LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO NO ESTADO DE ALAGOAS NO PERÍODO DE 2014 A 2024 SEGUNDO O SISTEMA BETHESDA. 

EPIDEMIOLOGICAL SURVEY OF CERVICAL CANCER CASES IN THE STATE OF ALAGOAS IN THE PERIOD FROM 2014 TO 2024 ACCORDING TO THE BETHESDA SYSTEM.

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202506191223


Dayara Kelly Jacinto de Almeida¹; Maria de Fátima Ferreira da Silva²; Vinícius Eduardo Fernandes da Silva³; Julynne Elissa da Silva Aguiar⁴; Bianca Moretti⁵; Rilley Julianne Albuquerque Felismino⁶; Érica Caroline Vicente dos Santos⁷; Carlos Arthur Cardoso Almeida⁸.


RESUMO

Este estudo tem como objetivo realizar um levantamento epidemiológico dos casos de câncer do colo do útero no estado de Alagoas, entre os anos de 2014 e 2024, utilizando como base classificatória o Sistema Bethesda. A pesquisa foi conduzida a partir dos dados do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), com análise de 520.823 exames citopatológicos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos 102 municípios alagoanos. Os resultados evidenciam uma adesão significativa às diretrizes nacionais de triagem, com destaque para a maior concentração de exames nas cidades de Maceió e Arapiraca. Apesar do volume expressivo de exames, foram observadas fragilidades no rastreamento, como a baixa taxa de retorno de pacientes com laudos alterados, inconsistências nos registros e subnotificação de exames de repetição e seguimento. O carcinoma epidermóide invasor foi o subtipo mais prevalente, seguido do adenocarcinoma in situ e do adenocarcinoma invasor, cuja detecção foi limitada. Os achados reforçam a necessidade de aprimoramento dos métodos de triagem e do acompanhamento contínuo das pacientes, com vistas ao diagnóstico precoce e à efetividade das estratégias de controle do câncer do colo uterino em Alagoas.

Palavras-chave: Papanicolau. câncer de colo de útero. HPV. sistema bethesda.

ABSTRACT

This study aims to conduct an epidemiological survey of cervical cancer cases in the state of Alagoas, between 2014 and 2024, using the Bethesda System as a classification basis. The research was conducted using data from the Cancer Information System (SISCAN), with analysis of 520,823 cytopathological exams performed by the Unified Health System (SUS) in the 102 municipalities of Alagoas. The results show significant adherence to national screening guidelines, with emphasis on the highest concentration of exams in the cities of Maceió and Arapiraca. Despite the significant volume of exams, weaknesses in screening were observed, such as the low return rate of patients with altered reports, inconsistencies in records and underreporting of repeat and follow-up exams. Invasive squamous cell carcinoma was the most prevalent subtype, followed by adenocarcinoma in situ and invasive adenocarcinoma, whose detection was limited. The findings reinforce the need to improve screening methods and continuous monitoring of patients, with a view to early diagnosis and the effectiveness of cervical cancer control strategies in Alagoas.

1 – INTRODUÇÃO

O câncer do colo do útero, ou câncer cervical, é uma neoplasia maligna de alta prevalência, cuja principal causa é a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV). Durante esse processo, ocorre a substituição do epitélio colunar do canal endocervical por epitélio escamoso, ocasionando transformações intra epiteliais desordenadas (INCA, 2021). Os tipos virais 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer cervical (ALMEIDA et al., 2022).  

Além da infecção pelo HPV, outros fatores de risco podem estar relacionados com a manifestação do câncer uterino, como: tabagismo, múltiplos parceiros sexuais, iniciação sexual precoce, uso de contraceptivos orais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2024). 

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é considerado o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, foram estimados 17.010 novos casos para cada ano do triênio 2023-2025, representando uma taxa bruta de incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo a análise regional, na região Nordeste a estimativa é de 17,59/100 mil, e no estado de Alagoas estima 370 novos casos, com a taxa ajustada para 18,85/100 mil (INCA, 2023).

