REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506260559
Tainah Lopes de Oliveira; Dilene Fontinele Catunda Melo; Marcos Aguiar Ribeiro; Izabelle Mont’Alverne Napoleão Albuquerque; Gizele Soares Martins Porto; Rosângela Souza Cavalcante; Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Neto; José Carlos de Aguiar Filho; Rivanilson de Sousa Rodrigues; Víctor Goiano Rodrigues
RESUMO
A gestação é um período crítico que envolve aspectos físicos, emocionais, sociais e econômicos. A integração entre setores como assistência social e enfermagem é essencial para garantir um cuidado eficaz e abrangente, atendendo não apenas às necessidades médicas, mas também ao suporte social necessário para que as gestantes possam enfrentar os desafios dessa fase. A atuação intersetorial permite uma abordagem mais completa e humanizada, promovendo o bem-estar integral das gestantes. Objetivou-se através deste trabalho identificar a percepção das gestantes sobre a atuação intersetorial entre profissionais da assistência social e enfermeiros atuantes na atenção primária à saúde. Esse estudo é do tipo descritivo, com abordagem quantitativa analítica, na qual foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa, do Centro Universitário INTA, através da Plataforma Brasil, adquirindo aprovação sob o Parecer Nº 7.096.454. A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Referência de Assistência Social do município de Ararendá-Ceará. O grupo de gestantes possuia 23 (vinte e três) participantes e, destas, 18 (dezoito) participaram da pesquisa. Os dados foram coletados no mês de outubro do ano de 2024. Diante da pesquisa, constatou-se 11% das gestantes, está no intervalo de idade entre 18 a 20 anos, sendo 44% entre 21 a 30 anos, além de 44% de 31 a 39 anos de idade. Grande parte das gestantes (50%) são solteiras e todas possuindo renda inferior a 1 salário mínimo e sendo beneficiarias de programas de transferência de renda e estão desempregadas. Quanto à moradia, 44% (8) possuem casa própria, 33% residem em imóveis alugados e 22% vivem em moradias cedidas. Em relação à participação nos grupos oferecidos pela assistência social, 94% das gestantes estão ativas, sendo que a maioria delas participa do Programa de Atenção Integral à Família. No que tange ao acompanhamento do pré-natal, todas estão realizando nas unidades de atenção primária do município, como também todas foram referenciadas pelos enfermeiros para setores da assistência social e participando de encontro/palestras intersetoriais. Verificou-se que 100% das gestantes acham que o trabalho em conjunto entre saúde e assistência social facilita o acesso ao serviços, 61% receberam informações sobre seus direitos, como também 83% das gestantes relatam que os profissionais ajudaram a resolver os problemas relacionados a gestação e 72% percebem uma bola relação entre saúde e assistência social no município, mas mesmo participando de serviços intersetoriais 61% das gestantes se sentiram em algum momento desamparadas, como também 50% já foram encaminhadas para serviços intersetoriais que não conseguiram atender adequadamente as gestantes. As gestantes avaliaram os serviços intersetoriais como bons, com 44% atribuindo essa avaliação. No que diz respeito às estratégias para aprimorar a integração dos serviços intersetoriais, 39% das gestantes consideram necessário um aumento na disponibilidade de recursos. Quanto aos aspectos positivos, 50% destacam a garantia rápida dos direitos como o principal ponto positivo. Através da pesquisa realizada pode-se concluir que há necessidade de um fortalecimento efetivo da rede de serviços, construindo um fluxo de trabalho mais integrado, garantindo que as mulheres em situação de vulnerabilidade recebam o apoio necessário.
Palavras-chaves: Colaboração Intersetorial.Gestantes. Vulnerabilidade Social.
INTRODUÇÃO
A gestação é um processo fisiológico marcado por mudanças biopsicossociais e permeada por anseios, inseguranças e expectativas. Por isso, nessa fase, a mulher necessita de apoio da família e dos profissionais de saúde (Costa et al., 2023).
