ESTUDO FÍSICO – QUÍMICO E CONTAMINAÇÃO POR BACTÉRIAS PATOGÊNICAS EM POÇOS RASOS NO MUNICÍPIO DE IGARASSU – PERNAMBUCO, BRASIL

PHYSICAL – CHEMICAL STUDY AND CONTAMINATION BY PATHOGENIC BACTERIA IN SHALLOW WELLS IN THE MUNICIPALITY OF IGARASSU – PERNAMBUCO, BRAZIL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505131258


Marcelo Francisco dos Santos1
Indira Maria Estolano Macêdo2
Neide Kazue Sakugawa Shinohara3
Sérgio Monthezuma Santoianni Guerra4
José Eduardo Silva5
Patrícia Karla Batista de Andrade6
Filipe Alves do Nascimento7
Débora Regina de Oliveira Braga8
Rosângela Gomes Tavares9


RESUMO

A utilização crescente de águas subterrâneas de poços superficiais em Igarassu, Região Metropolitana do Recife, é uma alternativa para suprir a falta de abastecimento da Companhia Pernambucana de Saneamento. No entanto, essa prática aumenta o risco de contaminação por microorganismos patogênicos, exigindo análises de poços em diferentes bairros para detectar contaminação por Coliformes Totais, Escherichia coli, Pseudomonas a eruginosa e Clostridium perfringens. Testes com um Clorador de Pastilhas não mostraram eficácia na descontaminação das amostras. Bactérias heterotróficas foram encontradas em vários poços, com valores acima do recomendado para consumo humano. Pseudomonas aeruginosa foi encontrada em 4,17% das amostras, enquanto Clostridium perfringens foi encontrado em 12,5%. Estes resultados ressaltam a necessidade de monitoramento e descontaminação das águas subterrâneas em Igarassu.

Palavras-Chave: Aquíferos superficiais contaminação bactérias.

ABSTRACT

The increasing use of groundwater from surface wells in Igarassu, Metropolitan Region of Recife, is an alternative to make up for the lack of supply from Companhia Pernambucana de Saneamento. However, this practice increases the risk of contamination by pathogenic microorganisms, requiring analysis of wells in different neighborhoods to detect contamination by Total Coliforms, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa and Clostridium perfringens. Tests with a Tablet Chlorinator did not show effectiveness in decontaminating samples. Heterotrophic bacteria were found in several wells, with values ​​above those recommended for human consumption. Pseudomonas aeruginosa was found in 4.17% of samples, while Clostridium perfringens was found in 12.5%. These results highlight the need for monitoring and decontamination of groundwater in Igarassu.

Keywords: Surface aquifers contamination bacteria.

Introdução

O ciclo hidrológico mantém uma íntima correlação com o regime climático global do Planeta Terra. Nesta perspectiva, é crucial apreender que as oscilações climáticas sazonais podem induzir déficits hídricos ou excedentes de precipitação pluviométrica, resultando em episódios de estiagem e inundações (Santos et al., 2017).

No território brasileiro, nos períodos de estiagem, observa-se um incremento acentuado do perigo de escassez hídrica, apresentando variações mais acentuadas em determinadas regiões, notadamente o semiárido nordestino. Tais fenômenos climáticos, embora previsíveis, desempenham uma função de grande relevância no dia a dia das comunidades locais, nas operações econômicas e na preservação da biodiversidade regional (Macedo et al., 2017).

Em distintas localidades do Brasil, como é o caso da Região Metropolitana do Recife, a escassez hídrica emerge como uma problemática de considerável relevância devido à diminuição da pluviosidade em períodos específicos do ano. Tal situação resulta na suspensão do fornecimento planejado de água para o abastecimento público, impactando de maneira concomitante setores primários, como a geração de energia elétrica e a prática da irrigação (ANA, 2014).

A ascendente requisição por recursos hídricos nas últimas décadas, impulsionada pelo aumento demográfico e desenvolvimento econômico, exerce uma influência direta na disponibilidade desses recursos, resultando na diminuição do acesso à água potável (Sharma & Vairavamoorhy, 2009). A pressão exercida sobre os recursos hídricos, notadamente em zonas urbanas, evidencia o contínuo declínio da qualidade da água, correlacionado de forma imediata aos processos de poluição.

A exploração de aquíferos, tanto superficiais quanto profundos, surge como uma alternativa para atender à crescente demanda hídrica em diversas regiões do Brasil, contribuindo significativamente com aproximadamente 52% do suprimento para populações vulneráveis (Hirata et al., 2019). Contudo, desde a década de 1970, observa-se uma intensificação no aproveitamento desses aquíferos, impulsionada por avanços na hidrogeologia, redução nos custos de extração e ampliação da demanda, resultando, consequentemente, na degradação das águas superficiais (Rebouças, 2002).

No município de Igarassu, situado na Região Metropolitana do Recife, a mencionada intensificação é notória, particularmente no que tange à exploração de águas provenientes de aquíferos superficiais e profundos para suprir as demandas de unidades familiares desprovidas de acesso regular ao abastecimento de água pela Empresa de Saneamento do Estado de Pernambuco.

A conduta adotada pela parcela da população desprivilegiada do acesso ao recurso hídrico estatal manifesta riscos iminentes, uma vez que esses aquíferos estão suscetíveis a contaminação microbiológica, decorrente da carência de infraestrutura de saneamento básico.

A lacuna na gestão ambiental relacionada à exploração de aquíferos, a qual está correlacionada à prática de superexploração, exposição a efluentes domésticos e industriais, juntamente com a falta de um sistema de monitoramento robusto, suscita apreensões significativas quanto ao destino sustentável desse recurso (Goetten, 2015). A ausência de vigilância por parte das entidades governamentais pode acentuar problemas como a exploração excessiva e a contaminação, dificultando a implementação de soluções imediatas (Hirata et al., 2019).

Dado que a maioria da extensão territorial de Igarassu carece de infraestrutura para coleta e tratamento de águas residuais, a prática rotineira de utilizar fossas como meio de disposição final de efluentes representa uma abordagem comum. Tal procedimento concorre para a contaminação dos aquíferos superficiais, considerando a maior permeabilidade dessa formação geológica, facilitando a interação entre agentes poluentes e a água, com a consequente elevação dos riscos de doenças de transmissão hídrica (Souza, 2009).

Apesar da presença de infraestruturas de coleta e sistemas de tratamento de esgoto em algumas áreas do município, a eficácia na proteção das águas não é garantida, em virtude da deterioração das redes, propiciando a ocorrência de vazamentos. A ausência de práticas regulares de limpeza dos reservatórios domiciliares contribui para a contaminação microbiológica, comprometendo, assim, a qualidade sanitária da água consumida.

Uma alternativa tecnológica, devidamente autorizada pelos órgãos regulatórios, para a erradicação de patógenos entéricos em recursos hídricos é a aplicação de cloração, utilizando pastilhas de cloro ou a incorporação de cloro em outras formas físicas, em estrita conformidade com os protocolos e normativas sanitárias em vigor no Brasil (Brasil, 2017).

