ONCOLOGICAL PALLIATIVE CARE AND THE CHALLENGES OF PROFESSIONALS AND FAMILIES IN THE CARE JOURNEY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506090820
Camila Costa Gonçalves Moreno1
Nathasha Weslleyn Rosa da Silva2
Maria da Piedade Gomes de Souza Maciel3
RESUMO
Introdução: Os cuidados paliativos são essenciais para promover o bem-estar dos pacientes em estado terminal, pela sua forma de amenizar o estado deletério do câncer, com ênfase na sua melhor qualidade de vida e com olhar holístico e humanizado. Objetivo geral: Descrever os principais desafios dos enfermeiros e familiares nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, extraídos de artigos de cunho científico, dos últimos cinco anos de publicação, segundo as bases de pesquisa, a saber: Reben, BVSalud, Lilacs, Scielo, Bireme e Google acadêmico. Resultados: Os artigos levantados demonstram o papel significativo do enfermeiro no contexto dos cuidados paliativos, pela sua assistência no cuidado integral, além de ações educativas e práticas para familiares, bem como pela necessidade de um profissional qualificado, que realize visitas domiciliares. Discussão: Os cuidados paliativos são essenciais para a promoção do bem-estar de pacientes em estado terminal e os desafios observados para os profissionais de enfermagem foram: qualificação específica e educação continuada, capacidade de saber lidar com o aspecto emocional pessoal e do paciente, maiores experiências em cuidados paliativos, limitação de insumos, insuficiência estrutural hospitalar. Conclusão: Conclui-se que, muitos são os desafios que permeiam os cuidados paliativos de pessoas oncológicas, o que reflete a necessidade de qualificação contínua, com resolutividade, ação humanizada e olhar holístico dos enfermeiros. Já os familiares precisam de apoio, controle emocional, além de práticas cotidianas e conhecimento acerca dos cuidados paliativos.
Descritores: Cuidados paliativos. Desafios do cuidado integral. Enfermagem. Família.
ABSTRACT
Introduction: Palliative care is essential to promote the well-being of terminally ill patients, due to its way of alleviating the deleterious state of cancer, with an emphasis on improving their quality of life and with a holistic and humanized approach. General objective: To describe the main challenges faced by nurses and family members in palliative care for cancer patients. Method: This is an integrative literature review, extracted from scientific articles published in the last five years, according to the research bases, namely: Reben, BVSalud, Lilacs, Scielo, Bireme and Google Scholar. Results: The articles surveyed demonstrate the significant role of nurses in the context of palliative care, due to their assistance in comprehensive care, in addition to educational and practical actions for family members, as well as the need for a qualified professional to perform home visits. Discussion: Palliative care is essential for promoting the well-being of terminally ill patients, and the challenges observed for nursing professionals were: specific qualification and continuing education, ability to deal with the emotional aspects of the patient and the individual, greater experience in palliative care, limited supplies, and insufficient hospital infrastructure. Conclusion: It is concluded that there are many challenges that permeate palliative care for cancer patients, which reflects the need for continuous qualification, with resolution, humanized action, and a holistic view of nurses. Family members, on the other hand, need support, emotional control, and daily practices and knowledge about palliative care.
Descriptors: Palliative care. Challenges of comprehensive care. Nursing. Family.
1 INTRODUÇÃO
O objeto de pesquisa é discorrer acerca da relevância dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos e os desafios dos enfermeiros e familiares frente essa realidade. A motivação da temática se deve à realidade em que muitos familiares e enfermeiros vem enfrentando quanto aos pacientes oncológicos, o que requer tempo, atenção, disponibilidade, saúde mental, humanização e conhecimentos para os cuidados paliativos com excelência, principalmente pela gravidade desses pacientes, que se encontram em fragilidade e com complicações que ameaçam a vida.
O câncer consiste em um problema de saúde pública, haja vista, a sua capacidade de atingir um grande quantitativo de pessoas mundialmente, com o surgimento de diversos tipos, o que representa um problema emergencial, principalmente quando se trata da necessidade de uma abordagem de melhoria na qualidade de vida dos pacientes, por fazer menção a um problema que ameaça a vida adulta ou pediátrica, refletindo a necessidade de um tratamento associado a dor e a problemas de cunho psicossocial, espiritual e físico (Evangelista et al., 2021).
