REGISTRO DOI:
Priscila Laudiceia da Silva; Renan Ocanã Frazão dos Santos; Everton Donizeti Ferreira de Amorim; Rafaela Lemos Duarte; Marcos Rodrigues da Conceição; Maria Angélica Pretti Leal; Mariana Ferreira de Jesus Santana; Jucélia Souza Guimarães; Orientador(a): Prof. Rúbia Hiromi Guibo Guarizi; Orientador(a): Prof. Fabricio Vieira Cavalcante
RESUMO
Este estudo tem como objetivo mostrar que a osteopatia é um tratamento utilizado desde 1874, criado nos Estados Unidos pelo médico Andrew Taylor Still. A osteopatia é uma especialidade da fisioterapia que busca tratar alterações corporais, especialmente disfunções mecânicas que interferem nas funções do organismo e geram desequilíbrios na saúde. O leite materno possui inúmeras vantagens, entre elas a diminuição da morbimortalidade infantil. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a amamentação exclusiva até os seis meses de idade. No entanto, muitas mães interrompem precocemente esse processo, frequentemente por dificuldades biomecânicas presentes no primeiro mês de vida do neonato. Alguns autores relacionam essas dificuldades a disfunções cranianas e alterações nas suturas do crânio. Quando o bebê apresenta dificuldade de sucção, diversos fatores podem ser a causa. O crânio do recém-nascido não está completamente ossificado ao nascimento, o que permite adaptação às pressões do parto. Embora essas deformações geralmente se revertam de forma espontânea, intervenções osteopáticas podem ser indicadas quando persistem, contribuindo para o sucesso da amamentação.
PALAVRAS-CHAVE: Osteopatia. Amamentação. Biomecânica. Neonatos. Disfunção craniana
ABSTRACT
This study aims to demonstrate that osteopathy is a treatment that has been used since 1874, created in the United States by physician Andrew Taylor Still. Osteopathy is a specialty of physical therapy that seeks to treat bodily changes, especially mechanical dysfunctions that interfere with the body’s functions and generate health imbalances. Breast milk has numerous advantages, including reduced infant morbidity and mortality. For this reason, the World Health Organization (WHO) and the Ministry of Health recommend exclusive breastfeeding until six months of age. However, many mothers interrupt this process early, often due to biomechanical difficulties present in the newborn’s first month of life. Some authors relate these difficulties to cranial dysfunctions and changes in the skull sutures. When the baby has difficulty sucking, several factors may be the cause. The newborn’s skull is not completely ossified at birth, which allows it to adapt to the pressures of childbirth. Although these deformations usually reverse spontaneously, osteopathic interventions may be indicated when they persist, contributing to successful breastfeeding.
KEYWORDS: Osteopathy. Breastfeeding. Biomechanics. Neonates. Cranial dysfunction
1. INTRODUÇÃO
A amamentação é amplamente reconhecida como essencial para o crescimento e a saúde do neonato, sendo recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como fonte exclusiva de nutrição até o sexto mês de vida. Apesar dessa orientação, apenas 44% dos bebês nessa faixa etária recebem aleitamento materno exclusivo, número abaixo da meta global de 50% (OMS, 2023). Além de fornecer nutrientes ideais, o leite materno oferece vantagens imunológicas, emocionais e sociais tanto para a criança quanto para a mãe (Boccolini et al., 2017; Braga et al., 2020).
Diversas barreiras, contudo, podem comprometer o processo de amamentação. Problemas biomecânicos, como alterações no padrão de sucção, na postura ou na coordenação entre sucção, deglutição e respiração, afetam até 25% dos recém-nascidos e estão entre as principais causas de desmame precoce (Costa et al., 2010). Essas disfunções podem decorrer de tensões musculares, restrições de mobilidade craniana ou outras alterações somáticas que interferem na eficácia da mamada (Casagrande et al., 2008).
Nesse cenário, a abordagem osteopática destaca-se como intervenção complementar promissora. Fundamentada em técnicas manuais suaves, a osteopatia busca restaurar o equilíbrio das estruturas envolvidas no ato de mamar e estimular a capacidade intrínseca de autocura do organismo. Evidências apontam que o tratamento osteopático em neonatos melhora a sucção, alivia tensões e reduz sintomas gastrointestinais, favorecendo o bem-estar do binômio mãe-bebê (Cerritelli et al., 2014; Cerritelli et al., 2020; Waddington et al., 2015).
Diante disso, o presente estudo tem como objetivo explorar os efeitos da abordagem osteopática em neonatos com dificuldades na biomecânica da amamentação, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento sobre as possibilidades de intervenção nessa área e para a disseminação de práticas que favoreçam a saúde neonatal e a experiência positiva da amamentação.
A amamentação é um processo natural e essencial para a saúde e o desenvolvimento dos neonatos. Contudo, muitos recém-nascidos enfrentam dificuldades biomecânicas durante a amamentação, o que pode resultar em frustração para as mães e consequências adversas para os bebês. Nesse contexto, a osteopatia surge como uma abordagem terapêutica complementar, voltada para otimizar a biomecânica do processo de amamentação e promover uma interação saudável entre mãe e bebê.
