A CONSTRUÇÃO TEXTUAL DO OFÍCIO COM O EMPREGO DA COESÃO E DA COERÊNCIA

THE TEXTUAL CONSTRUCTION OF THE OFFICE WITH THE USE OF COHESION AND COHERENCE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202510281513


Patrícia Gomes dos Santos1
Evaldo Souza Leão2
Josireni Valéria Ximenes3


Resumo

O artigo investiga a importância dos mecanismos de coesão e coerência na elaboração da redação oficial, com base na análise do *Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2018) e do ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR, emitido pela Universidade Federal de Rondônia. Fundamenta-se na concepção de que, segundo Brait (1996, p. 96), “por meio da linguagem, o homem não só veicula informações, mas também mostra a sua visão sobre o mundo”, ressaltando a necessidade de clareza, objetividade e impessoalidade nos textos administrativos. A pesquisa evidencia que a redação oficial deve observar os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e eficiência (CF, art. 37), refletindo uma linguagem formal, clara e desprovida de subjetividade. A fundamentação teórica, apoiada em Cabrussi (2015), Costa Val (1991), Fávero (2002), Koch e Travaglia, demonstra que o texto oficial deve evitar o “burocratês”, priorizando a simplicidade e a precisão linguística como instrumentos de eficácia comunicativa. Metodologicamente, o estudo adota uma abordagem qualitativa, de natureza bibliográfica e estudo de caso, visando compreender como os recursos de coesão e coerência contribuem para a construção do sentido nos textos administrativos. Os resultados indicam que a aplicação adequada desses elementos assegura clareza, uniformidade e eficiência à comunicação pública, consolidando o texto oficial como prática discursiva essencial à transparência e ao bom funcionamento da administração pública. Assim, confirma-se que “os textos são objetos linguísticos investidos de função social” (AZEREDO, 2007), constituindo-se como instrumentos de mediação entre instituições e sociedade.

Palavras-chave: Redação oficial. Coesão e coerência. Comunicação institucional.

1. INTRODUÇÃO

A gênese deste artigo reside na observação do conteúdo de correspondências oficiais e de experiências práticas no âmbito da comunicação oficial da esfera federal. A comunicação, enquanto intercâmbio informativo entre emissor e receptor, envolve necessariamente a interpretação da mensagem. Nesse contexto, a linguagem transcende a mera veiculação de dados, constituindo-se como uma manifestação de visão de mundo, conforme assinala Brait (1996, p. 96): “Por meio da linguagem, o homem não só veicula informações, mas também mostra a sua visão sobre o mundo”. Por conseguinte, é imperativo que o emissor, ao elaborar um texto oficial, seja coeso e coerente para assegurar a eficácia comunicativa.

A redação oficial configura-se como o instrumento de comunicação, interna e externa, adotado pelo Poder Público, subdividindo-se em documentos – como ata, portaria, decreto e instrução normativa – e correspondências – como ofício, memorando e mensagem eletrônica, conforme descrito no Manual de Redação Oficial. Tais textos distinguem-se pela formalidade e pela obrigatoriedade de observância a regras específicas. Partindo desse pressuposto, o problema de pesquisa que norteia este estudo consiste em investigar se a coesão e a coerência são elementos determinantes para a construção de uma redação oficial eficiente, capaz de tornar a comunicação compreensível e eficaz.

Para tanto, este trabalho adota uma metodologia de natureza qualitativa, que se desdobra em procedimentos bibliográficos e em um estudo de caso, com finalidade exploratória, descritiva e explicativa. O corpus de análise é o Ofício 92/2022/SGR/REI/UNIR, cuja redação será examinada à luz do referencial teórico que fundamenta a pesquisa. Este lastreia-se, primordialmente, no Manual de Redação da Presidência da República, e nos estudos sobre os fenômenos textuais de Leonor Lopes Fávero, em Coesão e Coerência Textuais, Maria da Graça Costa Val, em Redação e Textualidade, e Koch e Travaglia, em A Coerência Textual.

Dessa forma, o objetivo geral desta investigação é demonstrar como ocorre a construção de sentido sob os aspectos da coesão e da coerência na redação oficial da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Como objetivos específicos, almeja-se analisar os mecanismos coesivos responsáveis pela conexão dos sintagmas na escrita oficial e compreender de que modo a coerência é operacionalizada na elaboração textual desse gênero comunicativo. A hipótese central sustenta que a coesão assegura uma sequência lógica e encadeada de sentido, ao passo que a coerência garante a construção do ofício dentro dos padrões oficiais prescritos.

