguir, apresentamos a distribuição das áreas  afetadas pela doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e os desfechos clínicos  relacionados a esses pacientes.  

Tabela 2 – Dados Cirúrgicos e porcentagem de desfechos  

Área afetada Frequência Porcentagem (%) 
Aorto-ilíaca 122 17,09% 
Femoro-poplítea 210 29,41% 
Infra-poplítea 182 25,49% 
Femoro-poplítea + Aorto ilíaca 21 2,94% 
Infra-poplítea +  Femoropoplítea 179 25,07% 

Os dados mostram que a região femoro-poplítea foi a mais acometida (29,41%),  seguida das combinações infra-poplítea com femoro-poplítea (25,07%) e a infrapoplítea  isolada  (25,49%). A região aorto-ilíaca correspondeu a 17,09% dos casos.    

Quanto aos desfechos clínicos, foi observada uma alta incidência de eventos  cardiovasculares maiores (MACE) e menores (MALE) entre os pacientes tratados. 

Tabela 3 – Primeiro desfecho após primeira angioplastia  

Desfecho maior (MACE) Frequência Porcentagem (%) 
Acidente Vascular Cerebral  (AVC) 19 2,66% 
Infarto Agudo do Miocárdio  (IAM) 75 10,51% 
Óbito 148 20,73% 
Desfecho menor (MALE) Frequência Porcentagem (%) 
Amputação maior 65 9,10% 
Amputação menor 215 30,11% 
Obstrução/estenose 114 15,96% 

Os resultados indicam que 10,51% dos pacientes evoluíram para infarto agudo do  miocárdio (IAM) e 2,66% sofreram acidente vascular cerebral (AVC). A mortalidade foi  significativa, com 20,73% de óbitos após a angioplastia. Em relação aos desfechos  menores, a amputação menor foi o mais comum, afetando 30,11% dos pacientes.  

6. Discussão dos Resultados Obtidos: 

Os resultados observados confirmam a gravidade da DAOP, especialmente em  pacientes com fatores de risco como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e  tabagismo. A análise dos 714 pacientes submetidos a revascularização endovascular  revelou uma elevada incidência de complicações, incluindo amputações, infarto do  miocárdio e óbito.  

As amputações menores (30,11%) foram o desfecho mais prevalente, destacando o impacto  funcional severo da doença. Além disso, eventos cardiovasculares maiores, como infarto  agudo do miocárdio (10,51%) e acidente vascular cerebral (2,66%), também representaram  uma proporção importante dos desfechos adversos.  

Tabela 4 – Mortalidade por desfechos clínicos  

Desfecho Frequência Mortalidade (%) 
Amputação menor 215 30,11% 
Infarto Agudo do Miocárdio  (IAM) 75 10,51% 
Óbito 148 20,73% 

A alta taxa de mortalidade observada (20,73%) é consistente com a gravidade dos casos  avaliados. Os pacientes com infarto agudo do miocárdio apresentaram um prognóstico  desfavorável, sendo responsáveis por uma parte significativa dos óbitos. Além disso, a  amputação, particularmente a amputação menor, foi o desfecho mais frequente, refletindo  o curso debilitante da DAOP.  

5.1 Análise gráfica e associações com óbito  

Abaixo está o gráfico representando o tempo (em dias) entre a primeira intervenção e o óbito  para os pacientes que vieram a falecer após a intervenção: 

Óbito precoce: Uma parte significativa dos pacientes faleceu em um curto intervalo de tempo  após a primeira intervenção, com alguns casos ocorrendo em menos de 10 dias. Esses  óbitos podem estar associados a uma condição clínica já severamente debilitada no momento da intervenção, como a presença de múltiplas comorbidades (diabetes,  hipertensão, insuficiência renal crônica, etc.).  

Ainda, óbito tardio: Pacientes que sobreviveram por um período prolongado (acima de  1000 dias) após a primeira intervenção sugerem que o procedimento pode ter sido eficaz  em retardar o avanço da doença por um tempo, mas, eventualmente, outros fatores  cardiovasculares ou a progressão da DAOP podem ter levado ao óbito.  

8. Conclusão:  

Os achados sugerem que, embora a revascularização endovascular tenha sucesso em  melhorar a sobrevida de alguns pacientes, um grupo expressivo de pacientes ainda vem  a óbito em curto prazo. Isso pode estar relacionado à gravidade do quadro préexistente  e às condições sistêmicas associadas à DAOP. A monitorização contínua e o controle  agressivo dos fatores de risco cardiovasculares podem ser essenciais para prolongar a  vida dos pacientes submetidos a essas intervenções. 

