GESTATIONAL DIABETES: MATERNAL-FETAL COMPLICATIONS AND CLINICAL MANAGEMENT STRATEGIES
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202505152225
Marco Túlio Couto Sousa¹; Natila Fabiula Martins Riscalli²; Carolina Mira Pereira³; Jaquelline Monte Stevanato⁴; Nilton Nilo Lazaro Ramirez⁵; Renato Grun Bueno⁶.
RESUMO
O diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma condição clínica caracterizada por intolerância à glicose com início ou diagnóstico durante a gestação, representando um importante fator de risco para complicações maternas e fetais. Este artigo teve como objetivo revisar a literatura científica recente acerca das principais repercussões do DMG para a saúde da gestante e do concepto, bem como discutir as estratégias de manejo clínico baseadas em evidências. O estudo evidenciou que o DMG está associado a uma maior incidência de hipertensão gestacional, macrossomia, parto prematuro, hipoglicemia neonatal e aumento do risco de progressão para diabetes tipo 2. O tratamento deve iniciar-se preferencialmente com intervenções não farmacológicas, incluindo dieta balanceada, prática de atividade física e automonitoramento glicêmico. A insulinoterapia é indicada quando os níveis glicêmicos permanecem descontrolados, e, em casos selecionados, pode-se considerar o uso da metformina. Ressalta-se, ainda, a importância do acompanhamento multiprofissional durante a gestação e no puerpério, visando prevenir complicações e promover saúde a longo prazo. O enfrentamento do DMG demanda uma abordagem integral, multidisciplinar e contínua, com foco na humanização do cuidado e na redução de riscos perinatais.
Palavras-chave: Diabetes gestacional. Complicações maternas. Complicações fetais. Insulinoterapia. Manejo clínico.
ABSTRACT
Gestational diabetes mellitus (GDM) is a clinical condition characterized by glucose intolerance first diagnosed during pregnancy, and it represents a significant risk factor for both maternal and fetal complications. This article aims to review the recent scientific literature regarding the main consequences of GDM on maternal and fetal health and to discuss evidence-based clinical management strategies. The study found that GDM is associated with a higher incidence of gestational hypertension, macrosomia, preterm birth, neonatal hypoglycemia, and increased risk of progression to type 2 diabetes. Treatment should preferably begin with nonpharmacological interventions, including a balanced diet, regular physical activity, and glycemic selfmonitoring. Insulin therapy is indicated when glycemic levels remain uncontrolled, and metformin may be considered in selected cases. The importance of multidisciplinary care during pregnancy and the postpartum period is also highlighted, aiming to prevent complications and promote long-term health. Addressing GDM requires a comprehensive, continuous, and humanized approach focused on reducing perinatal risks.
Keywords: Gestational diabetes. Maternal complications. Fetal complications. Insulin therapy. Clinical management.
1. INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma condição caracterizada pela intolerância à glicose que se manifesta ou é diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, independentemente da necessidade de tratamento com insulina ou da persistência da hiperglicemia após o parto (American Diabetes Association, 2023). Essa condição representa uma das complicações metabólicas mais comuns na gravidez, com uma prevalência crescente em todo o mundo, incluindo o Brasil, onde estudos recentes indicam uma taxa de incidência entre 3% e 25%, variando conforme a população estudada e os critérios diagnósticos utilizados (Netto et al., 2024).
O aumento da incidência do DMG está associado a diversos fatores, como o avanço da idade materna, o aumento da obesidade, o sedentarismo e predisposições genéticas, que contribuem para o comprometimento do metabolismo glicêmico durante a gestação (Silva et al., 2022). Essa condição não apenas compromete a saúde da gestante, mas também impõe riscos significativos ao feto, incluindo macrossomia, hipoglicemia neonatal, distocia de ombro, parto prematuro e aumento da mortalidade perinatal (Souza et al., 2023). Além disso, mulheres que desenvolvem DMG têm maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro, e seus filhos apresentam risco aumentado de obesidade e distúrbios metabólicos na vida adulta (Batista et al., 2021).
O manejo adequado do DMG é fundamental para minimizar os riscos associados. A abordagem terapêutica inclui mudanças no estilo de vida, como a adoção de uma dieta balanceada, a prática regular de atividade física, o monitoramento glicêmico e, em casos necessários, a administração de fármacos (Brasil, 2023). Em situações onde as medidas não farmacológicas não são suficientes para controlar os níveis glicêmicos, a insulinoterapia é indicada como tratamento de primeira linha, devido à sua eficácia e segurança durante a gestação (SBD, 2024). A metformina também é considerada uma opção terapêutica, especialmente quando a insulina não é viável, embora seu uso ainda requeira cautela devido à necessidade de mais estudos sobre seus efeitos a longo prazo na prole (Zajdenverg et al., 2024).