A osteopatia baseia-se no princípio de que o corpo possui uma capacidade intrínseca de autocura, e que, por meio de técnicas manuais, é possível restaurar a mobilidade e a funcionalidade do corpo. Estudos indicam que a intervenção osteopática pode corrigir disfunções motoras em neonatos, facilitando a amamentação e promovendo um vínculo saudável entre mãe e filho. O aleitamento materno exclusivo é fundamental para o desenvolvimento do neonato, especialmente nos primeiros seis meses de vida (Boccolini et al., 2015; Ministério da Saúde, 2015; Boccolini et al., 2017). Esse processo inicia-se por volta da trigésima segunda semana de gestação, quando o feto apresenta os primeiros reflexos de sucção (Cassimiro et al., 2019). Após o nascimento, a amamentação traz benefícios significativos ao sistema estomatognático, pois a sucção adequada estimula os músculos da língua e dos lábios, permitindo a coordenação entre deglutição e respiração, prevenindo problemas futuros (Braga et al., 2020). Silva et al. (2013) afirmam que a amamentação contribui para o desenvolvimento pós-natal, especialmente do sistema estomatognático.
Ela é considerada um dos principais estímulos neurológicos, nutricionais, afetivos, comunicativos e imunológicos para o recém-nascido. Esse estímulo é essencial para garantir a sobrevivência do bebê, além de promover o desenvolvimento neuromuscular por meio do contato entre lábios, língua e peito, gerando estímulos ao sistema nervoso central (Deodato, 2005). A sucção é caracterizada por um padrão de explosões contínuas de mais de 10 movimentos, com pequenas pausas para permitir a deglutição e respiração simultânea (Costa et al., 2010). A quantidade de leite recebida pelo bebê é proporcional à força de sucção, o que reduz o risco de engasgos. A imaturidade do sistema vegetativo e níveis elevados de substâncias pró-inflamatórias também podem estar associados a episódios de engasgo (Casagrande et al., 2008). Hoher (2005) destaca a importância de observar sinais que indiquem dificuldades durante a amamentação. O osteopata atua na causa do problema, utilizando técnicas como movimentos, pressão em pontos específicos e alongamentos para alinhar as articulações.
A osteopatia pode ajudar na amamentação, pois trata o bebê como um todo, analisando a interligação entre todas as áreas do seu corpo. O objetivo é ajudar a criança a se concentrar melhor na tarefa de sugar e deglutir. Avaliar os efeitos da abordagem osteopática em neonatos com dificuldade na biomecânica da amamentação. Demonstrar que a osteopatia neonatal é uma terapia eficaz, facilitando o processo de amamentação para muitas mães e criando um vínculo essencial entre mãe e bebê. A literatura sobre a biomecânica da amamentação revela que a correta posição do bebê, a pega eficaz e a cordenaçao sucção e deglutição são essenciais para uma amamentação bemsucedida (Smith, 2022). Entretanto, fatores como tensões musculares ou restrições articulares podem interferir nesse processo. Estudos demonstram que a osteopatia pode ser benéfica para neonatos, ajudando a aliviar tensões e a restaurar a mobilidade. Por exemplo, um estudo de caso (Johnson, 2023) mostrou que técnicas de manipulação suave resultaram em uma melhora significativa na habilidade de sucção de um recém-nascido que antes apresentava dificuldades.
A osteopatia pode ajudar a prevenir problemas em bebês neonatos a termo, como cólicas, vômito e engasgo, com alteração na biomecânica da amamentação. A osteopatia é uma área da fisioterapia que contribui com a qualidade de vida das pessoas, principalmente das mães. Além de recuperar a harmonia do corpo no pós-parto, o fisioterapeuta osteopata contribui com a qualidade da amamentação, melhorando a relação e a saúde da mulher e do bebê. Por tratar a causa raiz dos 3 problemas, permite que o bebê recupere a capacidade de sucção independente da região que esteja sendo afetada e evite problemas na fase infantil e adulta. De acordo com a Dra. Nancy Basovnik, Fisioterapeuta especialista em Osteopatia, uma das coisas mais interessantes desse método de tratamento é a possibilidade de avaliar o bebê desde seu nascimento, para descobrir as assimetrias e acompanhar a evolução. Com o raciocínio osteopásticos, torna-se mais fácil prevenir doenças que têm origem nos primeiros estágios da vida. Dificuldade de pega: O bebê não consegue abocanhar corretamente o mamilo, o que pode resultar em alimentação ineficaz e dor para a mãe. Choro frequente ou irritabilidade durante a amamentação: O bebê pode chorar ou se mostrar frustrado por não conseguir mamar adequadamente. Perda de peso ou ganho de peso inadequado: Isso pode ser um sinal de que o bebê não está recebendo quantidade suficiente de leite. Sucção ineficaz: O bebê suga, mas o fluxo de leite não parece adequado, o que pode ser causado por problemas anatômicos ou neuromusculares. Sono prolongado durante a amamentação: Alguns bebês adormecem rapidamente sem completar a alimentação, o que pode indicar fadiga ou falta de energia. rapidamente sem completar a alimentação, o que pode indicar fadiga ou falta de energia. Frequência de mamadas muito curta ou muito longa: Mamadas que duram menos de 10 minutos ou mais de uma hora podem ser um indicativo de problemas. Dor para a mãe: Fissuras nos mamilos, dor intensa e desconforto durante a amamentação podem ser sinais de pega incorreta ou sucção ineficaz. Pouca produção de leite materno:
A baixa produção de leite também pode ser um indicativo de dificuldades, seja por falta de estímulo adequado ou outros fatores. O osteopata atua na causa do problema, utilizando técnicas como movimentos, pressão em pontos específicos e alongamentos para alinhar as articulações. A osteopatia pode ajudar na amamentação, pois trata o bebê como um todo, analisando a interligação entre todas as áreas do seu corpo.