Apesar de ser uma doença passível de prevenção e tratamento, o câncer do colo do útero ainda é uma das principais causas de mortalidade feminina no Brasil. A persistência do HPV representa um desafio contínuo para a saúde pública, ressaltando a importância de estudos direcionados e atualizados sobre sua prevalência e impactos.

Dessa forma, torna-se indispensável uma análise detalhada no contexto local, com isso, a pesquisa justifica-se pela importância de um levantamento epidemiológico no estado de Alagoas no período de 2014 a 2024, visando a obtenção de dados sobre o câncer de colo de útero. A pesquisa teve como objetivo uma análise das variáveis associadas ao carcinoma epidermóide, adenocarcinoma invasor e o adenocarcinoma in situ, sendo essencial para identificar padrões, fatores de risco e lacunas nos serviços de saúde. Com base nos dados do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN – DATASUS) utilizando como referência o Sistema Bethesda para classificação das lesões cervicais.

2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 PAPILOMAVÍRUS HUMANO

O Papilomavírus Humano (HPV), pertence à família Papillomaviridae, é um vírus que possui seu DNA com estrutura icosaédrica com 55 nm de diâmetro formado por aproximadamente 800 pares de base e genoma de DNA circular de fita dupla, envolto externamente pelo capsídeo. Sua infecção atinge diversas regiões do corpo incluindo: conjuntivas, cavidade genital inferior (FEBRASGO, 2017).

São descritos cerca de 200 de HPV, dos quais aproximadamente metade tem potencial oncogênico, capazes de causar alterações celulares levando ao desenvolvimento de lesões precursoras. Classificam-se em:  Baixo risco: tipos 6, 11, 40, 42, 43, 54, 61, 70, 72, 81, CP6 e 108, geralmente associados a condilomas (verrugas genitais) e lesões de baixo grau; Alto risco: Tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82, associados a neoplasias malignas. Desses mencionados, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos carcinomas escamosos, seguidos respectivamente pelos tipos  31, 33, 45, 52 e 58, totalizando 89% dos cânceres epiteliais (FEBRASGO, 2017). A infecção pelo HPV, ocorre principalmente pelo contato sexual, vaginal ou anal, também pode acontecer por contato direto com a pele e mucosas infectadas (SANTANA, 2017).

Atualmente, o Ministério da Saúde adotou como diretriz para a prevenção da doença, a vacina quadrivalente ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde contra os genótipos ( HPV 6, 11, 16 e 19) a meninos e meninas de 9 a 14 anos. Além disso, como rastreamento, a forma mais utilizada no setor público é o exame de citologia convencional, mais conhecido como Papanicolaou, porém outros métodos podem ser empregados, como a citologia em meio líquido e testes de detecção do DNA do HPV (LEÃO, 2019). 

2.2. SISTEMA BETHESDA E CLASSIFICAÇÕES CITOPATOLÓGICAS

Para garantir a padronização e a uniformidade nos laudos citopatológicos, diversos sistemas de classificação foram desenvolvidos ao longo das décadas. Historicamente, iniciou-se com os primeiros estudos sistemáticos propostos por George Papanicolaou, na década de 1940. Suas pesquisas iniciais foram extremamente importantes para revolucionar o rastreamento e detecção precoce do câncer cervical. Ao longo do tempo, novas revisões surgiram, como as classificações da Organização Mundial da Saúde (OMS)  e o sistema de Richart, contribuindo para uma melhor compreensão das lesões precursoras. 

O Sistema Bethesda, criado inicialmente em 1988 e revisado em 2001, foi desenvolvido nos Estados Unidos com intuito de padronizar os laudos citopatológicos como maior clareza entre os profissionais de saúde. Em 2006, o Brasil implementou a Classificação Brasileira onde adaptou os princípios do Sistema Bethesda a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Compreender a evolução histórica das classificações citopatológicas é essencial para a correta interpretação dos dados epidemiológicos gerados por sistemas como o SISCAN, sobretudo quando se pretende estabelecer análises comparativas e acompanhar a progressão das alterações cervicais ao longo do tempo.