A importância do planejamento pré-gestacional e do controle glicêmico adequado antes e durante a gestação é amplamente reconhecida. Níveis elevados de hemoglobina glicada (HbA1c) no primeiro trimestre estão associados a maiores taxas de malformações congênitas e complicações perinatais, principalmente quando não há planejamento da gravidez (Dias et al., 2023). Nesse contexto, a educação em saúde e o aconselhamento préconcepcional são ferramentas imprescindíveis para prevenir desfechos adversos (Zajdenverg et al., 2024).
A atuação de uma equipe multidisciplinar é essencial para o sucesso do tratamento do DMG. Médicos, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos e educadores em diabetes devem trabalhar em conjunto, elaborando planos individualizados para cada gestante, considerando suas necessidades, contexto social e adesão ao tratamento (Da Silva et al., 2024). Essa abordagem integrada favorece o controle glicêmico, reduz complicações e fortalece o vínculo entre paciente e serviço de saúde.
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo analisar as principais complicações materno-fetais associadas ao diabetes gestacional, bem como identificar e discutir as estratégias de manejo clínico mais eficazes no controle dessa condição. Pretende-se, ainda, evidenciar a importância da atuação multiprofissional, do planejamento reprodutivo e do acompanhamento sistemático da gestante como fatores-chave para a promoção de uma gestação segura, o parto saudável e a prevenção de doenças crônicas futuras. Acredita-se que a produção e difusão de conhecimento científico sobre o DMG são fundamentais para o aprimoramento das políticas públicas de saúde materno-infantil e para a qualificação do cuidado ofertado na atenção básica, especializada e hospitalar.
2. METODOLOGIA
Este estudo configura-se como uma revisão de literatura de natureza qualitativa, com abordagem descritiva e narrativa, cujo objetivo é reunir, analisar e discutir os principais achados científicos acerca das complicações materno-fetais do diabetes gestacional, bem como as estratégias clínicas utilizadas em seu manejo. Segundo Gil (2019), a revisão bibliográfica “é particularmente útil quando o objetivo do trabalho é analisar teorias, resultados de investigações e trabalhos acadêmicos já realizados, permitindo a ampliação do conhecimento sobre determinado fenômeno por meio de diferentes perspectivas”. Dessa forma, esta metodologia possibilita a sistematização do conhecimento existente, contribuindo para uma compreensão mais ampla e crítica do tema em pauta.
A pesquisa foi desenvolvida a partir de fontes indexadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed, Google Acadêmico, além de manuais e diretrizes publicadas por órgãos oficiais, como a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e o Ministério da Saúde. A seleção do material foi orientada pela busca de estudos relevantes relacionados às seguintes palavras-chave: “diabetes gestacional”, “complicações maternas”, “complicações fetais”, “manejo clínico do DMG”, “tratamento do diabetes gestacional” e “abordagem multidisciplinar na gestação”.
Os critérios de inclusão adotados englobaram publicações em português e inglês, com recorte temporal entre os anos de 2020 e 2025, a fim de garantir atualidade às informações, bem como artigos com metodologia clara e resultados cientificamente embasados. Também foram incluídos estudos que abordassem tanto aspectos clínicos quanto sociais do diabetes gestacional, desde que em consonância com os objetivos geral e específicos deste trabalho.
Foram excluídos artigos publicados anteriormente a 2020, textos que não apresentavam relação direta com a temática central, estudos opinativos sem respaldo científico e pesquisas que não detalhavam o método utilizado ou apresentavam dados inconsistentes.
Após a identificação inicial dos materiais, foi realizada uma triagem baseada na leitura de títulos e resumos. Em seguida, os artigos selecionados foram lidos na íntegra, buscando-se identificar os principais achados sobre as complicações materno-fetais do DMG, as formas de prevenção, diagnóstico, tratamento e os desafios enfrentados pelas equipes de saúde.
A discussão dos dados foi realizada com base nos referenciais teóricos encontrados, buscando promover uma análise crítica, integrativa e atualizada sobre o tema, considerando, inclusive, as implicações para a prática clínica e para a formulação de políticas públicas voltadas à saúde materno-infantil.
3. REVISÃO DA LITERATURA
A revisão da literatura tem como objetivo aprofundar a compreensão sobre o DMG, suas implicações clínicas e os desafios enfrentados no manejo durante o período pré-natal.