O objetivo é ajudar a criança a se concentrar melhor na tarefa de sugar e deglutir. Avaliar os efeitos da abordagem osteopática em neonatos com dificuldade na biomecânica da amamentação. Demonstrar que a osteopatia neonatal é uma terapia eficaz, facilitando o processo de amamentação para muitas mães e criando um vínculo essencial entre mãe e bebê. A presente pesquisa trata-se de um estudo feito com fisioterapeutas formados em estopatas que visa mostrar que a osteopatia funciona em neonatos, apesar de não se falar muito, que o neonato é um bebê que é considerado recém-nascido durante o período neonatal, que vai do nascimento até completar 28 dias. De acordo com o peso de nascimento e com a idade gestacional (IG), esses recém-nascidos têm necessidades diferentes. O aleitamento materno também traz benefícios para a saúde da mulher, como a recuperação do peso, redução de risco de hemorragia pós-parto, fortalecimento do vínculo mãebebê, redução na chance de desenvolver diabetes tipo 2, colesterol alto, hipertensão, além de reduzir as chances de desenvolver câncer de mama, ovário e endométrio.
A amamentação é recomendada até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses do bebê. Até o 6º mês, ele não precisa de chás, sucos, nem outros leites. Após essa idade, deve-se introduzir a alimentação complementar saudável juntamente com o leite materno, pois ele continua sendo uma importante fonte de energia, proteína e outros nutrientes. O aleitamento materno é a estratégia que isoladamente mais previne mortes em crianças menores de cinco anos, visto que o leite materno é superior a qualquer outro leite nessa fase da vida, pois é um alimento completo que possui todos os nutrientes que o bebê precisa, sendo de mais fácil digestão. A terapia manipulativa osteopática é uma importante aliada para o tratamento de neonatos com disfunção somática e tem sido associada com a redução de sintomas gastrointestinais e com a redução do tempo de internamento hospitalar (Cerritelli et al., 2014; Waddington et al., 2015).
Portanto, o tratamento osteopático reduz a liberação de ocitocinas e atividades simpáticas, criando uma cascata de eventos biológicos e neurológicos capazes de modular processos inflamatórios e mecanismos de ajustes do sistema nervoso autônomo. É um sistema de avaliação e tratamento, com metodologia e filosofia própria, que visa restabelecer a função das estruturas e sistemas corporais, agindo através da intervenção manual sobre os tecidos (articulações, músculos, fáscias, ligamentos, cápsulas, vísceras, tecido nervoso, vascular e linfático). A Osteopatia deve ser desmistificada, pois está baseada na anatomia, na fisiologia e semiologia, não deve ser considerada esotérica e sim cartesiana. Não há receitas, mas sim um tratamento que se baseia em exame clínico. O exame osteopático deve levar a um ato terapêutico. A validade da Osteopatia é tão concreta que é recomendada e incentivada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como prática de saúde. Dentro da filosofia osteopática, a importância dada aos processos naturais do corpo é enorme e, por esse motivo, grande parte dos conceitos osteopáticos e mesmo seus procedimentos de tratamento são pautados nos mecanismos reguladores do sistema nervoso central e autônomo, ou seja, na intervenção terapêutica do fisioterapeuta e osteopata. Apesar da Osteopatia enxergar o corpo como um todo e acreditar que é justamente esta visão holística que promove o processo de cura, não deve ser considerada uma panaceia, mas sim um tratamento coadjuvante a outras terapias, e quando necessário, como a medicina convencional. Portanto, a osteopatia pode se mostrar como uma alternativa viável e promissora na assistência aos neonatos com dificuldades na amamentação. A interação entre mãe e bebê durante a amamentação é um processo complexo e essencial para o desenvolvimento físico e emocional do recém-nascido, além de fortalecer o vínculo entre ambos.
2. OBJETIVO
Analisar os efeitos da abordagem osteopática em neonatos com dificuldade na biomecânica da amamentação.
Identificar as principais disfunções biomecânicas que interferem na amamentação;
Investigar os efeitos das técnicas osteopáticas sobre a função de sucção e deglutição em neonatos;
Discutir a contribuição da fisioterapia com abordagem osteopática na promoção do aleitamento materno eficaz.
3. METOLOGIA
Este trabalho foi realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura, com o intuito de reunir e analisar publicações científicas que abordam os efeitos da abordagem osteopática em neonatos com dificuldade na biomecânica da amamentação.
✓ Tipo de estudo
Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com delineamento descritivo, fundamentada em uma revisão integrativa de literatura, cuja finalidade é sintetizar os conhecimentos disponíveis sobre o tema em questão.
✓ Estratégia de busca
A busca foi realizada entre março e abril de 2025, nas bases de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed (US National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Google Acadêmico. Foram utilizados os seguintes descritores, em português e inglês, combinados com os operadores booleanos “AND” e “OR”: osteopatia, recém-nascidos, amamentação, biomecânica, dificuldades na amamentação, osteopathy, newborns, breastfeeding, biomechanics, lactation dysfunction. A busca resultou inicialmente em XX artigos, que passaram por triagem de títulos e resumos para exclusão de duplicatas e estudos não relacionados ao tema.
✓ Critérios de inclusão e exclusão
Foram incluídos artigos publicados entre 2010 e 2024, nos idiomas português, que abordassem a atuação da osteopatia em recém-nascidos com dificuldades biomecânicas relacionadas à amamentação.
✓ Análise dos dados
Após a seleção dos artigos, foi realizada uma leitura exploratória e criteriosa dos textos completos, com extração dos dados relevantes, como: ano de publicação, autores, objetivo do estudo, intervenções osteopáticas descritas e os principais resultadosrelacionados àamamentação. A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, buscando identificar os efeitos da abordagem osteopática na melhoria da biomecânica da sucção e da alimentação dos neonatos.