No contexto da assistência pré-natal, a gestão do cuidado de Enfermagem exercida pelo enfermeiro possui como peculiaridades prestar assistência integral às gestantes e suas famílias e no acolhimento destas nos centros de saúde/unidades básicas, nas consultas de pré-natal e no acompanhamento pré-natal como um todo (Simão et al., 2019).
As consultas de pré-natal são ainda espaços de educação em saúde por envolver orientações sobre diversos aspectos, como cuidados com o recém-nascido, amamentação, parto e alimentação. Essas estratégias são fundamentais para a redução de riscos e vulnerabilidades em saúde e favorecem o protagonismo da mulher para o autocuidado (Costa et al., 2023).
A atuação do Serviço Social como forte colaborador da rede de proteção, acolhimento, apoio e geração de auxílio às mulheres grávidas é fundamental e precisa ser avaliado com especial atenção. Pois, somente uma visão de atendimento integral a saúde e uma ação interventiva que leve em consideração todo o contexto de vida de cada usuário, pode abarcar as demandas advindas destas situações (Pereira, 2019).
Nos estudos de Souza et al., (2021) a intersetorialidade, deve expressar a articulação entre as políticas públicas, através do desenvolvimento de ações conjuntas independentemente do nível de atenção e deve dedicar-se ao enfrentamento das desigualdades sociais identificadas nas distintas áreas.
Para Carvalho et al., (2004) a Atenção Primária à Saúde (APS) configura-se como espaço estratégico para um pré-natal de baixo risco e de qualidade. No Brasil, a APS, norteada pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), destaca que é competência da equipe de saúde o acolhimento e a atenção à saúde da gestante e da criança, englobando a prevenção de doenças, a promoção da saúde e o tratamento de agravos ocorridos durante o período gestacional até o período puerperal e os cuidados com a criança.
Além disso, por meio da consulta de enfermagem podem ser fornecidas orientações e informações para a gestante, além do estímulo à expressão de suas necessidades e desejos, o que contribui para a construção de autonomia e protagonismo da mulher no parto, puerpério e nos cuidados com o recém-nascido (Trigueiro et al., 2022).
Dessa forma, em concordância com Saldanha et al., (2022) sabe-se que a cobertura assistencial do Pré-natal no Brasil possui fragilidades significativas, devido às distinções regionais que estão ligadas ao acesso e o cuidado desenvolvido por cada profissional de saúde, esses fatores interferem diretamente na qualidade assistencial de cada gestante.
Por fim, ao abordar a percepção das gestantes sobre a atuação intersetorial entre assistência social e enfermagem, este trabalho busca contribuir para um entendimento mais profundo das relações entre esses setores e seu impacto na vida das mulheres durante a gestação, promovendo assim uma abordagem mais humanizada e eficiente no cuidado à saúde.
METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo com abordagem quantitativa.
A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Ararendá-Ceará, sendo os dados coletados no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Este estudo tem como cenário de população as gestantes que realizam pré-natal na atenção primária no município de Ararendá e que tenham sido referenciadas a serviços e programas da Assistência Social. Durante o mês de coleta dos dados, 23 gestantes estavam sendo assistidas pelo CRAS, por meio do Programa de Atenção Integral a Família. Destas, 18 aceitaram participar da pesquisa.
Incluíram-se gestantes que realizavam pré-natal nas Unidades de Atenção Primária à Saúde, receberam atendimento dos enfermeiros e foram encaminhadas ao CRAS devido a situações de vulnerabilidade social.
A coleta de dados foi realizada no período de outubro de 2024, no Centro de Referência de Assistência Social, utilizando um questionário estruturado.
Para a aplicação do questionário, foram agendadas previamente datas e horários para encontros com as gestantes assistidas pelo CRAS, que ocorreram em uma sala reservada, garantindo privacidade e conforto durante as entrevistas.
