REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202511281505
Romero Bezerra Cavalcanti Mendes1
RESUMO
Objetivo: Comparar desfechos clínicos, tempo de recuperação e complicações entre as técnicas mini-open (n=45) e endoscópica (n=49) para liberação do túnel do carpo. Métodos: Estudo observacional comparativo com 94 pacientes consecutivos. Avaliações incluíram Escala de Boston, dor (VAS), tempo de retorno ao trabalho e complicações. Seguimento mínimo: 6 meses. Resultados: Ambas as técnicas apresentaram melhora funcional significativa. A endoscópica exibiu menor dor precoce e retorno mais rápido ao trabalho. A mini-open apresentou maior incidência de dor cicatricial. Recidiva baixa e semelhante entre os grupos. Conclusão: As duas técnicas são eficazes e seguras. A via endoscópica permite recuperação precoce; a mini-open oferece maior previsibilidade técnica.
Palavras-chave : Mini open, endocopia cárpica.
ABSTRACT
Objective: To compare clinical outcomes and postoperative recovery between mini-open (n=45) and endoscopic (n=49) carpal tunnel release techniques. Methods: Observational comparative study with 94 consecutive patients. Outcomes included Boston Questionnaire, VAS pain, return-to-work time, and complications. Minimum follow-up: 6 months. Results: Both groups showed significant functional improvement. Endoscopy resulted in less early pain and faster return to work.
Mini-open had more scar tenderness. Recurrence was low and similar across groups. Conclusion: Both techniques are effective and safe. Endoscopic release facilitates faster recovery, while mini-open provides greater technical predictability.
Keywords: Mini open, carpal endoscopy.
1. INTRODUÇÃO
A síndrome do túnel do carpo (STC) é a neuropatia compressiva mais comum do membro superior. As técnicas mini-open e endoscópica têm se consolidado como alternativas seguras, porém com diferenças em morbidade, curva de aprendizado e retorno ocupacional. O objetivo deste estudo é comparar diretamente essas abordagens em 94 casos consecutivos.
2. MÉTODOS
Estudo comparativo observacional realizado com 94 pacientes diagnosticados com STC, divididos em dois grupos: – Grupo 1: mini-open (n=45) – Grupo 2: endoscópica (n=49) Foram analisados: Escala de Boston (SSS/FSS), dor pela VAS, retorno ao trabalho e complicações. O seguimento mínimo foi de 6 meses.
Tabela 1 – Características demográficas dos pacientes
| Variável | Mini-open (n=45) | Endoscópica (n=49) |
| Idade média (anos) | 54,2 ± 10,1 | 53,7 ± 9,4 |
| Sexo feminino (%) | 73% | 70% |
| Lateralidade dominante (%) | 82% | 79% |
| Tempo de sintomas (meses) | 18,4 ± 7,1 | 17,9 ± 6,8 |
| Gravidade ENMG moderada/grave (%) | 66% | 63% |
Tabela 3 – Comparação entre técnicas
| Desfecho | Mini-open | Endoscópica |
| Dor precoce (VAS – 1ª semana) | 6,1 ± 1,2 | 3,8 ± 1,0 |
| Retorno ao trabalho (dias) | 28 ± 7 | 17 ± 5 |
| Tamanho da incisão (cm) | 2,5 ± 0,4 | 1,0 ± 0,2 |
| Complicações totais (%) | 11% | 8% |
Tabela 4 – Complicações cirúrgicas
| Complicação | Mini-open | Endoscópica |
| Dor cicatricial | 8,8% | 2,0% |
| Infecção | 2,2% | 0% |
| Hematoma | 2,2% | 4,0% |
| Lesão nervosa | 0% | 0% |
| Recidiva | 2,2% | 2,0% |
3. DISCUSSÃO
Os resultados encontrados refletem a literatura recente, que demonstra vantagens iniciais da técnica endoscópica no controle da dor e retorno às atividades, sem diferenças funcionais significativas no longo prazo. A técnica mini-open, entretanto, mantém maior previsibilidade técnica e menor dependência da curva de aprendizado.
4. CONCLUSÃO
Ambas as técnicas são eficazes e seguras. A via endoscópica favorece a recuperação precoce, enquanto a mini-open permanece sólida, acessível e tecnicamente reprodutível.
REFERÊNCIAS
1. Li Y, et al. Open versus endoscopic carpal tunnel release: a systematic review and meta-analysis. J Orthop Surg Res. 2020.
2. Rajapandian R, et al. Endoscopic versus open carpal tunnel release. Cureus. 2024.
3. Hammert WC, Miller LE. Systematic review of endoscopic outcomes. J Hand Surg Glob Online. 2023/2024.
4. Almojel YA, et al. Efficacy of endoscopic carpal tunnel release. PRS Glob Open. 2025.
5. Eberlin KR, et al. Final 1-year results of the TUTOR trial. PRS Glob Open. 2024.
1Maurício de Nassau, Recife, Pernambuco, Brasil.