Segundo Souza et al. (2022), compreender o DMG a partir da literatura científica permite uma atuação mais eficaz da equipe de saúde, principalmente no contexto da atenção primária, onde ocorre o primeiro contato com a gestante e o acompanhamento contínuo. Essa abordagem permite consolidar conhecimentos já existentes sobre o tema, identificar lacunas nas práticas assistenciais e contribuir para o aprimoramento das condutas clínicas adotadas pelos profissionais de saúde (Oliveira & Moraes, 2023).
Através da análise de estudos atualizados, é possível evidenciar o impacto do DMG na saúde da gestante e do concepto, bem como destacar estratégias preventivas e terapêuticas que favoreçam um desfecho gestacional mais seguro. Como apontam Ribeiro et al. (2021), a adoção de medidas de rastreamento precoce e controle glicêmico adequado está associada à redução significativa de complicações perinatais e à melhora do prognóstico materno-fetal. Além disso, o aprofundamento científico sobre o DMG favorece o desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas e baseadas em evidências clínicas.
Considerando o aumento da prevalência do DMG nas últimas décadas, especialmente em virtude do crescimento dos índices de sobrepeso e obesidade na população feminina em idade fértil, torna-se urgente refletir sobre a detecção precoce e o manejo adequado dessa condição (Faria et al., 2021). Com base nisso, este capítulo organiza-se em três eixos temáticos: a definição e os critérios diagnósticos da doença; as complicações materno-fetais associadas; e as estratégias de intervenção clínica utilizadas nos serviços de saúde, especialmente na atenção primária.
3.1. DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO DO DMG
O DMG é definido como qualquer grau de intolerância à glicose com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação, independentemente da necessidade de insulinoterapia ou da persistência da hiperglicemia no puerpério (ADA, 2023). Essa definição inclui tanto casos de hiperglicemia leve quanto aqueles mais severos, desde que o diagnóstico tenha sido feito pela primeira vez no período gestacional. A identificação precoce do DMG é fundamental para evitar complicações obstétricas e neonatais, sendo um dos pilares da atenção pré-natal de qualidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o rastreamento universal entre a 24ª e 28ª semana de gestação é recomendado para todas as gestantes, especialmente para aquelas com fatores de risco como idade superior a 25 anos, índice de massa corporal (IMC) elevado, antecedentes de DMG em gestações anteriores, história familiar de diabetes tipo 2 ou presença de síndrome dos ovários policísticos (WHO, 2022).
Em casos de risco elevado, o rastreamento pode ser antecipado para o primeiro trimestre. Essa estratégia visa ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e permitir o início oportuno do manejo clínico, reduzindo significativamente a incidência de complicações como hipertensão gestacional, macrossomia fetal e parto prematuro. A antecipação do rastreamento também possibilita a diferenciação entre o diabetes pré-gestacional e o DMG, o que tem implicações diretas na abordagem terapêutica e na vigilância obstétrica (BRASIL, 2023).
Os critérios diagnósticos mais aceitos atualmente foram propostos pela International Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG) e adotados pela OMS e pela American Diabetes Association (ADA). O teste recomendado é a curva glicêmica com 75g de glicose (TOTG 75g), realizado em jejum, entre a 24ª e 28ª semana. O diagnóstico de DMG é confirmado quando pelo menos um dos seguintes valores estiver alterado: glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL, glicemia 1 hora após a ingestão ≥ 180 mg/dL, ou glicemia 2 horas após a ingestão ≥ 153 mg/dL (ADA, 2023; WHO, 2022).
Esses valores de corte foram estabelecidos com base em evidências que demonstram associação entre hiperglicemia leve e desfechos obstétricos adversos, mesmo em gestantes sem diagnóstico prévio de diabetes. A aplicação uniforme desses critérios, embora amplamente aceita, ainda é motivo de debate em algumas regiões, principalmente devido às variações étnicas, socioeconômicas e de acesso à saúde que podem influenciar a resposta glicêmica durante a gravidez.
A adoção desses parâmetros teve como base os achados do estudo multicêntrico HAPO (Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes), que evidenciou a associação linear entre níveis crescentes de glicemia materna e o aumento das taxas de complicações perinatais, como macrossomia, parto cesáreo e hipoglicemia neonatal (Metzger et al., 2008). Embora o estudo tenha sido publicado anteriormente ao recorte temporal deste trabalho, ele permanece como referência internacional para as diretrizes clínicas mais recentes.
