CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS E OS DESAFIOS DE PROFISSIONAIS  E FAMILIARES NA JORNADA DO CUIDADO

ONCOLOGICAL PALLIATIVE CARE AND THE CHALLENGES OF  PROFESSIONALS AND FAMILIES IN THE CARE JOURNEY

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202506090820


Camila Costa Gonçalves Moreno1
Nathasha Weslleyn Rosa da Silva2
Maria da Piedade Gomes de Souza Maciel3


RESUMO

Introdução: Os cuidados paliativos são essenciais para promover o bem-estar dos pacientes em  estado terminal, pela sua forma de amenizar o estado deletério do câncer, com ênfase na sua melhor  qualidade de vida e com olhar holístico e humanizado. Objetivo geral: Descrever os principais desafios  dos enfermeiros e familiares nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos. Método: Trata-se de  uma revisão integrativa de literatura, extraídos de artigos de cunho científico, dos últimos cinco anos  de publicação, segundo as bases de pesquisa, a saber: Reben, BVSalud, Lilacs, Scielo, Bireme e  Google acadêmico. Resultados: Os artigos levantados demonstram o papel significativo do enfermeiro  no contexto dos cuidados paliativos, pela sua assistência no cuidado integral, além de ações educativas  e práticas para familiares, bem como pela necessidade de um profissional qualificado, que realize  visitas domiciliares. Discussão: Os cuidados paliativos são essenciais para a promoção do bem-estar  de pacientes em estado terminal e os desafios observados para os profissionais de enfermagem foram:  qualificação específica e educação continuada, capacidade de saber lidar com o aspecto emocional  pessoal e do paciente, maiores experiências em cuidados paliativos, limitação de insumos, insuficiência  estrutural hospitalar. Conclusão: Conclui-se que, muitos são os desafios que permeiam os cuidados  paliativos de pessoas oncológicas, o que reflete a necessidade de qualificação contínua, com  resolutividade, ação humanizada e olhar holístico dos enfermeiros. Já os familiares precisam de apoio,  controle emocional, além de práticas cotidianas e conhecimento acerca dos cuidados paliativos.

Descritores: Cuidados paliativos. Desafios do cuidado integral. Enfermagem. Família. 

ABSTRACT

Introduction: Palliative care is essential to promote the well-being of terminally ill patients, due to its way  of alleviating the deleterious state of cancer, with an emphasis on improving their quality of life and with  a holistic and humanized approach. General objective: To describe the main challenges faced by nurses  and family members in palliative care for cancer patients. Method: This is an integrative literature review,  extracted from scientific articles published in the last five years, according to the research bases,  namely: Reben, BVSalud, Lilacs, Scielo, Bireme and Google Scholar. Results: The articles surveyed  demonstrate the significant role of nurses in the context of palliative care, due to their assistance in  comprehensive care, in addition to educational and practical actions for family members, as well as the  need for a qualified professional to perform home visits. Discussion: Palliative care is essential for  promoting the well-being of terminally ill patients, and the challenges observed for nursing professionals  were: specific qualification and continuing education, ability to deal with the emotional aspects of the  patient and the individual, greater experience in palliative care, limited supplies, and insufficient hospital  infrastructure. Conclusion: It is concluded that there are many challenges that permeate palliative care  for cancer patients, which reflects the need for continuous qualification, with resolution, humanized  action, and a holistic view of nurses. Family members, on the other hand, need support, emotional  control, and daily practices and knowledge about palliative care.

Descriptors: Palliative care. Challenges of comprehensive care. Nursing. Family.

1 INTRODUÇÃO

O objeto de pesquisa é discorrer acerca da relevância dos cuidados paliativos  em pacientes oncológicos e os desafios dos enfermeiros e familiares frente essa  realidade. A motivação da temática se deve à realidade em que muitos familiares e  enfermeiros vem enfrentando quanto aos pacientes oncológicos, o que requer tempo,  atenção, disponibilidade, saúde mental, humanização e conhecimentos para os  cuidados paliativos com excelência, principalmente pela gravidade desses pacientes,  que se encontram em fragilidade e com complicações que ameaçam a vida.

O câncer consiste em um problema de saúde pública, haja vista, a sua  capacidade de atingir um grande quantitativo de pessoas mundialmente, com o  surgimento de diversos tipos, o que representa um problema emergencial,  principalmente quando se trata da necessidade de uma abordagem de melhoria na  qualidade de vida dos pacientes, por fazer menção a um problema que ameaça a vida  adulta ou pediátrica, refletindo a necessidade de um tratamento associado a dor e a  problemas de cunho psicossocial, espiritual e físico (Evangelista et al., 2021).