Diante desse contexto, o presente estudo teve como escopo a análise da contaminação por enterobactérias e microrganismos patogênicos em poços rasos localizados em distintos bairros de Igarassu/PE. A detecção da presença de Coliformes Totais, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens em amostras de água provenientes de oito poços rasos foi conduzida, sendo os resultados dos ensaios biológicos e físico-químicos comparados entre os diferentes poços. Tal abordagem possibilitou a avaliação do grau de contaminação em cada região, a discussão acerca de potenciais fatores contribuintes para a contaminação, a proposição de melhorias para enfrentar a insegurança hídrica e a avaliação da eficácia do clorador de pastilhas como medida mitigadora, por meio de análises microbiológicas.

Material e Métodos

A revisão bibliográfica foi conduzida por meio de análises documentais em instâncias públicas, tais como a Secretaria de Meio Ambiente de Igarassu, Serviço Geológico do Brasil, Agência Estadual de Meio Ambiente e Companhia Pernambucana de Saneamento, além de consulta a artigos, monografias, dissertações e teses provenientes de instituições acadêmicas, dentre outras fontes. O levantamento bibliográfico inicial teve como objetivo a obtenção de informações, dados e estudos de pesquisa relacionados a temas pertinentes, valendo-se de recursos como o Portal da CAPES, Google Acadêmico, SciELO, entre outros.

A fase de caracterização envolveu a identificação criteriosa dos poços destinados às análises, estabelecendo como parâmetro a profundidade máxima de 30 metros. Na seleção, a representatividade dos poços nos bairros centrais do município foi um critério de ponderação. Optou-se por 8 poços, com amostras cedidas mediante consentimento dos proprietários, sendo uma amostra por bairro: Bonfim 1, Congrua, Campina de Feira, Encanto Igarassu, Centro, Beira Mar I, Cruz de Rebouças e Agamenon Magalhães. Cada poço foi designado com códigos específicos, como Poços ENCA, BEIR, CONG, CENT, CAMP, CRUZ, AGAM e BONF, com amostras correspondentes em água bruta (do poço) e tratada após a implementação do clorador. A coleta amostral foi conduzida em recipientes de vidro estéreis, autoclavados a 121ºC por 30 minutos, com capacidade para um ou dois litros cada, ao longo do período de janeiro a maio de 2022. Duas coletas foram realizadas em cada poço, com intervalo de 60 dias, em condições ambientais preestabelecidas. As coletas foram sincronizadas no mesmo dia para cada mês, empregando a técnica de análise em triplicata, totalizando 48 amostras, as quais foram armazenadas e conservadas em conformidade com as diretrizes da American Public Health Association (APHA, 2017).

O clorador utilizado foi o modelo recomendado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, conforme apresentado na cartilha intitulada “ABC da agricultura familiar – Saneamento básico rural”, publicada em 2014, conforme ilustrado na figura 1.

Figura 1: Clorador modelo EMBRAPA

 Fonte: EMBRAPA (2014)

Na avaliação microbiológica, utilizou-se a técnica de tubos múltiplos, composta por duas fases sequenciais: presuntiva e confirmativa, sendo esta última condicionada ao resultado positivo na etapa anterior. Os indicadores analisados abrangeram Coliformes totais, Coliformes Termotolerantes (Escherichia coli), bactérias heterotróficas, Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens.

No procedimento da etapa presuntiva, realizou-se a homogeneização e transferência de alíquotas da amostra para tubos de ensaio contendo um tubo invertido (Durham) no fundo, destinado à coleta de gás, juntamente com um meio de cultura apropriado, o caldo lauril triptose. Esse processo resultou em três conjuntos de dez tubos, cada um contendo 10 mL da amostra e 10 mL do caldo. Os tubos foram incubados a uma temperatura de 35ºC ao longo de um intervalo de 24 a 48 horas. Posteriormente, identificaram-se aqueles que evidenciaram crescimento positivo para coliformes totais, indicado pela manifestação de reação ácida (coloração amarelada) ou pela produção de gás no tubo de Durham.

Na etapa confirmativa, procedeu-se ao repique, efetuando a transferência de alíquotas com uma alça de platina dos tubos presuntivos positivos para tubos previamente preparados conforme a fase anterior, mas com a adição de caldo verde brilhante. Seguindo o mesmo protocolo de incubação e identificação, introduziu-se uma etapa adicional para a identificação dos coliformes termotolerantes. Isso foi realizado por meio do repique dos tubos presuntivos para tubos contendo meio EC (com a recomendação de execução simultânea à etapa confirmativa), sendo incubados a 44,5ºC por 24 horas, com um tempo mínimo total de 72 horas para obter resultados positivos em relação à presença desses coliformes. Com base na contagem de tubos positivos em cada diluição e etapa, foi possível determinar o Número Mais Provável (NMP).

A estimação do Número Mais Provável – NMP foi utilizada para embasar a análise, combinando os números correspondentes das amostras coletadas e dos tubos positivos (Tabela 1). Os parâmetros comparativos de NMP foram previamente calculados por meio da equação:

Equação CFSAN BAM para o Apêndice 1, relaciona MPN a lambda (concentração)

Onde,

exp (x) = e x , 

K = número de diluições,

gj = número de tubos positivos (ou de crescimento) na jª diluição, 

mj = quantidade da amostra original colocada em cada tubo na jª diluição, 

tj denota o número de tubos na jª diluição

Tabela 1: Número Mais Provável na utilização de tubos múltiplos

Nº de tubos positivosNMP/100MLIntervalo de confiança (95%)MínimoIntervalo de confiança (95%)Mínimo
1<1,13,3
21,10,055,9
32,20,378,1
43,60,919,7
55,11,613
66,92,515
79,23,319
8124,824
9165,933
10238,153

Fonte: IN nº 30 de 2018 (MAPA) 

Como método para avaliar a densidade de bactérias heterotróficas, foi empregada a técnica de contagem de superfície, spread plate, conforme a metodologia adotada pela APHA (2017). O procedimento consistiu na inoculação de 1mL de cada amostra em placas de Petri, por meio de uma pipeta estéril, contendo o meio de cultura Plate Count Agar (PCA) em volumes de 15ml a 20ml. A contagem das placas foi realizada após uma incubação de 24h, utilizando uma lupa para a identificação posterior das Unidades Formadoras de Colônias (UFC/mL). Isso foi feito por meio da aplicação da equação: UFC/g ou ml = Σc / V x 1,1 x d.

Onde,

V = Volume inoculado em cada placa,

d = Diluição retida para contagem.

Após a aplicação da fórmula, os resultados foram convertidos em logaritmo, sendo que o valor máximo de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) atingiu 2,6576, em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde. Estas estabelecem que a contagem de bactérias heterotróficas não deve exceder o limite de 500 UFC/ml por amostra de água.