O termo câncer é originário do grego Karkinos, ou seja, caranguejo, sendo utilizado apenas 400 a. C. por Hipócrates. Suas pesquisas e estudos investigaram que o tumor e vasos sanguíneos eram similares a um caranguejo, pelo formato de patas que apresentava. Destaca-se também a palavra grega onkos, cujo termo representava um fardo, ou uma massa (Inca, 2024).
O câncer é considerado como a principal causa de óbitos nas Américas, matando no ano de 2018, 9,6 milhões de pessoas, a nível mundial. Tratando-se do câncer infanto-juvenil, observa-se o quantitativo de 12 mil crianças e adolescentes aproximadamente, com uma média de 32 novos casos/dia (Opas, 2020).
A descoberta do câncer provoca vários sentimentos em relação ao paciente, como no cenário familiar, tais como: insegurança, culpabilização e medo da morte. O impacto do diagnóstico é devastador e as consequências da doença por parte do paciente e como irá enfrentá-la, logo, trata-se de um período que requer apoio familiar, hospitalar e dos enfermeiros (Moreira et al., 2021).
Nesse limiar, para o enfrentamento de problemas relacionados às doenças que promovem ameaça à vida dos pacientes, como o câncer, os cuidados paliativos são direcionados para os cuidados integrais, centrados nas necessidades do paciente. Os cuidados paliativos representam uma área interdisciplinar de cuidados ativos e integrais, relacionados a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, mediante a uma determinada patologia, que possa ameaçar a vida de um paciente e seus familiares, através de uma adequada avaliação e eficaz tratamento, voltados ao alívio de sintomas e dor, bem como de suporte espiritual e psicossocial, a partir do diagnóstico, ao período de luto familiar (Oliveira et al., 2020; Firmino et al., 2021).
No que tange a origem dos cuidados paliativos, em meados de 1967, a precursora desse modelo para cuidados com pacientes foi Cicely Saunders, que através da fundação do St. Christopher’s Hospice promoveu o desenvolvimento de um campo de cuidados e pesquisas, com mais de mil usuários, que passavam por experiências dolorosas, os quais eram tratados com medicamentos farmacológicos, além de apoio espiritual e sociopsicológico, o que propiciou melhoria da qualidade de vida no processo de terminalidade. Esse tratamento se pautava na assistência multiprofissional, quer seja aos pacientes, quer seja às suas famílias e em 1973, seu trabalho foi propagado nas Américas, por meio de Elisabeth Kübler-Ross (Silva, 2019; Tarberg et al., 2020).
Nessa perspectiva, o enfermeiro consiste no profissional de grande relevância para os cuidados paliativos oncológicos, pela arte cuidar de maneira humanizada, com base em sua formação técnico-científica, em que oferta uma assistência integral, segundo os aspectos de cunho emocional, físico e psicológico de seus pacientes. As habilidades de enfermagem, abrangem a capacidade de ouvir as necessidades dos pacientes interpretando cada situação, o que reflete na maior segurança quer seja aos pacientes, quer seja aos seus familiares (Silva et al., 2023; Maschio, 2022; Iberss, Martins, 2025).
No ambiente hospitalar, muitos são os desafios destacados para a assistência de enfermagem nos cuidados paliativos, tais como: problemas de comunicação com a família dos pacientes e a equipe multiprofissional, ausência de protocolos para os cuidados paliativos, falta de preparo dos enfermeiros para gerenciar sentimentos quando os pacientes chegam a óbito e baixo preparo técnico para os cuidados paliativos no alívio de sofrimento e dor (Lima; Taveira, 2021; Rosa et al., 2023).
Pretende-se responder a seguinte pergunta de pesquisa : Quais os principais desafios dos enfermeiros e familiares nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos?
O objetivo geral: descrever os principais desafios dos enfermeiros e familiares nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos.
