ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA À MULHER COM MENOPAUSA PRECOCE: REVISÃO INTEGRATIVA DE LEITURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202510281641


Eliangela Costa Silva1
Evanylson do Espírito Santo dos Santos2
Iara Santos de Matos3
Laís Ribeiro da Silva4
Luilma Ribeiro da Silva Oliveira5
Pedro Henrique Rodrigues Alencar6


Resumo: Este trabalho aborda a atuação da enfermagem na assistência à mulher com menopausa precoce, destacando os fatores de risco, os impactos físicos, emocionais e sociais, bem como as estratégias de cuidado que podem ser aplicadas para minimizar os efeitos dessa condição. O problema de pesquisa foi delimitado na questão: “Qual é a relevância da atuação da enfermagem na assistência à mulher com menopausa precoce?”. O estudo propõe compreender como a enfermagem pode contribuir para a prevenção, o manejo clínico e a promoção da qualidade de vida das mulheres acometidas. Além disso, identificar os principais fatores desencadeadores da menopausa precoce, analisar as repercussões dessa condição na saúde integral da mulher e investigar as intervenções de enfermagem mais eficazes no acompanhamento clínico, educativo e emocional. Para tanto, utilizou-se a metodologia de revisão integrativa, com levantamento sistemático de produções científicas publicadas entre 2019 e 2025, disponíveis nas bases, LILCAS, BDENF e Google Acadêmico. A análise dos 12 estudos selecionados permitiu compreender que a atuação de enfermagem é fundamental não apenas para reduzir os sintomas físicos e psicológicos, mas também para fornecer suporte humanizado, orientação preventiva, incentivo ao autocuidado e acompanhamento contínuo. Os resultados evidenciam, ainda, a importância de práticas educativas, do trabalho interdisciplinar e da aplicação de terapias complementares, fortalecendo o bem-estar feminino e a autonomia das mulheres. Logo, é possível concluir que a assistência de enfermagem, pautada em evidências científicas, constitui-se em elemento indispensável para o enfrentamento da menopausa precoce e para a promoção da saúde integral da mulher. 

Palavras-chave: Enfermagem. Menopausa precoce. Saúde da mulher. Qualidade de vida. 

Abstract:  

This paper addresses the role of nursing in the care of women with premature menopause, highlighting the risk factors, physical, emotional, and social impacts, as well as the care strategies that can be applied to minimize the effects of this condition. The research problem was defined by the question: “What is the relevance of nursing in the care of women with premature menopause?” The general objective is to understand how nursing can contribute to prevention, clinical management, and the promotion of quality of life for affected women. The specific objectives include: identifying the main triggering factors of premature menopause, analyzing the repercussions of this condition on women’s overall health, and investigating the most effective nursing interventions in clinical, educational, and emotional follow-up. For this purpose, an integrative review methodology was applied, with a systematic survey of scientific publications published between 2019 and 2025, available in the LILACS, BDENF, and Google Scholar databases. The analysis of the 12 selected studies made it possible to understand that nursing practice is essential not only to reduce physical and psychological symptoms but also to provide humanized support, preventive guidance, encouragement of self-care, and continuous follow-up. The results also highlight the importance of educational practices, interdisciplinary work, and the application of complementary therapies, strengthening women’s well-being and autonomy. It is concluded that nursing care, grounded in scientific evidence, constitutes an indispensable element for addressing premature menopause and for promoting women’s overall health. 

Keywords: Nursing. Premature menopause. Women’s health. Quality of life.

1. INTRODUÇÃO 

A menopausa corresponde a um fenômeno biológico natural do ciclo de vida feminino, caracterizado pela perda progressiva da função ovariana e pela cessação definitiva dos ciclos menstruais. Esse processo, de natureza gradual, provoca alterações hormonais, metabólicas e fisiológicas capazes de impactar de forma significativa a qualidade de vida da mulher. Em geral, manifesta-se entre os 51 e 55 anos, embora possam ocorrer variações, como a menopausa precoce, diagnosticada antes dos 40 anos. (Rodrigues, et al. 2022). 

Ressalta-se que essa condição pode estar relacionada a fatores como predisposição genética, alterações ovarianas, tabagismo, falhas enzimáticas e algumas doenças, a exemplo de caxumba, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), leucemia e câncer de mama. Também pode ter origem em procedimentos cirúrgicos, como a ooforectomia, a histerectomia e a esterilização. (Vieira, 2022). 

O climatério, fase que antecede a menopausa e marca a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, é marcado por expressivas alterações hormonais, sobretudo pela redução progressiva do estrogênio. Essa queda resulta em um estado hipoestrogênico, no qual há aumento relativo de androgênios e maior secreção do hormônio folículo-estimulante (FSH) pela hipófise. Tais modificações podem desencadear sintomas variados, entre eles ondas de calor, alterações emocionais, distúrbios do sono e maior predisposição a doenças osteometabólicas, como a osteoporose. (Sousa; Barreto; Corrêa, 2023). 

Embora não seja classificada como doença, a menopausa precoce é considerada uma condição clínica complexa, pois envolve a chamada Falência Ovariana Precoce (FOP), que repercute em diferentes dimensões da vida da mulher. Trata-se de um quadro de múltiplos fatores, marcado por sintomas diversos e que pode evoluir de forma intermitente. Entre as complicações mais frequentes estão a osteoporose e as doenças cardiovasculares. (Vieira, 2022). 

Segundo Santos et al. (2022), a deficiência estrogênica compromete significativamente a densidade óssea e o metabolismo lipídico, elevando de forma considerável os riscos para tais complicações. Nesse cenário, a adoção de medidas preventivas mostra-se absolutamente indispensável, destacando-se práticas fundamentais como a atividade física regular e a manutenção de uma dieta equilibrada, com ingestão adequada de cálcio, vitamina D e outros nutrientes essenciais à saúde. 

