INTEGRAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS (EDO) E (EDP) COM AS METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DO CÁLCULO COM APLICAÇÕES AS ENGENHARIAS E FÍSICA DOS MATERIAIS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505151938


Cícero José da Silva
Willames de Albuquerque Soares
Sérgio Mário Lins Galdino
Jornandes Dias da Silva
Juan Carlos Oliveira de Medeiros


Resumo

Este artigo explora a integração das equações diferenciais (EDO) e (EDP) com as metodologias ativas no ensino do Cálculo e suas aplicações práticas as engenharias e física dos materiais, focados em projetos, exemplos práticos em uma viga sobrecarga distribuída ( EDO de segunda ordem),decaimento radioativo (EDO de primeira ordem) e para finalizar um problema de onda (EDP clássica) buscando propor desafios e questionamentos usando recursos computacionais, simular, valores diferentes para c ( velocidade da onda) e ver o que ocorre graficamente, considerar funções iniciais diferentes com forma triangular, quadrado, delimitar uma fronteira maior tudo `a luz das simulações.

Palavras-chave: Equações Diferenciais Ordinárias, Equações Diferenciais Parciais, Metodologias Ativas, Ensino de Cálculo, Simulações Computacionais, Engenharia, Física dos Materiais.

1. Introdução

O ensino de equações diferenciais ordinárias (EDOs) ´e um pilar fundamental no currículo de cálculo para as engenharias e ciências. A resolução dessas equações permite modelar uma grande variedade de fenômenos físicos e de engenharia, como a deflexão de vigas, o decaimento radioativo e a propagação de ondas. Embora a aprendizagem das EDOs seja essencial, ela pode ser desafiadora para os estudantes. Neste contexto, metodologias ativas de ensino oferecem uma abordagem inovadora que pode melhorar a compreensão, engajamento e aplicação prática dos conceitos.

As metodologias ativas, como a sala de aula invertida, aprendizagem baseada em problemas (PBL) e o uso de tecnologias de simulação e visualização, têm sido cada vez mais adotadas em diversas disciplinas. No caso das EDOs, essas abordagens podem ser usadas para tornar o aprendizado mais dinâmico, permitindo aos alunos explorar problemas reais de engenharia e física de maneira interativa. Este artigo visa integrar as EDOs com metodologias ativas, utilizando dois exemplos: o problema de deflexão de uma viga (engenharia) e o problema de decaimento radioativo (física). integrar as EDP com metodologias ativas, utilizando exemplo da equação de onda, poderia ser o mesmo modelo da modelagem matemática para transmissão de calor.

2. Deflexão de uma Viga Sob Carga Uniforme: EDO de Segunda Ordem

Consideremos uma viga de apoio simples, com comprimento L = 5m, sujeita a uma carga distribuída uniforme q(x) = 100N/m. O objetivo ´e calcular a deflexão máxima da viga, utilizando a equação diferencial que descreve o comportamento da viga sob carga.

A equação que descreve a deflexão de uma viga submetida a uma carga distribuída uniforme é dada por:

onde y(x) é a deflexão da viga, E é o módulo de elasticidade e I é o momento de inércia da viga. Para uma carga distribuída uniforme q(x) = 100N/m, a equação diferencial se torna:

Esta equação pode ser resolvida considerando as condições de contorno y(0) = 0 e y(L) = 0, que representam as condições de apoio simples na viga. A solução geral para a deflexão da viga é dada por:

Agora, substituindo os valores de L = 5m, E = 2 × 1011 N/m2, I = 1.2 × 10−6 m4, e q = 100N/m, podemos calcular a deflexão máxima ymáxima da viga. Esse processo pode ser visualizado e simulado com softwares como MATLAB, Wolfram Mathematica ou Python, proporcionando uma abordagem prática e visual para o entendimento das soluções de EDOs. [darkgreen] 1000*exp(-ln(2)*x);

3. Introdução

Neste documento, será apresentada a deflexão de uma viga de apoio simples submetida a uma carga distribuída constante ao longo de seu comprimento.

4. Problema

Uma viga de apoio simples com comprimento L = 5m, módulo de elasticidade E = 2×1011 N/m2, momento de inércia I = 1.2×10−6 m4 e carga distribuída q(x) = 100N/m será analisada. A deflexão máxima ocorre no centro da viga, e o gráfico da deflexão ao longo do comprimento da viga será calculado.

5. Equação da Deflexão

A deflexão y(x) ao longo da viga é dada pela seguinte equação:

onde x é a posição ao longo da viga.

6 Gráfico da Deflexão

O gráfico a seguir mostra a deflexão da viga ao longo de seu comprimento L = 5m.