Para a detecção da presença ou ausência de Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens, empregou-se um meio de cultura do tipo Agar, distribuído em placas de Petri com volumes compreendidos entre 15 ml e 20 ml. Incubou-se 1 ml de cada amostra, utilizando uma pipeta estéril, a uma temperatura de 35ºC por um período de 48 horas. As placas resultantes foram armazenadas em um recipiente isento de oxigênio.

Na análise estatística, utilizou-se a técnica da Análise de Variância (ANOVA) de fator duplo com repetição. Trata-se de um método estatístico que avalia a influência de dois fatores independentes (também conhecidos como variáveis independentes ou fatores de tratamento) sobre uma variável de resposta em um estudo experimental. A condução dessa análise contou com o suporte do software SigmaSat 3.5®.

Para a análise da potabilidade da água, os resultados foram confrontados com os parâmetros estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021 (BRASIL, 2021), bem como pela Portaria de Consolidação n° 5, de 28 de setembro de 2017. Os parâmetros avaliados englobaram: pH, turbidez, cloreto e alcalinidade total.

No que concerne ao pH, adotou-se a faixa de recomendação entre 6,0 a 9,5, conforme estabelecido para o sistema de distribuição. A avaliação da turbidez baseou-se nos resultados da filtração rápida (tratamento completo ou filtração direta), considerando o padrão reduzido de 0,5 UT. Para a filtração lenta, foi empregado o padrão reduzido de 1,0 UT. Visto que as amostras de água não foram submetidas ao processo de filtração, a turbidez foi utilizada como indicador, referenciada pelo valor máximo permitido de 5 UT após a desinfecção, adotando-se a presença ou ausência como indicativo.

Para avaliar a utilização e eficácia do clorador de pastilhas, as amostras foram obtidas na saída dos poços correspondentes, inicialmente sem a presença do clorador e, posteriormente, após sua instalação. Nessas amostras, foram introduzidos tubos contendo uma solução de 100 ml de tiossulfato de sódio.

As análises quantitativas do fitoplâncton foram conduzidas através do método de Utermöhl (1958), empregando o microscópio invertido. A identificação do fitoplâncton seguiu a literatura, conforme as diretrizes de Prescott et al. (1982) e Komárek e Cronberg (2001) para as cianobactérias, Krammer e Langer-Bertalot (1991) para as diatomáceas, Popovský e Pfiester (1990) para os dinoflagelados, e John et al. (2002) para os demais fitoflagelados.

Resultados e Discussões

Bactérias heterotróficas

No que tange às bactérias heterotróficas, observou-se em alguns poços níveis superiores aos limites estabelecidos, conforme a Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), que preconiza um Valor Máximo Permitido (VMP) de até 500 Unidades Formadoras de Colônias (UFC)/ml.

O valor máximo de Unidades Formadoras de Colônias (UFC), após a aplicação de procedimentos logarítmicos, alcança 2,6576, uma conversão efetuada para facilitar a comparação. Neste contexto, observa-se que os Poços ENCA, BEIR, CONG, CAMP, CRUZ, sem a presença de cloro, e os Poços AGAN e BONF, tanto com quanto sem cloro, demonstraram valores superiores ao preconizado, como registrado na tabela.

Tabela 2: Resultados microbiológicos para Bactérias Heterotróficas (UFC)

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA(s/cloro)AB112,70992,83940,0000
AB122,70912,83370,0000
AB132,70762,84510,0000
ENCA (c/cloro)AT111,75100,95860,0000
AT121,72950,95860,0000
AT131,74390,95860,0000
BEIR (s/cloro)AB212,14051,43571,0414
AB222,13471,25961,0414
AB232,13761,25961,0414
BEIR (c/cloro)AT210,00000,95860,0000
AT220,00000,95860,0000
AT230,00000,95860,0000
CONG (s/cloro)AB312,90993,66451,7404
AB322,90803,66361,7404
AB332,90853,65761,7404
CONG (c/cloro)AT310,25962,46381,3424
AT320,25962,45001,3424
AT330,25962,42101,3424
CENT (s/cloro)AB412,57671,91281,8476
AB422,57351,91281,8476
AB432,57461,86171,8476
CENT (c/cloro)AT412,50511,56070,8865
AT422,50391,65760,8865
AT432,50271,43570,8865
CAMP (s/cloro)AB512,48493,47451,4886
AB522,47843,47051,4886
AB532,48373,47321,4886
CAMP (c/cloro)AT511,30102,03780,0000
AT521,28082,00000,0000
AT531,28082,03780,0000
CRUZ (s/cloro)AB612,40583,06581,4564
AB622,40423,05551,4564
AB632,39793,06241,4564
CRUZ (c/cloro)AT611,61181,73681,5185
AT621,61181,73681,5185
AT631,59211,65761,5185
AGAM (s/cloro)AB711,30103,82071,3636
AB721,28083,82191,3636
AB731,32033,81891,3636
AGAM(c/cloro)AT710,80373,33701,6435
AT720,73683,32031,6435
AT730,80373,33881,6435
BONF (s/cloro)AB811,18914,47711,7042
AB821,13474,47751,7042
AB831,16274,47741,7042
BONF (c/cloro)AT810,25964,17770,0000
AT820,25964,17610,0000
AT830,25964,17740,0000

Obs. AB (água bruta); AT (água tratada).

Fonte: Autores, 2022

Neste cenário, é pertinente salientar que a presença de bactérias heterotróficas em águas subterrâneas não implica necessariamente em contaminação, dado que tais bactérias podem ser naturalmente encontradas no ambiente. Entretanto, em determinadas circunstâncias, a detecção destas bactérias pode indicar a contaminação da água por fontes externas de poluição. A Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), estabelece um limite para a presença deste grupo bacteriano, funcionando como um parâmetro de segurança para a saúde pública. Este limite é fixado em 500 Unidades Formadoras de Colônias (UFC)/ml, cuja conversão, após cálculos logarítmicos, atinge o valor máximo de 2,6576.

Outro ponto a ser ressaltado é que essas bactérias possuem a capacidade de mascarar a detecção de coliformes quando estão presentes em quantidades elevadas na água (Silveira Dib et al., 2022). Desta forma, o monitoramento da quantidade de bactérias heterotróficas torna-se crucial e imprescindível, uma vez que a presença acima do limite estipulado na portaria pode indicar a deterioração da qualidade da água. Além disso, fornece informações relevantes sobre a produção de nutrientes que propiciam o crescimento de patógenos como Pseudomonas aeruginosa, bem como o desenvolvimento bacteriano em geral (Brum et al., 2016).

É relevante destacar que, dentre esse conjunto de bactérias, estão inclusas aquelas que residem nos intestinos de animais e seres humanos, reconhecidas como enterobactérias, exemplificadas pela Escherichia coli (BRASIL, 2007). 

É relevante destacar que, dentre esse conjunto de bactérias, estão inclusas aquelas que residem nos intestinos de animais e seres humanos, reconhecidas como enterobactérias, exemplificadas pela Escherichia coli (BRASIL, 2007).