Os dados obtidos foram compilados no editor de planilhas Microsoft Excel® 2013, para pesquisa, por meio do programa estatístico Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0.
O presente estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário INTA – UNINTA sob o parecer 7.096.454 e CAAE 81674924.2.0000.8133.
Esta pesquisa foi desenvolvida seguindo os princípios éticos que trata a Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa (CONEP).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o período do estudo, foram entrevistadas 18 gestantes, permitindo uma análise abrangente do perfil sociodemográfico dessa população.
Os dados coletados revelaram que a faixa etária predominante entre as gestantes está entre 21 e 30 anos e 31 e 39 anos, cada uma representando 44% do total, o que indica uma distribuição equilibrada entre essas duas faixas etárias.
Adicionalmente, a análise revelou que uma parte significativa das gestantes não possui cônjuge, com 50% delas se declarando solteiras.
Outra variável analisada foi a quantidade de filhos que as gestantes já possuem. Os dados mostraram que 33% das participantes têm dois filhos e 33% têm três filhos, destacando uma tendência em torno da maternidade em famílias com múltiplos filhos.
Os dados referentes ao grau de escolaridade das gestantes revelam que 33% delas possuem apenas o ensino fundamental completo.
Além disso, os dados mostram uma situação preocupante em relação ao emprego: 100% das gestantes estão desempregadas. Outro aspecto alarmante é a renda mensal das gestantes, que também está abaixo de 1 salário mínimo para todas as participantes (100%).
Em relação à moradia, 44% das gestantes possuem casa própria. Embora essa estatística seja um indicativo positivo em termos de estabilidade habitacional, é importante considerar que ter uma casa própria não necessariamente garante condições adequadas de moradia.
Gestantes em situação de vulnerabilidade social enfrentam uma realidade particularmente desafiadora. Essas mulheres, muitas vezes, vivem em contextos de pobreza extrema, com acesso limitado a serviços de saúde, educação e apoio social.
Em concordância com o estudo realizado por Menezes, Floriano e Lopes (2021), mostra-se que a condição socioeconômica se converte em uma causa que influencia diretamente a gestante, pois induz a não buscar cuidados adequados que proporcionem a promoção, proteção e prevenção à saúde, uma vez que não são considerados como prioridades na maior parte do tempo.
O trabalho intersetorial realizado com gestantes é fundamental para garantir o suporte necessário durante a gestação, e os dados coletados indicam que todas as participantes do estudo recebem algum tipo de benefício de transferência de renda. Essa informação é vital, pois os benefícios sociais desempenham um papel crucial na mitigação da pobreza e na promoção do bem-estar das famílias em situação de vulnerabilidade.
Um dos programas mais destacados nesse contexto é o Programa Bolsa Família (PBF), que abrange 100% das gestantes entrevistadas. O Auxílio Gás, recebido por 22% das gestantes, é outro importante suporte financeiro. Além disso, 33% das gestantes têm acesso ao Cartão Mais Infância (CMIC), que fornece apoio financeiro para atender às necessidades básicas das crianças até seis anos.
A intersetorialidade no atendimento às gestantes é essencial para promover uma rede de apoio mais robusta e eficaz. A articulação entre diferentes setores – saúde, assistência social e educação – permite não apenas a oferta de benefícios financeiros, mas também o acesso a serviços essenciais que podem melhorar a qualidade de vida dessas mulheres e suas famílias.
Dessa forma, grupos ofertados pela assistência social é um indicador importante do envolvimento das gestantes com as redes de apoio disponíveis em suas comunidades. Os dados mostram que 94% das gestantes entrevistadas são participantes do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF), o que evidencia uma alta adesão a esse serviço.
Logo, as participações em programas sociais e grupos comunitários não apenas fornece assistência prática, mas também promove a construção de laços sociais entre as participantes. Esses vínculos são fundamentais para criar um ambiente de apoio mútuo, onde as gestantes podem compartilhar experiências, desafios e estratégias para lidar com a maternidade e outras questões sociais.