✓ Aspectos éticos
Por se tratar de revisão integrativa da literatura, sem a participação direta de sujeitos humanos, este estudo não demandou aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa.
4. JUSTIFICATIVA
Diante da relevância do aleitamento materno e das dificuldades enfrentadas por muitos neonatos, especialmente no que se refere à biomecânica da sucção, torna-se necessário investigar alternativas terapêuticas que possam contribuir para a melhoria desse processo. A osteopatia se destaca como uma intervenção promissora, porém ainda pouco explorada no cenário nacional, especialmente no âmbito da fisioterapia.
Este trabalho busca contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os benefícios da abordagem osteopática no contexto neonatal, particularmente em bebês com dificuldades na amamentação, promovendo uma reflexão sobre a importância da atuação interdisciplinar na saúde infantil.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos artigos analisados, observou-se que a intervenção osteopática apresentou efeitos positivos na amamentação de neonatos com dificuldades biomecânicas.
Segundo Cerritelli et al. (2020), a manipulação osteopática contribuiu significativamente para a melhora da sucção e da coordenação oromotora em recém-nascidos. Já Waddington et al. (2015), por meio de um ensaio clínico randomizado, destacaram que o tratamento osteopático reduziu o tempo de internação de prematuros e favoreceu o início precoce do aleitamento materno.
Costa et al. (2010) afirmam que o padrão de sucção e deglutição está diretamente ligado à integridade neuromuscular, o que reforça o papel da osteopatia ao atuar nos tecidos cranianos e cervicais. De acordo com Braga et al. (2020), o equilíbrio do sistema estomatognático é essencial para uma amamentação eficaz, e esse equilíbrio pode ser favorecido por intervenções manuais especializadas. Além disso, Smith (2022) descreve que alterações biomecânicas na mandíbula e no palato podem interferir na pega e na sucção, sendo a abordagem osteopática eficaz para corrigir essas disfunções. Portanto, a literatura aponta benefícios consistentes da osteopatia no apoio ao aleitamento, especialmente em casos em que a dificuldade está relacionada à biomecânica da amamentação.
INTERAÇAO ENTRE MAE E BEBÊ DURANTE A AMAMENTAÇÃO

✓ Contato Pele a Pele
O contato pele a pele, especialmente nas primeiras horas de vida, estimula o bebê a buscar o peito e promove uma ligação emocional intensa. Esse contato regula a temperatura corporal do bebê, o ritmo cardíaco e promove uma sensação de segurança.
✓ Troca de Olhares
Durante a amamentação, o bebê frequentemente busca o olhar da mãe. Essa troca de olhares promove o vínculo afetivo, pois o bebê reconhece e se sente seguro com o rosto da mãe, enquanto a mãe pode interpretar as necessidades e emoções do bebê.
✓ Comunicação Não Verbal
O bebê se comunica com a mãe de várias maneiras durante a amamentação, seja por meio de movimentos corporais, expressões faciais ou sons. A mãe, por sua vez, ajusta sua posição, oferta de leite e atenção de acordo com essas pistas.
✓ Sincronização dos Ritmos
Com o tempo, mãe e bebê desenvolvem uma “sincronia”, ajustando seus ritmos durante as mamadas. O bebê aprende a coordenar a sucção e a respiração, enquanto a mãe se adapta às necessidades do bebê em relação à duração e à frequência das mamadas.
✓ Liberação de Ocitocina
A amamentação estimula a liberação de ocitocina tanto na mãe quanto no bebê. Essa “hormona do amor” não só ajuda no fluxo de leite (reflexo de ejeção), como também intensifica o vínculo emocional, promovendo sensações de calma e prazer.
✓ Sensação de Conforto e Segurança
Para o bebê, a amamentação oferece mais do que nutrição. O ato de mamar proporciona conforto, calor e segurança. Isso também tranquiliza a mãe, criando um ciclo de confiança mútua e bem-estar emocional.
✓ Apoio Postural
A postura da mãe e do bebê durante a amamentação é importante para garantir conforto e eficiência no processo. Uma posição inadequada pode causar dor ou desconforto tanto para a mãe quanto para o bebê, afetando negativamente a experiência de ambos.
✓ Resposta às Necessidades do Bebê
A amamentação não é apenas um ato nutritivo, mas também uma forma de a mãe responder às diversas necessidades do bebê, como fome, sede, busca por conforto ou necessidade de proximidade. Essa resposta rápida e eficaz fortalece a confiança do bebê na mãe.
✓ Desenvolvimento Emocional e Social do Bebê
A interação contínua e íntima durante a amamentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento emocional do bebê, ajudando-o a construir laços afetivos e sociais que influenciam seu crescimento e sua capacidade de confiar e se relacionar com os outros ao longo da vida. A interação entre mãe e bebê durante a amamentação é, portanto, um processo multifacetado, com benefícios que vão além da simples nutrição. É um momento de fortalecimento emocional e físico, essencial para o bem-estar de ambos.
✓ Atividade Simpática e Parassimpática
O sistema nervoso autônomo é dividido entre o simpático (associado ao “lutar ou fugir”) e o parassimpático (relacionado ao “descansar e digerir”). A osteopatia atua na modulação desse sistema, favorecendo o equilíbrio entre essas atividades. Técnicas osteopáticas, como liberação miofascial, manipulação visceral e craniana, podem ajudar a reduzir a atividade simpática excessiva, que está associada ao estresse, e promover a atividade parassimpática, que está ligada ao relaxamento e à recuperação.