O termo câncer é originário do grego Karkinos, ou seja, caranguejo, sendo  utilizado apenas 400 a. C. por Hipócrates. Suas pesquisas e estudos investigaram que  o tumor e vasos sanguíneos eram similares a um caranguejo, pelo formato de patas  que apresentava. Destaca-se também a palavra grega onkos, cujo termo representava  um fardo, ou uma massa (Inca, 2024).

O câncer é considerado como a principal causa de óbitos nas Américas,  matando no ano de 2018, 9,6 milhões de pessoas, a nível mundial. Tratando-se do  câncer infanto-juvenil, observa-se o quantitativo de 12 mil crianças e adolescentes  aproximadamente, com uma média de 32 novos casos/dia (Opas, 2020).

A descoberta do câncer provoca vários sentimentos em relação ao paciente,  como no cenário familiar, tais como: insegurança, culpabilização e medo da morte. O  impacto do diagnóstico é devastador e as consequências da doença por parte do  paciente e como irá enfrentá-la, logo, trata-se de um período que requer apoio familiar,  hospitalar e dos enfermeiros (Moreira et al., 2021).

Nesse limiar, para o enfrentamento de problemas relacionados às doenças que  promovem ameaça à vida dos pacientes, como o câncer, os cuidados paliativos são  direcionados para os cuidados integrais, centrados nas necessidades do paciente. Os  cuidados paliativos representam uma área interdisciplinar de cuidados ativos e integrais, relacionados a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, mediante a  uma determinada patologia, que possa ameaçar a vida de um paciente e seus  familiares, através de uma adequada avaliação e eficaz tratamento, voltados ao alívio  de sintomas e dor, bem como de suporte espiritual e psicossocial, a partir do  diagnóstico, ao período de luto familiar (Oliveira et al., 2020; Firmino et al., 2021).

No que tange a origem dos cuidados paliativos, em meados de 1967, a  precursora desse modelo para cuidados com pacientes foi Cicely Saunders, que  através da fundação do St. Christopher’s Hospice promoveu o desenvolvimento de um  campo de cuidados e pesquisas, com mais de mil usuários, que passavam por  experiências dolorosas, os quais eram tratados com medicamentos farmacológicos,  além de apoio espiritual e sociopsicológico, o que propiciou melhoria da qualidade de  vida no processo de terminalidade. Esse tratamento se pautava na assistência  multiprofissional, quer seja aos pacientes, quer seja às suas famílias e em 1973, seu  trabalho foi propagado nas Américas, por meio de Elisabeth Kübler-Ross (Silva, 2019;  Tarberg et al., 2020).

Nessa perspectiva, o enfermeiro consiste no profissional de grande relevância  para os cuidados paliativos oncológicos, pela arte cuidar de maneira humanizada, com  base em sua formação técnico-científica, em que oferta uma assistência integral,  segundo os aspectos de cunho emocional, físico e psicológico de seus pacientes. As  habilidades de enfermagem, abrangem a capacidade de ouvir as necessidades dos  pacientes interpretando cada situação, o que reflete na maior segurança quer seja aos  pacientes, quer seja aos seus familiares (Silva et al., 2023; Maschio, 2022; Iberss,  Martins, 2025).

No ambiente hospitalar, muitos são os desafios destacados para a assistência  de enfermagem nos cuidados paliativos, tais como: problemas de comunicação com  a família dos pacientes e a equipe multiprofissional, ausência de protocolos para os  cuidados paliativos, falta de preparo dos enfermeiros para gerenciar sentimentos  quando os pacientes chegam a óbito e baixo preparo técnico para os cuidados  paliativos no alívio de sofrimento e dor (Lima; Taveira, 2021; Rosa et al., 2023).

Pretende-se responder a seguinte pergunta de pesquisa : Quais os principais  desafios dos enfermeiros e familiares nos cuidados paliativos de pacientes  oncológicos?

O objetivo geral: descrever os principais desafios dos enfermeiros e familiares  nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa, sendo a coleta de dados para a pesquisa  realizada no período de fevereiro a abril de 2025, através da leitura e análise de artigos  publicados nos últimos 05 anos, na língua portuguesa, gratuitos, disponíveis  integralmente na forma on line; sendo utilizado o meio eletrônico através das seguintes  bases de dados: Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciências em da Saúde  (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde  (BVS), Bireme, Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) e Google Acadêmico.  Para a busca e seleção dos artigos utilizou-se as seguintes palavras-chave: Cuidados  paliativos. Enfermagem. Paciente oncológico, relacionadas pelo operador booleano  “AND”.