Coliformes totais e Escherichia coli

No tocante aos critérios de avaliação, utilizamos como referência os parâmetros estabelecidos para a potabilidade da água, conforme delineados na Portaria GM/MS Nº 888 de maio de 2021, emitida pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2021), tanto para a análise microbiológica quanto para a físico-química.

Dessa forma, constata-se que as amostras analisadas manifestaram concentrações de Coliformes totais e Escherichia coli que ultrapassaram os limites estabelecidos por essa regulamentação (Tabela 1). Portanto, a detecção de Coliformes totais e Escherichia coli sugere a presença de microrganismos patogênicos entéricos e deterioradores na água, uma vez que tais organismos estão amplamente presentes em elevadas quantidades nas fezes de animais e seres humanos (Macedo et al., 2021).

Nesse contexto, evidencia-se, como ilustrado na Figura 2 para a fase presuntiva e na Figura 3, que apresenta tubos múltiplos com a confirmação da presença de Escherichia coli e Coliformes totais, respectivamente.

Figura 2: Tubos múltiplos na fase presuntiva

Fonte: Autores, 2022

Figura 3: Tubos múltiplos contendo Escherichia coli (bege) Coliformes totais (verde)

Fonte: Autores, 2022

Observa-se que os coliformes totais, por si só, não implicam necessariamente em ameaças à saúde humana, ao contrário dos microrganismos patogênicos. Portanto, é crucial enfatizar que, na eventualidade de uma presença significativa de coliformes termotolerantes, isso caracteriza uma condição de elevado risco para a existência de outros agentes patogênicos. Neste estudo, são evidenciados números expressivos de coliformes e Escherichia coli, conforme destacados nas tabelas 2 e 3, respectivamente.

Tabela 2: Resultados microbiológicos para Coliformes totais

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA(s/cloro)AB119,2<1,12,2
AB126,9<1,12,2
AB139,2<1,12,2
ENCA (c/cloro)AT11<1,1<1,1<1,1
AT12<1,1<1,1<1,1
AT13<1,1<1,1<1,1
BEIR (s/cloro)AB215,12,22,2
AB225,12,22,2
AB235,12,22,2
BEIR (c/cloro)AT211,1<1,1<1,1
AT22<1,1<1,1<1,1
AT232,2<1,1<1,1
CONG (s/cloro)AB311,1165,1
AB321,1165,1
AB331,1166,9
CONG (c/cloro)AT31<1,19,23,6
AT32<1,19,22,2
AT33<1,1123,6
CENT (s/cloro)AB41122,212
AB42121,19,2
AB43122,212
CENT (c/cloro)AT415,11,19,2
AT423,61,19,2
AT435,11,19,2
CAMP (s/cloro)AB512,26,91,1
AB521,16,91,1
AB532,29,21,1
CAMP (c/cloro)AT51<1,15,11,1
AT52<1,15,11,1
AT53<1,15,11,1
CRUZ (s/cloro)AB611,12,22,2
AB621,11,12,2
AB63<1,12,22,2
CRUZ (c/cloro)AT61<1,1<1,1<1,1
AT62<1,1<1,1<1,1
AT63<1,1<1,1<1,1
AGAM (s/cloro)AB713,6123,6
AB723,62,23,6
AB733,63,63,6
AGAM(c/cloro)AT712,21,13,6
AT722,21,13,6
AT732,21,13,6
BONF (s/cloro)AB8112<1,1<1,1
AB8212<1,1<1,1
AB8312<1,1<1,1
BONF (c/cloro)AT81<1,1<1,1<1,1
AT82<1,1<1,1<1,1
AT83<1,1<1,1<1,1

Obs. AB (água bruta); AT (água tratada)

Fonte: Autores, 2022

Tabela 3: Resultados microbiológicos para Escherichia coli

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA(s/cloro)AB115,1<1,1<1,1
AB125,1<1,1<1,1
AB135,1<1,1<1,1
ENCA (c/cloro)AT11<1,1<1,1<1,1
AT12<1,1<1,1<1,1
AT13<1,1<1,1<1,1
BEIR (s/cloro)AB215,12,2<1,1
AB225,12,2<1,1
AB235,12,2<1,1
BEIR (c/cloro)AT211,1<1,1<1,1
AT22<1,1<1,1<1,1
AT232,2<1,1<1,1
CONG (s/cloro)AB312,22,21,1
AB322,22,2<1,1
AB332,22,2<1,1
CONG (c/cloro)AT31<1,1<1,1<1,1
AT32<1,1<1,1<1,1
AT33<1,1<1,1<1,1
CENT (s/cloro)AB41121,11,1
AB42121,1<1,1
AB43121,11,1
CENT (c/cloro)AT413,6<1,1<1,1
AT423,6<1,1<1,1
AT432,2<1,1<1,1
CAMP (s/cloro)AB51<1,13,61,1
AB52<1,13,61,1
AB53<1,13,61,1
CAMP (c/cloro)AT51<1,1<1,1<1,1
AT52<1,1<1,11,1
AT53<1,1<1,11,1
CRUZ (s/cloro)AB611,1<1,11,1
AB621,1<1,11,1
AB63<1,1<1,11,1
CRUZ (c/cloro)AT61<1,1<1,1<1,1
AT62<1,1<1,1<1,1
AT63<1,1<1,1<1,1
AGAM (s/cloro)AB71<1,1<1,11,1
AB72<1,1<1,11,1
AB73<1,1<1,11,1
AGAM(c/cloro)AT71<1,1<1,11,1
AT72<1,1<1,11,1
AT73<1,1<1,11,1
BONF (s/cloro)AB81<1,1<1,1<1,1
AB82<1,1<1,1<1,1
AB83<1,1<1,1<1,1
BONF (c/cloro)AT81<1,1<1,1<1,1
AT82<1,1<1,1<1,1
AT83<1,1<1,1<1,1

Obs. AB (água bruta); AT (água tratada)

Fonte: Autores, 2022

A maior incidência na detecção de Escherichia coli revela uma preocupação substancial, uma vez que esse microorganismo é o agente primário de infecções entéricas, exercendo um impacto particularmente significativo em grupos vulneráveis, tais como indivíduos sem acesso a saneamento, idosos e crianças imunocomprometidas (Macedo et al., 2017; Vieira et al., 2004).

Diversas patologias, com distintos graus de severidade para a saúde das populações, podem ser associadas às diversas cepas de Escherichia coli, incluindo, mas não se limitando a, infecções do trato urinário (ITU), diarreia, colite hemorrágica, síndrome hemolítico-urêmica (SHU), meningite neonatal (infecção em recém-nascidos), infecções respiratórias e infecções da corrente sanguínea (Bones, 2023).

Neste cenário, sobressaem-se os poços designados como Enca, Beir, Cong, Cent, Camp, Cruz e Agam, nos quais foi confirmada a presença de Escherichia coli, apresentando variações quantitativas em diferentes períodos de coleta e análise. Adicionalmente, é pertinente observar que alguns desses poços, mesmo submetidos à cloração, demonstraram concentrações do patógeno, indicando a ineficácia do método no tratamento com coleta direta das amostras.