Rodrigues, et al. (2022) relatam que, além dos impactos físicos, a menopausa precoce também pode repercutir no campo emocional e social, uma vez que muitas mulheres vivenciam sentimentos de ansiedade, insegurança, perda da feminilidade e até mesmo dificuldades de relacionamento conjugal e familiar. Esses aspectos reforçam a necessidade de uma abordagem integral, que considere não apenas o manejo clínico, mas também o apoio psicossocial e a valorização da saúde mental, fundamentais para a adaptação saudável a essa nova etapa da vida. 

A enfermagem, por sua vez, exerce papel estratégico na promoção da saúde da mulher em todas as etapas de sua vida, com ênfase no climatério e na menopausa. A consulta de enfermagem deve incluir orientações sobre a adaptação às mudanças dessa fase, medidas para o controle dos sintomas e ações preventivas contra possíveis complicações. Além disso, a atuação da enfermagem deve iniciar ainda no período reprodutivo, mediante educação em saúde voltada à prevenção da menopausa precoce. (Souza; Sena; Mustafa, 2021). 

Dessa maneira, este estudo tem como propósito analisar a importância da atuação da enfermagem no cuidado à mulher que enfrenta ou apresenta risco de desenvolver menopausa precoce, ressaltando tanto os desafios quanto os benefícios dessa prática. Com isso, busca-se contribuir para o fortalecimento das estratégias de cuidado, favorecendo o bem-estar e a qualidade de vida dessa população. 

Diante disso, este estudo almeja aprofundar a compreensão sobre a atuação da enfermagem na prevenção e no cuidado da menopausa precoce, identificando as principais estratégias para minimizar seus impactos. Ao explorar as práticas e abordagens adotadas pelos profissionais de enfermagem, esperamos contribuir para uma melhor compreensão das ações preventivas e assistenciais, reforçando a importância do cuidado atualizado na promoção do bem-estar e da qualidade de vida das mulheres afetadas por essa condição. 

Portanto, é necessário compreender os aspectos clínicos, sociais e emocionais da menopausa precoce. Isso é essencial para que a enfermagem possa oferecer uma assistência integral e humanizada. Para que, assim, ao reconhecer os sinais precoces e implementar estratégias eficazes de cuidado e prevenção, os profissionais de enfermagem tenham a oportunidade de mitigar os efeitos adversos dessa condição, promovendo a saúde e o bem-estar das mulheres afetadas. 

2. REFERENCIAL TEÓRICO 

2.1 Principais fatores para a menopausa precoce e seus impactos na saúde da mulher. 

A menopausa precoce, definida como a interrupção da menstruação antes dos 40 anos, é um fenômeno que afeta significativamente a saúde física e emocional das mulheres. Diversos fatores contribuem para o seu desencadeamento, desde condições genéticas até hábitos de vida e exposições ambientais. Compreender essas causas é essencial para desenvolver estratégias de prevenção e minimizar os impactos negativos associados a essa condição. Além disso, a menopausa precoce traz consequências que vão além da infertilidade, incluindo riscos aumentados para doenças cardiovasculares, osteoporose e distúrbios psicológicos, exigindo uma abordagem multidisciplinar no cuidado à saúde da mulher. (Almeida, 2025). 

2.1.1 Fatores Desencadeadores da Menopausa Precoce 

De acordo com Almeida (2025), a menopausa precoce, caracterizada pela interrupção definitiva da função ovariana antes dos 40 anos de idade, pode ter diversas causas, sendo as predisposições genéticas e as doenças autoimunes algumas das mais relevantes e estudadas atualmente. Mulheres que possuem um histórico familiar consistente de menopausa antecipada apresentam maior risco de também vivenciar esse fenômeno fisiológico, o que evidencia, de maneira bastante clara, a forte influência hereditária no processo de falência ovariana e suas consequências para a saúde reprodutiva. 

Além disso, condições autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico e a tireoidite de Hashimoto, podem acelerar significativamente a falência ovariana, uma vez que o sistema imunológico ataca erroneamente os próprios tecidos reprodutivos, comprometendo de forma direta a produção hormonal, a liberação adequada de óvulos e, por consequência, a manutenção da fertilidade feminina(Falcão; Falcão; Moura, 2025). 

Outro fator importante relacionado ao surgimento da menopausa precoce é a exposição a tratamentos médicos agressivos, como a quimioterapia e a radioterapia, utilizados principalmente em pacientes oncológicos. Esses procedimentos podem causar danos permanentes aos ovários, comprometendo sua capacidade funcional e levando à cessação precoce da atividade reprodutiva. Em alguns casos, mulheres que se submetem a cirurgias ginecológicas extensas, como a retirada dos ovários, também enfrentam uma menopausa antecipada de forma abrupta, o que impacta significativamente sua qualidade de vida e saúde geral. (Fernandes, 2024). 

Ademais, Almeida, (2025) também relata que os hábitos de vida desempenham papel determinante no desenvolvimento da menopausa precoce. O tabagismo, por exemplo, é um fator bem documentado que contribui para a redução da reserva ovariana e pode antecipar o início do climatério em até dois anos. Alimentação inadequada, sedentarismo e estresse crônico também são elementos que desequilibram o sistema endócrino, interferindo na produção de hormônios sexuais e acelerando o esgotamento dos folículos ovarianos.  