Nesse contexto, o CRAS desponta como função primordial em oferecer o Programa de Atenção Integral as Famílias (PAIF), que é o principal serviço da proteção social básica. A importância do PAIF destaca-se por servir de base para vários outros programas que focam na garantia de direitos da população, além de recorrer, por meio de suas ações, a uma melhora no convívio familiar (Ayres, 2021).
Outro ponto importante a ser destacado é que todas as gestantes foram encaminhadas ao CRAS pelo(a) enfermeiro(a). Esse encaminhamento é um passo essencial para integrar os cuidados de saúde com o suporte social disponível.
O CRAS oferece uma gama de serviços que podem ajudar as gestantes a acessar recursos e informações necessárias durante a gravidez, como assistência financeira, apoio psicológico e programas educativos.
Os dados apresentados sobre o acesso das gestantes aos serviços de saúde e assistência social revelam um panorama bastante positivo.
Nesse contexto, 83% das gestantes relataram que os profissionais foram eficazes em resolver suas questões. E, 61% afirmaram ter recebido orientações, enquanto 39% disseram que não. Essa diferença destaca uma área onde há espaço para melhorias significativas. O conhecimento sobre direitos é essencial para empoderar as gestantes e garantir que elas possam reivindicar os benefícios e serviços disponíveis a elas.
Para tal resolução é necessário, uma integração entre os serviços de saúde e a assistência social. Assim, 72% das gestantes afirmaram que existe essa integração, enquanto 28% indicaram o contrário.
Todo o cuidado desenvolvido no pré-natal visa resguardar a vida do binômio mãe e filho, dessa forma, para que ele aconteça é necessário a atuação da equipe multiprofissional. Essa interação multidisciplinar proporcionará uma troca de saberes, que contribuirá para a condução de problemas específicos (Brito et al., 2017).
A assistência é prestada com a participação de várias categorias profissionais os resultados são satisfatórios, pois refletem a participação de diversos saberes específicos que ao se unirem conseguem desempenhar um cuidado integral ao paciente, possibilitando a promoção da saúde, detecção precoce de problemas da saúde, vulnerabilidades e o tratamento específico em tempo oportuno (Brito et al., 2017).
Porém, de acordo com Guilherme (2022) há alguns desafios postos, portanto, no caminho para a efetivação da intersetorialidade que estão nos posicionamentos políticos que impedem uma ação articulada das políticas, entre esses desafios, destacam-se: a fragmentação dos serviços levando o usuário a buscar setores específicos a depender de sua demanda; a falta de um direcionamento de recursos financeiros a essas articulações; a falta de desenvolvimento de serviços, estruturas, instrumentos e capacitação que criem essas ações integradas.
O sentimento de desamparo e falta de apoio, é preocupante observar que 61% das gestantes relataram sentir-se desamparadas, mesmo participando dos serviços disponíveis e 11% das gestantes afirmam às dificuldades de acesso aos serviços devido à falta de comunicação entre saúde e assistência social.
Em síntese, os dados refletem desafios significativos enfrentados pelas gestantes em relação ao apoio emocional e à eficácia dos serviços disponíveis. Embora haja acesso aos serviços de saúde e assistência social, o sentimento de desamparo e as dificuldades no atendimento sugerem que há espaço para melhorias substanciais.
Logo, a integração entre os serviços de saúde e assistência social é crucial para oferecer um atendimento mais completo e eficaz à população, especialmente àquelas pessoas em situação de vulnerabilidade. No entanto, para que essa integração funcione de maneira eficiente, é necessário aprimorar a comunicação entre as equipes de ambos os setores.
A troca de informações entre profissionais de saúde e assistentes sociais muitas vezes é fragmentada, o que pode resultar em falhas no acompanhamento do paciente ou no manejo de suas necessidades.