O HAPO demonstrou que mesmo elevações discretas na glicemia podem ter impacto relevante nos desfechos perinatais, reforçando a importância da vigilância e do controle glicêmico rigoroso durante a gestação. Essa abordagem também contribui para a prevenção de diabetes tipo 2 materno e obesidade infantil a longo prazo.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda abordagem semelhante, com ênfase na triagem universal e uso do teste oral de tolerância à glicose (TOTG) como padrão ouro para confirmação diagnóstica (BRASIL, 2023). As diretrizes nacionais também ressaltam a importância de considerar aspectos sociais, culturais e territoriais no rastreamento do DMG, sobretudo em regiões com baixa cobertura de pré-natal ou dificuldades de acesso a exames laboratoriais.
Em unidades básicas de saúde, por exemplo, estratégias como a busca ativa de gestantes e o fortalecimento da educação em saúde podem auxiliar na ampliação do diagnóstico precoce, especialmente entre populações vulneráveis. A capacitação contínua dos profissionais da atenção primária e a integração com os centros de referência são fundamentais para garantir uma linha de cuidado eficiente e equitativa.
Recentemente, estudos vêm apontando para a necessidade de personalizar o diagnóstico com base em características da população local. Netto et al. (2024), em uma revisão sistemática nacional, sugerem que os critérios da IADPSG podem superdiagnosticar casos em populações com baixa prevalência de DMG, gerando sobrecarga nos serviços de saúde e ansiedade desnecessária às gestantes. Por outro lado, critérios mais restritivos podem deixar de identificar casos de risco elevado.
Nesse sentido, pesquisadores têm defendido uma abordagem diagnóstica que equilibre sensibilidade e especificidade, considerando variáveis como etnia, comorbidades maternas e condições de acesso ao cuidado. Essa discussão é relevante especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), onde decisões clínicas devem conciliar a eficácia das intervenções com a viabilidade operacional nos diferentes níveis de atenção.
Além da identificação laboratorial, é importante destacar o papel da avaliação clínica e do acompanhamento contínuo. Alterações como ganho ponderal excessivo, hipertensão gestacional e polidrâmnio devem levantar suspeitas e motivar investigação adicional, mesmo diante de exames iniciais normais. A educação da gestante sobre os sinais e sintomas do DMG também é parte essencial do processo diagnóstico, favorecendo o diagnóstico precoce e o engajamento no tratamento (Dias et al., 2023). A sensibilização quanto à importância do autocuidado, do monitoramento glicêmico e da adesão ao plano terapêutico contribui para o empoderamento da gestante e para melhores desfechos perinatais.
Dessa forma, a definição e o diagnóstico do DMG envolvem um conjunto de critérios clínicos e laboratoriais baseados em evidências, os quais devem ser aplicados de forma criteriosa e adaptada à realidade da paciente. A identificação precoce permite a adoção imediata de medidas terapêuticas, com impacto direto na redução de complicações maternofetais e na promoção de um desfecho gestacional mais seguro.
3.2 COMPLICAÇÕES MATERNAS
O DMG está associado a uma variedade de complicações maternas que podem comprometer a saúde da gestante durante a gestação, no momento do parto e até mesmo no período pós-parto (Souza et al., 2023). Essas complicações resultam, em grande parte, da hiperglicemia persistente e da resistência insulínica, condições que alteram a fisiologia gestacional e aumentam o risco de morbidades clínicas e obstétricas (SBD, 2024).
Uma das complicações mais frequentes em gestantes com DMG é a hipertensão gestacional, que inclui tanto a hipertensão arterial crônica quanto os distúrbios hipertensivos específicos da gravidez, como a pré-eclâmpsia (Netto et al., 2024). Estudos indicam que mulheres com DMG apresentam risco duas a quatro vezes maior de desenvolver préeclâmpsia, principalmente quando há coexistência de obesidade ou histórico familiar da doença (Souza et al., 2023). A fisiopatologia envolvida inclui disfunção endotelial, aumento do estresse oxidativo e inflamação sistêmica, que são exacerbados pela hiperglicemia (SBD, 2024). A presença de hipertensão agrava ainda mais os riscos perinatais, exigindo acompanhamento rigoroso da pressão arterial e, em muitos casos, hospitalização para controle clínico (Batista et al., 2021).
Outra complicação significativa é o parto cesáreo, cuja incidência é notoriamente elevada em gestantes com DMG. De acordo com a Diretriz Brasileira de Diabetes (SBD, 2024), a taxa de cesariana pode ultrapassar 60% nos casos diagnosticados com DMG, em comparação com cerca de 40% na população obstétrica geral. A principal causa para essa decisão cirúrgica está relacionada à macrossomia fetal, ao aumento da taxa de distocia de ombro e à baixa tolerância fetal ao trabalho de parto prolongado (Souza et al., 2023).