Além disso, a exposição prolongada a toxinas ambientais, como pesticidas, poluentes atmosféricos e substâncias químicas industriais diversas, pode comprometer de maneira expressiva a saúde reprodutiva feminina, afetando diretamente os processos hormonais e celulares envolvidos. Assim, adotar e manter um estilo de vida saudável, incluindo alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e redução do contato com agentes nocivos, se mostra uma estratégia fundamental tanto para a prevenção quanto para o manejo precoce dessa condição complexa e multifatorial (Falcão; Falcão; Moura, 2025). 

2.1.2 Impactos da Menopausa Precoce na Saúde da Mulher 

Os efeitos da menopausa precoce na saúde física são profundos e multifacetados. A queda abrupta nos níveis de estrogênio aumenta o risco de doenças cardiovasculares, uma vez que esse hormônio exerce efeito protetor sobre o coração e os vasos sanguíneos. Além disso, a perda acelerada de massa óssea pode levar à osteoporose, tornando as mulheres mais suscetíveis a fraturas. Outro impacto significativo é o surgimento de sintomas vasomotores, como fogachos e sudorese noturna, que comprometem a qualidade de vida e o bem-estar diário. Essas alterações exigem intervenções médicas e mudanças no estilo de vida para serem gerenciadas adequadamente. 

No aspecto emocional e psicológico, a menopausa precoce pode desencadear quadros de ansiedade, depressão e baixa autoestima. Muitas mulheres associam o fim da vida reprodutiva à perda da feminilidade, enfrentando desafios em suas relações afetivas e sexuais. A diminuição da libido e o ressecamento vaginal são comuns, afetando a intimidade e a satisfação conjugal. Além disso, o diagnóstico de menopausa precoce pode gerar sentimento de frustração e luto, especialmente para aquelas que desejavam engravidar. O apoio psicológico e a orientação profissional são fundamentais para ajudar as mulheres a lidar com essas mudanças e reconstruir uma visão positiva sobre essa fase da vida. (Rodrigues, et al. 2022). 

Para além disso, segundo Fernandes, (2024), a menopausa precoce é um evento complexo influenciado por fatores genéticos, ambientais e comportamentais, com repercussões significativas na saúde física e mental. A conscientização sobre suas causas e consequências é essencial para promover diagnósticos precoces e intervenções eficazes. Estratégias como a adoção de hábitos saudáveis, o acompanhamento médico regular e o acesso a terapias de reposição hormonal, quando indicadas, podem mitigar os impactos negativos. Além disso, é crucial que a sociedade e os profissionais de saúde reconheçam as necessidades específicas dessas mulheres, oferecendo suporte integral para garantir sua qualidade de vida e bem-estar. 

2.2 A importância da enfermagem na promoção da qualidade de vida de mulheres com menopausa precoce 

A menopausa precoce pode desencadear uma série de sintomas físicos e emocionais, tais como ondas de calor intensas, distúrbios do sono, variações de humor e ressecamento vaginal. Além disso, essa condição está associada a um aumento significativo no risco de osteoporose e doenças cardiovasculares, o que exige atenção especializada e contínua. (Santos, et al. 2022). 

Para tanto, a educação sobre hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de atividade física, é uma das estratégias mais eficazes para melhorar a qualidade de vida. Além disso, o profissional orienta sobre o uso de métodos contraceptivos, já que a fertilidade pode persistir mesmo com irregularidades menstruais. Essa atuação proativa reduz complicações e empodera as mulheres para gerenciar sua saúde de forma autônoma (Souza; Barreto; Corrêa 2023). 

2.2.1 Intervenções da enfermagem no acompanhamento integral 

No que se refere às intervenções terapêuticas, observa-se atualmente uma incorporação crescente de práticas integrativas e complementares ao cuidado de enfermagem, refletindo uma abordagem mais holística e centrada na paciente. O uso de fitoterápicos, por exemplo, tem sido amplamente descrito na literatura científica como uma alternativa eficaz na atenuação dos sintomas climatéricos, desde que seja utilizado de forma segura e sempre sob rigorosa orientação profissional especializada, garantindo resultados satisfatórios e minimizando riscos adversos (Santos, et al., 2022). 

Da mesma forma, terapias não farmacológicas, como acupuntura, aromaterapia e musicoterapia, têm demonstrado efeitos benéficos na regulação do sono, no controle da ansiedade, na redução do estresse e na promoção do bem-estar subjetivo. Quando articuladas de maneira integrada ao suporte psicológico e ao acompanhamento clínico, essas abordagens contribuem de forma significativa para o enfrentamento das alterações corporais, emocionais e sociais impostas pela menopausa precoce, proporcionando maior qualidade de vida à paciente (Queiroz Júnior, 2024). 

De acordo com Stefani (2018), a enfermagem também atua de maneira articulada e integrada com a equipe multiprofissional, desempenhando um papel essencial de ponte entre a mulher e os demais serviços de saúde disponíveis. Essa atuação colaborativa e contínua assegura a manutenção da qualidade e da efetividade do cuidado, além de favorecer a construção de um atendimento humanizado, individualizado e centrado na pessoa, respeitando suas necessidades, valores e expectativas ao longo do processo de saúde. 

Ademais, os grupos educativos, frequentemente organizados, planejados e conduzidos por profissionais de enfermagem capacitados, constituem espaços significativos de troca de saberes, experiências e informações relevantes. Essas iniciativas promovem de maneira efetiva o fortalecimento da autoestima, a redução do isolamento social, a valorização da escuta coletiva e o desenvolvimento de redes de apoio, contribuindo de forma direta para o bem-estar físico, emocional e social das participantes (Stefani, 2018). 