A revisão integrativa de literatura é um método que tem como finalidade:

Sintetizar resultados obtidos em pesquisas sobre um tema ou questão, de  maneira sistemática, ordenada e abrangente. É denominada integrativa  porque fornece informações mais amplas sobre um assunto/problema,  constituindo, assim, um corpo de conhecimento. Deste modo, o  revisor/pesquisador pode elaborar uma revisão integrativa com diferentes  finalidades, podendo ser direcionada para a definição de conceitos, revisão  de teorias ou análise metodológica dos estudos incluídos de um tópico  particular (Ercole; Melo; Alcoforado, 2014, p. 4).

Nesse limiar, para a construção da revisão integrativa torna-se necessário  percorrer seis etapas distintas, tais como:  

A identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa;  estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de  estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a  serem extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos;  avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados; e  apresentação da revisão/síntese do conhecimento (Mendes; Silveira; Galvão  2008, p.05 ).

Discorrendo-se dos critérios de inclusão serão utilizados: Bibliografia dos  últimos 5 (cinco) anos, material na língua portuguesa e inglesa, que sejam  pesquisados de forma gratuita, sem repetição de artigos e dispostos na íntegra. Por  fim, quanto aos critérios de exclusão, classificarão como: materiais que não estejam  nos últimos 5 (cinco) anos de publicação, que não tenham publicação na língua  portuguesa e estrangeira e que sejam pesquisados em fontes pagas de pesquisa, resutando assim em 10 (dez) artigos, que serão destinados para os resultados da  pesquisa.

Sequencialmente, segue figura 1 do fluxograma dos artigos para análise de  resultados: 

Figura 1 – Fluxograma da síntese de artigos

Fonte: Autoria própria.