A título de exemplo, menciona-se o Poço CENT, no qual, além da constatação da presença de Escherichia coli pelo método dos tubos múltiplos (Figura 4), podemos verificar a confirmação através da Placa de Petri (Figura 5).

Figura 4: Tubos múltiplos do poço CENT contendo Escherichia coli

Figura 5: Placa de Petri do poço CENT contendo Escherichia coli

 Fonte: Autores, 2022

Diante do exposto, evidencia-se claramente o processo de contaminação fecal nas amostras citadas, sustentado por meio de duas metodologias distintas, a saber, tubos múltiplos e plaqueamento, revelando resultados positivos para Escherichia coli em 18 (dezoito) amostras, cujas observações foram registradas em períodos diversos, conforme explicitado no quadro anterior.

Essa confirmação da contaminação fecal nas amostras enfatiza a relevância da vigilância contínua da qualidade da água em poços rasos, juntamente com a implementação de medidas de controle de qualidade dessas águas, visando prevenir a disseminação de doenças relacionadas à ingestão de águas contaminadas. Nesse cenário, ressalta-se a urgência de informar à população sobre os riscos associados ao consumo de águas contaminadas (Carvalho et al., 2021).

Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens

Nas Tabelas 3 e 4, respectivamente, verifica-se que a presença de Pseudomonas aeruginosa ocorreu em 4,17% do conjunto amostral analisado, sendo confirmada nas amostras coletadas sem cloro dos Poços ENCA e CENT. No que concerne à presença de Clostridium perfringens, esta foi registrada em 12,5% do conjunto amostral, com confirmação em quatro amostras coletadas sem cloro (Poços CONG, CENT, CAMP e AGAM) e duas com cloro (Poços CAMP e AGAM). A identificação das bactérias Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens evidencia a ineficácia do clorador na desinfecção desses microrganismos.

Tabela 3: Resultados microbiológicos para Pseudomonas aeruginosa

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA
(s/cloro)
AB11AUS.AUS.PRES.
AB12AUS.AUS.PRES.
AB13AUS.AUS.PRES.
ENCA (c/cloro)AT11AUS.AUS.AUS.
AT12AUS.AUS.AUS.
AT13AUS.AUS.AUS.
BEIR (s/cloro)AB21AUS.AUS.AUS.
AB22AUS.AUS.AUS.
AB23AUS.AUS.AUS.
BEIR (c/cloro)AT21AUS.AUS.AUS.
AT22AUS.AUS.AUS.
AT23AUS.AUS.AUS.
CONG (s/cloro)AB31AUS.AUS.AUS.
AB32AUS.AUS.AUS.
AB33AUS.AUS.AUS.
CONG (c/cloro)AT31AUS.AUS.AUS.
AT32AUS.AUS.AUS.
AT33AUS.AUS.AUS.
CENT (s/cloro)AB41AUS.AUS.PRES.
AB42AUS.AUS.PRES.
AB43AUS.AUS.PRES.
CENT (c/cloro)AT41AUS.AUS.AUS.
AT42AUS.AUS.AUS.
AT43AUS.AUS.AUS.
CAMP (s/cloro)AB51AUS.AUS.AUS.
AB52AUS.AUS.AUS.
AB53AUS.AUS.AUS.
CAMP (c/cloro)AT51AUS.AUS.AUS.
AT52AUS.AUS.AUS.
AT53AUS.AUS.AUS.
CRUZ (s/cloro)AB61AUS.AUS.AUS.
AB62AUS.AUS.AUS.
AB63AUS.AUS.AUS.
CRUZ (c/cloro)AT61AUS.AUS.AUS.
AT62AUS.AUS.AUS.
AT63AUS.AUS.AUS.
AGAM (s/cloro)AB71AUS.AUS.AUS.
AB72AUS.AUS.AUS.
AB73AUS.AUS.AUS.
AGAM(c/cloro)AT71AUS.AUS.AUS.
AT72AUS.AUS.AUS.
AT73AUS.AUS.AUS.
BONF (s/cloro)AB81AUS.AUS.AUS.
AB82AUS.AUS.AUS.
AB83AUS.AUS.AUS.
BONF (c/cloro)AT81AUS.AUS.AUS.
AT82AUS.AUS.AUS.
AT83AUS.AUS.AUS.

Obs. AB (água bruta); AT (água tratada)

Fonte: Autores, 2022

Tabela 4: Resultados microbiológicos para Clostridium perfringens

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA
(s/cloro)
AB11AUS.AUS.AUS.
AB12AUS.AUS.AUS.
AB13AUS.AUS.AUS.
ENCA (c/cloro)AT11AUS.AUS.AUS.
AT12AUS.AUS.AUS.
AT13AUS.AUS.AUS.
BEIR (s/cloro)AB21AUS.AUS.AUS.
AB22AUS.AUS.AUS.
AB23AUS.AUS.AUS.
BEIR (c/cloro)AT21AUS.AUS.AUS.
AT22AUS.AUS.AUS.
AT23AUS.AUS.AUS.
CONG (s/cloro)AB31AUS.AUS.PRES.
AB32AUS.AUS.PRES.
AB33AUS.AUS.PRES.
CONG (c/cloro)AT31AUS.AUS.AUS.
AT32AUS.AUS.AUS.
AT33AUS.AUS.AUS.
CENT (s/cloro)AB41AUS.AUS.PRES.
AB42AUS.AUS.PRES.
AB43AUS.AUS.PRES.
CENT (c/cloro)AT41AUS.AUS.AUS.
AT42AUS.AUS.AUS.
AT43AUS.AUS.AUS.
CAMP (s/cloro)AB51PRES.AUS.AUS.
AB52PRES.AUS.AUS.
AB53PRES.AUS.AUS.
CAMP (c/cloro)AT51PRES.AUS.AUS.
AT52PRES.AUS.AUS.
AT53PRES.AUS.AUS.
CRUZ (s/cloro)AB61AUS.AUS.AUS.
AB62AUS.AUS.AUS.
AB63AUS.AUS.AUS.
CRUZ (c/cloro)AT61AUS.AUS.AUS.
AT62AUS.AUS.AUS.
AT63AUS.AUS.AUS.
AGAM (s/cloro)AB71AUS.PRES.AUS.
AB72AUS.PRES.AUS.
AB73AUS.PRES.AUS.
AGAM(c/cloro)AT71AUS.PRES.AUS.
AT72AUS.PRES.AUS.
AT73AUS.PRES.AUS.
BONF (s/cloro)AB81AUS.AUS.AUS.
AB82AUS.AUS.AUS.
AB83AUS.AUS.AUS.
BONF (c/cloro)AT81AUS.AUS.AUS.
AT82AUS.AUS.AUS.
AT83AUS.AUS.AUS.

Obs. AB (água bruta); AT (água tratada.