Outro aspecto relevante da prática de enfermagem, destacado por Souza, Barreto e Corrêa (2023), está relacionado à abordagem da sexualidade feminina, tema frequentemente negligenciado e pouco explorado no contexto da menopausa precoce. O enfermeiro, ao adotar uma escuta qualificada, acolhedora e empática, e ao promover ações educativas em saúde sexual, contribui de maneira significativa para a desconstrução de estigmas, preconceitos e mitos associados à vida sexual nesse período, estimulando o diálogo aberto com parceiros e favorecendo a manutenção de vínculos afetivos, emocionais e relacionais mais saudáveis. 

Para tanto, é imperativo reconhecer que o cuidado integral da mulher não se restringe apenas a intervenções clínicas e procedimentos técnicos, mas também envolve suporte emocional contínuo, acolhimento humanizado, valorização das singularidades individuais e promoção de estratégias que fortaleçam a autonomia e o bem-estar da paciente (Souza; Barreto; Corrêa, 2023). 

Dessarte, Queiroz Júnior (2024) afirma que é possível destacar a importância da educação permanente dos profissionais de enfermagem, de modo a garantir que as práticas assistenciais estejam ancoradas em evidências científicas atualizadas e alinhadas às necessidades biopsicossociais das pacientes. Investir na formação técnica, ética e humanística desses profissionais representa um passo fundamental para a consolidação de uma assistência de excelência, capaz de transformar o período da menopausa precoce em uma etapa de fortalecimento do autocuidado, do empoderamento e da promoção do bem-estar. 

2.3 Estratégias de enfermagem para prevenção e manejo dos sintomas da menopausa precoce 

A enfermagem ocupa papel estratégico na prevenção da menopausa precoce ao implementar ações educativas e de promoção à saúde voltadas à modificação de fatores de risco. O primeiro passo para uma assistência eficaz é o acolhimento qualificado, que permite estabelecer uma relação de confiança entre o profissional e a paciente. Muitas mulheres enfrentam dificuldades para discutir questões íntimas relacionadas à sexualidade e às mudanças corporais, muitas vezes por falta de informação ou vergonha. O enfermeiro deve criar um ambiente seguro e empático, incentivando a expressão de dúvidas e preocupações. (Almeida, 2025). 

Além disso, segundo exposto por Souza, Barreto e Corrêa (2023), é importante fornecer informações claras sobre o climatério e a menopausa precoce, desmistificando crenças equivocadas e destacando que se trata de uma fase natural, embora antecipada. A escuta ativa e a abordagem individualizada são ferramentas poderosas para identificar as necessidades específicas de cada mulher e direcionar o cuidado de forma personalizada. 

2.3.1 Promoção de Hábitos Saudáveis e Terapias Complementares 

O acompanhamento ginecológico periódico constitui outro componente central e imprescindível da prevenção de complicações associadas à menopausa precoce, devendo ser fortemente incentivado e promovido pelos profissionais de enfermagem em todos os níveis de atenção à saúde. A realização sistemática de exames clínicos, laboratoriais e complementares possibilita a detecção precoce de alterações endócrinas e funcionais, permitindo intervenções oportunas e eficazes antes do surgimento de sintomas acentuados, contribuindo de forma significativa para a manutenção da saúde reprodutiva e geral da mulher (Falcão; Falcão; Moura, 2025). 

Nesse contexto, Mustafá, Souza e Sena (2021) destacam que a enfermagem desempenha papel estratégico ao liderar ações coletivas, como grupos educativos e de orientação em saúde da mulher, com especial ênfase na prevenção do envelhecimento reprodutivo precoce, na promoção do empoderamento feminino, no fortalecimento da autonomia das participantes e na construção de hábitos saudáveis que favoreçam o bem-estar físico, emocional e social da paciente. 

A atenção aos aspectos psicossociais constitui uma dimensão fundamental do cuidado preventivo. Quadros de estresse crônico, ansiedade e depressão estão entre os fatores que podem contribuir para o esgotamento precoce da função ovariana. Cabe à enfermagem atuar com sensibilidade e escuta qualificada na identificação dessas condições, encaminhando a paciente, quando necessário, para suporte psicossocial especializado. Essa abordagem ampliada promove não apenas a prevenção da menopausa precoce, mas também o fortalecimento do vínculo entre a usuária e os serviços de saúde. (Stefani, 2018). 

Para tanto, Rodrigues, et al, (2022) também explica que campanhas de saúde pública com foco na educação reprodutiva também devem ser articuladas com protagonismo da enfermagem. Tais iniciativas devem ser planejadas com base em diagnósticos comunitários e orientadas para a valorização da saúde da mulher em todas as fases da vida. O enfoque preventivo requer uma prática de enfermagem pautada na integralidade, na equidade e na valorização da autonomia feminina, integrando conhecimentos técnicos e compreensão contextual das realidades vividas pelas pacientes. 

2.3.2 Manejo dos sintomas da menopausa precoce na prática de enfermagem 

No contexto da menopausa precoce instalada, a atuação da enfermagem concentra-se no manejo clínico, emocional e social dos sintomas, buscando assegurar qualidade de vida e bem-estar às mulheres acometidas. A escuta ativa e a abordagem centrada na pessoa constituem os pilares dessa prática, possibilitando um cuidado humanizado e individualizado. Sintomas como fogachos, distúrbios do sono, alterações de humor e disfunções sexuais exigem intervenções específicas que contemplem tanto medidas farmacológicas quanto não farmacológicas, de acordo com o perfil clínico e as preferências da paciente. (Vieira, 2022). 