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa, sendo a coleta de dados para a pesquisa realizada no período de fevereiro a abril de 2025, através da leitura e análise de artigos publicados nos últimos 05 anos, na língua portuguesa, gratuitos, disponíveis integralmente na forma on line; sendo utilizado o meio eletrônico através das seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências em da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Bireme, Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) e Google Acadêmico. Para a busca e seleção dos artigos utilizou-se as seguintes palavras-chave: Cuidados paliativos. Enfermagem. Paciente oncológico, relacionadas pelo operador booleano “AND”.
A revisão integrativa de literatura é um método que tem como finalidade:
Sintetizar resultados obtidos em pesquisas sobre um tema ou questão, de maneira sistemática, ordenada e abrangente. É denominada integrativa porque fornece informações mais amplas sobre um assunto/problema, constituindo, assim, um corpo de conhecimento. Deste modo, o revisor/pesquisador pode elaborar uma revisão integrativa com diferentes finalidades, podendo ser direcionada para a definição de conceitos, revisão de teorias ou análise metodológica dos estudos incluídos de um tópico particular (Ercole; Melo; Alcoforado, 2014, p. 4).
Nesse limiar, para a construção da revisão integrativa torna-se necessário percorrer seis etapas distintas, tais como:
A identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados; e apresentação da revisão/síntese do conhecimento (Mendes; Silveira; Galvão 2008, p.05 ).
Discorrendo-se dos critérios de inclusão serão utilizados: Bibliografia dos últimos 5 (cinco) anos, material na língua portuguesa e inglesa, que sejam pesquisados de forma gratuita, sem repetição de artigos e dispostos na íntegra. Por fim, quanto aos critérios de exclusão, classificarão como: materiais que não estejam nos últimos 5 (cinco) anos de publicação, que não tenham publicação na língua portuguesa e estrangeira e que sejam pesquisados em fontes pagas de pesquisa, resutando assim em 10 (dez) artigos, que serão destinados para os resultados da pesquisa.
Sequencialmente, segue figura 1 do fluxograma dos artigos para análise de resultados:

Figura 1 – Fluxograma da síntese de artigos
Fonte: Autoria própria.
3 RESULTADOS
Quadro1 – Estudos selecionados para a revisão integrativa
TITULO DO ESTUDO | AUTORES/ PERIÓDICO/PAÍS/ ANO/BASE DE DADOS | OBJETIVOS E MÉTODO | PRINCIPAIS RESULTADOS |
A relação entre o enfermeiro e o paciente nos cuidados paliativos oncológicos. | Almeida et al. Brazilian Journal of Health Review / Brasil/ Índia. 2020/BV salud | Analisar o enfermeiro e sua relação com pacientes oncológicos em estágio terminal. Método: Pesquisa qualitativa, exploratória e pesquisa de campo. | Demonstrou-se a importância dos enfermeiros nos cuidados ao pacientes oncológicos em estágio terminal e a necessidade de maior qualificação e vivência com esses pacientes. Logo, observa-se a necessidade de educação continuada e mais aprofundamento quanto aos cuidados paliativos, com maior relação entre pacientes/ enfermeiros, bem como de insumos disponíveis e adequados para os cuidados paliativos. |
O papel da equipe de enfermagem frente aos cuidados paliativos em pacientes oncológicos. | Rosa et al. DêCiência em Foco/ Brasil 2020/ BV salud | Pesquisar o papel da enfermagem em relação aos cuidados paliativos em pacientes com câncer. Método: Revisão integrativa. | A enfermagem atua através de uma concepção humanística, o que evidencia a sua assistência de forma significativa para os cuidados paliativos, através de práticas acolhedoras, com cuidado integral, apoio emocional e medidas com base no alívio da dor, segundo as necessidades fisiológicas do paciente, se revelando assim como um apoio significativo no âmbito psicoemocional desses pacientes e familiares. |
O papel do enfermeiro nos cuidados paliativos para pacientes com câncer. | Nogueira et al. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento/ Brasil/ 2021/ Google acadêmico. | Destacar a relevância da assistência de enfermagem, através dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos. Método: Revisão integrativa da literatura. | Com a pesquisa, observou-se que o papel do enfermeiro se destaca pelos cuidados com pacientes oncológicos através de cuidados paliativos, ações de planejamento terapêutico, operacionalização de processos, bem como a orientação e habilidades necessárias para os familiares/ cuidadores no cotidiano desses pacientes. |