A seguir, apresenta-se uma tabela com os marcos históricos da evolução dos sistemas de classificação citopatológica do colo do útero. 

Tabela 01: Nomenclatura citopatológica e histopatológica utilizada desde o início do uso do exame citopatológico para o diagnóstico das lesões cervicais e suas equivalências.

Fonte: INCA, 2016.

Tabela 02: Nomenclaturas citológicas e histopatológicas atualizadas do Sistema Bethesda e Classificação Citológica Brasileira.

Fontes: Adaptado de Manual Merck (2025); INCA (2016).

2.3. CARCINOMA EPIDERMÓIDE DO COLO UTERINO 

O carcinoma epidermóide do colo do útero, também denominado carcinoma de células escamosas, é o tipo histológico mais frequente de câncer do colo do útero, correspondendo a cerca de 70% a 80% dos casos diagnosticados. Ele se desenvolve a partir das células escamosas da ectocérvice, especialmente na zona de transformação, região onde o epitélio escamoso e o epitélio glandular se encontram. Seu fator etiológico principal está fortemente associado à infecção persistente por tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV), especialmente os tipos 16 e 18, sua evolução costuma ocorrer a partir de lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL), as quais podem ser detectadas por meio do exame citopatológico (Papanicolau) e confirmadas por biópsia. Do ponto de vista citopatológico, nas áreas bem diferenciadas, o tumor traz semelhança ao epitélio plano estratificado não corneificado, com presença de várias células que se assemelham às da camada espinhosa ou de Malpighi, tendo em abundância o citoplasma róseo e contorno poligonal. Os núcleos possuem um grande formato arredondado e em muitos casos contém nucléolo, no entanto, há variação no tamanho e na coloração dos núcleos. Além disso, apresentam binucleação e mitoses em estágios diferentes do epitélio, tanto típicas quanto atípicas. Já nas áreas pouco diferenciadas, o tumor é característico das células da camada basal do epitélio com  o citoplasma escasso, possuindo mitoses e infiltração do estroma. O carcinoma epidermóide está presente na maior parte dos casos diagnosticados, sendo a neoplasia mais comum entre as mulheres, no qual se encontra em estágio avançado ao diagnóstico inicial. Nos tumores epidermoides do colo uterino, 80% das neoplasias expressam o receptor do fator de crescimento epitelial (EGFR), sendo que em 20% dos casos há superexpressão, tornando os tumores alvos promissores para o tratamento com inibidores de EGFR (IEGFR) (RODRIGUES, 2009). 

No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, a nomenclatura adotada para laudos em patologia cervical, inclui uma classificação considerando a possibilidade de invasão, que é descrita como lesão de alto grau não podendo excluir microinvasão ou carcinoma epidermóide invasor (FEBRASGO, 2010).

No sistema Bethesda, a classificação “lesão de alto grau não podendo excluir microinvasão” é apresentada como uma observação a ser registrada em casos de lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) (INCA, 2016).

Figura 1: Citopatologia do colo uterino: Células malignas pleomórficas, isoladas ou agrupadas, às vezes queratinizadas ou necróticas, com formas bizarras (setas). Fundo inflamatório, hemorrágico e necrótico. (obj. 20x)

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2025.

Figura 2: Citopatologia do colo uterino: Carcinoma invasor bem diferenciado queratinizante: grupo de células malignas pleomórficas, moderadamente diferenciadas, por vezes alongadas, sem queratinização. (obj. 20x)

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2025.

2.4 ADENOCARCINOMAS DO COLO UTERINO 

2.4.1  ADENOCARCINOMA in SITU

O Adenocarcinoma in situ (AIS) é classificado como o primeiro estágio do câncer do colo de útero, onde as células cancerígenas estão presentes apenas na superfície do tecido de origem e não se espalharam para outras camadas do órgão. Além disso, tem confirmação histológica em 48% a 69% dos casos (INCA, 2011).  