O parto cesáreo, por sua vez, está associado a maior risco de infecções, hemorragias e complicações anestésicas, além de dificultar a recuperação pós-parto (Netto et al., 2024). Ademais, a realização de cesáreas repetidas em futuras gestações aumenta o risco de acretismo placentário, rotura uterina e hemorragias severas, elevando a morbimortalidade materna. A escolha da via de parto deve considerar, sempre que possível, uma avaliação individualizada da condição materna e fetal.
O poli-hidrâmnio, caracterizado pelo acúmulo excessivo de líquido amniótico, é outra complicação comum (Ribeiro et al., 2021). A condição decorre do aumento da diurese fetal em resposta à hiperglicemia materna (SBD, 2024). Embora nem sempre cause sintomas, o poli-hidrâmnio pode levar a parto prematuro, ruptura prematura de membranas e instabilidade fetal, além de dificultar a monitorização intrauterina e o trabalho de parto (Ribeiro et al., 2021). É fundamental que gestantes com DMG sejam submetidas a avaliações ecográficas frequentes, com atenção ao índice de líquido amniótico e ao crescimento fetal.
Além disso, o DMG está associado ao risco aumentado de infecções do trato urinário, candidíase vaginal e infecções puerperais (Netto et al., 2024). A hiperglicemia favorece a proliferação microbiana e reduz a resposta imunológica da gestante, tornando o ambiente genital e urinário mais propenso à colonização patogênica (Ribeiro et al., 2021). Essas infecções podem desencadear contrações prematuras, além de aumentar a morbidade materna se não forem tratadas adequadamente (Netto et al., 2024).
A retenção de peso pós-parto é outro desafio comum entre mulheres com DMG (Batista et al., 2021). Muitas gestantes diagnosticadas durante a gravidez não conseguem retornar ao peso pré-gestacional, o que contribui para o desenvolvimento posterior de obesidade e síndrome metabólica (Faria et al., 2021). Esse fator, aliado à resistência insulínica residual, predispõe à evolução para diabetes mellitus tipo 2 (DM2) nos anos seguintes ao parto (ADA, 2023). Estudos estimam que entre 30% e 70% das mulheres com história de DMG evoluem para DM2 em até 10 anos após o parto, especialmente aquelas que não recebem acompanhamento clínico regular (Faria et al., 2021; ADA, 2023).
Do ponto de vista psicológico, as gestantes com DMG frequentemente apresentam níveis elevados de estresse, ansiedade e medo em relação à saúde do feto, ao parto e ao prognóstico futuro (Souza et al., 2023). A presença de uma condição crônica durante a gestação pode comprometer a vivência do ciclo gravídico-puerperal, interferindo na autoestima, nas relações familiares e na adesão ao tratamento (Batista et al., 2021). A literatura destaca a importância da atuação de equipes multidisciplinares, incluindo psicólogos e profissionais de saúde mental, no acolhimento e orientação dessas pacientes (Da Silva et al., 2024).
Outro ponto importante a ser considerado é a recorrência do DMG em gestações subsequentes. Mulheres que já apresentaram DMG têm entre 30% e 84% de chance de desenvolver a condição novamente em futuras gestações, principalmente se fatores de risco como obesidade, sedentarismo e idade materna avançada não forem controlados (Batista et al., 2021). A recorrência não apenas reforça o risco de novas complicações materno-fetais, como também indica a necessidade de uma abordagem mais preventiva, com foco no acompanhamento pós-parto e em medidas sustentáveis de mudança do estilo de vida. O seguimento em longo prazo com equipe multiprofissional, incluindo endocrinologistas, nutricionistas e educadores em saúde, pode reduzir significativamente esse risco.
Por fim, destaca-se que muitas das complicações maternas do DMG podem ser evitadas ou minimizadas por meio de diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento interdisciplinar contínuo. O manejo clínico bem conduzido permite não apenas a redução de riscos imediatos à saúde materna, como também impacta positivamente na qualidade de vida futura da mulher, contribuindo para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (SBD, 2024).
3.2 COMPLICAÇÕES FETAIS
O DMG representa um importante fator de risco para diversas complicações fetais, decorrentes da exposição do concepto a um ambiente intrauterino hiperglicêmico (Farrar et al., 2021). A hiperglicemia materna afeta diretamente o desenvolvimento fetal, especialmente quando não controlada, podendo comprometer o crescimento, o metabolismo e a vitalidade do feto ainda durante a gestação e nos primeiros dias de vida (ADA, 2023).