O uso de terapias complementares e integrativas, como a fitoterapia, a acupuntura e técnicas de relaxamento, pode ser indicado pela equipe de enfermagem como alternativa à terapia hormonal, especialmente nos casos em que esta apresenta contraindicações. A atuação do enfermeiro envolve a orientação segura quanto à utilização dessas abordagens, esclarecendo suas indicações, limitações e evidências de eficácia. Técnicas como respiração diafragmática e meditação guiada podem ser incorporadas ao cotidiano das pacientes, contribuindo significativamente para o controle dos sintomas vasomotores e da ansiedade. (Mustafá; Souza; Sena, 2021). 

A dimensão emocional do cuidado ganha relevância no manejo da menopausa precoce, uma vez que essa condição frequentemente impacta negativamente a autoestima, a imagem corporal e o projeto de maternidade das mulheres. A enfermagem deve estar preparada para acolher esses sentimentos com empatia, oferecendo suporte emocional e facilitando o acesso a redes de apoio. A condução de grupos terapêuticos por profissionais de enfermagem permite o compartilhamento de vivências e a construção coletiva de estratégias de enfrentamento, favorecendo o fortalecimento emocional e o senso de pertencimento. (Ferreira, et al. 2023). 

Nesse sentido, algumas questões relacionadas à sexualidade feminina devem ser abordadas com extrema sensibilidade, empatia e respeito, considerando que alterações fisiológicas comuns, como ressecamento vaginal, diminuição da lubrificação e redução da libido, são frequentemente observadas nesse período da vida da mulher, podendo impactar negativamente a qualidade de vida, a autoestima, o bem-estar emocional e a intimidade nos relacionamentos afetivos, exigindo estratégias de cuidado individualizadas e acolhedoras (Ferreira, et al. 2023). 

Dessa forma, Mustafá, Souza e Sena, (2021) preconizam que o enfermeiro pode orientar quanto ao uso de lubrificantes íntimos, à manutenção da saúde vaginal e à comunicação entre os parceiros como formas de preservar a vida sexual ativa e satisfatória. O diálogo franco sobre sexualidade deve ser estimulado como parte da atenção integral à saúde da mulher, desconstruindo tabus e promovendo o empoderamento sexual. 

A educação para o autocuidado e o monitoramento contínuo são práticas fundamentais no seguimento de mulheres com menopausa precoce. A enfermagem deve reforçar a importância da adesão ao plano terapêutico e do acompanhamento periódico para prevenção de comorbidades associadas à queda precoce de estrogênio, como osteoporose e doenças cardiovasculares. Orientações sobre exames complementares, mudanças no estilo de vida e sinais de alerta devem ser sistematicamente abordadas, fortalecendo a autonomia da paciente no gerenciamento da sua própria saúde. (Fernandes, 2024). 

Nesse sentido, a atuação da enfermagem no manejo da menopausa precoce deve estar alicerçada em uma abordagem integral, ética e baseada em evidências. A valorização da singularidade de cada mulher, aliada à aplicação de conhecimentos técnicos e científicos, permite a construção de um cuidado qualificado e resolutivo. Assim, a enfermagem contribui de forma decisiva para que a experiência da menopausa precoce seja vivida com dignidade, segurança e suporte efetivo em todas as suas dimensões. 

3. METODOLOGIA 

O presente estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura, recurso metodológico amplamente utilizado na área da saúde por possibilitar a reunião, a análise crítica e a síntese do conhecimento produzido sobre determinado objeto de investigação. A escolha desse tipo de estudo justifica-se pela necessidade de ampliar a compreensão acerca da atuação da enfermagem na prevenção e no cuidado da menopausa precoce, permitindo reunir evidências científicas que subsidiem práticas profissionais mais qualificadas e direcionadas à promoção da saúde da mulher. 

A coleta dos dados foi realizada a partir da busca sistematizada em bases de dados reconhecidas pela relevância na produção científica, a saber: LILACS, BDENF (Base de Dados de Enfermagem) e Google Acadêmico. Para tanto, utilizaram-se como descritores os termos “enfermagem”, “menopausa precoce” e “saúde da mulher”, bem como suas correspondentes em inglês e espanhol. As combinações foram refinadas por meio do operador booleano AND, de modo a assegurar maior precisão e abrangência nos resultados. 

O levantamento bibliográfico ocorreu no período compreendido entre abril de 2025 e setembro de 2025, estabelecendo-se como recorte temporal para inclusão dos estudos as publicações realizadas entre os anos de 2019 e 2025. Como critérios de inclusão, foram considerados artigos disponíveis na íntegra, publicados nos idiomas português, inglês ou espanhol e que abordassem de forma direta a atuação da enfermagem voltada à prevenção e ao cuidado da menopausa precoce. Foram excluídos, por sua vez, artigos incompletos, resumos, monografias, dissertações, teses, revisões narrativas, reportagens, publicações duplicadas e aquelas não disponibilizadas de forma gratuita. 

No que tange, portanto, ao conjunto da produção científica indexada nas referidas bases de dados, sendo a amostra final constituída pelos artigos que atenderam rigorosamente aos critérios de inclusão. O processo de seleção foi conduzido em duas etapas sucessivas: a leitura inicial dos títulos e resumos, seguida pela leitura integral dos textos elegíveis, de modo a assegurar a pertinência e a qualidade do material analisado. 

A etapa de análise consistiu na leitura crítica e interpretativa dos estudos selecionados, com emprego da análise temática como técnica central para identificar regularidades, convergências e desafios presentes nas práticas de enfermagem voltadas à menopausa precoce. As informações extraídas foram sistematizadas em quadros analíticos contendo dados como título, autores, ano de publicação, objetivos, metodologia, principais resultados e conclusões, o que possibilitou a categorização dos achados em eixos relacionados a estratégias preventivas, cuidados clínicos e ações educativas. 