Consiste em uma neoplasia intraepitelial equivalente a Lesão Escamosa de Alto Grau (HSIL) (NAYAR & WILBUR, 2014), não invasivo, é descrito pela conservação da estrutura glandular normal, tendo ligação de parte ou de todo o epitélio revestindo as glândulas ou a superfície (SILVA, 2016). É caracterizado como: 

Sob a perspectiva da histologia, o adenocarcinoma in situ é caracterizado pelas seguintes características: 1. preservação da arquitetura glandular normal; 2. envolvimento de parte ou de todo o epitélio revestindo as glândulas ou a superfície; 3. aumento nuclear, cromatina grosseira, nucléolo pequeno único ou múltiplo; 4. aumento da atividade mitótica; 5. variável estratificação dos núcleos. O diagnóstico citológico de adenocarcinoma in situ é confirmado histologicamente em 48% a 69% dos casos, correspondendo a adenocarcinoma invasivo em 38% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderno de Referência 1: Citopatologia Ginecológica, 2012, p. 157). 

Segundo o Sistema Bethesda (2014) o AIS pode ter um diagnóstico difícil relacionado à interpretação onde só pode ser feita em quadros que os critérios são suficientes. Em casos mais delicados, a interpretação de Atipias de Células

Glandulares favorecendo neoplasia é mais indicado (AGC-Neo) (SILVA, 2016

Figura 3: Citopatologia do colo uterino: Adenocarcinoma endocervical in situ (AIS): agregado de células endocervicais atípicas com núcleos ovais e volumosos. Aspecto em plumagem (feathering) está presente. (obj. 40x)

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2025.

Figura 4: Citopatologia do colo uterino: Adenocarcinoma endocervical in situ (AIS): grupos de células colunares atípicas com disposição em roseta. Ausência de disposição típica em plumagem (feathering). (obj. 10x)

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2025.

2.4.2 ADENOCARCINOMA ENDOCERVICAL INVASOR

O Adenocarcinoma endocervical invasor é uma neoplasia glandular de alto grau, invasiva, onde as células cancerosas se disseminam para outras camadas celulares do órgão de origem, invadem a corrente sanguínea ou linfática e tem a capacidade de espalhar para outras partes do corpo, onde esses focos são chamados de metástase (INCA, 2011).   

Na perspectiva histológica é caracterizada pela presença de células individuais ou glândulas incompletas, cobertas por células malignas na interface do estroma. Além disso, podem ser identificadas glândulas com malignidade, envolvidas por uma resposta desmoplásica (desmo = conjuntivo; plasia = produção) no qual é um processo de indução do tecido fibroso reativo pelas células neoplásicas (SILVA, 2016).

Em suas características citológicas, os aglomerados celulares perdem a polaridade, os núcleos são alongados, e se dispersam do agrupamento formando arranjos em paliçada. Além disso, a disposição das células torna-se tridimensional podendo ser visualizados nucléolos (PEREIRA, 2019).

No Adenocarcinoma invasor pode apresentar um fundo necrótico, onde há maior quantidade de células atípicas com configuração colunar, seguidos de compactas lâminas ou agregações com estruturas glandulares. Também podem ser detectados conjuntos de células e papilas e há uma perda da coerência celular (SILVA, 2016).

Figura 5: Citopatologia do colo uterino: Adenocarcinoma invasor: esfregaço ectocervical inflamatório com uma população significativa de células colunares atípicas, sob a forma de agregados irregulares e de células atípicas isoladas bem preservadas. (obj. 10x)

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2025.

Figura 6: Citopatologia do colo uterino: Esfregaço ectocervical inflamatório e hemorrágico com uma significativa população de células colunares atípicas, sob a forma de agregados irregulares e células atípicas bem preservadas isoladas. Adenocarcinoma endocervical histologicamente comprovado. (obj. 40x)

Fonte: International Agency for Research on Cancer, 2025.