Uma das complicações fetais mais prevalentes é a macrossomia, definida como peso fetal superior a 4.000 g ou acima do percentil 90 para a idade gestacional (Kampmann et al., 2023). A macrossomia é observada em até 30% das gestações complicadas por DMG, sendo consequência do estímulo hiperinsulinêmico fetal secundário ao excesso de glicose materna atravessando a placenta (Farrar et al., 2021). A insulina fetal atua como hormônio anabólico, promovendo maior deposição de gordura, crescimento exagerado de tecidos moles e visceromegalia (Sweeting et al., 2022). Essa condição aumenta o risco de parto traumático, distocia de ombro, necessidade de cesariana e asfixia perinatal, além de aumentar as chances de lesão de plexo braquial e internação em unidade neonatal (Rizzo et al., 2022).
Outra complicação frequente é a hipoglicemia neonatal precoce, geralmente identificada nas primeiras horas de vida (Sweeting et al., 2022). Esse evento decorre da hiperinsulinemia fetal crônica induzida pela exposição intrauterina à hiperglicemia materna, que se mantém mesmo após o clampeamento do cordão umbilical, quando cessa a oferta de glicose materna (SBD, 2024). Neonatos filhos de mães com DMG devem ser monitorados nas primeiras 24 horas de vida, com atenção ao controle glicêmico, pois a hipoglicemia pode provocar convulsões, apneia, hipotonia, lesões neurológicas e, em casos extremos, morte neonatal (SBD, 2024; Sweeting et al., 2022).
Além disso, fetos de mães com DMG apresentam maior risco de prematuridade, tanto espontânea quanto iatrogênica, devido a complicações obstétricas como pré-eclâmpsia, polidrâmnio ou sofrimento fetal (Kampmann et al., 2023). Os recém-nascidos prematuros enfrentam maior morbidade, incluindo síndrome do desconforto respiratório, enterocolite necrosante e infecções neonatais (Lapolla et al., 2020). Essa associação entre DMG e parto prematuro exige vigilância obstétrica rigorosa e, em alguns casos, internação da gestante para monitoramento e tratamento profilático com corticoides para maturação pulmonar.
Outra alteração associada ao DMG é a síndrome da imaturidade pulmonar fetal, mesmo em gestações a termo (Rizzo et al., 2022). A hiperglicemia materna pode retardar a produção de surfactante, aumentando a incidência de taquipneia transitória do recém-nascido e síndrome do desconforto respiratório. Essa condição exige suporte ventilatório nas primeiras horas de vida e está associada a maior tempo de internação neonatal. Por essa razão, muitos serviços obstétricos adotam condutas mais conservadoras quanto à antecipação do parto em gestantes com DMG, mesmo em casos com controle glicêmico satisfatório.
Do ponto de vista cardiovascular, neonatos de mães com DMG também podem desenvolver cardiomiopatia hipertrófica septal assimétrica, caracterizada pelo espessamento do septo interventricular (Garcia et al., 2023). Essa condição, associada à hiperinsulinemia fetal, pode causar obstrução ao fluxo de saída do ventrículo esquerdo, levando a sinais de insuficiência cardíaca neonatal como taquipneia, hepatomegalia e dificuldade de alimentação. O diagnóstico é geralmente feito por ecocardiograma e a maioria dos casos evolui com regressão espontânea após o nascimento, desde que haja suporte clínico adequado e controle dos níveis glicêmicos maternos.
No que se refere à morbidade metabólica a longo prazo, há evidências consistentes de que filhos de mães com DMG apresentam risco aumentado de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2 na infância e adolescência (Zhu & Zhang, 2021). A exposição intrauterina à hiperglicemia promove alterações epigenéticas e adaptações metabólicas que influenciam o metabolismo da glicose e da insulina ao longo da vida, fenômeno conhecido como “programação fetal”. A prevenção desses efeitos exige intervenção precoce, tanto durante a gestação quanto no acompanhamento do desenvolvimento infantil, com ações voltadas à promoção de alimentação saudável e prática de atividades físicas desde a infância.
Estudos recentes também indicam maior incidência de alterações neurocomportamentais em crianças expostas ao DMG intrauterino (Lapolla et al., 2020). Dificuldades cognitivas, atraso no desenvolvimento da linguagem, déficit de atenção e transtornos do espectro autista têm sido associados a esse contexto, embora os mecanismos envolvidos ainda estejam em investigação. Acredita-se que o ambiente inflamatório intrauterino, associado à instabilidade glicêmica, pode interferir na maturação do sistema nervoso central. Esses achados sugerem que o impacto do DMG transcende o período neonatal, com possíveis repercussões no desenvolvimento neurológico e emocional da criança, tornando necessário o acompanhamento pediátrico contínuo e multiprofissional após o nascimento.