4. RESULTADOS 

Por meio da coleta de dados, foram identificados inicialmente 476 estudos, sendo 350 no Google Acadêmico e 126 na base SciELO. No entanto, após a aplicação dos critérios de exclusão, 230 estudos foram eliminados por não atenderem ao recorte temporal ou por estarem publicados em periódicos sem a devida qualificação acadêmica. Outros 90 estudos foram descartados por não corresponderem ao tipo de pesquisa definido para esta revisão, como trabalhos meramente descritivos ou relatórios sem análise crítica. Além disso, 65 estudos foram excluídos por duplicidade, 50 por indisponibilidade na íntegra e 29 por exigirem pagamento para acesso. Dessa forma, restaram 12 estudos, que atenderam plenamente aos critérios estabelecidos e foram selecionados para compor a amostra da presente pesquisa, conforme demonstrado na tabela a seguir. 

Tabela 01: Fluxograma sobre a seleção dos estudos pesquisados.

Fonte: Autoria própria (2025) 

Apresenta-se, a seguir, a Tabela 02, que reúne informações relevantes acerca das produções científicas selecionadas para esta revisão integrativa. Nela constam os nomes dos autores, o ano de publicação, o título dos trabalhos e os periódicos ou instituições responsáveis pela divulgação. Essa organização permite uma visão clara da distribuição temporal das publicações, ao mesmo tempo em que evidencia a diversidade de fontes que contribuem para a construção do conhecimento científico sobre a atuação da enfermagem na assistência à mulher com menopausa precoce. Dessa forma, a tabela oferece um panorama inicial que possibilita compreender a amplitude do tema e o contexto acadêmico em que ele tem sido explorado. 

Tabela 02 – Autores, Títulos e Periódicos.

Fonte: autoria própria (2025) 

Conforme demonstrado na Tabela 02, predominam metodologias baseadas em revisões de literatura e estudos bibliográficos, refletindo a intenção de reunir e discutir criticamente o conhecimento já existente sobre a temática. No que se refere aos objetivos, grande parte das pesquisas concentra-se em analisar o papel do enfermeiro no manejo dos sintomas, na promoção da qualidade de vida e no suporte integral às mulheres com menopausa precoce.  

Para tanto, os principais achados apontam para a importância de uma assistência humanizada, pautada em ações educativas, orientação sobre sexualidade, incentivo ao autocuidado e apoio emocional. Também se evidencia a necessidade de ampliar políticas públicas e programas de capacitação profissional, de forma a garantir que o enfermeiro disponha de ferramentas adequadas para atuar de maneira resolutiva e eficaz diante das demandas específicas desse público. 

5. DISCUSSÃO 

A vivência da menopausa precoce é marcada por intensas transformações físicas e emocionais que impactam diretamente e de forma profunda a qualidade de vida das mulheres. Para tanto, o desconhecimento sobre essa fase contribui para o aumento significativo do sofrimento, pois muitas mulheres não conseguem diferenciar sintomas fisiológicos naturais de sinais de adoecimento, o que reforça ainda mais a necessidade de maior atuação da enfermagem na educação em saúde (Falcão; Falcão; Moura, 2025). 

Já o autor Almeida (2024) enfatiza que, além das alterações biológicas, a menopausa precoce está associada a repercussões emocionais e sociais importantes, como insegurança e medo da perda da feminilidade e da autonomia. Nesse contexto, o enfermeiro deve atuar de maneira integral, oferecendo consultas individualizadas e apoio emocional constante, elementos fundamentais que favorecem a adaptação progressiva da mulher a essa fase complexa da vida. 

Mustafá, Souza e Sena (2021) evidenciam que, embora a menopausa precoce seja um fenômeno relevante e preocupante, ela ainda não ocupa lugar de destaque nas pesquisas brasileiras. O tema aparece, em grande parte, como secundário em estudos relacionados ao climatério e à menopausa, revelando lacunas significativas que dificultam o desenvolvimento de protocolos específicos e eficazes de atenção integral à saúde. 

Na perspectiva da Atenção Primária, Martins, Silva e Silva (2025) ressaltam que o enfermeiro desempenha papel fundamental ao promover práticas preventivas e educativas constantes, fortalecendo a adesão das mulheres aos cuidados contínuos e prolongados. A atuação nesse nível de atenção contribui diretamente para a redução de complicações graves associadas à menopausa precoce, como doenças cardiovasculares, osteoporose e câncer ginecológico. 

Outro ponto levantado por Falcão, Falcão e Moura (2025) refere-se ao impacto dos fatores socioculturais na vivência do climatério, que podem intensificar dificuldades. Mulheres de contextos distintos lidam de maneira diferenciada com os sintomas, e o enfermeiro deve estar sempre atento a essas especificidades para oferecer uma assistência verdadeiramente sensível e adequada às diversas realidades locais. 

As práticas educativas desempenham um papel essencial e inquestionável para o empoderamento das mulheres nesse período. A partir de informações claras, acessíveis e culturalmente adequadas, as pacientes conseguem compreender melhor os sintomas, reconhecer riscos relevantes e participar ativamente do processo de cuidado, tornando-se protagonistas conscientes e fortalecidas de sua própria saúde (Almeida, 2024). 

Para Mustafá, Souza e Sena (2021), a menopausa precoce está fortemente associada ao desenvolvimento de osteoporose e fraturas, o que reforça a necessidade de acompanhamento clínico contínuo e cuidadoso. Nesse sentido, o enfermeiro tem responsabilidade direta de orientar sobre medidas preventivas, como alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, uso de suplementação quando indicado e realização periódica de exames de rastreamento. 