Fonte: Autores, 2022

Diante do cenário apresentado, com a identificação de Pseudomonas aeruginosa e Clostridium perfringens nos poços, evidencia-se de maneira inequívoca uma situação crítica, uma vez que ambos os microrganismos estão associados a doenças.

No contexto das Pseudomonas aeruginosa, conforme evidenciado na figura 6, visto que são reconhecidas como patógenos oportunistas, há a possibilidade de causarem infecções em indivíduos imunocomprometidos, recém-nascidos e idosos (Domingues et al., 2007; Iwesen et al., 2009; Oliveira et al.,2022).

Figura 6: Placa de Petri do poço CENT contendo Pseudomonas aeruginosa

É imprescindível destacar que a Pseudomonas aeruginosa pode estar vinculada a diversas patologias, conforme evidenciado por infecções do trato urinário, pneumonias, infecções cutâneas, infecções oculares, infecções auriculares, osteomielite, endocardite, bacteremia e sepse, entre outras (Brooks et al., 2014).

Nesse contexto, salienta-se que a água desempenha um papel como veiculador desse patógeno, caracterizando-se pela predominância de sua existência em água doce, sendo capaz de subsistir por vários meses em temperatura ambiente (Who, 2003; Vasconcelos, 2005; Tobón et al., 2017). Um aspecto relevante é que a elevada concentração desse patógeno na água pode resultar em resultados falsos negativos nas análises colimétricas, ressaltando a importância de sua análise como indicador desse risco (Vasconcelos, 2005).

No que concerne à detecção de Clostridium perfringens, como evidenciado na figura 7, este pode desencadear doenças em três formas distintas: toxinfecções alimentares, enterites necróticas e gangrenas gasosas, sendo que apenas as duas primeiras têm relação com o consumo de água e alimentos contaminados (Souza, 2017).

Figura 7: Placa de Petri do poço CAMP com Clostridium perfringens

Fonte: Autores, 2022

Esta bactéria é classificada como saprófita, obtendo seus nutrientes e energia por meio da decomposição de matéria orgânica morta, o que sugere desafios potenciais relacionados à qualidade da água e ameaças à saúde pública. É fundamental destacar que seu desenvolvimento ocorre através de biofilmes, um padrão de crescimento no qual a bactéria se expande em comunidades complexas, estabelecendo comunicação entre si, aderindo a superfícies e formando uma matriz composta por polissacarídeos, proteínas e material extracelular. Esses biofilmes conferem proteção às bactérias contra condições ambientais adversas, como ação de antibióticos, e possibilitam a formação de colônias mais estáveis (Brooks et al., 2014).

Análise estatística

A análise estatística foi realizada por meio da Análise de Variância (ANOVA) de fator duplo com repetição, associada ao valor estatístico “F”. Neste método, procura-se identificar diferenças estatísticas significativas entre as amostras examinadas, conforme apresentado na Tabela 2. O teste estatístico foi aplicado tanto ao conjunto amostral coletado sem cloro quanto ao conjunto coletado com cloro (ver Tabela 5).

Tabela 5: Análise de variância em amostras coletadas sem cloro.

Total
Contagem484848
Soma81,6956128,224152,4685
Média1,7019922,6713351,093094
Variância0,8952971,263030,461244

ANOVA

Fonte da variaçãoSQGlMQFvalor-PF crítico
Amostra20,86678120,8667828,659563,51E-073,909729
Colunas60,81969230,4098541,766536,55E-153,061716
Interações1,77648820,8882441,2199620,2984053,061716
Dentro100,47661380,728091
Total183,9396143    

 Fonte: Autores, 2022

Considerando os oito poços e os valores registrados em cada coleta, juntamente com sua relação com as réplicas em cada período (janeiro, março e maio), estabeleceu-se a probabilidade P = 0,05 para um nível de confiança de 95%.

Os resultados fornecem as médias totais e as variâncias da amostra global. A análise das relações entre as amostras revela uma diferença estatística significativa, uma vez que o valor de P = 3,51E-07 é consideravelmente inferior ao nível estabelecido de P = 0,05. Essa constatação é reforçada ao considerar os valores de F crítico = 3,90 e F calculado = 28,65, indicando que o F calculado é substancialmente maior que o F crítico. A mesma constatação se mantém ao examinar a relação entre os períodos de coleta.

Ao analisar a interação entre as coletas com e sem cloro e os momentos, observa-se a inexistência de uma diferença estatística significativa, visto que o valor de P = 0,29 supera o P adotado de 0,05. Essa conclusão é respaldada pelo valor de F calculado = 1,21, que é inferior ao valor de F crítico = 3,06. Portanto, a presença do clorador na coleta amostral não exerce uma influência estatisticamente significativa nos resultados obtidos, indicando a ineficácia da utilização do clorador na descontaminação em coleta direta dessas amostras, devido ao curto tempo de contato entre a água das amostras e o cloro.

Essa constatação é manifestada pela persistência da presença bacteriológica mesmo após a aplicação do clorador, conforme ilustrado nos resultados apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3 previamente mencionadas. A uniformidade nos resultados da análise da água, tanto com quanto sem cloro, é o alicerce para a inexistência de uma diferença estatística significativa. Nesse contexto, a avaliação físico-química, especialmente a análise de Cloreto – mg/L Cl das amostras, mostrou-se essencial para uma compreensão mais aprofundada dos resultados obtidos.

Análises físico-químicas

No que concerne aos aspectos físico-químicos, foram contemplados os parâmetros definidos pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2021). A manutenção do pH da água no intervalo de 6,0 a 9,5, diretamente no sistema de distribuição, é recomendada.

Nesse cenário, observa-se a variabilidade do pH entre os distintos poços e períodos. Apenas as amostras provenientes do poço CENT (sem cloro) nos meses de março e maio, em todas as repetições, e janeiro em uma das repetições; CENT (com cloro) nos meses de março e maio, em todas as repetições; AGAM (sem cloro) em maio, em todas as repetições, e AGAM (com cloro) em maio, em todas as repetições, conseguiram manter-se dentro do intervalo permitido pela portaria, conforme constatado na Tabela 6.

Tabela 6: Resultados Ph.