Diante desse panorama, é evidente que o DMG configura um risco significativo para a saúde fetal e neonatal. O acompanhamento obstétrico adequado, com controle rigoroso da glicemia, realização de ecografias seriadas e, quando necessário, exames complementares como perfil biofísico fetal, são fundamentais para garantir o bem-estar fetal. Além disso, o planejamento do parto deve considerar a maturidade fetal, o peso estimado, a viabilidade da via de parto e a presença de outras comorbidades maternas.
A prevenção das complicações fetais associadas ao DMG passa necessariamente pela educação em saúde, rastreamento precoce e manejo clínico eficaz. Estratégias baseadas em evidências, como programas de pré-natal de alto risco, atenção multidisciplinar e protocolos individualizados, devem ser incorporadas às políticas públicas de atenção obstétrica, garantindo qualidade e equidade no cuidado perinatal.
3.4 ESTRATÉGIAS DE MANEJO CLÍNICO
O manejo clínico do diabetes mellitus gestacional (DMG) é fundamental para a redução das complicações materno-fetais e deve envolver abordagem multifatorial e multiprofissional, com base em evidências científicas atualizadas. O tratamento tem como objetivo manter os níveis glicêmicos dentro da normalidade, promover a saúde da gestante e garantir um ambiente intrauterino seguro para o desenvolvimento fetal (SBD, 2024).
A primeira linha de intervenção deve ser não farmacológica, iniciando-se logo após o diagnóstico. Essa abordagem inclui mudanças no estilo de vida, com ênfase em terapia nutricional médica individualizada, prática regular de exercícios físicos e monitoramento glicêmico domiciliar. De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes:
Toda gestante com DMG deve receber orientações dietéticas personalizadas, com base em avaliação nutricional completa, considerando peso pré-gestacional, ganho de peso durante a gestação, nível de atividade física, preferências culturais e necessidades energéticas individuais. A distribuição dos macronutrientes deve respeitar o padrão de 40–50% de carboidratos, 20% de proteínas e 30–40% de gorduras, priorizando alimentos de baixo índice glicêmico. (SBD, 2024, p. 88).
A atividade física regular é altamente recomendada, com benefícios comprovados na sensibilidade à insulina e controle da glicemia. Exercícios aeróbicos leves a moderados, como caminhadas diárias, hidroginástica e alongamentos supervisionados, são seguros e eficazes quando não há contraindicações obstétricas (Metzger et al., 2022). Além disso, a automonitorização glicêmica deve ser realizada com frequência, geralmente quatro vezes ao dia: em jejum e uma hora após as principais refeições. Os alvos glicêmicos recomendados são: jejum < 95 mg/dL e pós-prandial (1h) < 140 mg/dL (ADA, 2023).
Nos casos em que as medidas não farmacológicas não forem suficientes para manter o controle glicêmico, é indicado iniciar o tratamento farmacológico. A insulinoterapia é considerada o padrão ouro por sua eficácia e segurança para o feto. O protocolo inclui insulina NPH ou insulina basal análoga associada a insulina regular ou análogos de ação rápida, conforme necessidade da paciente. Segundo o Ministério da Saúde (2023):
A insulinoterapia deve ser instituída precocemente em gestantes com DMG quando os valores glicêmicos se mantêm persistentemente acima das metas, mesmo após uma semana de dieta e exercícios. A decisão deve considerar a aceitação da gestante, o risco de hipoglicemia, as condições sociais e o acesso ao monitoramento domiciliar. (BRASIL, 2023, p. 39).
Alternativamente, o uso de metformina tem sido cada vez mais estudado como uma opção segura em determinados casos, especialmente quando há resistência à insulina e dificuldades de acesso à insulina. No entanto, seu uso ainda é cauteloso em muitas diretrizes, devido à capacidade da metformina atravessar a placenta e aos possíveis efeitos metabólicos de longo prazo na prole. A American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) reconhece seu uso, mas ressalta:
Embora a metformina possa ser considerada uma alternativa válida à insulina em mulheres com intolerância à terapia injetável, deve-se observar que aproximadamente 40% das pacientes necessitam de suplementação com insulina, e os efeitos a longo prazo sobre os desfechos fetais ainda estão sendo investigados. (ACOG, 2022, p. 17).
Outro ponto essencial é o acompanhamento multidisciplinar, que deve envolver médicos obstetras, endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos e educadores em diabetes. A educação em saúde desempenha papel central, promovendo o autocuidado e o empoderamento da gestante para compreender a doença e aderir ao tratamento. Essa abordagem favorece o controle metabólico, melhora o prognóstico gestacional e fortalece o vínculo da paciente com a equipe de saúde (Da Silva et al., 2024).