Martins, Silva e Silva (2025) acrescentam que a atuação holística é essencial e indispensável para a saúde integral da mulher. Ao considerar aspectos físicos, emocionais, sociais e até espirituais, a enfermagem amplia a eficácia das intervenções propostas e promove um cuidado que vai além do simples tratamento dos sintomas, fortalecendo profundamente o bem-estar e a autonomia feminina. 

De acordo com Falcão, Falcão e Moura (2025), a desinformação sobre o climatério favorece amplamente a propagação de mitos que dificultam a aceitação saudável da menopausa precoce. Nesse cenário, a escuta qualificada, o acolhimento humanizado e o suporte constante realizados pelo enfermeiro são estratégias centrais para reduzir ansiedades, medos e estigmas, criando vínculos mais sólidos e duradouros com a paciente. 

Almeida (2024) observa que ainda há desafios importantes relacionados à formação adequada dos profissionais de enfermagem para lidar com a saúde da mulher climatérica. A ausência de capacitação específica, de recursos estruturais e de protocolos definidos compromete diretamente a qualidade do cuidado, o que evidencia a urgência imediata de investimentos contínuos em educação permanente e treinamento especializado. 

O levantamento feito por Mustafá, Souza e Sena (2021) mostra também disparidades regionais significativas na produção científica sobre a menopausa precoce. Enquanto Sudeste e Nordeste concentram a maior parte das publicações relevantes, o Norte do país apresenta baixa representatividade, o que indica desigualdades persistentes de acesso à informação qualificada, à pesquisa científica e à produção de conhecimento. 

Na prática cotidiana da APS, Martins, Silva e Silva (2025) reforçam a importância do incentivo constante à realização de exames preventivos regulares, como mamografia, papanicolau e densitometria óssea, que possibilitam a detecção precoce de alterações relacionadas ao envelhecimento reprodutivo. Essas ações de saúde têm impacto direto e significativo na qualidade de vida das mulheres, especialmente daquelas em menopausa precoce. 

Dessa forma, a assistência de enfermagem humanizada é indispensável para que as mulheres se sintam devidamente apoiadas em um momento de tantas mudanças significativas, delicadas e desafiadoras. Esse cuidado vai além do aspecto clínico, incluindo orientação detalhada para o autocuidado, incentivo à autonomia, fortalecimento da autoestima e acompanhamento contínuo das necessidades emocionais, sociais e psicológicas (Falcão; Falcão; Moura, 2025). 

Dessa forma, para Almeida (2024), a interdisciplinaridade é fundamental no enfrentamento da menopausa precoce e de suas diversas repercussões multifatoriais. O trabalho conjunto entre enfermagem, ginecologia, psicologia, nutrição e outras áreas contribui para uma assistência integral, eficaz e abrangente, minimizando complicações futuras, fortalecendo a qualidade de vida e promovendo maior segurança e bem-estar para todas as pacientes. 

Mustafá, Souza e Sena (2021) chamam atenção para o fato de que, apesar de seus impactos expressivos, a menopausa precoce ainda é pouco debatida em políticas públicas nacionais. Essa ausência de direcionamento institucional faz com que muitas mulheres enfrentem a fase de forma solitária e fragilizada, reforçando a importância fundamental da enfermagem como elo de acolhimento, orientação e apoio contínuo. 

Destarte, Martins, Silva e Silva (2025) concluem que a atuação contínua e comprometida do enfermeiro ao longo da trajetória de vida da mulher fortalece a prevenção e a promoção da saúde integral. Essa visão longitudinal possibilita identificar precocemente situações de risco, propor intervenções rápidas e preparar as mulheres para enfrentar com mais tranquilidade, segurança e equilíbrio as mudanças decorrentes da menopausa precoce. 

6. CONCLUSÃO 

O estudo acerca da atuação da enfermagem na assistência à mulher com menopausa precoce revelou-se essencial para compreender as múltiplas dimensões que permeiam essa condição, marcada por alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que afetam diretamente a qualidade de vida feminina. A partir da revisão integrativa, foi possível reunir evidências consistentes que demonstram a relevância do cuidado de enfermagem, sobretudo na prevenção de complicações, no manejo de sintomas e na promoção da saúde integral da mulher. Assim, os objetivos propostos neste artigo foram plenamente alcançados, permitindo ampliar a compreensão sobre a temática e fornecer subsídios relevantes para a prática profissional. 

Constatou-se que a enfermagem desempenha papel estratégico não apenas no acompanhamento clínico, mas também na educação em saúde, no fortalecimento da autonomia e na escuta qualificada das mulheres que vivenciam a menopausa precoce. As intervenções identificadas vão desde orientações sobre hábitos saudáveis e adesão ao autocuidado até o suporte emocional e social, fundamentais para enfrentar os desafios impostos por essa fase de forma mais equilibrada e digna. Ressalta-se, ainda, a importância da abordagem humanizada e interdisciplinar, capaz de integrar aspectos físicos, emocionais e culturais, respeitando as singularidades de cada paciente. 

Apesar dos avanços observados, a literatura aponta lacunas importantes relacionadas à capacitação dos profissionais, à ausência de protocolos específicos e à escassez de políticas públicas voltadas para essa população. Esses desafios evidenciam a necessidade de investir em educação permanente em enfermagem, bem como em estratégias que fortaleçam a inserção desse tema nas agendas acadêmicas e institucionais. O fortalecimento da prática assistencial, quando pautado em evidências científicas e em ações integradas, pode transformar a experiência da menopausa precoce, minimizando seus impactos e promovendo maior qualidade de vida. 