2.4 DIRETRIZES PARA MANEJO 

No Brasil, as diretrizes nacionais de rastreamento do câncer do colo do útero, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde, indicam o início da coleta do exame citopatológico aos 25 anos de idade para mulheres sexualmente ativas, com periodicidade anual, e, seguidos de dois exames negativos, o rastreamento pode ser realizado a cada três anos. O acompanhamento deve seguir até os 64 anos, porém, se houver registro de pelo menos dois exames citopatológicos negativos nos últimos cinco anos, a triagem pode ser interrompida. Em mulheres com histórico clínico de doença neoplásica podem ter a rotina de exames individualizada. Para aquelas com 64 anos ou mais e que nunca realizaram o exame de rastreamento, recomenda-se a realização de dois exames citopatológicos com intervalo de um a três anos, se ambos forem negativos, essas pacientes podem ser dispensadas de exames adicionais (SANTOS et al., 2024). 

Paralelamente ao rastreamento, a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) constitui a principal medida de prevenção primária do câncer do colo do útero. No Brasil, a vacina quadrivalente contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV é disponibilizada gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) é recomendada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, em esquema de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. A vacina contra o vírus HPV recombinante deve ser administrada por suspensão injetável e a  orientação é que seja aplicada em três doses: 1ª Dose; 2ª Dose: dois meses após a primeira; 3ª Dose: seis meses após a primeira (BIBLIOTECA VIRTUAL DE SAÚDE).

O câncer do colo do útero, no estágio inicial, pode ser silencioso, o que reforça a importância do rastreamento regular. Na fase mais avançada o sintomas podem se apresentar como sangramento anormal após relações sexuais (sangramento pós-coito), fora do período menstrual, após a menopausa, corrimento vaginal com odor fétido com coloração acastanhada ou sanguinolenta, dor pélvica, dispareunia e sinais sistêmicos, como perda de peso inexplicada, fadiga, linfedema, dificuldade para urinar ou evacuar, caso tenha comprometimento dos órgãos próximos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2024) . 

De acordo com as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, o diagnóstico do carcinoma é realizado em amostra retirada por Exérese da zona de transformação (EZT) ou conização (excisões tipos 1, 2 ou 3), desde que as margens cirúrgicas estejam livres de neoplasia. Posteriormente, todas as pacientes, que após o exame citopatológico  apresentem  diagnóstico de lesão de alto grau não podendo excluir microinvasão ou carcinoma epidermóide invasor, ou tenham suspeita clínica de câncer na unidade básica de saúde, deve ser encaminhadas a unidade secundária para a realização da colposcopia. Em casos em que a paciente tenha diagnóstico de carcinoma microinvasor deverá ser encaminhada para a unidade terciária de alta complexidade  (INCA, 2016). Após o tratamento conservador de carcinoma microinvasor do colo uterino, as pacientes devem seguir inicialmente com exames citopatológicos e colposcopia semestrais nos primeiros dois anos. Após esse período, a citologia deverá ser feita isoladamente uma vez por ano durante cinco anos. Logo após, não havendo evidência de lesão residual, a paciente poderá retornar ao rastreamento citopatológico trienal na unidade básica de saúde. Além disso, o histórico da doença deve ser registrado no pedido do exame citopatológico. Caso seja identificada lesão residual ou recorrente, a paciente deverá ser conduzida conforme o protocolo para a lesão inicial (INCA, 2016).

Nos casos de  Adenocarcinoma In situ ou Invasor a condução é  direcionada para colposcopia na atenção secundária de saúde, onde terão indicação de excisão tipo 3, com exceção de casos em que na colposcopia foram observados achados sugestivos de invasão, onde deve ser realizada a biópsia. Pacientes com laudos histopatológicos positivos deverão ser encaminhadas para a atenção terciária de alta complexidade. Em caso de biópsias negativas, deverá ser indicada a conização do colo do útero (INCA, 2016).

Além disso, a recomendação para pacientes acima de 35 anos é a avaliação endometrial. Em mulheres abaixo dessa idade a avaliação endometrial deve ser realizada se houver presença de sangramento uterino anormal ou quadros sugestivos de anovulação crônica. Pacientes de até 24 anos, com pós-menopausa e imunossuprimidas a investigação devera seguir o mesmo protocolo das demais. Em gestantes, a exceção é o estudo endometrial  que não é realizado. Além disso, a biópsia deverá ser feita mediante a suspeita de doença invasiva, onde o procedimento cirúrgico, caso indicado, deverá ser realizado 90 dias após o parto (INCA, 2016).