3 RESULTADOS

Quadro1 – Estudos selecionados para a revisão integrativa

TITULO DO  ESTUDOAUTORES/  PERIÓDICO/PAÍS/  ANO/BASE DE DADOSOBJETIVOS E  MÉTODOPRINCIPAIS  RESULTADOS
A relação entre  o enfermeiro e o  paciente nos  cuidados  paliativos oncológicos.Almeida et al.  Brazilian Journal of  Health Review / Brasil/  Índia. 2020/BV saludAnalisar o  enfermeiro e sua  relação com  pacientes  oncológicos em estágio terminal. Método: Pesquisa qualitativa,  exploratória e  pesquisa de  campo.Demonstrou-se a  importância dos  enfermeiros nos  cuidados ao  pacientes oncológicos em  estágio terminal e a  necessidade de  maior qualificação  e vivência com  esses pacientes.  Logo, observa-se a  necessidade de  educação  continuada e mais  aprofundamento  quanto aos  cuidados  paliativos, com  maior relação entre  pacientes/  enfermeiros, bem  como de insumos  disponíveis e  adequados para os  cuidados  paliativos.
O papel da  equipe de  enfermagem  frente aos  cuidados  paliativos em  pacientes  oncológicos.Rosa et al.  DêCiência em Foco/  Brasil 2020/ BV saludPesquisar o papel  da enfermagem em  relação aos  cuidados paliativos  em pacientes com  câncer. Método: Revisão  integrativa.A enfermagem  atua através de  uma concepção  humanística, o que  evidencia a sua  assistência de  forma significativa  para os cuidados  paliativos, através  de práticas  acolhedoras, com  cuidado integral,  apoio emocional e  medidas com base  no alívio da dor,  segundo as  necessidades  fisiológicas do  paciente, se  revelando assim  como um apoio  significativo no  âmbito  psicoemocional  desses pacientes e  familiares.
O papel do  enfermeiro nos  cuidados  paliativos para  pacientes com  câncer.Nogueira et al.  Pesquisa, Sociedade e  Desenvolvimento/  Brasil/ 2021/ Google  acadêmico.Destacar a  relevância da  assistência de  enfermagem,  através dos  cuidados paliativos  em pacientes  oncológicos. Método: Revisão  integrativa da  literatura.Com a pesquisa,  observou-se que o  papel do  enfermeiro se  destaca pelos  cuidados com  pacientes  oncológicos  através de  cuidados  paliativos, ações  de planejamento  terapêutico,  operacionalização  de processos, bem  como a orientação  e habilidades  necessárias para  os familiares/  cuidadores no  cotidiano desses  pacientes.
O papel do  enfermeiro nos  cuidados  paliativos: uma  revisão  integrativa.Sampaio et al.  Revista de Ensino,  Ciência e Inovação em  Saúde – RECIS/ Brasil. 2022/Google  acadêmico.Abordar a  assistência de  enfermagem nos  cuidados paliativos. Método: Revisão  integrativa.Foi observado o  papel da  enfermagem  quanto aos  cuidados paliativos  e sua importância,  juntamente com o  apoio de  abordagem  multidisciplinar,  quer seja no  planejamento, quer  seja na sua  execução, pela sua  proposta de  humanização e  cuidado integral, a  fim de promover  maior qualidade de  vida para pacientes  em estado  terminal.
Enfermagem e  cuidados  paliativos em  idosos.Gonçalves et al. Revista Enferm.  Atenção Saúde / Brasil 2023/ BiremeDestacar os  cuidados paliativos  em idosos pelos  profissionais de enfermagem. Método: Revisão  integrativa.A pesquisa  proposta  identificou que, de  forma relevante, o planejamento  individualizado  deve ser realizado  segundo às  especificidades e  necessidades de  cada paciente. O  planejamento  personalizado é  fundamental para  promover o  cuidado integral de  cada paciente,  visando maior  qualidade de vida e  conforto e  oferecendo o  suporte necessário  com apoio de  equipe  multidisciplinar,  humanização e  postura ética.
O papel da  enfermagem no  cuidado paliativo  no Brasil.Batista et al.  Revista Foco/ Brasil 2023/ Google  acadêmico.Enaftizar a  relevância da  enfermagem nos  cuidados paliativos. Método: Revisão  narrativa.A importância da  enfermagem é  enfatizada no  âmbito dos  cuidados  paliativos, quando  abrange suas  habilidades  técnicas,  conhecimento e  assistência  prestada, além da  valorização do  acolhimento e  controle de  sintomas e dor,  promovendo bem estar e atenção  humanizada.  Nesse limiar, torna se de grande valia  o estímulo do  ensino teórico prático de forma  continuada, a fim  de aprimorar
O papel do  enfermeiro no  manejo de  pacientes  oncológicos em  cuidados  paliativos  domiciliares.Abreu et al. Revista Ft/ Brasil 2023/ BV saludIdentificar o papel  de enfermagem em  atendimentos de  pacientes  oncológicos, de  maneira domiciliar,  através de  cuidados paliativos. Método: Revisão  de literatura.Foi destacado o  papel do  enfermeiro pela  sua assistência  aos pacientes  oncológicos em  toda a sua  progressão de  sofrimentos,  ocasionados pela  patologia, além de  auxiliar a família no  enfrentamento ao  luto. Seus  cuidados devem se  pautar nas  particularidades de  cada paciente e o  atendimento  domiciliar contribui  para o Plano  Terapêutico  Singular (PTS), na  assistência mais  adequada e  também  objetivando  desafogar  hospitais, além de  ficar mais próximos  aos seus familiares  no período de  cuidados  paliativos.
Ações de  Enfermagem  nos cuidados paliativos ao  paciente em  tratamento  oncológicoBarbosa et al. Revista  Ibero-Americana de  Humanidades, Ciências e Educação/ Brasil/  2024/ BV salud.Pesquisar a  assistência de  enfermagem no âmbito de  pacientes  oncológicos por  meio de cuidados  paliativos e suas  limitações.Dentre as  atribuições do  enferneiro, observou-se que  atua na redução da  dor, no cuidado  com o paciente  oncológico, além  de ter domníno de  estratégias de  autocuidado e  humanização,  relevantes para os  cuidados paliativos  oncológicos.  Quanto às suas  limitações,  destacaram-se:  casos com  reduzido nível de  capacitação  específica  oncológica,  limitação de  recursos e  estrutural,  problemas  emocionais e de  comunicação e  escassez de  materiais.
Necessidades  de Familiares  Cuidadores e  Atuação do  Enfermeiro nos  Cuidados  Paliativos  Oncológicos:  Revisão  Integrativa da  Literatura.Moares e Santana.  Revista Brasileira de  cancerologia/ Brasil//  2024/ BV salud.Levantar dados das  necessidades de  conhecimento  acerca dos  cuidados paliativos,  pelos familiares e  cuidadores de  pacientes  oncológicos,  destacando o  enfermeiro e seu  papel nesse  contexto. Método: Revisão  integrativa da  literatura.O papel do  enfermeiro no  contexto de  cuidados paliativos  deve ser voltado às  famílias e  cuidadores de  pacientes  oncológicos,  através de  informações e  esclarecimentos  quanto ao suporte  e habilidades  necessárias para  os cuidados  diários, com visitas  domiciliares, a fim  de monitorar, tirar  dúvidas e  promover o maior suporte para o  alcance do bem estar do paciente  de maneira eficaz.
Papel da  enfermagem  perante os  cuidados  paliativos de  pacientes  oncológicos.Iberss e Martins  Revista Eletrônica  Acervo Científico/ Brasil 2025/ Google  acadêmico.Destacar a rotina  de enfermagem  perante os  cuidados paliativos  por meio de  metodologias  ativas de ensino e  aprendizagem. Método: Revisão  integrativa.Foi enfatizado no  estudo que, os  cuidados paliativos  representam ações  significativas para  aliviar os sintomas  desafiantes da dor  de pacientes no  enfrentamento de  uma doença  terminal como o  câncer,  proporcionando o  bem-estar e  sessões de  acolhimento, a fim  de manter a  dignidade do  paciente ao longo  do tratamento, com  metas  assistenciais aos  pacientes e  colaborando com  seus familiares. No  entanto, aspectos  conflitantes como a  pouca qualificação  e a vivência para  lidar com a morte  requerem a  formação contínua  dos enfermeiros  quanto aos  desafios  emocionais e de  cunho ético.