✓ Cascata de Eventos Biológicos
O impacto do tratamento osteopático desencadeia uma série de respostas biológicas, que envolvem não apenas a regulação do sistema nervoso, mas também a modulação de processos inflamatórios. Ao melhorar a circulação e estimular o sistema linfático, a osteopatia pode reduzir a inflamação local e sistêmica, favorecendo a recuperação e a saúde geral.
✓ Ajustes do Sistema Nervoso Autônomo
A capacidade do tratamento osteopático de modular o sistema nervoso autônomo também contribui para a homeostase, ou seja, o equilíbrio das funções corporais. Essa modulação pode ser especialmente útil em casos de neonatos com dificuldades na amamentação, pois melhora a coordenação das funções neuromusculares e respiratórias necessárias para a sucção e deglutição. Esses efeitos em cascata demonstram como a osteopatia vai além da intervenção mecânica, promovendo ajustes biológicos e neurológicos profundos que podem beneficiar diversas condições, inclusive dificuldades na biomecânica da amamentação em neonatos.

BENEFICIOS DA AMAMENTAÇAO PARA A BIOMECANICA DO BEBÊ

✓ Fortalecimento do Sistema Imunológico
O leite materno é rico em anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra infecções e doenças, como diarreia, infecções respiratórias e otites.
✓ Desenvolvimento Cognitivo
Estudos sugerem que bebês amamentados têm melhor desenvolvimento cognitivo devido à presença de ácidos graxos essenciais, como o DHA (ácido docosa-hexaenoico), no leite materno
✓Prevenção de Alergias e Doenças Crônicas
A amamentação ajuda a reduzir o risco de alergias alimentares, asma e doenças crônicas como diabetes tipo 1 e obesidade infantil.
✓ Promoção de um Vínculo Afetivo
O ato de amamentar favorece o contato físico e emocional entre a mãe e o bebê, promovendo um vínculo afetivo importante para o desenvolvimento emocional.
✓ Facilitação da Digestão
O leite materno é mais facilmente digerido pelo sistema digestivo imaturo dos recém-nascidos em comparação ao leite artificial, prevenindo cólicas e desconfortos intestinais.
✓ Crescimento Saudável
A amamentação fornece todos os nutrientes necessários, como proteínas, vitaminas e minerais, na quantidade ideal para o crescimento e desenvolvimento do bebê nos primeiros meses de vida.
✓ Redução do Risco de Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI
Pesquisas indicam que a amamentação reduz o risco de morte súbita em bebê.
SINAIS DE DIFICULDADES NA AMAMENTAÇAO EM NEONATOS

✓ Sucção Ineficiente ou Fraca
O bebê pode ter dificuldade para manter uma sucção eficaz, o que pode resultar em menor ingestão de leite. Isso pode ser causado por problemas de posicionamento ou dificuldades musculares.
✓ Inquietação Durante a Amamentação
Bebês que mostram sinais de desconforto ou agitação enquanto tentam mamar podem estar enfrentando problemas, como dificuldade em obter o leite adequadamente ou desconforto físico.
✓ Fadiga Rápida ao Mamar
Se o bebê se cansa rapidamente durante a amamentação, pode ser um sinal de que ele está gastando muita energia tentando obter o leite sem sucesso, o que pode estar relacionado a uma pega inadequada ou problemas de sucção.
✓ Ganho de Peso Insuficiente
Um dos sinais mais claros de dificuldades na amamentação é o baixo ganho de peso, indicando que o bebê não está recebendo leite suficiente para seu crescimento e desenvolvimento adequados.
- Choro Frequente ou Irritabilidade
Bebês que não estão satisfeitos após as mamadas podem chorar frequentemente, sugerindo que não estão conseguindo se alimentar o suficiente ou com dificuldade para obter o leite de maneira confortável.
✓ Dificuldade de Latch (Pega Inadequada)
O bebê pode ter dificuldade em abocanhar a aréola de forma correta, resultando em dor para a mãe e ineficácia na retirada do leite. Isso pode ser resultado de restrições biomecânicas, como tensões no pescoço ou mandíbula.
- Ruídos Durante a Amamentação
Se o bebê faz barulhos, como estalos, ao sugar, isso pode indicar que ele não está obtendo uma vedação adequada durante a amamentação, o que pode resultar em uma pega incorreta.
✓ Rejeição do Seio
Alguns neonatos podem rejeitar o seio devido a problemas como dor ao tentar mamar, refluxo ou dificuldades relacionadas à posição de amamentação.
✓ Efeitos da Abordagem Osteopática
A abordagem osteopática aplicada em neonatos tem mostrado efeitos benéficos para desenvolvimento e bem-estar dos recém-nascidos, especialmente para aqueles que apresentam dificuldades na amamentação devido a restrições biomecânicas.
CONCEITO DA AMAMENTAÇÃO
O conceito de amamentação abrange o ato de alimentar o bebê exclusivamente com o leite materno, fornecido diretamente pelo seio da mãe. Este processo é muito mais do que apenas a nutrição: é uma interação complexa que envolve aspectos biológicos, emocionais e comportamentais, sendo essencial para o desenvolvimento saudável do recém-nascido.
O leite materno é considerado o alimento mais completo para o bebê nos primeiros seis meses de vida, contendo todos os nutrientes necessários em proporções adequadas, como proteínas, gorduras, vitaminas, e anticorpos que protegem contra infecções e doenças.
A amamentação fortalece o sistema imunológico do bebê, oferecendo anticorpos que ajudam a protegê-lo de diversas doenças, especialmente durante os primeiros meses de vida, quando o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.