7. Decaimento Radioativo: EDO de Primeira Ordem

O decaimento radioativo é descrito por uma equação diferencial de primeira ordem:

onde N(t) é a quantidade de material radioativo no tempo t e λ é a constante de decaimento. A solução dessa equação é dada por:

onde N0 é a quantidade inicial de material radioativo. Se tomarmos N0 = 1000g e λ = 0.1ano−1, a quantidade de material radioativo após 5 anos será:

Simulação Gráfica do Decaimento Radioativo com Meia vida = 1

A equação diferencial que rege o decaimento radioativo é:

Para este caso, utilizamos:

  • N0 = 1000
  • λ = ln(2) ≈ 0,693, o que implica meia-vida igual a 1
  • t ∈ [0,10]

Tempo t

Figura 2: Gráfico do decaimento radioativo com meia-vida igual a 1 unidade de tempo.

Simulação Gráfica do Decaimento Radioativo

A equação diferencial do decaimento radioativo é dada por:

Onde:

  • N0 = 1000 (número inicial de partículas),
  • λ = 0,2 (constante de decaimento),
  • t em segundos.

Este problema pode ser abordado em sala de aula de forma interativa, com os alunos utilizando ferramentas de simulação para analisar como diferentes valores de λ afetam o tempo de vida do material radioativo.

Tempo t (s)

Figura 3: Simulação do decaimento radioativo ao longo do tempo.

8. Integração das EDOs com Metodologias Ativas

A integração das EDOs com metodologias ativas permite que os alunos se envolvam de maneira prática com os conceitos, aplicando-os a problemas reais. Algumas abordagens incluem:

  • Sala de Aula Invertida: Os alunos estudam os conceitos teóricos e matemáticos por meio de vídeos e materiais de leitura antes da aula. Durante a aula, eles resolvem problemas práticos como o de deflexão de vigas e decaimento radioativo com a orientação do professor.
  • Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL): Os alunos recebem um problema prático, como a modelagem de uma viga sob carga ou o estudo de decaimento radioativo, e devem utilizar EDOs para encontrar uma solução. O professor atua como facilitador, ajudando os alunos a desenvolver suas habilidades de resolução de problemas.
  • Simulações Computacionais: Softwares como MATLAB, Python (com bibliotecas como NumPy e SciPy) e Wolfram Mathematica podem ser usados para simular a solução das EDOs. Isso permite que os alunos visualizem as soluções e experimentem com diferentes condições iniciais e parâmetros.

Estas abordagens, quando combinadas, não só ajudam os alunos a compreenderem a teoria das EDOs, mas também os capacitam a aplicar esses conhecimentos em situações reais, como o projeto de vigas em engenharia ou o estudo de materiais radioativos em física.

9. Conclusão

A integração das EDOs com metodologias ativas representa uma oportunidade de inovar o ensino de cálculo, tornando-o mais relevante e engajador para os alunos. Através de exemplos práticos de engenharia e física, como a deflexão de vigas e o decaimento radioativo, os alunos podem aplicar as EDOs em contextos reais, desenvolvendo habilidades essenciais para sua formação. As metodologias ativas, como a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada em problemas e as simulações computacionais, são ferramentas poderosas para promover uma aprendizagem mais profunda e duradoura.

[12pt]article amsmath, amssymb pgfplots tikz geometry caption lipsum margin=2.5cm Metodologias Ativas e Resolução da Equação da Onda

1. Introdução

Neste estudo, combinamos a resolução matemática da Equação da Onda com a aplicação de metodologias ativas de ensino. O objetivo é promover um ambiente de aprendizagem mais participativo, onde os alunos possam compreender conceitos abstratos por meio da simulação computacional e de práticas investigativas.

2. Equação da Onda: Formulação e Resolução

A equação da onda unidimensional é dada por:

com condições de contorno:

u(0,t) = 0, u(L,t) = 0

e condição inicial:

2.1 Separação de Variáveis

Assumimos uma solução do tipo u(x,t) = X(x)T(t), e obtemos as equações:

X′′(x) + λX(x) = 0, T ′′(t) + c2λT(t) = 0

X(0) = X(L) = 0

2.2 Solução Geral

Com

temos:

3. Simulação Gráfica

4. Metodologias Ativas no Ensino de EDPs

4.1 Sala de Aula Invertida

Antes da aula presencial, os alunos assistem a vídeos com a resolução da equação da onda, exploram a teoria por meio de simuladores online, e leem um resumo interativo em PDF com perguntas guias. A aula ´e dedicada a` resolução de problemas práticos em grupo, com foco em interpretação física das soluções.

Soluções da equação da onda para diferentes tempos

Figura 4: Solução da equação da onda para L = 10 e c = 1 com condição inicial f(x) =

4.2 Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)

Os estudantes desenvolvem projetos em duplas para simular o comportamento de uma corda em diferentes condições:

Alterando o valor de c (velocidade da onda)

Considerando outras funções iniciais, como uma forma triangular ou gaussiana

Estudando a propagação com fronteiras livres ou parcialmente fixas

4.3 Ensino por Investigação

Os alunos são desafiados a responder perguntas como:

Como o valor de c influencia a frequência da onda? E possível ter uma solução estacionária?´

O que acontece se f(x) for uma combinação de senos?