Este artigo, ao sistematizar o conhecimento existente, contribui não apenas para a valorização do papel da enfermagem no contexto da menopausa precoce, mas também pode servir como amparo acadêmico para futuras pesquisas universitárias que pretendam aprofundar a temática, fomentando a discussão científica e incentivando a produção de saberes que fortaleçam tanto a prática clínica quanto a formação profissional. 

Por fim, a assistência de enfermagem à mulher com menopausa precoce configura-se como elemento indispensável na construção de um cuidado integral, humanizado e resolutivo. Ao reforçar a importância do acolhimento, da educação em saúde e do suporte emocional, este estudo reafirma o compromisso da enfermagem com a promoção do bem-estar feminino e destaca a necessidade de um olhar cada vez mais sensível e ampliado para as demandas dessa população. Nesse sentido, a produção científica e a prática assistencial devem caminhar juntas, garantindo que as mulheres em menopausa precoce sejam atendidas com dignidade, segurança e qualidade em todas as dimensões de sua saúde. 

REFERÊNCIAS 

ALMEIDA, Nádia Barboza Santana de. Papel do enfermeiro na atenção à saúde da mulher climatérica. Revista Brasileira de Saúde. 2025. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/76335. Acesso em: 25 abr. 2025. 

FERNANDES, Larissa de Abreu et al. Intervenções de enfermagem no manejo dos sintomas vasomotores da menopausa: avaliação, aconselhamento e suporte. Revista JRG de Estudos Acadêmicos. 2024. Disponível em: https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/1259. Acesso em: 21 abr. 2025. 

FALCÃO, Jéssica de Souza; FALCÃO, Jessie de Souza; MOURA, Blenda Evangelista de. Climatério e enfermagem: percepções femininas diante das transformações fisiológicas e sociais. Revista Foco. 2025. Disponível em: https://ojs.focopublicacoes.com.br/foco/article/view/8699. Acesso em: 09 set. 2025. 

FERREIRA, Daniela Alves de Souza. et al. Climatério: papel do enfermeiro da atenção primária à saúde no cuidado e orientação da sexualidade: uma revisão integrativa de literatura. Revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento. 2023. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/42081. Acesso em: 01 abr. 2025. 

MARTINS, Karoline Silva; SILVA, Thaisa Caroline da Costa; SILVA, Francisco Carlos da. O papel do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde da mulher: Prevenção e Promoção da Saúde. Revista Amazônica de Ciências Médicas e Saúde. 2025. Disponível em: https://jiparana.emnuvens.com.br/racms/article/view/1668. Acesso em: 09 set. 2025. 

MUSTAFÁ, Mônica de Mendonça; SOUZA, Edna Paula P. de; SENA, Alysson Bastos. Menopausa precoce no Brasil: uma revisão bibliográfica integrativa. Revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento.  2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/22323. Acesso em: 05 set. 2025. 

QUEIROZ JÚNIOR, José Edilson Rios. O papel do enfermeiro na identificação precoce e manejo de sintomas da pré-menopausa: um enfoque na qualidade de vida. Revista Multidisciplinar em Saúde. 2024. Disponível em: https://ime.events/ii-conasm/pdf/49028. Acesso em: 05 abr. 2025. 

RODRIGUES, Ayane Araújo. et al Os principais fatores que influenciam a menopausa precoce: uma revisão bibliográfica. Revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento. 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/30258. Acesso em: 28 abr. 2025. 

SANTOS, Morhana Camapum dos; et al. Atuação da enfermagem frente ao processo do climatério e menopausa: uma revisão integrativa. Universidade Estadual da Paraíba. 2022. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/cieh/2022/TRABALHO_COMPLETO_EV179_M D1_ID979_TB361_29062022215708.pdf. Acesso em: 23 mar. 2025 

SOUZA, Natália Freitas de; BARRETO, Camila Nunes; CORRÊA, Gabriela Bitencourt. Desafios na atuação do enfermeiro frente ao climatério e menopausa na Atenção Primária à Saúde. Revista Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento. 2023. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41044. Acesso em: 30 abr. 2025 

STEFANI, Carla de Oliveira Souza. Assistência de enfermagem no climatério e menopausa sob a ótica do enfermeiro na revisão bibliográfica de 2007 a 2017. Faculdade Atenas. 2018. Disponível em: http://www.atenas.edu.br/uniatenas/assets/files/spic/monography/ASSISTENCIA_DE_ENFERMAGEM_NO_CLIMATERIO_E_MENOPAUSA_SOB_A_OTICA_DO_ENFERMEIRO_

NA_REVISAO_BIBLIOGRAFICA_DE_2007_A_2017.pdf. Acesso em: 04 abr. 2025. 

VIEIRA, Maria Monaliza Ferreira. Assistência da enfermagem as mulheres com menopausa precoce: saúde da mulher. Anhanguera. 2022. Disponível em:https://repositorio.pgsscogna.com.br/bitstream/123456789/51111/1/MARIA+MONALIZA+F ERREIRA+VIEIRA.pdf. Acesso em: 24 mar. 2025


1Acadêmico(s) do 8º período do curso de enfermagem pela Universidade Paulista; eliangela_2@hotmail.com
2Acadêmico(s) do 8º período do curso de enfermagem pela Universidade Paulista; evanilsonlinhares836@gmail.com
3Acadêmico(s) do 8º período do curso de enfermagem pela Universidade Paulista; matosiara409@gmail.com
4Acadêmico(s) do 8º período do curso de enfermagem pela Universidade Paulista; laisheloa14@gmail.com
5Acadêmico(s) do 8º período do curso de enfermagem pela Universidade Paulista; luilmarrso@gmail.com
6Professor do curso de enfermagem; especialista em hematologia clínica enfpedro.alencar@gmail.com