O papel do enfermeiro nos cuidados paliativos: uma revisão integrativa. | Sampaio et al. Revista de Ensino, Ciência e Inovação em Saúde – RECIS/ Brasil. 2022/Google acadêmico. | Abordar a assistência de enfermagem nos cuidados paliativos. Método: Revisão integrativa. | Foi observado o papel da enfermagem quanto aos cuidados paliativos e sua importância, juntamente com o apoio de abordagem multidisciplinar, quer seja no planejamento, quer seja na sua execução, pela sua proposta de humanização e cuidado integral, a fim de promover maior qualidade de vida para pacientes em estado terminal. |
Enfermagem e cuidados paliativos em idosos. | Gonçalves et al. Revista Enferm. Atenção Saúde / Brasil 2023/ Bireme | Destacar os cuidados paliativos em idosos pelos profissionais de enfermagem. Método: Revisão integrativa. | A pesquisa proposta identificou que, de forma relevante, o planejamento individualizado deve ser realizado segundo às especificidades e necessidades de cada paciente. O planejamento personalizado é fundamental para promover o cuidado integral de cada paciente, visando maior qualidade de vida e conforto e oferecendo o suporte necessário com apoio de equipe multidisciplinar, humanização e postura ética. |
O papel da enfermagem no cuidado paliativo no Brasil. | Batista et al. Revista Foco/ Brasil 2023/ Google acadêmico. | Enaftizar a relevância da enfermagem nos cuidados paliativos. Método: Revisão narrativa. | A importância da enfermagem é enfatizada no âmbito dos cuidados paliativos, quando abrange suas habilidades técnicas, conhecimento e assistência prestada, além da valorização do acolhimento e controle de sintomas e dor, promovendo bem estar e atenção humanizada. Nesse limiar, torna se de grande valia o estímulo do ensino teórico prático de forma continuada, a fim de aprimorar |
O papel do enfermeiro no manejo de pacientes oncológicos em cuidados paliativos domiciliares. | Abreu et al. Revista Ft/ Brasil 2023/ BV salud | Identificar o papel de enfermagem em atendimentos de pacientes oncológicos, de maneira domiciliar, através de cuidados paliativos. Método: Revisão de literatura. | Foi destacado o papel do enfermeiro pela sua assistência aos pacientes oncológicos em toda a sua progressão de sofrimentos, ocasionados pela patologia, além de auxiliar a família no enfrentamento ao luto. Seus cuidados devem se pautar nas particularidades de cada paciente e o atendimento domiciliar contribui para o Plano Terapêutico Singular (PTS), na assistência mais adequada e também objetivando desafogar hospitais, além de ficar mais próximos aos seus familiares no período de cuidados paliativos. |
Ações de Enfermagem nos cuidados paliativos ao paciente em tratamento oncológico | Barbosa et al. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação/ Brasil/ 2024/ BV salud. | Pesquisar a assistência de enfermagem no âmbito de pacientes oncológicos por meio de cuidados paliativos e suas limitações. | Dentre as atribuições do enferneiro, observou-se que atua na redução da dor, no cuidado com o paciente oncológico, além de ter domníno de estratégias de autocuidado e humanização, relevantes para os cuidados paliativos oncológicos. Quanto às suas limitações, destacaram-se: casos com reduzido nível de capacitação específica oncológica, limitação de recursos e estrutural, problemas emocionais e de comunicação e escassez de materiais. |
Necessidades de Familiares Cuidadores e Atuação do Enfermeiro nos Cuidados Paliativos Oncológicos: Revisão Integrativa da Literatura. | Moares e Santana. Revista Brasileira de cancerologia/ Brasil// 2024/ BV salud. | Levantar dados das necessidades de conhecimento acerca dos cuidados paliativos, pelos familiares e cuidadores de pacientes oncológicos, destacando o enfermeiro e seu papel nesse contexto. Método: Revisão integrativa da literatura. | O papel do enfermeiro no contexto de cuidados paliativos deve ser voltado às famílias e cuidadores de pacientes oncológicos, através de informações e esclarecimentos quanto ao suporte e habilidades necessárias para os cuidados diários, com visitas domiciliares, a fim de monitorar, tirar dúvidas e promover o maior suporte para o alcance do bem estar do paciente de maneira eficaz. |
Papel da enfermagem perante os cuidados paliativos de pacientes oncológicos. | Iberss e Martins Revista Eletrônica Acervo Científico/ Brasil 2025/ Google acadêmico. | Destacar a rotina de enfermagem perante os cuidados paliativos por meio de metodologias ativas de ensino e aprendizagem. Método: Revisão integrativa. | Foi enfatizado no estudo que, os cuidados paliativos representam ações significativas para aliviar os sintomas desafiantes da dor de pacientes no enfrentamento de uma doença terminal como o câncer, proporcionando o bem-estar e sessões de acolhimento, a fim de manter a dignidade do paciente ao longo do tratamento, com metas assistenciais aos pacientes e colaborando com seus familiares. No entanto, aspectos conflitantes como a pouca qualificação e a vivência para lidar com a morte requerem a formação contínua dos enfermeiros quanto aos desafios emocionais e de cunho ético. |
Fonte: Dados da pesquisa (2025).