O leite materno contém ácidos graxos essenciais para o desenvolvimento do cérebro, visão e outras funções cognitivas. Além disso, favorece o crescimento saudável do bebê, prevenindo o surgimento de obesidade e doenças crônicas na vida adulta.
AS TECNICAS OSTEOPATICAS APLICADAS EM BEBÊS
✓ Liberação Miofascial
A liberação miofascial trabalha nas fáscias, que são tecidos conectivos que envolvem músculos e órgãos. O osteopata aplica pressão leve e prolongada para liberar restrições ou aderências nessas estruturas. Bebês que passaram por um parto complicado, como cesarianas ou uso de fórceps, podem ter tensões acumuladas nas fáscias que afetam sua capacidade de amamentar adequadamente. Ao liberar essas restrições, a técnica permite que o bebê tenha maior liberdade de movimento, facilitando a amamentação. A fáscia é um tecido conectivo contínuo que envolve e interconecta todos os órgãos e sistemas do corpo. Ela pode se tornar rígida ou restrita devido a traumas, inflamações ou tensão muscular. A liberação miofascial trabalha diretamente nessas restrições para restaurar a mobilidade e a função.
✓ Benefícios:
Alivia tensões musculares
Melhora a função respiratória e digestiva.
Promove o relaxamento geral.
✓ Fáscia e Restrição de Movimento
A fáscia é um tecido conectivo contínuo que envolve e interconecta todos os órgãos e sistemas do corpo. Ela pode se tornar rígida ou restrita devido a traumas, inflamações ou
tensão muscular. A liberação miofascial trabalha diretamente nessas restrições para restaurar a mobilidade e a função.
✓ Tratamento Indireto e Direto
A técnica pode ser realizada de forma direta, aplicando pressão nas áreas restritas até que a fáscia comece a se “soltar”, ou de forma indireta, promovendo movimentos suaves e relaxamento da fáscia sem forçar diretamente a área de tensão.
✓ Técnica Manual Suave
Embora a liberação miofascial envolva pressão sobre os tecidos, ela é geralmente realizada de forma suave e lenta, respeitando o ritmo do corpo. A pressão é aplicada de maneira sustentada até que a fáscia responda, permitindo a liberação das restrições.
✓ Avaliação Inicial
O terapeuta avalia a fáscia em diferentes partes do corpo, identificando áreas de rigidez, tensão ou dor. Isso é feito por meio da palpação manual, observando onde os movimentos naturais estão restringidos.
✓ Dificuldades na Amamentação:
Em bebês com dificuldades de sucção ou restrições no pescoço e mandíbula, a liberação miofascial pode ajudar a aliviar tensões nesses músculos, facilitando o processo de amamentação. Em bebês, a técnica de liberação miofascial pode ser usada para tratar tensões musculares e fáscias restritas que afetam o movimento do pescoço, cabeça ou mandíbula, especialmente em casos de torcicolo congênito ou dificuldades na amamentação. O osteopata aplica toques extremamente suaves e precisos nas áreas restritas, como a região cervical ou mandibular, ajudando a liberar tensões que interferem na sucção e deglutição. A terapeuta monitora continuamente a resposta do paciente durante o tratamento, ajustando a técnica conforme necessário para manter o conforto e garantir a eficácia do tratamento.

BENEFICIOS DA TECNICA DE LIBERAÇAO MIOFASCIAL
✓ Alívio da Dor e Tensão
A liberação das restrições na fáscia alivia dores musculoesqueléticas e reduz a tensão em áreas de sobrecarga.
✓ Melhora da Mobilidade
A técnica restaura a mobilidade das articulações e músculos, melhorando a amplitude de movimento.
✓ Promoção da Circulação
Ao liberar as tensões na fáscia, o fluxo sanguíneo e linfático melhora, o que promove a cicatrização dos tecidos e a redução de inflamações.
✓ Correção Postural
Ao aliviar as tensões, a técnica ajuda a corrigir problemas posturais e a melhorar o alinhamento corporal.
✓ Redução do Estresse e Relaxamento
A aplicação de pressão suave e sustentada também promove o relaxamento, reduzindo o estresse físico e emocional.
✓ Técnicas de Mobilização Suave
Essas técnicas consistem em movimentos delicados aplicados nas articulações, como a coluna cervical e as articulações temporomandibulares (ATM), essenciais para o processo de sucção e deglutição. Os osteopatas aplicam essas técnicas para melhorar a amplitude de movimento em áreas onde o bebê pode estar apresentando rigidez ou desalinhamento.
Um bebê com torcicolo congênito, por exemplo, pode ter dificuldade em posicionar a cabeça para amamentar. A mobilização suave ajuda a liberar essas restrições, facilitando a posição correta durante a mamada. Em bebês, as técnicas de mobilização suave são comumente usadas para tratar problemas como torcicolo, deformidades cranianas e dificuldades de amamentação. Por exemplo, o osteopata pode realizar mobilizações suaves na coluna cervical ou mandíbula do bebê para aliviar tensões e melhorar a função muscular, facilitando a sucção e a deglutição. são uma abordagem eficaz e segura para restaurar a função articular e muscular, aliviar a dor e promover o relaxamento. Elas são adequadas para uma ampla variedade de condições e pacientes, e proporcionam benefícios sem os riscos associados a manipulações mais agressivas, sendo amplamente utilizadas em osteopatia e outras práticas de terapia manual.
✓ Benefícios:
Melhora a mobilidade articular.
Facilita a posição do bebê para amamentação.
Alivia desconfortos relacionados a desalinhamentos.