3 – METODOLOGIA

3.1 FONTE DE DADOS

Trata-se de uma pesquisa observacional, descritiva e de caráter transversal, referente a análise e coleta de informações epidemiológicas, baseados em dados secundários sobre o câncer do colo do útero no estado de Alagoas, entre os anos de 2014 a 2024.

A pesquisa foi realizada por meio  da ferramenta TABNET que é tabulador genérico de domínio público, disponível no site do Ministério da Saúde, sendo direcionada para o Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), plataforma vinculada ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Foram selecionadas as variáveis Carcinoma epidermóide, Adenocarcinoma invasivo e Adenocarcinoma in situ baseados nos códigos da Classificação Internacional de Doenças para Oncologia (CID-O), utilizando filtros por pacientes,  estado, municípios, ano do diagnóstico e subtipo histológico (Figura 1).

Figura 1: Passo a passo do uso do SISCAN. 1 – Página do SISCAN onde foi selecionada a opção: Cito do colo – Por pacientes: permite obter dados clínicos e de rastreamento individualizados e Abrangência geográfica: Alagoas; 2 – Filtros para obtenção dos dados – Após preencher todos os comandos, os dados são tabulados e disponibilizados em formato de tabelas, linhas, area, colunas, dispersão, barras, diário ou setores. 

A tabela a seguir descreve detalhadamente os aspectos utilizados para êxito da pesquisa: 

Tabela 03: Descrição e  detalhamento para levantamento dos dados epidemiológicos.

ItemDetalhamento
Tipo de estudo: Pesquisa observacional, descritiva e de caráter transversal.
Objetivo: Analisar a distribuição epidemiológica das variáveis histológicas de câncer do colo do útero no estado de Alagoas.
Dados secundários extraídos Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) obtidos por meio de gráficos ou tabelas.
Local do estudo: Estado de Alagoas, Brasil. Aborda todos os municípios cadastrados do estado, focado por local de residência das pacientes diagnosticadas.
Período: 2014 a 2024 Totalizando 11 anos de dados epidemiológicos, analisando as variáveis: Tipo histológico, ano de diagnóstico, faixa etária, município de residência e número de casos por ano e subtipo.
Critérios de inclusão: Pacientes do sexo feminino com diagnóstico confirmado das variáveis. Mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos com diagnóstico confirmado de carcinoma epidermóide invasor, adenocarcinoma endocervical invasor e adenocarcinoma in situ.

Este estudo é dispensado do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) conforme Resolução CNS nº 510/2016, pois utiliza dados públicos não identificáveis.

4 – RESULTADOS

4.1 – DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 

Referente aos dados totais de pacientes que realizaram o exame citopatológico, o quantitativo é relativo ao montante dos 102 municípios de Alagoas entre 2014 a 2024 (figura 1). A tabela a seguir descreve em negrito os filtros utilizados para a coleta dos dados com as opções correspondentes.

Tabela 04: SISCAN – Número total de pacientes do sexo feminino submetidas ao exame citopatológico do colo do útero, por município de residência, faixa etária e ano de realização no estado de Alagoas.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Nota: No filtro “Laudo citopatológico”, foi selecionada a opção “todas as categorias” com o objetivo de obter o quantitativo geral de pacientes que realizaram o exame citopatológico, abrangendo todos os tipos de laudo emitidos, fornecendo uma visão abrangente da realização dos exames, e não apenas dos casos diagnosticados como carcinoma epidermóide, adenocarcinoma invasor e adenocarcinoma In Situ.

QUADRO 01: Distribuição do número de exames citopatológicos realizados em cada município alagoano, ao longo do período de 2014 a 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Os resultados obtidos demonstraram efetividade do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN) no fornecimento dos dados epidemiológicos, relacionados ao rastreamento e diagnóstico do câncer do colo do útero, abrangendo informações de todos os 102 municípios do estado de Alagoas. O levantamento resultou um total de 520.823 registros de exames citopatológicos realizados em pacientes de 25 a 64 anos de idade no período de 2014 a 2024 distribuídos por municípios (Gráfico 1).