4 DISCUSSÃO
Segundo pesquisa realizada por Almeida et al. (2020), o papel do enfermeiro nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos é de grande importância, pelo nível de capacitação e habilidades técnicas de atenção primária. No entanto, se faz necessário maior qualificação profissional, pois, os cuidados paliativos requerem um olhar holístico desses profissionais, somado ao tratamento humanizado, haja vista, se tratar de uma enfermidade que atinge vários órgãos e tecidos e deixa o paciente bastante fragilizado, exigindo apoio, respeito e cuidado integral.
Para Rosa et al. (2020), a enfermagem nos cuidados paliativos promove além do cuidado integral, práticas pautadas na humanização, de grande importância para ações acolhedoras e que promovem o sentimento de apoio, de suporte para o contexto psicoemocional de pacientes oncológicos, como também de seus familiares, para o enfrentamento da doença com maior segurança, empatia, acolhimento e para o seu bem-estar.
Conforme a pesquisa realizada por Nogueira et al. (2021), os cuidados paliativos para atingir nível de qualidade e excelência para os pacientes oncológicos precisam de planejamentos específicos, pelo quantitativo de exames clínicos, tratamentos quimioterápicos, radioterapias, fármacos, dentre outros, logo, a importância de processos operacionalizados, com o devido planejamento terapêutico e habilidades específicas, a fim de desenvolver uma assistência com participação ativa do cuidado e bem-estar do paciente, bem como fortalecendo a adesão do paciente ao seu tratamento.
Sampaio et al. (2022) em sua abordagem de estudo, evidencia a importância dos enfermeiros nos cuidados paliativos, pela sua assistência do cuidado integral, além de seu papel juntamente com a equipe multidisciplinar ser significativa, permitindo o suporte de profissionais de várias áreas para a melhor assistência do paciente oncológico em estado terminal, a fim de ofertar ações voltadas para o alívio da dor, bem-estar, com acolhimento e prática humanizada.
Sob a perspectiva de Abreu et al. (2023), o papel do enfermeiro é essencial para pacientes oncológicos, pois, destaca-se como o profissional de saúde do primeiro contato com os pacientes, pelo cuidado de atenção primária que promove. Assim, como muitos pacientes oncológicos ficam muito debilitados e com saúde fragilizada, requer a necessidade de tratamento domiciliar. Desse modo, o atendimento de enfermagem no âmbito domiciliar é crucial, para que possa desenvolver sua prática com o maior conforto, apoio e cuidados de seus familiares, além de reduzir a demanda em hospitais.
De acordo com Gonçalves et al. (2023), os cuidados paliativos para os pacientes oncológicos exigem planejamento individualizado, ou seja, propostas antecipadas, originadas com base nas especificidades de cada paciente, pois, cada indivíduo é único e cada organismo responde de forma diferenciada. Desse modo, para o seu cuidado integral e personalizado, o planejamento individualizado é fundamental, a fim de promover qualidade na assistência, com respeito e práticas de enfermagem humanizadas.