Assim, 44% das gestantes avaliaram os serviços como “bons”. Essa é uma proporção considerável que reflete uma percepção positiva em relação ao trabalho intersetorial. Em relação às classificações “regulares”, 28% das gestantes atribuíram essa nota aos serviços. E, 28% das gestantes consideraram os serviços como “ótimos”.
A discussão sobre a melhoria da integração entre os serviços de saúde e assistência social, conforme apresentado nos dados, é essencial para entender as necessidades e expectativas das gestantes em relação ao atendimento que recebem.
Visto que existem aspectos positivos do trabalho integrado entre saúde e assistência social, as respostas revelam percepções importantes sobre o impacto desse modelo de atendimento.
A comunicação mais efetiva foi mencionada por 17% das gestantes como um ponto positivo. Isso demonstra que algumas mulheres já percebem benefícios na colaboração entre os serviços, o que é encorajador e deve ser reforçado.
A garantia rápida dos direitos foi citada pela metade das gestantes (50%) como um aspecto positivo do trabalho integrado. Isso destaca uma conquista significativa: quando os serviços funcionam bem juntos, as gestantes podem acessar seus direitos de forma mais ágil e eficiente, o que é crucial durante a gravidez e após o parto.
Além disso, 22% das gestantes valorizaram as orientações recebidas através do trabalho integrado. Orientações claras e consistentes são fundamentais para ajudar as gestantes a navegar pelo sistema de saúde e assistência social, garantindo que elas saibam como acessar os serviços necessários.
Em consoante, 11% mencionaram a identificação rápida e resolução dos problemas como um aspecto positivo do trabalho integrado. Essa capacidade de resposta rápida é vital para lidar com questões emergentes ou complexas que podem surgir durante a gestação.
De acordo com Junqueira et al., (2019) as gestantes necessitam ampliar seus conhecimentos e ter acesso aos direitos reprodutivos e humanos, assim como a respeito dos mesmos no processo gravídico-puerperal, através do profissional de saúde e equipe multiprofissional.
Em concordância com Oliveira et al., (2024) a prática da integralidade precisa ir além da abordagem técnica realizada pela equipe multidisciplinar junto à sociedade, destacando as intervenções clínicas de todos os profissionais participantes no processo de cuidado.
Dessa forma, a colaboração em equipe com profissionais de várias áreas da saúde requer uma sincronia e entendimento amplo, visando uma abordagem conjunta com interações harmoniosas entre as técnicas empregadas e a interação dos diversos participantes. A prestação de cuidados será mais unificada quando as dinâmicas de trabalho se basearem na comunicação (Oliveira et al., 2024).
CONCLUSÃO
O estudo mostrou uma alta prevalência de mulheres em situação de vulnerabilidade, mas sem uma relação direta destas condições de vulnerabilidade com a adequabilidade do trabalho intersetorial. Embora a relação direta entre a vulnerabilidade e a adequação do trabalho intersetorial não tenha sido evidenciada, ficou claro que a ausência de um atendimento ágil e resolutivo compromete a eficácia da rede de apoio disponível.
Muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades significativas, como a falta de apoio contínuo, a resolução incompleta de suas demandas e a demora no atendimento, fatores que agravam a situação de vulnerabilidade em que se encontram.
O pré-natal, sendo uma fase crucial para a detecção e o acompanhamento de condições de saúde e vulnerabilidade durante a gestação, deveria ser mais bem articulado com os demais serviços de assistência social, saúde e apoio psicossocial. No entanto, as dificuldades encontradas nesse estudo demonstram que a falta de uma abordagem intersetorial coordenada e eficiente resulta em um atendimento fragmentado, deixando muitas gestantes vulneráveis à negligência e à exclusão de serviços essenciais.
Recomenda-se uma integração efetiva da rede de serviços, construindo um fluxo de trabalho mais integrado entre os serviços, garantindo que as mulheres em situação de vulnerabilidade recebam o apoio necessário durante o pré-natal e após o parto.
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