Eles testam hipóteses e verificam as respostas com simulações gráficas, promovendo aprendizado investigativo e reflexivo.

5. Considerações Finais

Ao combinar a modelagem matemática rigorosa com metodologias ativas, favorecemos a compreensão profunda de EDPs. O uso de gráficos, simulações e perguntas abertas aproxima a matemática da realidade e prepara os alunos para aplicações práticas e interdisciplinares.

1. Enunciado da Equação da Onda

Consideramos a equação da onda unidimensional:

com as seguintes condições de contorno e iniciais:

2. Método de Separação de Variáveis

Assumimos uma solução do tipo:

u(x,t) = X(x)T(t)

Substituindo na equação original:

X(x)T ′′(t) = c2X′′(x)T(t)

Dividindo ambos os lados por c2X(x)T(t), obtemos:

A igualdade a uma constante negativa −λ nos permite separar as variáveis.

3. Solução da Equação Espacial

A equação para X(x) se torna:

X′′(x) + λX(x) = 0, X(0) = X(L) = 0

As soluções são senoidais:

4. Solução da Equação Temporal

A equação para T(t) é:

T ′′(t) + c2λnT(t) = 0

Substituindo λn:

Solução geral:

5. Solução Geral da EDP

Somando os modos:

6. Aplicação das Condições Iniciais

Dada a condição inicial u(x,0) = f(x), temos:

Ou seja, os coeficientes An são obtidos por projeção de Fourier:

Da condição ∂u∂t (x,0) = 0, obtemos:

7. Exemplo:

Nesse caso, apenas o termo n = 1 é diferente de zero:

A1 = 1, An = 0 para n ≥ 2

Logo:

8. Interpretação Física

Essa solução representa a vibração de uma corda presa nas extremidades, onde a forma inicial é um arco de seno, e a oscilação ocorre com frequência fundamental. A amplitude varia no tempo com um fator cossenoidal. pgfplots

9. Simulações Gráficas com Diferentes Valores de c

Para observar o efeito da velocidade da onda c na solução da EDP, apresentamos abaixo três gráficos para diferentes valores de c, fixando L = 10 e observando a solução para diferentes instantes de tempo.

9.1 Simulação com c = 0.5

Figura 5: Evolução da solução com c = 0.5

9.2 Simulação com c = 1.0

Figura 6: Evolução da solução com c = 1.0

9.3 Simulação com c = 2.0

Figura 7: Evolução da solução com c = 2.0

Referências

  1. SciELO Brasil. Análise do potencial microbiano de uma biopilha na biorremediação de solos contaminados por hidrocarbonetos. Disponível em: https://www.scielo.br/j/esa/a/yycGJ6XbhTLXbtdsfK9Tvgx/.
  2. ALVES, R. I. S. et al. Avaliação de metais em águas superficiais em Ribeirão Preto, SP. Ambi-Agua, 2022.
  3. ANDRIANANTOANDRO, E. et al. Synthetic biology: engineering living systems. Nature Reviews Genetics, v. 7, p. 336–351, 2024.
  4. WAY, J. C. et al. Integrating biological redesign: where synthetic biology came from and where it needs to go. Cell, v. 157, n. 1, p. 151–161, 2024.
  5. GIBSON, D. G. et al. Creation of a bacterial cell controlled by a chemically synthesized genome. Science, v. 329, n. 5987, p. 52–56, 2020.
  6. CHANDRAN, D. et al. Design and implementation of a prototype biosynthetic pathway in Escherichia coli. Nature Protocols, v. 4, n. 12, p. 1685–1701, 2019.
  7. BRENNER, K.; YOU, L.; ARNDT, K. Toward a biosynthetic economy: integrating engineered microbes into the manufacturing process. Trends in Biotechnology, v. 26, n. 9, p. 483–489, 2008.
  8. NIELSEN, J.; KEASLING, J. D. Engineering cellular metabolism. Cell, v. 164, n. 6, p. 1185–1197, 2018.
  9. RAI, A.; PANDEY, N. Bioremediation of oil spills using synthetic biology approaches: recent advances and future prospects. Biotechnology Advances, v. 53, 2021.
  10. MODERN MEADOW. Biofabricated Materials. Disponível em: https://www. modernmeadow.com. Acesso em: abr. 2025.
  11. BIOSPHERE PLASTIC. Using synthetic biology to create biodegradable plastics. Journal of Industrial Biotechnology, v. 42, n. 3, p. 145–158, 2022.
  12. YADAV, V. G. et al. The future of industrial biomanufacturing with synthetic biology. Current Opinion in Biotechnology, v. 23, n. 6, p.

Universidade de Pernambuco (UPE)
cjs@poli.br
was@poli.br
galdino.sergio@gmail.com
jornandesdias@poli.br
juca@ufc.br