2. ANÁLISE DA COESÃO E DA COERÊNCIA NA REDAÇÃO OFICIAL: UM ESTUDO DE CASO DO OFÍCIO 92/2022/SGR/REI/UNIR

A administração pública é orientada por princípios constitucionais, estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988, que prescreve: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…)”. Desses decorrem os atributos da supremacia e da indisponibilidade do interesse público. No âmbito da redação oficial, o princípio da impessoalidade materializa-se por meio de uma linguagem coletiva, que se abstém de opiniões particulares e juízos de valor.

Nesse sentido, é crucial distinguir a formalidade inerente ao gênero do chamado “burocratês”. Conforme alerta Cabrussi (2015), deve-se evitar “este tipo de linguagem, caracterizada pelo uso de expressões feitas, clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas ou complexas de construção de frases”. A escrita oficial, portanto, deve pautar-se pelo padrão culto da língua, primando pela clareza, concisão e simplicidade, com o fito de informar com precisão e adequação às normas. Isso implica evitar gírias, termos desconhecidos, palavras arcaicas ou estrangeiras, generalizações e o uso inadequado de conjunções.

A evolução histórica da redação oficial reflete essa busca por maior clareza. A partir da década de 1990, houve um movimento de afastamento do vocabulário afetado e enfadonho outrora predominante, visando atender com presteza à demanda do cidadão. Esse avanço foi consolidado pela Instrução Normativa nº 4/1992 da Secretaria da Administração Federal, que tornou obrigatória a observância do Manual de Redação da Presidência da República, consolidando regras para todas as modalidades de comunicações oficiais. Tal manual teve publicações sucessivas em 1991, 2002 e 2018, reafirmando a necessidade de atualização contínua da linguagem estatal.

A importância de uma escrita objetiva e apropriada intensifica-se quando se considera que os textos oficiais são, frequentemente, dirigidos a uma comunidade de leitores. Eco (2015) salienta que, nesses casos, a interpretação não se restringe às intenções do autor, mas envolve também a competência linguística e o contexto dos receptores. Por isso, tais documentos devem primar por uma construção que garanta uma interpretação unívoca e alinhada ao seu propósito.

Para a análise desse fenômeno, adotou-se uma metodologia de pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, descritivo e explicativo, baseada em procedimentos bibliográficos e no estudo de caso. Conforme Pope e May (2005), “A pesquisa qualitativa (…) está relacionada aos significados que as pessoas atribuem às suas experiências do mundo social e a como as pessoas compreendem esse mundo”. Essa abordagem permitiu uma investigação interpretativa e em profundidade. O corpus de análise foi o Ofício 92/2022/SGR/REI/UNIR, cuja redação foi avaliada à luz dos preceitos do Manual de Redação da Presidência da República, com o propósito de confirmar a importância dos aspectos de coesão e coerência.

A fundamentação teórica apoia-se, principalmente, no referido Manual, bem como em autores consagrados na área de linguística textual, como Leonor Lopes Fávero (coesão e coerência textual), Maria da Graça Costa Val (redação e textualidade) e Koch & Travaglia (coerência textual). A hipótese central é a de que a coesão assegura uma sequência lógica e encadeada de sentido, enquanto a coerência garante a construção do ofício dentro dos padrões oficiais, permitindo uma comunicação eficiente. A revisão textual, nesse processo, é entendida como um ato reflexivo essencial, pois “revisar um texto é torná-lo objeto de nossa reflexão, é pensar sobre o que foi ou está sendo escrito e encontrar meios para melhor dizer o que se quer dizer, reelaborando e reescrevendo o já escrito” (BRANDÃO, 2007).

Os resultados esperados confirmam que a coesão, a coerência e a obediência às regras do Manual são imprescindíveis para a confecção de um ofício eficaz. Tal conclusão alinha-se à concepção de que “os textos são objetos linguísticos investidos de função social”. (…) Não são meros instrumentos, mas partes essenciais dos acontecimentos que dinamizam as relações sociais e fazem a história das sociedades, a própria face do relacionamento humano” (AZEREDO, 2007). Dessa forma, a análise detalhada desses elementos textuais não apenas valida sua importância teórica, mas também demonstra sua aplicação prática na garantia de uma comunicação oficial que cumpre seu papel social com eficácia.

3. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA REDAÇÃO OFICIAL 

Conforme estabelecido pelo Manual de Redação Oficial (BRASIL, 2018), a elaboração de documentos oficiais deve pautar-se por qualidades singulares, essenciais para sua eficácia. A clareza refere-se à compreensão imediata da mensagem, sem ambiguidades. A concisão manifesta-se pela objetividade, expressando o conteúdo de modo direto e econômico, com o uso adequado de pronomes e artigos, evitando informações supérfluas que possam fragmentar o entendimento. A formalidade diz respeito ao tratamento impessoal e cortês destinado ao interlocutor, observado principalmente no correto emprego dos pronomes de tratamento. Por fim, a uniformidade assegura que o Poder Público mantenha uma comunicação invariável e padronizada perante os cidadãos e demais órgãos.

Consequentemente, mesmo na ausência de uma padronização rígida para todos os formatos documentais, a adoção da norma padrão da língua é imperativa. Dessa forma, garante-se que toda comunicação pública esteja ancorada em um conjunto de regras comuns, promovendo a inteligibilidade e a isonomia no trato administrativo.

4. ANÁLISE DO OFÍCIO Nº 92/2022/SGR/REI/UNIR: COESÃO E COERÊNCIA EM PRÁTICA

Para a concretização desta análise, selecionou-se o Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR, expedido pela Reitoria da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e endereçado ao Secretário Especial da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia. A escolha do documento deu-se por sua adequação ao objeto de estudo, permitindo examinar a aplicação dos preceitos da redação oficial em um contexto real de comunicação interinstitucional. Considera-se que tal gênero documental obedece a regras peculiares, que abrangem desde aspectos formais, como o uso de papel timbrado e pronomes de tratamento, até elementos textuais fundamentais, como a coesão e a coerência.

O conteúdo do ofício em questão consiste em uma solicitação, cujo desenvolvimento articula ideias e justificativas de modo progressivo para fundamentar o pleito. A estruturação do texto evidencia a interligação sequencial de seus elementos, conformando-se à concepção de Fávero (2002, p. 41) de que, “Num texto, tudo está relacionado; um enunciado está subordinado a outros na medida em que não só se compreende por si mesmo, mas ajuda na compreensão dos demais”. Nesse sentido, a comunicação entre emissor e receptor no ofício analisado é profundamente sustentada por relações semânticas e pragmáticas.

A coerência textual é construída pela lógica interna do argumento, que organiza as informações de forma a conduzir o receptor à conclusão desejada. As frases e orações são dispostas de maneira clara e linear, assegurando a progressão temática sem rupturas. Por sua vez, a coesão é materializada pelo emprego preciso de mecanismos linguísticos, tais como pronomes, locuções adverbiais e conjunções, que estabelecem as conexões necessárias entre os sintagmas e orações. Esse entrelaçamento coesivo permite que o assunto central – a solicitação da disponibilidade de códigos de vagas – seja abordado de forma fluida e organizada, facilitando a compreensão e atendendo aos princípios de clareza e concisão preconizados pelo manual.

A análise permitiu constatar que a obediência às normas e a atenção aos fatores de textualidade não são meros formalismos, mas condição sine qua non para a eficiência da comunicação oficial. O Ofício 92/2022 serve, portanto, como exemplar de como a correta aplicação da coesão e da coerência contribui para a elaboração de um documento que é, ao mesmo tempo, formalmente impecável e comunicativamente eficaz.