Movimento Gradual e Controlado
✓ Movimento Gradual e Controlado
O objetivo das mobilizações suaves é restaurar o movimento funcional, respeitando os limites naturais do corpo. Os movimentos são realizados dentro da amplitude de movimento disponível, sem forçar a articulação ou tecido além de sua capacidade.
✓ Redução da Tensão Muscular e Articular
Essas técnicas atuam na liberação de tensões musculares e articulares, promovendo relaxamento e alívio da dor sem causar traumas adicionais.
✓ Estímulo ao Sistema Nervoso
As mobilizações suaves estimulam o sistema nervoso de forma a promover o relaxamento muscular e a reorganização da função neuromuscular, facilitando a recuperação.
✓ Estimulação Neuromuscular
O alongamento suave também atua no nível neuromuscular, melhorando a comunicação entre os músculos e o sistema nervoso, o que contribui para uma melhor coordenação motora e controle dos movimentos.
✓ Técnicas de Alongamento Suave
Alongamentos são usados para liberar tensões musculares em áreas específicas, como o pescoço, ombros e região torácica. O osteopata utiliza essas técnicas quando o bebê apresenta rigidez que afeta sua capacidade de mover a cabeça ou o corpo para se posicionar adequadamente durante a amamentação. O alongamento suave ajuda a aumentar a flexibilidade dos tecidos moles e melhora a mobilidade geral, especialmente em casos de parto difícil. A manipulação é realizada de maneira cuidadosa, com pequenos movimentos direcionados para liberar as áreas de tensão. A técnica pode incluir alongamentos suaves ou mobilizações de tecidos profundos. O osteopata utiliza um toque extremamente leve (geralmente com pressão mínima), adequado para o corpo delicado do bebê. O terapeuta avalia o movimento dos órgãos internos e identifica áreas de restrição ou tensão. Além de focar nos órgãos, o osteopata considera as conexões entre os diferentes sistemas do corpo, como o sistema digestivo, respiratório e nervoso.
O objetivo é restaurar o equilíbrio geral e otimizar o funcionamento do corpo como um todo.
✓ Benefícios
Aumenta a flexibilidade dos músculos e tecidos moles.
Alivia a rigidez que interfere na amamentação.
Facilita o movimento da cabeça e pescoço.
✓ Técnicas Viscerais
As técnicas viscerais são aplicadas diretamente sobre os órgãos internos, especialmente no trato digestivo. O osteopata pode usar toques suaves para melhorar a mobilidade dos órgãos e facilitar a digestão, aliviando sintomas como cólicas, prisão de ventre e refluxo. Em bebês que sofrem de desconforto digestivo, a liberação de tensões viscerais pode ajudar a melhor comportamento durante a amamentação, reduzindo os sintomas de irritabilidade que dificultam a alimentação. A manipulação suave do estômago e esôfago pode melhorar o fechamento da válvula esofágica, ajudando a reduzir o refluxo e o desconforto associado. A técnica pode ajudar a melhorar a motilidade intestinal e a liberar gases presos, aliviando as cólicas. Ao trabalhar com o intestino grosso e os músculos que auxiliam na digestão, a manipulação visceral pode promover a eliminação mais regular.
✓ Problemas Respiratórios:
A técnica pode ser útil para liberar tensões no diafragma, permitindo que o bebê respire mais facilmente e facilitando a coordenação respiratória durante a amamentação.
✓ Dificuldades na Amamentação
Tensões no abdômen ou diafragma podem afetar a capacidade do bebê de mamar de forma eficiente. A manipulação pode restaurar o equilíbrio muscular e nervoso, melhorando a sucção.
BENEFICIOS DA MANIPULAÇAO VISCERAL EM BEBÊS


✓ Alívio de Sintomas
Redução de sintomas como cólicas, refluxo e constipação.
✓ Melhoria do Conforto
Melhora o bem-estar geral do bebê, reduzindo irritabilidade e desconforto.
✓ Estimulação da Função Neurológica
O estímulo suave da manipulação visceral pode promover o equilíbrio do sistema nervoso autônomo, ajudando a regular as respostas simpáticas e parassimpáticas.
✓ Promoção de Crescimento e Desenvolvimento Saudável
A técnica ajuda a criar um ambiente interno mais equilibrado, favorecendo o desenvolvimento global do bebê.
✓ Técnica Funcional
A técnica funcional se baseia em restaurar a função normal de músculos e articulações ao trabalhar de forma indireta, guiando o corpo do bebê para encontrar sua própria maneira de liberar a tensão. O osteopata usa movimentos suaves e pequenos ajustes para facilitar
o movimento natural do corpo, promovendo a autorregulação. Esta técnica é particularmente eficaz em casos de restrições funcionais relacionadas à amamentação, como problemas de sucção e dificuldade de coordenação entre sucção, deglutição e respiração.
✓ Benefícios
Promove o alinhamento e a função adequada do corpo.
Facilita o processo natural de sucção e deglutição.
Reduz tensões somáticas e promove o bem-estar geral.
✓ Tratamento de Bebês e Crianças:
A técnica é especialmente adequada para o tratamento de bebês e crianças, uma vez que é suave e respeita a estrutura corporal em desenvolvimento. Pode ser útil em casos de cólicas, refluxo e dificuldades respiratórias ou na amamentação.