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA
(s/cloro)
AB113,724,064,17
AB123,654,074,1
AB133,664,084,08
ENCA (c/cloro)AT113,764,124,17
AT123,764,14,07
AT133,754,14,05
BEIR (s/cloro)AB214,353,83,92
AB224,313,653,94
AB234,313,643,95
BEIR (c/cloro)AT214,253,153,81
AT224,293,133,83
AT234,293,133,83
CONG (s/cloro)AB313,784,655
AB323,74,614,91
AB333,694,614,89
CONG (c/cloro)AT313,84,674,94
AT323,734,664,78
AT333,74,654,76
CENT (s/cloro)AB415,866,616,06
AB426,056,676,09
AB435,996,666,13
CENT (c/cloro)AT415,836,876,31
AT425,856,816,31
AT435,866,916,3
CAMP (s/cloro)AB514,754,895,16
AB524,664,885,07
AB534,634,875,09
CAMP (c/cloro)AT514,824,755,31
AT524,674,695,26
AT534,654,695,26
CRUZ (s/cloro)AB613,563,753,75
AB623,553,733,63
AB633,523,723,64
CRUZ (c/cloro)AT613,633,783,54
AT623,573,783,61
AT633,563,783,61
AGAM (s/cloro)AB714,665,086,48
AB724,625,036,55
AB734,625,096,59
AGAM(c/cloro)AT714,775,446,65
AT724,635,56,65
AT734,635,446,65
BONF (s/cloro)AB814,174,894,68
AB824,164,854,67
AB834,164,864,65
BONF (c/cloro)AT814,175,034,52
AT824,084,954,55
AT834,034,954,58

Fonte: Autores, 2022

No que concerne à turbidez, a orientação é avaliá-la durante a coleta amostral de duas maneiras: primeiramente, por meio da filtração rápida, conhecida como tratamento completo ou filtração direta, e, em segundo lugar, por meio da filtração lenta. O padrão de referência adotado nesta pesquisa foi de 5 Unidades de Turbidez (UT), uma vez que as amostras coletadas não foram submetidas ao processo de filtração, conforme especificado no parâmetro pós-filtração da portaria. Nesse contexto, os Poços BEIR, CAMP, CRUZ e AGAM destacam-se por apresentarem valores acima do referido parâmetro, um fenômeno que pode estar relacionado ao tipo de material que compõe o solo onde o aquífero está inserido, associado a uma maior precipitação durante os períodos de coleta (Tabela 7).

Tabela 7: Resultados Turbidez.

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA
(s/cloro)
AB112,311,971,9
AB122,392,221,85
AB132,382,11,86
ENCA (c/cloro)AT113,971,991,35
AT123,831,921,32
AT133,891,91,27
BEIR (s/cloro)AB211,925,491,95
AB221,945,741,93
AB231,935,271,94
BEIR (c/cloro)AT212,0762,46
AT222,116,082,42
AT232,146,062,49
CONG (s/cloro)AB312,322,953,81
AB322,273,023,8
AB332,262,963,82
CONG (c/cloro)AT311,922,934,73
AT321,92,94,7
AT331,873,074,57
CENT (s/cloro)AB411,422,132,22
AB421,442,252,37
AB431,472,242,37
CENT (c/cloro)AT411,91,372,18
AT421,851,362,23
AT431,851,32,15
CAMP (s/cloro)AB5123,37,436,08
AB5223,27,65,79
AB5323,37,286,22
CAMP (c/cloro)AT5127,89,489,55
AT5227,69,998,41
AT5327,59,318,27
CRUZ (s/cloro)AB6114,610,93,33
AB6214,710,83,25
AB6314,610,73,28
CRUZ (c/cloro)AT6111,97,813,45
AT6211,67,863,43
AT6311,67,973,42
AGAM (s/cloro)AB7141,99,953,55
AB7245,69,653,36
AB7344,39,573,27
AGAM(c/cloro)AT7133,56,52,64
AT7233,16,292,6
AT7333,86,132,64
BONF (s/cloro)AB811,93,83,36
AB821,863,582,68
AB831,93,622,66
BONF (c/cloro)AT812,234,372,54
AT822,114,372,76
AT832,084,832,49

Fonte: Autores, 2022

A elevada turbidez observada nessas amostras pode acarretar efeitos adversos à saúde humana, dependendo da natureza e quantidade das partículas presentes na água. Tais partículas em suspensão representam um potencial risco à saúde, uma vez que a ingestão de água com níveis elevados de turbidez pode ocasionar distúrbios gastrointestinais, como diarreia, náuseas e vômitos, além de outras doenças associadas à qualidade da água. Ademais, a presença de partículas pode comprometer a eficácia dos processos de tratamento da água, favorecendo a proliferação de microrganismos e aumentando o risco de doenças transmitidas pela água, como cólera, giardíase e hepatite A (Prado et al., 2017).

Cabe ressaltar que os Poços CAMP, CRUZ e AGAM apresentaram uma redução expressiva na turbidez ao se comparar os meses de janeiro, março e maio. Essa diminuição pode estar associada à menor atividade (utilização) dos poços nos meses de menor turbidez. Importa destacar que a utilização das bombas de sucção pode provocar a agitação das águas correspondentes, tornando-as mais turvas ao entrar em contato com as paredes do poço.

No que tange à concentração de cloretos, o critério de referência estabelecido na portaria é o Valor Médio Padrão (VMP) de 250 mg/L. Analisando a Tabela 8, constata-se que os valores registrados nos meses das coletas situam-se abaixo do limite máximo estabelecido. No entanto, observa-se que as amostras submetidas ao processo de cloração não apresentaram ganhos expressivos de cloreto, evidenciando uma eficácia insuficiente para a desinfecção. Essa constatação contribui para a ausência de diferença estatística significativa.

Tabela 8: Resultado Cloreto – mg/Lcl

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA
(s/cloro)
AB110,0360,0470,010
AB120,0360,0470,008
AB130,0350,0490,010
ENCA (c/cloro)AT110,0370,0550,012
AT120,0370,0570,012
AT130,0370,0590,012
BEIR (s/cloro)AB210,0700,1530,059
AB220,0700,1550,065
AB230,0700,1530,067
BEIR (c/cloro)AT210,0760,2050,068
AT220,0760,2040,068
AT230,0750,2050,068
CONG (s/cloro)AB310,0550,0610,014
AB320,0530,0570,012
AB330,0530,0570,020
CONG (c/cloro)AT310,0590,0680,016
AT320,0590,0680,016
AT330,0590,0650,020
CENT (s/cloro)AB410,0590,1210,033
AB420,0600,1190,033
AB430,0600,1210,033
CENT (c/cloro)AT410,0630,1330,035
AT420,0630,1310,037
AT430,0630,1330,039
CAMP (s/cloro)AB510,0250,0920,047
AB520,0230,0920,047
AB530,0250,0940,047
CAMP (c/cloro)AT510,0390,1020,047
AT520,0430,1000,047
AT530,0430,1020,047
CRUZ (s/cloro)AB610,0550,1330,061
AB620,0510,1310,057
AB630,0510,1350,059
CRUZ (c/cloro)AT610,0590,1410,068
AT620,0570,1430,068
AT630,0550,1410,068
AGAM (s/cloro)AB710,0200,1080,051
AB720,0200,1080,049
AB730,0220,1100,049
AGAM(c/cloro)AT710,0310,1020,047
AT720,0250,1020,049
AT730,0310,1020,049
BONF (s/cloro)AB810,0760,1700,074
AB820,0720,1700,070
AB830,0740,1720,072
BONF (c/cloro)AT810,0820,1800,072
AT820,0800,1720,074
AT830,0780,1800,072

Fonte: Autores, 2022

No que diz respeito à alcalinidade, atributo crucial para a potabilidade, o limite permitido é de, no máximo, 100 mg/L. Verifica-se na Tabela 9 que o Poço AGAM, na coleta de maio, ultrapassou o limite permitido, assim como o Poço CENT, sem cloro.