Figura 1: Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR

Fonte: https://www.unir.br/uploads 

Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR …
Senhor Secretário, 
1. Ao cumprimentá-lo cordialmente, expomos a extrema deficiência do quadro de servidores técnicos da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR). 
2. Esta IFES conta com apenas 465 códigos de vagas de Servidores Técnico-Administrativos em Educação disponíveis para atender uma universidade com aproximadamente 9 mil alunos, número visivelmente insuficiente para a continuidade satisfatória das atividades, o que pode ser atestado se compararmos com o quantitativo com que contam outras IFES. Na tabela abaixo informamos os dados da nossa atual força de trabalho:… 
3. Nesse cenário, as unidades estratégicas hoje trabalham com alto número de demandas e, frequentemente um servidor responsável por atividades administrativas rotineiras relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão, recebe a incumbência de operar em outra atribuição e, nesse ínterim, sua atividade principal é literalmente paralisada, haja vista a impossibilidade de conciliar ambas as demandas. Lado outro, quando ele retorna a sua atividade principal se depara com um volumoso número de processos que se acumularam e constantes cobranças dos demais setores que dependem de sua atuação direta. 
4. Como agravante, temos vários Servidores Técnicos Administrativo em Educação que pediram aposentadorias e 54 servidores aptos para se aposentarem, pois estão recebendo abono permanência, momento em que alguns não serão possíveis de reposição por terem cargos já extintos. 
5. Por conseguinte, a questão se agrava consideravelmente em períodos de gozo de férias e licenças diversas asseguradas pela legislação que rege a gestão de pessoal. 
6. Ressaltamos que a situação atual é crítica e prejudica o funcionamento da unidade, colocando em risco a continuidade dos serviços, pois gera a sobrecarga e o adoecimento de servidores, sem que haja substitutos. Ademais, a situação tende a se agravar com o retorno das atividades acadêmicas ao modo presencial, visto que esta UNIR funciona com um quadro de pessoal muito aquém da demanda efetiva, o que os coloca em uma posição de tensão, se levarmos em consideração a urgência das atividades, os prazos e o público para o qual é desenvolvido as políticas, projetos e ações. O gráfico do SIASS que inserimos a seguir demonstra as ocorrências de afastamentos na instituição e corroboram essas afirmações. 
7. Nesse aspecto, destacamos que as unidades têm se esforçado para manter todas as áreas funcionando e tem sido muito desgastante para os servidores, o que vêm desencadeando episódios de crises de ansiedade, estresse e síndrome do pânico em alguns, conforme identificamos na tabela a seguir: …
8. Ciente da gravidade da questão, a UNIR idealizou o Programa de Saúde e Qualidade de Vida para servidores – Unir + Saúde, que possibilitará que os servidores sejam atendidos permanentemente por meio de vários projetos interdisciplinares. O programa será gerido pela equipe de saúde da Diretoria de Gestão de Pessoas. 
9. Diante do exposto, detalhamos a seguir a estimativa de acréscimo ao orçamento de pessoal, relativa ao exercício de 2022, nos termos da Portaria Interministerial MP/MEC nº 109, de 27 de abril de 2017, na funcionalidade Quadro Fixo do módulo PTA (Postos de Trabalho e Aprendizagem) do Sistema de Gestão de Pessoas do Governo Federal – SIGEPE, cadastrada por esta Universidade: …
10. Visando à readequação da força de trabalho desta IFES para que possamos atender as demandas recebidas, não gerando sobrecarga de trabalho e dessa forma reduzindo os riscos inerentes à sua execução, prezando assim pela eficiência e eficácia dos atos, solicitamos apoio no sentido de atendimento de URGÊNCIA na disponibilização de códigos de vagas, que já foram cadastradas através da Portaria Interministerial nº 109, de 27 de abril de 2017 para atendimento em 2022, suprindo assim, a carência de servidores com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento institucional da UNIR. Cabe mencionar que, na busca pelas melhorias que nossa Universidade precisa, obtivemos, junto à bancada federal de Rondônia, um aporte de R$ 18,8 milhões em emendas parlamentares, já incluídos no orçamento da União do próximo ano e sem o suporte de novos servidores enfrentaremos imensas dificuldades para executar este orçamento e manter em funcionamento os serviços essenciais, zelando pelos alunos matriculados. 
11. Vale ressaltar que essa é uma demanda imediata de pessoal, apenas o que é realmente necessário para garantir a continuidade das atividades sem prejudicar a saúde dos servidores que hoje se encontram fragilizados pela exaustiva demanda de trabalho. 
12. Reforçamos que a atual gestão da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), não medirá esforços para cumprir as metas e ações previstas em nosso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e, para tanto, conta com o apoio imprescindível do Ministério da Educação (MEC), sem o qual muito pouco avançaremos. 
13. Por fim, informamos que este documento está sendo encaminhado para os parlamentares da Bancada Federal de Rondônia, que buscam contribuir com o trabalho da UNIR, zelando pela continuidade dos serviços de excelência que nossa Universidade presta à sociedade rondoniense. Aqui reforçamos os nossos agradecimentos a estes incansáveis defensores da educação pública e de qualidade em nosso Estado, sempre dispostos a contribuir para o avanço da instituição. 
14. Certos de contar com vossa atenção, reiteramos agradecimentos pelo apoio que a UNIR tem recebido, renovamos votos de estima e despedimo-nos. 
Atenciosamente, …

A análise do ofício selecionado revela uma aplicação consistente dos mecanismos coesivos e de construção coerente, organizando-se em três eixos argumentativos principais: a) exposição do problema; b) consequências e agravantes; c) pleito e justificativas.

No primeiro parágrafo, estabelece-se imediatamente o tópico frasal que orientará toda a argumentação subsequente: “a extrema deficiência do quadro de servidores técnicos”. Esta afirmação inicial funciona como elemento organizador da coerência global do texto, conforme postulado por Koch e Travaglia (1991) sobre a necessidade de um princípio unificador do sentido.