Do total de entradas, 519.337 (gráfico 2) referem-se a exames realizados com a finalidade de rastreamento; Outros 1.972 dados foram classificados como repetição (Exame Alterado ASCUS/Baixo Grau) (gráfico 3) e 5.108 notificações corresponderam a exames de seguimento (gráfico 4). 

Gráfico 01: Dados quantitativos do número de exames de citologia cérvico vaginal realizados nos municípios alagoanos no período de 2014 a 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Gráfico 2: Total de exames classificados como exame de rastreamento nos municípios alagoanos entre 2014 a 2024. 

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Gráfico 03: Total de exames classificados como repetição para achados de lesões de baixo grau (ASCUS/LSIL)  nos municípios alagoanos entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Gráfico 04: Exames classificados como seguimento nos municípios alagoanos entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

O levantamento epidemiológico de 2014 a 2024 resultou em 66 casos com laudo citopatológico para Carcinoma epidermóide em 26 municípios do estado de Alagoas (tabela 4, gráfico 4),  29 casos com laudo citopatológico para Adenocarcinoma In Situ em 13 municípios (tabela 5, gráfico 5) e 3 casos com laudo citopatológico para Adenocarcinoma Invasor em 3 municípios (tabela 6, gráfico 6).

Tabela 04: Frequência anual de casos de carcinoma epidermóide invasor do colo do útero nos municípios de Alagoas entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Gráfico 04: Distribuição geográfica de casos de carcinoma epidermóide invasor do colo do útero nos municípios de Alagoas entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Tabela 05: Frequência anual de casos de adenocarcinoma in situ do colo do útero nos municípios de Alagoas entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Gráfico 05: Distribuição geográfica de casos de adenocarcinoma in situ do colo do útero nos municípios de Alagoas entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Tabela 06: Frequência anual de casos de adenocarcinoma invasor do colo do útero nos municípios Alagoanos  entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

Gráfico 06: Distribuição geográfica de casos de adenocarcinoma invasor do colo do útero nos municípios Alagoanos  entre 2014 e 2024.

Fonte: Sistema de Informações de Câncer (SISCAN)
Data de atualização dos dados: 20/03/2025

5 – DISCUSSÃO

O Gráfico 01 revela um número elevado de exames realizados, totalizando cerca de 519.383. Esse dado indica um esforço expressivo dos órgãos públicos de saúde no rastreamento do câncer do colo do útero, alinhado às diretrizes nacionais que recomendam a triagem periódica de mulheres entre 25 e 64 anos (INCA,2016). Entretanto, a persistência de casos invasivos ao longo do período analisado indica que a efetividade do rastreamento pode estar sendo comprometida por diversos fatores, como dificuldade no acesso a exames complementares ao diagnóstico, falhas na convocação para retorno e ausência de seguimento. Segundo o estudo de Costa em 2021 foi observado que cerca de metade das mulheres que apresentavam laudos alterados não retornaram para acompanhamento dentro do tempo recomendado, evidenciando um problema de vigilância e adesão ao rastreio.

Com relação aos exames classificados como repetição, no gráfico 02, é observado um número razoavelmente modesto de mil novecentos e setenta e dois (1.972), comparado ao montante total de exames realizados. O resultado descrito é preocupante pois pode indicar subnotificação ou perda de seguimento em pacientes com lesões de baixo grau, levando em consideração que essas lesões se não monitoradas e tratadas adequadamente podem evoluir para formas mais graves. A literatura nacional aponta que muitas mulheres não voltam para o controle após receber o primeiro exame alterado, comprometendo a detecção precoce de lesões significativas (Côrrea, F.M et al. 2021).