Tabela 9: Resultado Alcalinidade total – mg/L CaCo3.

PoçoAmAnáliseJANMARMAI
ENCA
(s/cloro)
AB11400
AB12400
AB13400
ENCA (c/cloro)AT11400
AT12400
AT13400
BEIR (s/cloro)AB21800
AB221000
AB23800
BEIR (c/cloro)AT21800
AT22800
AT23800
CONG (s/cloro)AB310420
AB320416
AB330412
CONG (c/cloro)AT31048
AT320412
AT330412
CENT (s/cloro)AB416280104
AB426276104
AB436272100
CENT (c/cloro)AT41627288
AT42627680
AT43647680
CAMP (s/cloro)AB5181216
AB5281616
AB5381220
CAMP (c/cloro)AT5112416
AT5212420
AT538416
CRUZ (s/cloro)AB61000
AB62000
AB63000
CRUZ (c/cloro)AT610024
AT620020
AT630016
AGAM (s/cloro)AB71128132
AB72128136
AB73128132
AGAM(c/cloro)AT711212136
AT721212132
AT731212136
BONF (s/cloro)AB818816
AB828816
AB838816
BONF (c/cloro)AT818816
AT828816
AT838816

Fonte: Autores, 2022

Resultado fitoplâncton

Os microrganismos fotossintetizantes identificados nas amostras pertencem a 4 (quatro) gêneros distintos: Cyclotella, Nitzchia, Flagillaria e Clorella (conforme Tabela 10). A presença destes fitoplânctons nas amostras coletadas sugere que o ambiente, mesmo não sendo diretamente exposto à luz solar, pode ter sido influenciado por alguma intervenção externa que proporcionou condições propícias para o desenvolvimento desses organismos aquáticos.

Tabela 10 – Resultados Fitoplâcntos

AmOrganisTotal de Organismos
ENCA(s/cloro)Cy.me60
ENCA (c/cloro)AUS.0

BEIR (s/cloro)

Cy.me  Nitz

220
BEIR (c/cloro)Cy.me  Nitz182
CONG (s/cloro)Cy.me  Flag31

CONG (c/cloro)

Ausente

0

CENT (s/cloro)

Cy.meClor

42

CENT (c/cloro)

Clor

2

CAMP (s/cloro)

Cy.meClor

35

CAMP (c/cloro)

Cy.meClorFlag

2032

CRUZ (s/cloro)

Cy.meFlag

31
CRUZ (c/cloro)Cy.meFlagClor121

AGAM(s/cloro)

Cy.me

60

AGAM(c/cloro)

Clor

3

BONF (s/cloro)

Cy.me

1

BONF (c/cloro)

Cy.me

1

Fonte: Autores, 2022

Conclusão

No entanto, é pertinente destacar que a detecção dos quatro gêneros mencionados anteriormente, em concentrações reduzidas, pode sugerir que o ambiente não apresenta sinais de eutrofização. Em outras palavras, as baixas concentrações indicam um equilíbrio ambiental, sendo reforçado pela ausência de identificação de espécies pertencentes aos grupos Chlorophyceae, Cyanobacteria, Euglenophyceae, Bacillariophyceae e Dianophyceae, os quais são indicativos de poluição nos corpos d’água (conforme Silva, 2020).

A avaliação do estado microbiológico dos aquíferos assume importância crucial por diversas razões, incluindo a garantia da segurança da água. A presença de microrganismos patogênicos em um aquífero pode representar um risco para a saúde pública, especialmente quando a água desse aquífero é utilizada como fonte de água potável. A análise microbiológica desse tipo possibilita a identificação de microrganismos patogênicos, permitindo a implementação de medidas de tratamento e/ou prevenção para assegurar a segurança da água consumida pela população.

Além disso, a análise microbiológica dos aquíferos está intrinsecamente relacionada a três aspectos essenciais: o monitoramento ambiental, utilizado para acompanhar o impacto das atividades humanas na qualidade das águas subterrâneas; a investigação de surtos de doenças, auxiliando na identificação das fontes de contaminação; e, por último, no âmbito dos estudos ecológicos, fornecendo informações sobre a diversidade e ecologia dos microrganismos em ambientes subterrâneos.

De maneira geral, constatou-se que, independentemente da região investigada, há evidências de contaminação nos poços. Destaca-se o poço situado no bairro do Bonfim 1 (BONF), que apresentou contagens acima dos limites estabelecidos pela Portaria de Consolidação Nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, para bactérias heterotróficas em um dos meses, sem subsequente confirmação da presença de bactérias patogênicas. Esses resultados corroboram a hipótese inicial da pesquisa, indicando que esses aquíferos são suscetíveis a processos de contaminação devido à sua formação geológica, estando mais superficialmente inseridos no perfil estratigráfico.

Os resultados revelaram que a qualidade bacteriana da água subterrânea foi influenciada, predominantemente, pela profundidade do lençol freático e pela utilização do solo. Poços de menor profundidade, cujas águas estão mais próximas da superfície, apresentaram níveis mais elevados de bactérias heterotróficas e coliformes totais. Ressalta-se que todos os poços analisados estão situados na área urbana do município, não excluindo a possibilidade de contaminação em poços da área rural devido à presença de agentes externos.

A eficácia do clorador como medida mitigadora demonstrou-se ineficaz no tratamento com coleta direta. Esta ineficácia pode ser atribuída ao breve período de contato entre a água das amostras e a pastilha de cloro contida no clorador durante as coletas. Entretanto, é crucial conduzir novas análises, empregando outras metodologias de coleta/tratamento, a fim de validar ou refutar sua eficácia.

No que concerne aos resultados da análise de fitoplâncton, as concentrações reduzidas sugerem um equilíbrio ambiental. Contudo, uma avaliação holística torna-se imprescindível, considerando uma gama de fatores, como biodiversidade, qualidade da água, estrutura trófica e outros componentes do ecossistema. Embora as baixas concentrações de fitoplâncton possam indicar equilíbrio em determinados contextos, análises mais aprofundadas são necessárias para uma compreensão completa das condições e da saúde do ecossistema.

Diante desse cenário, torna-se premente a necessidade de um monitoramento contínuo, estudos mais aprofundados e a implementação de medidas de descontaminação nos aquíferos superficiais em Igarassu. Essa demanda ganha relevância especial diante do aumento notório na utilização desses poços como fonte de água, sobretudo em comunidades do município e da Região Metropolitana do Recife, devido ao custo mais acessível de perfuração desses poços em comparação com os poços em aquíferos profundos (acima dos 30 metros).

Além disso, destaca-se a pertinência de promover mais estudos sobre aquíferos superficiais em Igarassu, visando fornecer subsídios substanciais para o desenvolvimento de futuras políticas públicas voltadas para a preservação da saúde da população local.

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