O segundo parágrafo desenvolve a coesão referencial através de dados concretos:

§ 2 Esta IFES conta com apenas 465 códigos de vagas de Servidores Técnico-Administrativos em Educação disponíveis para atender uma universidade com aproximadamente 9 mil alunos, número visivelmente insuficiente para a continuidade satisfatória das atividades, o que pode ser atestado se compararmos com o quantitativo com que contam outras IFES…

O pronome “esta” opera como elemento dêitico, ancorando a referência institucional, enquanto “o que” retoma coesivamente toda a proposição anterior, permitindo a introdução do argumento comparativo com outras instituições federais de ensino superior.

Nos parágrafos 3 a 7, observa-se a coesão sequencial através do uso adequado de conectores:

§ 3 Nesse cenário, as unidades estratégicas hoje trabalham com alto número de demandas e, frequentemente um servidor responsável por atividades administrativas rotineiras relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão, recebe a incumbência de operar em outra atribuição e, nesse ínterim, sua atividade principal é literalmente paralisada, haja vista a impossibilidade de conciliar ambas as demandas. Lado outro, quando ele retorna a sua atividade principal se depara com um volumoso número de processos que se acumularam e constantes cobranças dos demais setores que dependem de sua atuação direta.
§ 4 Como agravante, temos vários Servidores Técnicos Administrativo em Educação que pediram aposentadorias e 54 servidores aptos para se aposentarem, pois estão recebendo abono permanência, momento em que alguns não serão possíveis de reposição por terem cargos já extintos. 
§ 5 Por conseguinte, a questão se agrava consideravelmente em períodos de gozo de férias e licenças diversas asseguradas pela legislação que rege a gestão de pessoal. 
§ 6 Ressaltamos que a situação atual é crítica e prejudica o funcionamento da unidade, colocando em risco a continuidade dos serviços, pois gera a sobrecarga e o adoecimento de servidores, sem que haja substitutos. Ademais, a situação tende a se agravar com o retorno das atividades acadêmicas ao modo presencial, visto que que esta UNIR funciona com um quadro de pessoal muito aquém da demanda efetiva, o que os coloca em uma posição de tensão, se levarmos em consideração a urgência das atividades, os prazos e o público para o qual é desenvolvido as políticas, projetos e ações. O gráfico do SIASS que inserimos a seguir demonstra as ocorrências de afastamentos na instituição e corroboram essas afirmações. 
§ 7 Nesse aspecto, destacamos que as unidades têm se esforçado para manter as todas áreas funcionando e tem sido muito desgastante para os servidores, o que vêm desencadeando episódios de crises de ansiedade, estresse e síndrome do pânico em alguns, conforme identificamos na tabela a seguir:

“Nesse cenário” (parágrafo 3), “Como agravante” (parágrafo 4), “Por conseguinte” (parágrafo 5), “Ademais” (parágrafo 6), “Nesse aspecto” (parágrafo 7). Estes marcadores textuais estabelecem relações de causa, consequência e adição, criando uma rede lógica que sustenta a progressão temática e confirma a gravidade da situação.

O oitavo parágrafo introduz um contraponto estratégico através da coesão lexical:

§ 8 Ciente da gravidade da questão, a UNIR idealizou o Programa de Saúde e Qualidade de Vida para servidores – Unir + Saúde, que possibilitará que os servidores sejam atendidos permanentemente por meio de vários projetos interdisciplinares. O programa será gerido pela equipe de saúde da Diretoria de Gestão de Pessoas.

“Ciente da gravidade da questão, a UNIR idealizou o Programa de Saúde e Qualidade de Vida […] O programa será gerido”

A repetição lexical de “programa” assegura a continuidade referencial, enquanto a expressão “gravidade da questão” retoma coesivamente todo o quadro problemático anteriormente descrito. 

No caso quando faltar informações no próprio parágrafo e busca-se a que está fora, mas, dentro do oficio é imprescindível que autor insira os elementos externos para que o leitor chegue a uma compreensão integral da informação veiculada no documento: “ciente da gravidade da questão, “o termo retoma a informação do quadro do parágrafo sétimo. 

Isso não quer dizer que se deve impregnar todo o texto com linguagem técnica em demasia, isso não vai significar mais conhecimento da área em que se atua, no entanto, pode revelar um texto obscuro. Segundo Ferreira; Cambrussi, (2015):

Os textos veiculam mensagens, expressam ideias e são instrumentos de comunicação. Quando dizemos que um texto está bem escrito, significa que ele é capaz de expressar ideias de maneira clara, o que faz com que a mensagem circule entre os interlocutores e gere respostas acertadas para cada texto. 