Fonte: Dados da pesquisa (2025).

4 DISCUSSÃO

Segundo pesquisa realizada por Almeida et al. (2020), o papel do enfermeiro  nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos é de grande importância, pelo nível  de capacitação e habilidades técnicas de atenção primária. No entanto, se faz  necessário maior qualificação profissional, pois, os cuidados paliativos requerem um  olhar holístico desses profissionais, somado ao tratamento humanizado, haja vista, se  tratar de uma enfermidade que atinge vários órgãos e tecidos e deixa o paciente  bastante fragilizado, exigindo apoio, respeito e cuidado integral.

Para Rosa et al. (2020), a enfermagem nos cuidados paliativos promove além  do cuidado integral, práticas pautadas na humanização, de grande importância para  ações acolhedoras e que promovem o sentimento de apoio, de suporte para o  contexto psicoemocional de pacientes oncológicos, como também de seus familiares,  para o enfrentamento da doença com maior segurança, empatia, acolhimento e para  o seu bem-estar.

Conforme a pesquisa realizada por Nogueira et al. (2021), os cuidados  paliativos para atingir nível de qualidade e excelência para os pacientes oncológicos  precisam de planejamentos específicos, pelo quantitativo de exames clínicos,  tratamentos quimioterápicos, radioterapias, fármacos, dentre outros, logo, a  importância de processos operacionalizados, com o devido planejamento terapêutico  e habilidades específicas, a fim de desenvolver uma assistência com participação  ativa do cuidado e bem-estar do paciente, bem como fortalecendo a adesão do  paciente ao seu tratamento.

Sampaio et al. (2022) em sua abordagem de estudo, evidencia a importância  dos enfermeiros nos cuidados paliativos, pela sua assistência do cuidado integral,  além de seu papel juntamente com a equipe multidisciplinar ser significativa,  permitindo o suporte de profissionais de várias áreas para a melhor assistência do  paciente oncológico em estado terminal, a fim de ofertar ações voltadas para o alívio  da dor, bem-estar, com acolhimento e prática humanizada.

Sob a perspectiva de Abreu et al. (2023), o papel do enfermeiro é essencial  para pacientes oncológicos, pois, destaca-se como o profissional de saúde do primeiro  contato com os pacientes, pelo cuidado de atenção primária que promove. Assim,  como muitos pacientes oncológicos ficam muito debilitados e com saúde fragilizada,  requer a necessidade de tratamento domiciliar. Desse modo, o atendimento de  enfermagem no âmbito domiciliar é crucial, para que possa desenvolver sua prática  com o maior conforto, apoio e cuidados de seus familiares, além de reduzir a demanda em hospitais.