Já os exames de seguimento representados no gráfico 03 apresenta cerca de cinco mil cento e oito exames (5.108), ou seja, retrata um cenário maior do que os de repetição o que pode refletir, à primeira vista,uma resposta mais organizada ao acompanhamento de lesões mais graves detectadas. Em contrapartida, essa diferença pode também estar atrelada a falhas na padronização das informações nos bancos de dados como o SISCAN. Um estudo realizado entre 2012 e 2014, no estado do Piauí usando os dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) identificou inconsistências nos registros, como predominância de alterações celulares benignas e atípicas de significado indeterminado, levando a dificuldade no acompanhamento adequado dos casos e assim categorizá-los (Santos et al.2018). Limitações estruturais como as mencionadas, no controle e registro das ações de seguimento acaba por comprometer a efetividade das estratégias de prevenção do câncer do colo do útero.

A tabela e gráfico 04 revelam e reafirmam a forma como os casos de carcinoma epidermóide invasor se tornaram predominantes entre os CA do colo uterino. Na pesquisa realizada o Carcinoma Epidermóide Invasor teve predominância de 66 casos identificados, tendo maior prevalência de 2015 a 2017, nos municípios

Maceió e Delmiro Gouveia tiveram 12 casos diagnosticados durante este período. Sugerindo uma correlação direta com a maneira que os serviços de saúde da mulher estão sendo disponibilizados de forma mais estruturada nessas regiões, ou seja, as mesmas são capazes de realizar o rastreamento e encaminhamento para as especialidades com maior regularidade. Segundo Santos et al, 2018 após realizar um estudo no estado do Piauí notou-se que por mais que grande parte dos exames de rastreio apresentasse alterações benignas, os casos confirmados de carcinoma epidermóide invasor estavam mais concentrados nos locais que dispunham de uma maior cobertura de rastreamento e capacidade de diagnosticar. Reafirmando que, muito mais do que a incidência de uma doença, os números refletem a capacidade do local de detecta-lá.

Em relação ao Adenocarcinoma In Situ (AIS) representado pela tabela e gráfico 05 os resultados identificaram 29 casos em 13 municípios alagoanos. Pelo fato das lesões glandulares serem mais difíceis de detectar na colposcopia e ter uma menor sensibilidade ao exame citológico convencional, para esse subtipo era esperado esta quantidade. Levando em consideração que estudos do Instituto Nacional de Câncer trazem na literatura que a confirmação histologia de AIS ocorre entre 48% a 69% dos casos, isso levanta a necessidade de se implementar novos métodos em unidades de saúde de referência para melhorar a qualidade dos diagnósticos como, por exemplo, os testes de HPV e citologia em meio líquido (INCA,2016). Por fim, a tabela e gráfico 06 detalham que foi menor o número de casos achados do Adenocarcinoma Invasor com apenas 3 casos. Mesmo que o subtipo tenha uma menor proporção o INCA revela uma prevalência de 10% a 25% (INCA,2016). Levando em consideração que a baixa ocorrência se deve a dificuldade de rastreamento dessas lesões, reforça a ideia de que é necessário a modernização do método de triagem na rede pública de saúde em Alagoas.

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Os resultados obtidos demonstraram a efetividade do Sistema de Informações de Câncer (SISCAN). O SISCAN mostrou efetividade na disponibilização de informações com acesso rápido e prático, fornecendo dados em meios didáticos como gráficos e tabelas favorecendo resultados robustos para a pesquisa. Entretanto, os achados demonstram que há fragilidades nos processos de rastreio, notificação e acompanhamento que evidenciam a necessidade de aprimoramento do sistema público de saúde para que seja efetivo o controle do câncer do colo do útero e a redução das desigualdades ao acesso de diagnóstico no estado de Alagoas.

7 – REFERÊNCIAS

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¹Graduanda do Curso de Farmácia, do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
²Graduada em Farmácia pelo Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
³Mestrando em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
⁴Graduanda do Curso de Farmácia, do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
⁵Graduanda do Curso de Farmácia, do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
⁶Graduanda do Curso de Farmácia, do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
⁷Mestranda em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A. C. Simões;
⁸Professor Associado do Curso de Farmácia, do Instituto de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Alagoas, Campus A.C. Simões.