Fica evidente no ofício que a coerência está espontaneamente atrelada ao encargo de se fazer chegar a um conteúdo compreensivo e dinâmico que vai se desenvolvendo a cada parágrafo. Dessa forma, a coesão surge no nível pouco mais profundo do ato da escrita representado por sintagmas da língua dispostas coordenadamente.

Afiança é indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. (Manual de Redação Oficial, 2018).

Nos parágrafos 9 a 12, a argumentação culmina no pleito principal, utilizando mecanismos de coesão argumentativa:

§ 9 Diante do exposto, detalhamos a seguir a estimativa de acréscimo ao orçamento de pessoal, relativa ao exercício de 2022, nos termos da Portaria Interministerial MP/MEC nº 109, de 27 de abril de 2017, na funcionalidade Quadro Fixo do módulo PTA (Postos de Trabalho e Aprendizagem) do Sistema de Gestão de Pessoas do Governo Federal – SIGEPE, cadastrada por esta Universidade: …

§ 10 Visando à readequação da força de trabalho desta IFES para que possamos atender as demandas recebidas, não gerando sobrecarga de trabalho e dessa forma reduzindo os riscos inerentes à sua execução, prezando assim pela eficiência e eficácia dos atos, solicitamos apoio no sentido de atendimento de URGÊNCIA na disponibilização de códigos de vagas, que já foram cadastradas através da Portaria Interministerial nº 109, de 27 de abril de 2017 para atendimento em 2022, suprindo assim, a carência de servidores com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento institucional da UNIR. Cabe mencionar que, na busca pelas melhorias que nossa Universidade precisa, obtivemos, junto à bancada federal de Rondônia, um aporte de R$ 18,8 milhões em emendas parlamentares, já incluídos no orçamento da União do próximo ano e sem o suporte de novos servidores enfrentaremos imensas dificuldades para executar este orçamento e manter em funcionamento os serviços essenciais, zelando pelos alunos matriculados. 

§ 11. Vale ressaltar que essa é uma demanda imediata de pessoal, apenas o que é realmente necessário para garantir a continuidade das atividades sem prejudicar a saúde dos servidores que hoje se encontra fragilizada pela exaustiva demanda de trabalho. 

§ 12. Reforçamos que a atual gestão da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), não medirá esforços para cumprir as metas e ações previstas em nosso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e, para tanto, conta com o apoio imprescindível do Ministério da Educação (MEC), sem o qual muito pouco avançaremos. 

“Visando à readequação […] solicitamos apoio” (parágrafo 10), “Vale ressaltar que” (parágrafo 11), “Reforçamos que” (parágrafo 12)

Estes elementos não apenas promovem a coesão, mas também orientam a interpretação do receptor, destacando os pontos cruciais da solicitação.

A construção coerente manifesta-se especialmente na articulação entre os problemas.

Os atributos da coesão e a coerência andam juntos na formação do texto, tendo como base a realidade do ofício com suas características específicas, fica evidente o engenho do ato de escrever. O ofício trabalha atendendo todos os requisitos de uma redação oficial, por seus dados textuais e de formatação estarem bem claros. Seus referenciais a cada oração são retomados por termos que representam outros e que atribuem mais informações a cada referência.

No parágrafo décimo primeiro apresentado na imagem acima, temos mais outros exemplos de coesão em que o controle de uma boa ortografia, ademais do léxico e do procedimento de estruturar as elocuções, seguramente colabora para uma excelência na elaboração do parágrafo:

§ 11 … não medirá esforços para cumprir as metas e ações previstas em nosso Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e, para tanto, conta com o apoio imprescindível do Ministério da Educação (MEC), sem o qual muito pouco avançaremos.

Como fatores de textualidade a coesão e coerência percorreu todo o texto do ofício agrupando características que conjugam os parágrafos não o deixando apenas como uma sequência de frases com pontuação. Pois na precisão o escritor ao produzir seu texto não deve empregar termos ambíguos, é importantíssimo o uso de vocábulos precisos e apropriados fatores preponderantes na redação oficial.