A conduta obstétrica também deve ser cuidadosamente planejada. Gestantes com bom controle glicêmico, sem complicações, podem aguardar o trabalho de parto espontâneo até 40 semanas. Em contrapartida, casos com DMG mal controlado, macrossomia, polidrâmnio ou outras intercorrências exigem programação do parto entre 37 e 39 semanas, conforme avaliação clínica e ultrassonográfica (SBD, 2024).
O seguimento no puerpério é indispensável, tendo em vista o elevado risco de progressão para diabetes tipo 2. É recomendado o rastreamento glicêmico entre 6 e 12 semanas após o parto, utilizando TOTG 75 g. Caso os níveis estejam normais, o teste deve ser repetido a cada 1 a 3 anos. Além disso, ações educativas devem focar na prevenção de novos episódios de DMG e na promoção de hábitos de vida saudáveis a longo prazo (Zhu & Zhang, 2021).
Portanto, o manejo clínico do DMG exige uma abordagem contínua, adaptada às condições clínicas da gestante e centrada na humanização do cuidado. A combinação de medidas dietéticas, atividade física, uso racional de fármacos e apoio multiprofissional é capaz de reduzir significativamente os riscos materno-fetais e proporcionar desfechos mais seguros e saudáveis para mãe e bebê.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diabetes mellitus gestacional (DMG) representa um importante desafio clínico e de saúde pública, tendo em vista seu impacto significativo sobre os desfechos maternos e fetais, tanto no período gestacional quanto nas fases subsequentes da vida. A crescente prevalência da condição, impulsionada por fatores como obesidade, sedentarismo e avanço da idade materna, exige estratégias de rastreamento precoce e intervenção imediata que combinem eficácia clínica com viabilidade operacional no contexto dos serviços de saúde (ADA, 2023; WHO, 2022).
A revisão da literatura permitiu identificar as principais complicações associadas ao DMG, incluindo hipertensão gestacional, macrossomia fetal, parto prematuro, hipoglicemia neonatal e risco elevado de progressão para diabetes tipo 2 (SBD, 2024; Souza et al., 2023; Farrar et al., 2021). Além dos efeitos imediatos, a exposição intrauterina à hiperglicemia materna pode desencadear alterações metabólicas e neurocomportamentais duradouras na prole, o que reforça a importância do controle glicêmico rigoroso durante a gestação (Zhu & Zhang, 2021; Lapolla et al., 2020).
As estratégias de manejo clínico do DMG devem priorizar abordagens não farmacológicas como dieta individualizada, prática de atividades físicas e monitoramento glicêmico frequente (SBD, 2024). Quando necessário, a introdução de fármacos como insulina e, em alguns casos, metformina, deve ser feita de forma criteriosa, com acompanhamento intensivo (BRASIL, 2023; ACOG, 2022). A atuação de uma equipe multiprofissional é fundamental para garantir a adesão ao tratamento, o bem-estar emocional da gestante e o sucesso terapêutico global (Da Silva et al., 2024).
No contexto obstétrico, a condução do parto deve ser planejada com base na avaliação clínica, no controle glicêmico e nas condições fetais. A literatura atual recomenda aguardar o trabalho de parto até a 40ª semana em gestantes com controle adequado e programar o parto entre 37 e 39 semanas em casos de intercorrências (SBD, 2024). Já no puerpério, o acompanhamento contínuo e o rastreamento de diabetes tipo 2 são indispensáveis para a prevenção de desfechos crônicos e recidiva da doença em futuras gestações (ADA, 2023; Zhu & Zhang, 2021).
Conclui-se que o enfrentamento do DMG exige não apenas ações clínicas fundamentadas em evidências, mas também investimento em educação em saúde, qualificação de profissionais, vigilância epidemiológica e fortalecimento das políticas públicas voltadas à saúde da mulher e da criança (BRASIL, 2023; WHO, 2022). Promover o diagnóstico precoce, o manejo clínico adequado e o seguimento longitudinal das mulheres com histórico de DMG são estratégias imprescindíveis para a construção de uma assistência obstétrica segura, equitativa e integral.
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¹Graduando do curso de Medicina da Faculdade UNINASSAU – Vilhena;
²Graduanda do curso de Medicina da Faculdade UNINASSAU – Vilhena;
³Médica especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, formada pela Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal – FACIMED;
⁴Enfermeira Obstetra formada na Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT;
⁵Médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, formado pela Universidad Nacional de Ucayali – UNU, com revalidação pela Universidade Federal do Acre – UFAC;
⁶Médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia, formado pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel – Campus Anglo.