De acordo com Gonçalves et al. (2023), os cuidados paliativos para os  pacientes oncológicos exigem planejamento individualizado, ou seja, propostas  antecipadas, originadas com base nas especificidades de cada paciente, pois, cada indivíduo é único e cada organismo responde de forma diferenciada. Desse modo,  para o seu cuidado integral e personalizado, o planejamento individualizado é  fundamental, a fim de promover qualidade na assistência, com respeito e práticas de  enfermagem humanizadas.

Sob a perspectiva de Batista et al. (2023), para os cuidados paliativos, os  enfermeiros utilizam técnicas e habilidades necessárias, permitindo oferecer ao  paciente oncológico uma assistência acolhedora, para o suporte de suas  necessidades e voltadas ao seu bem-estar, principalmente pelo seu estado de  fragilidade, o que requer controle da dor e atenção humanizada. Destaca-se assim, a  necessidade de educação continuada desses profissionais, a fim de melhorar seus  conhecimentos e aprimoramento de experiência, para os cuidados paliativos dos  pacientes oncológicos.

Barbosa et al. (2024) destaca no seu estudo que, os cuidados paliativos  promovidos aos pacientes oncológicos demandam estratégias pautadas na  humanização, no autocuidado e na educação continuada por meio de qualificação  específica, pois, os desafios dos enfermeiros e demais profissionais de saúde, além  da carga horária e recursos limitados, falta de materiais, também enfrentam os  problemas de cunho emocional, frente ao acompanhamento de pessoas em estado  de fragilidade e terminal, exigindo assim o domínio sobre o seu estado emocional.

Moraes e Santana (2024) destacam na pesquisa proposta, a grande relevância  que a família desempenha, como também os cuidadores nos cuidados paliativos. A  família mantém laços de amor e de socialização primária, logo, sua relação interpessal  é estreita e afetada com o diagnóstico de câncer, em que reflete a necessidade de  saber lidar com o impacto dessa situação e do estado terminal de seu familiar. Os  cuidados paliativos são voltados à promoção do bem-estar, conforto e alívio da dor.  Nesse contexto, o enfermeiro se destaca pelo seu conhecimento e formação do  âmbito do cuidado integral, o que contribuirá para propor informações e práticas  diárias aos familiares e cuidadores dos pacientes oncológicos.

A pesquisa de Iberss e Martins (2025) indica que, os enfermeiros no cuidado  integral de pacientes oncológicos contribuem com uma assistência pautada no alívio da dor, favorecendo para o bem-estar com postura ética, práticas humanizadas e de  tratamento digno em todo o processo, o que será muito significativo para seus  pacientes. Todavia, torna-se necessário práticas vivenciais e curso de capacitação  para enfrentar os desafios emocionais, frente aos pacientes em estado terminal.

5 CONCLUSÃO

Conclui-se com os estudos propostos que, os cuidados paliativos são de suma  importância para minimizar o sofrimento de pacientes oncológicos, visto que, são  aliados para os cuidados integrais voltados ao bem-estar, redução da dor e qualidade  de vida no enfrentamento de uma patologia agressiva, bastante progressiva e  deletéria.

Nesse contexto, a assistência de enfermagem se revela como fundamental  para propiciar uma assistêcia que prioriza a dignidade, ética, a qualidade de vida do  paciente oncológico, alívio da dor e o cuidao integral. Sua assistência também  abrange visitas domiciliares, que são essenciais para esses pacientes, pois, o câncer  atinge a capacidade funcional do paciente, o que prejudica a sua mobilidade e  autonomia.

Na abordagem familiar, os desafios dos profissionais de enfermagem se  pautam na promoção do apoio e o suporte quanto às práticas necessárias de  cuidados paliativos, com os devidos esclarecimentos de dúvidas e informações,  contribuindo para que familiares e os cuidadores ofereçam o cuidado eficaz, a fim de  contribuir para o bem-estar do paciente, acometido por uma doença que oferece risco  à vida.

Por fim, quanto aos desafios dos profissionais de enfermagem nos cuidados  paliativos, destacam-se: a necessidade de qualificação contínua para seu  aprimoramento, limitação estrutural, ausência de insumos, maior controle emocional  e maior experiência, para que seu desempenho atinja nível de excelência,  princiopalmente aos pacientes em estado terminal.

REFERÊNCIAS

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1Graduanda do Curso de Enfermagem do CESMAC; camilacostamoreno@gmail.com;
2Graduanda do Curso de Enfermagem do CESMAC; nathashaweslleynr@gmail.com;
3Mestre em Ensino na Saúde – UFAL, Professora  Titular do Centro Universitário CESMAC