Quadro 1: Demonstrativo da análise textual – Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR

QUADRO DEMONSTRATIVO DA ANÁLISE TEXTUAL
Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR
PARÁGRAFOMECANISMO COESIVO IDENTIFICADOFUNÇÃO TEXTUALEXEMPLO DO TEXTO
1Tópico frasalEstabelecer a ideia central“exposmos a extrema deficiência do quadro de servidores técnicos”
2Coesão referencial (pronomes demonstrativos)Ancoragem institucional“Esta IFES conta com apenas 465 códigos de vagas”
2Coesão por substituiçãoRetomar e expandir informação“número visivelmente insuficiente […], o que pode ser atestado”
3-7Coesão sequencial (conectores)Estabelecer relações lógicas“Nesse cenário”, “Como agravante”, “Por conseguinte”, “Ademais”
8Coesão lexical (repetição)Manter a continuidade temática“idealizou o Programa de Saúde […] O programa será gerido”
8Referenciação dêiticaRetomar contexto anterior“Ciente da gravidade da questão”
10-12Coesão argumentativaOrientar a interpretação“Visando à readequação”, “Vale ressaltar que”, “Reforçamos que”
14Fechamento coesivoFinalizar o texto“Certos de contar com vossa atenção, reiteramos agradecimentos”

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise do Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR

Quadro 2: Análise da Construção da Coerência

ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DA COERÊNCIA
EIXO ARGUMENTATIVOPARÁGRAFOS ENVOLVIDOSESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDO
Exposição do problema1-2Apresentação de dados quantitativos e comparação com outras IFES
Consequências e agravantes3-7Descrição causal dos efeitos: sobrecarga, adoecimento, impossibilidade de conciliação
Pleito e justificativas8-13Articulação problema-solução com embasamento legal e orçamentário

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise do Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR

Quadro 3: Eficácia dos Recursos Textuais

EFICÁCIA DOS RECURSOS TEXTUAIS
RECURSOEFEITO PRODUZIDOCONTRIBUIÇÃO PARA A COMUNICAÇÃO
Progressão temática linearEncadeamento lógico dos argumentosFacilita o acompanhamento do raciocínio
Uso adequado de conectoresEstabelecimento de relações causa-efeitoFortalece a argumentação
Retomada coesiva consistenteManutenção do foco temáticoEvita dispersão e redundância
Articulação problema-soluçãoPersuasão do destinatárioFundamenta o pleito administrativo

Fonte: Elaborado pelos autores com base na análise do Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR

A análise evidencia que o Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR apresenta coerência global, conforme definição de Koch e Travaglia (1991), ao articular de modo consistente os diferentes elementos textuais

Dessa forma, compreende-se que a coerência resulta da interação efetiva entre os interlocutores envolvidos na comunicação escrita, em um determinado contexto de intercâmbio, e depende da articulação de múltiplos fatores de natureza interacional, cognitiva, situacional e sociocultural.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise realizada no presente estudo permitiu comprovar a fundamental importância dos mecanismos de coesão e coerência textual para a eficácia comunicativa na redação oficial. A investigação do Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR demonstrou de maneira consistente como a adequada articulação entre esses elementos constitutivos do texto resulta em uma comunicação clara, objetiva e persuasiva no âmbito da administração pública. 

Conforme estabelece Koch e Travaglia (1991), a coerência textual configura-se como princípio de interpretabilidade que possibilita a atribuição de sentido global ao texto. Os autores afirmam que “a coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretatividade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido de um texto. Este sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global”. Esta concepção teórica encontrou plena confirmação na análise do documento, que apresentou uma estrutura argumentativa coesa e logicamente organizada.

No plano da coesão referencial, observou-se o emprego eficiente de pronomes demonstrativos e elementos anafóricos, os quais asseguraram a continuidade temática sem recorrer a repetições desnecessárias. Especificamente, a utilização do pronome “esta” para referenciar a instituição emissora, bem como o emprego do elemento “o que” para retomar orações anteriores, demonstraram como a economia linguística pode ser alcançada sem prejuízo da clareza informativa. Tais recursos coesivos permitiram a progressão temática de maneira fluida, estabelecendo conexões precisas entre os diferentes elementos do texto.

No que concerne à coesão sequencial, constatou-se a utilização estratégica de conectores que estabeleceram relações lógicas entre os argumentos, criando uma cadeia argumentativa sólida e persuasiva. Marcadores textuais como “nesse cenário”, “como agravante”, “por conseguinte”, e “ademais” funcionaram como articuladores essenciais para a construção de uma narrativa coesa, permitindo que o leitor acompanhasse o desenvolvimento lógico do raciocínio expositivo. Esta adequada utilização de elementos conectivos revela o domínio das técnicas de construção textual por parte do redator.

A análise da construção da coerência revelou uma estruturação progressiva e linear do discurso, organizada em três eixos fundamentais: exposição do problema, demonstração de suas consequências e apresentação do pleito fundamentado. Esta organização metódica permitiu que o documento conduzisse o receptor por um percurso argumentativo bem delineado, onde cada seção contribuía de maneira coerente para o objetivo comunicativo final. A articulação entre dados quantitativos, contextualização situacional e fundamentação legal demonstrou como diferentes tipos de informação podem ser integrados de maneira harmoniosa em um texto oficial.