A DAOP e suas respectivas intervenções terapeuticas demonstraram uma correlação  significativa com desfechos MACE e MALE, dentro dos meses de observação. Além  disso, é possível concluir que a correlação entre DAOP e Infarto Agudo do Miocárdio é a  que possui menor sobrevida e pior prognóstico entre os desfechos MACE da Doença  Arterial Obstrutiva Periférica.  

Além disso, fortaleceu a caracteristica de paciente crítico do paciente com DAOP,  mesmo que sem outras doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares, por sua  evolução natural de obstrução, que leva à necessidade de amputação, tender para o  óbito como segundo desfecho.  

9. Adequações do projeto 

Entre as alterações que foram julgadas necessárias ao andamento do projeto, consta  à adição de um novo critério de exclusão, acima mencionado, que exclui os pacientes  cujo prontuário contém informações insuficientes para a análise do mesmo. Isso se deve  ao fato de análises sem uma quantidade razoável de informações representarem um  desvio do objetivo assertivo do estudo, colocando em xeque a qualidade dos resultados.  Assim, Podemos concluir que 109 pacientes foram excluídos por terem dados repetidos  no banco de dados do serviço de Cirurgia Vascular do HCFMB-UNESP.  

10. Dificuldades encontradas 

Entre as dificuldades encontradas, tem destaque o acesso ao prontuário eletrônico  dos pacientes, a falta de informações dentro dos mesmos e a baixa velocidade do  sistema MV, sistema o qual constam todos os prontuários. Falando sobre a primeira  dificuldade citada, a obtenção de dados clínicos depende da análise de evoluções médicas que foram realizadas no sistema MV à ocasião da admissão e internação dos  pacientes, a qual se mostra muito heterogênea quanto à qualidade das informações.  Esse fato exige uma leitura pormenorizada de diferentes evoluções ao longo do  seguimento do paciente no serviço para a obtenção de dados clínicos confiáveis. A  complexidade do sistema MV por si só já é um desafio, porém o lento processamento  do mesmo nos computadores ofertados diminuiu a velocidade de acesso às  informações para realização da pesquisa, aumentando, assim, o número de horas  dedicadas à coleta de dados.  

Os pacientes que possuíam mais de uma angioplastia no período correspondente ao  estudo (entre 2017 e 2024) e, por conta disso, geraram uma supervalorização da  quantidade de dados disponíveis para a pesquisa foi um problema no que se diz aos  resultados obtidos, além do excessivo trabalho em, após coletados, serem excluídos  para que a avaliação estatística não fosse prejudicada.  

11. Bibliografia 

1. MALTA, D. C. et al. Mortalidade por Doenças Cardiovasculares  Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade e as Estimativas do Estudo  Carga Global de Doenças no Brasil, 2000-2017. Arquivos Brasileiros de  Cardiologia, p. 152–160, 2020.  

2. CHEN, D. C. et al. Long-Term Comparative Outcomes of Patients  With  Peripheral Artery Disease With and Without Concomitant Coronary Artery Disease.  American Journal of Cardiology, v. 119, n. 8, p. 1146–1152, 2017. 

3. ABOYANS, V. et al. The General Prognosis of Patients With  Peripheral Arterial Disease Differs According to the Disease Localization.  Journal of the American College of Cardiology, v. 55, n. 9, p. 898–903, 2010.  

4. Overview of lower extremity peripheral artery disease. . [s.l: s.n.].  Disponível em:<https://www.uptodate.com/contents/overview-of lowerextremity- peripheral artery disease/print?source=history_widgetwww.uptodate.com>.  

5. DURAZZO, A. E. DE S. et al. Doença   arterial obstrutiva periférica: que atenção temos dispensado à abordagem clínica  dos pacientes?  Jornal Vascular Brasileiro, v. 4, n. 3, p. 255–264, 2005.  

6. NORGREN, L. et al. Inter-Society Consensus for   the  Management of Peripheral Arterial Disease (TASC II). Journal of Vascular Surgery, v.  45, n. 1 SUPPL., p. 5–67, 2007.  

7. PEREG, D. et al. Comparison of mortality in patients with coronary or peripheral artery disease following the first vascular intervention.  Coronary Artery Disease, v. 25, n. 1, p. 79–82, 2014.


1Graduando em Medicina. Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP
2Professor Associado da Disciplina de Cirurgia Vascular e Endovascular. Departamento de Cirurgia e Ortopedia. Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP (Orientador).