Sob a perspectiva de Batista et al. (2023), para os cuidados paliativos, os enfermeiros utilizam técnicas e habilidades necessárias, permitindo oferecer ao paciente oncológico uma assistência acolhedora, para o suporte de suas necessidades e voltadas ao seu bem-estar, principalmente pelo seu estado de fragilidade, o que requer controle da dor e atenção humanizada. Destaca-se assim, a necessidade de educação continuada desses profissionais, a fim de melhorar seus conhecimentos e aprimoramento de experiência, para os cuidados paliativos dos pacientes oncológicos.
Barbosa et al. (2024) destaca no seu estudo que, os cuidados paliativos promovidos aos pacientes oncológicos demandam estratégias pautadas na humanização, no autocuidado e na educação continuada por meio de qualificação específica, pois, os desafios dos enfermeiros e demais profissionais de saúde, além da carga horária e recursos limitados, falta de materiais, também enfrentam os problemas de cunho emocional, frente ao acompanhamento de pessoas em estado de fragilidade e terminal, exigindo assim o domínio sobre o seu estado emocional.
Moraes e Santana (2024) destacam na pesquisa proposta, a grande relevância que a família desempenha, como também os cuidadores nos cuidados paliativos. A família mantém laços de amor e de socialização primária, logo, sua relação interpessal é estreita e afetada com o diagnóstico de câncer, em que reflete a necessidade de saber lidar com o impacto dessa situação e do estado terminal de seu familiar. Os cuidados paliativos são voltados à promoção do bem-estar, conforto e alívio da dor. Nesse contexto, o enfermeiro se destaca pelo seu conhecimento e formação do âmbito do cuidado integral, o que contribuirá para propor informações e práticas diárias aos familiares e cuidadores dos pacientes oncológicos.
A pesquisa de Iberss e Martins (2025) indica que, os enfermeiros no cuidado integral de pacientes oncológicos contribuem com uma assistência pautada no alívio da dor, favorecendo para o bem-estar com postura ética, práticas humanizadas e de tratamento digno em todo o processo, o que será muito significativo para seus pacientes. Todavia, torna-se necessário práticas vivenciais e curso de capacitação para enfrentar os desafios emocionais, frente aos pacientes em estado terminal.
5 CONCLUSÃO
Conclui-se com os estudos propostos que, os cuidados paliativos são de suma importância para minimizar o sofrimento de pacientes oncológicos, visto que, são aliados para os cuidados integrais voltados ao bem-estar, redução da dor e qualidade de vida no enfrentamento de uma patologia agressiva, bastante progressiva e deletéria.
Nesse contexto, a assistência de enfermagem se revela como fundamental para propiciar uma assistêcia que prioriza a dignidade, ética, a qualidade de vida do paciente oncológico, alívio da dor e o cuidao integral. Sua assistência também abrange visitas domiciliares, que são essenciais para esses pacientes, pois, o câncer atinge a capacidade funcional do paciente, o que prejudica a sua mobilidade e autonomia.
Na abordagem familiar, os desafios dos profissionais de enfermagem se pautam na promoção do apoio e o suporte quanto às práticas necessárias de cuidados paliativos, com os devidos esclarecimentos de dúvidas e informações, contribuindo para que familiares e os cuidadores ofereçam o cuidado eficaz, a fim de contribuir para o bem-estar do paciente, acometido por uma doença que oferece risco à vida.
Por fim, quanto aos desafios dos profissionais de enfermagem nos cuidados paliativos, destacam-se: a necessidade de qualificação contínua para seu aprimoramento, limitação estrutural, ausência de insumos, maior controle emocional e maior experiência, para que seu desempenho atinja nível de excelência, princiopalmente aos pacientes em estado terminal.
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23. TARBERG A. S.; LANDSTAD, B. J.; HOLE, T.; THRONAES, M.; KVANGARSNES, M. Nurses’ experiences of compassionate care in the palliative pathway. Journal of Clinical Nursing, v. 29, n. 23-24, p. 4818-26, 2020.
1Graduanda do Curso de Enfermagem do CESMAC; camilacostamoreno@gmail.com;
2Graduanda do Curso de Enfermagem do CESMAC; nathashaweslleynr@gmail.com;
3Mestre em Ensino na Saúde – UFAL, Professora Titular do Centro Universitário CESMAC