A conformidade do documento analisado com os preceitos do Manual de Redação Oficial (BRASIL, 2018) evidenciou-se de maneira particularmente relevante. A afirmação de que é “indispensável que o texto tenha coesão e coerência” encontrou plena materialização no ofício examinado, que demonstrou como tais atributos textuais contribuem para a eficácia da comunicação administrativa. A observância desses princípios resultou em um documento que atende simultaneamente às exigências de formalidade e às necessidades de compreensão por parte dos diferentes interlocutores envolvidos.

A assertiva de Ferreira e Cabrussi (2015) sobre a capacidade de um texto bem estruturado “expressar ideias de maneira clara, o que faz com que a mensagem circule entre os interlocutores e gere respostas acertadas” mostrou-se plenamente aplicável ao caso estudado. A análise demonstrou como a clareza na exposição das ideias, aliada à adequada estruturação argumentativa, potencializa a eficácia comunicativa do documento oficial, facilitando tanto a compreensão imediata do conteúdo quanto a geração das respostas administrativas desejadas.

No plano teórico, a distinção estabelecida por Fávero (2002) entre os fatores de coesão, que “são os que dão conta da estruturação da sequência superficial do texto”, e os de coerência, que “são os que dão conta do processamento cognitivo do texto e permitem uma análise mais profunda do mesmo”, mostrou-se particularmente útil para compreender a complexidade da construção textual no âmbito da redação oficial. Esta distinção permitiu analisar separadamente, ainda que de maneira integrada, os aspectos formais e cognitivos envolvidos na produção do texto oficial.

Do ponto de vista metodológico, a análise detalhada do Ofício nº 92/2022/SGR/REI/UNIR permitiu identificar com precisão os mecanismos linguísticos responsáveis pela eficácia comunicativa do documento. A abordagem qualitativa, baseada na análise textual aprofundada, mostrou-se adequada para identificar tanto os aspectos microtextuais (relativos aos mecanismos coesivos) quanto os macrotextuais (relativos à construção da coerência global).

As implicações práticas deste estudo estendem-se para além do caso específico analisado. Os resultados obtidos sugerem que a atenção sistemática aos aspectos de coesão e coerência pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade da comunicação oficial como um todo. A capacitação de servidores públicos nestes aspectos específicos da produção textual mostra-se como uma estratégia promissora para o aprimoramento contínuo da redação oficial.

Em termos de contribuições para a área, este estudo reforça a importância da integração entre teoria linguística e prática da redação oficial. A aplicação de conceitos da linguística textual à análise de documentos oficiais demonstrou ser uma abordagem frutífera, permitindo não apenas a avaliação da qualidade textual, mas também o estabelecimento de parâmetros objetivos para a produção futura de documentos similares.

Cabe ressaltar que a eficácia comunicativa constatada no documento analisado não se limita aos aspectos puramente linguísticos, mas estende-se também à adequada utilização de elementos paratextuais, como tabelas e gráficos, que complementaram e reforçaram os argumentos apresentados textualmente. Esta integração entre diferentes modalidades de representação da informação mostrou-se particularmente eficaz para a transmissão de dados complexos de maneira acessível.

Resumidamente, os resultados desta análise permitem afirmar que o domínio dos mecanismos de coesão e coerência textual constitui condição indispensável para a produção de redações oficiais eficazes. A articulação harmoniosa entre esses elementos, aliada à observância das normas estabelecidas pelo Manual de Redação Oficial, mostrou-se capaz de produzir documentos que atendem simultaneamente às exigências de formalidade e às necessidades de comunicação eficiente no âmbito da administração pública.

Por fim, este estudo evidencia a atualidade e relevância dos princípios de textualidade para a prática cotidiana da redação oficial, reforçando a importância do contínuo aprimoramento das competências textuais por parte dos profissionais envolvidos na produção de documentos oficiais. A manutenção de padrões elevados de qualidade na comunicação escrita configura-se não apenas como uma exigência formal, mas como um imperativo funcional para o adequado desempenho das atividades administrativas no setor público.

REFERÊNCIAS

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1Mestranda em Letras Português pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Campus de Porto Velho, RO. e-mail: patriciagommessa@gmail.com ORCID – https://orcid.org/0009-0007-4083-3575
2Mestrando em Letras Português pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Campus de Porto Velho, RO. e-mail: evaldogood@gmail.com  ORCID – https://orcid.org/0009-0008-4359-9451
3Mestranda em Letras Português pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Campus de Porto Velho, RO. e-mail: jvximenes@gmail.com  ORCID – https://orcid.org/0009-0004-1275-1968