✓ Técnica Craniossacral
A técnica craniossacral, que inclui o crânio, a coluna vertebral e o sacro, além do líquido cefalorraquidiano que circula nesse sistema. Durante o parto, a pressão exercida na cabeça do bebê pode causar compressões ou desalinhamentos nas suturas cranianas, interferindo na biomecânica da sucção. O osteopata usa toques leves e precisos para detectar áreas de restrição ou tensão, e aplica movimentos suaves para liberar essas restrições. Essa técnica pode melhorar a mobilidade craniana e cervical, facilitando o processo de amamentação, além de aliviar sintomas de refluxo e desconforto. O líquor circula ao redor do cérebro e da medula espinhal em um ritmo natural. Esse movimento rítmico pode ser sentido por um terapeuta treinado e usado para identificar disfunções no corpo. Restrições nesse movimento podem causar uma variedade de problemas de saúde.
✓ Benefícios
Libera tensões no crânio e pescoço.
Melhora a coordenação entre sucção, deglutição e respiração.
Ajuda em problemas de refluxo e cólicas.

✓ Equilíbrio da Pressão e Mobilidade dos Ossos Cranianos
Ao contrário da crença popular, os ossos do crânio têm uma leve mobilidade que influencia a circulação do líquor e o equilíbrio do sistema nervoso. A técnica craniossacral busca restaurar essa mobilidade e liberar restrições.
✓ Cólicas e Refluxo em Bebês
Bebês que sofrem de cólicas ou refluxo gastroesofágico podem se beneficiar da técnica, pois ela ajuda a aliviar tensões no diafragma e no sistema nervoso central, promovendo uma melhor coordenação digestiva.
✓ Trauma de Nascimento
O parto pode causar compressões nos ossos cranianos e no sistema nervoso central do bebê, especialmente em casos de partos complicados ou com o uso de fórceps. A técnica craniossacral pode ajudar a aliviar essas tensões e restaurar a função neurológica normal.
BENEFICIOS DA TECNICA CRANIOSSACRAL
✓ Alívio de Dores e Desconfortos
A liberação das tensões cranianas pode aliviar dores de cabeça, pressão intracraniana e desconfortos relacionados a disfunções do sistema nervoso.
✓ Melhoria na Amamentação
Ao restaurar o movimento correto no crânio e na mandíbula, a técnica pode melhorar a capacidade do bebê de mamar de forma eficiente.
✓ Redução de Estresse e Ansiedade
A estimulação do sistema parassimpático durante a manipulação craniossacral ajuda a reduzir o estresse, promover o relaxamento e melhorar o bem-estar geral.
✓ Desenvolvimento Neurológico Saudável
Ao melhorar a circulação do líquor e aliviar a pressão sobre o sistema nervoso central, a técnica apoia o desenvolvimento neurológico saudável, especialmente em bebês.
✓ Aplicação em Bebês
Nos bebês, a manipulação craniossacral é realizada com extrema delicadeza, considerando que seus ossos são mais maleáveis e sensíveis. O osteopata pode trabalhar suavemente na cabeça, pescoço e região sacral do bebê para aliviar qualquer compressão resultante do parto ou problemas posturais. Como os bebês estão em constante desenvolvimento, essa abordagem pode ter resultados eficazes em um curto período.
✓ Exemplo de Aplicação:
Se um bebê apresenta assimetria craniana (plagiocefalia) ou dificuldades respiratórias ou digestivas, o osteopata pode usar a manipulação craniossacral para restaurar a mobilidade natural dos ossos cranianos e do diafragma. Isso ajuda a aliviar a compressão e permite que o sistema nervoso central funcione corretamente, facilitando a respiração e a digestão.
A técnica de manipulação craniossacral é uma ferramenta eficaz para tratar uma variedade de disfunções em bebês e adultos, com ênfase no equilíbrio do sistema nervoso central e na promoção do bem-estar geral.
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivo analisar, por meio de revisão da literatura, os efeitos da abordagem osteopática em neonatos com dificuldade na biomecânica da amamentação.
Os estudos revisados indicam que a osteopatia pode ser uma ferramenta terapêutica eficaz, contribuindo para a melhora de aspectos como a mobilidade craniana, cervical e das estruturas envolvidas na sucção, deglutição e respiração, fundamentais para um aleitamento materno eficaz.
A literatura aponta que a intervenção osteopática pode favorecer a regulação funcional do sistema musculoesquelético e neurológico do neonato, promovendo uma sucção mais eficiente, melhor coordenação dos movimentos orais e conforto durante a mamada. Esses benefícios podem influenciar positivamente na manutenção do aleitamento materno exclusivo e no desenvolvimento saudável do bebê.
Apesar dos resultados promissores descritos nos estudos, observou-se uma limitação quanto à quantidade de pesquisas com alta qualidade metodológica. Assim, reforça-se a necessidade de mais investigações científicas, com delineamentos robustos e maior controle de variáveis, para validar e aprofundar os conhecimentos sobre os efeitos da osteopatia nesse público.
Conclui-se, portanto, que a abordagem osteopática representa uma estratégia complementar importante no manejo interdisciplinar das dificuldades de amamentação em neonatos, com potencial de impacto positivo tanto na saúde do bebê quanto na experiência materna de amamentar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem osteopática mostra-se como uma estratégia eficaz e segura para auxiliar neonatos com dificuldade na biomecânica da amamentação. Ao promover o equilíbrio do sistema musculoesquelético e melhorar a mobilidade de estruturas envolvidas na sucção, a osteopatia contribui para a funcionalidade orofacial e o sucesso do aleitamento materno.
O fisioterapeuta com formação osteopática possui um importante papel na equipe interdisciplinar, atuando de forma precoce e preventiva. Diante disso, recomenda-se que mais estudos sejam realizados com amostras maiores, bem como a inclusão da abordagem osteopática nos serviços de atenção à saúde da criança.
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Currículo do autor