NUTRIÇÃO E TRATAMENTO DA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS

NUTRITION AND TREATMENT OF POLYCYSTIC OVARY SYNDROME

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202510291155


Anna Rute dos Santos Cruz¹
Ana Paula Paiva Ló¹
Prisciana Gonçalves de Sá Frutuoso¹
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas²
David Silva dos Reis³


RESUMO 

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição endócrino-metabólica multifatorial, que afeta uma  parcela significativa de mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizada por desequilíbrios hormonais, como  hiperandrogenismo e resistência à insulina, além de manifestações clínicas variadas, incluindo infertilidade e um  elevado risco de comorbidades metabólicas e cardiovasculares. O objetivo geral deste estudo foi analisar a  associação entre intervenções nutricionais e as principais vias de tratamento da SOP, visando estabelecer uma  abordagem integrada e eficaz para o manejo da condição, incluindo a avaliação do impacto de diferentes padrões  alimentares, a relação entre composição corporal e perda de peso, e a modulação da microbiota intestinal. Os  resultados revelaram que a resistência à insulina é um fator central na fisiopatologia da SOP, e que intervenções  nutricionais são pilares fundamentais no seu tratamento. Padrões alimentares como dietas de baixo índice  glicêmico, cetogênicas e mediterrâneas demonstraram eficácia na melhoria da sensibilidade à insulina, no controle  do peso corporal e na redução da inflamação. A suplementação com inositol, ômega-3, vitamina D e N acetilcisteína também se destacou como um adjunto promissor. A discussão reforça que a gestão da SOP exige  uma abordagem terapêutica individualizada e multiprofissional. Conclui-se que as intervenções nutricionais e de  estilo de vida são essenciais para o controle dos sintomas, a prevenção de comorbidades a longo prazo e a melhoria  da qualidade de vida das mulheres com SOP. 

Palavras-chave: Síndrome dos Ovários Policísticos; Resistência à Insulina; Nutrição; Intervenção Dietética;  Suplementação. 

ABSTRACT 

Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) is a multifactorial endocrine-metabolic condition with a high prevalence (6- 16% of women of reproductive age), characterized by hormonal imbalances such as hyperandrogenism and insulin  resistance, as well as various clinical manifestations including infertility and an elevated risk of metabolic and  cardiovascular comorbidities. Recognized as a metabolic syndrome, PCOS is intrinsically linked to conditions like  insulin resistance, visceral obesity, dyslipidemia, and an increased risk of cardiovascular diseases and type 2  diabetes. Hyperinsulinemia and hyperandrogenism are identified as central axes in its pathophysiology,  intensifying hormonal and metabolic alterations. This study aimed to analyze the association between nutritional  interventions and the main treatment pathways for PCOS, seeking to establish an integrated and effective  management approach, including the evaluation of different dietary patterns, the relationship between body  composition and weight loss, and the modulation of gut microbiota. Results indicated that insulin resistance is a  central factor in PCOS pathophysiology, and nutritional interventions are fundamental pillars in its treatment.  Dietary patterns such as low glycemic index, ketogenic, and Mediterranean diets showed effectiveness in  improving insulin sensitivity, body weight control, and reducing inflammation. Supplementation with inositol,  omega-3, vitamin D, and N-acetylcysteine also emerged as a promising adjunct. The discussion reinforces that  PCOS management requires an individualized and multidisciplinary therapeutic approach. It is concluded that  nutritional and lifestyle interventions are essential for symptom control, prevention of long-term comorbidities,  and improvement of the quality of life for women with PCOS. 

Keyword: Polycystic Ovary Syndrome; Insulin Resistance; Nutrition; Dietary Intervention; Supplements

1. INTRODUÇÃO 

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) configura-se como uma desordem endócrino metabólica de alta prevalência, afetando entre 6% e 20% das mulheres em idade reprodutiva impactando significativamente a saúde, e é reconhecida como uma das principais causas de  infertilidade feminina em todo o mundo. Essa condição complexa causa uma série de  manifestações sistêmicas e inter-relacionadas, incluindo hiperandrogenismo, resistência  insulínica, disfunção ovariana, irregularidades menstruais, hiperinsulinemia, síndrome  metabólica, sobrepeso, obesidade, alteração no lipídio, doenças cardiovasculares, diabetes,  dislipidemia e esteatose hepática, entre outros, que culminam em hirsutismo, alopecia,  anovulação e, em muitos casos, infertilidade (Macut et al., 2017; Escobar-Morreale, 2018). 

O diagnóstico da SOP é determinado após confirmação de exames laboratoriais e  clínicos, que evidenciam a alteração na produção dos hormônios androgênicos, resultando em  manifestações como hirsutismo, alopecia, anovulação e infertilidade. No entanto, a  complexidade da SOP reside em sua etiologia multifatorial, que envolve predisposição  genética, fatores ambientais e, principalmente, hábitos alimentares (Dokras et al., 2017). 

A modificação do estilo de vida, com ênfase na nutrição, assume um papel primordial  no manejo da SOP, sendo o nutricionista um profissional indispensável, capacitado para  promover a educação alimentar e orientar a paciente na busca pelo equilíbrio ideal de macronutrientes, de forma individualizada e alinhada às suas necessidades específicas (Zhang et al., 2023). 

A literatura científica tem demonstrado que diferentes padrões alimentares como a  dieta mediterrânea, a dieta low-carb e a dieta anti-inflamatória, bem como a modulação da  microbiota intestinal, podem exercer um impacto significativo na eficácia dos tratamentos da  SOP. Todavia, para otimizar as abordagens terapêuticas, torna-se essencial aprofundar a análise  da associação entre intervenções nutricionais específicas e as principais vias fisiopatológicas  da síndrome, como a resistência à insulina, o hiperandrogenismo e a disfunção ovariana. 

Assim, este projeto de TCC se justifica pela necessidade de aprofundar a análise da  associação entre intervenções nutricionais e as principais vias de tratamento da SOP. Ao  investigar o impacto de diferentes padrões alimentares, a relação entre composição corporal e  resposta aos tratamentos, almejamos contribuir para o desenvolvimento de abordagens  terapêuticas mais integradas, eficazes e personalizadas, que visem não apenas o controle dos  sintomas, mas também a prevenção de comorbidades e a promoção da qualidade de vida das  mulheres que convivem com a SOP. Os resultados deste estudo oferecerão subsídios valiosos para a prática clínica do nutricionista, auxiliando na elaboração de planos alimentares mais  assertivos e no acompanhamento individualizado das pacientes com SOP. O objetivo desta  pesquisa é analisar a associação entre intervenções nutricionais e as vias de tratamento da  Síndrome do Ovário Policístico.  

2. METODOLOGIA 

2.1 Tipo de estudo 

Este trabalho constituiu-se como uma bibliográfica do tipo exploratória e descritiva.  A abordagem exploratória permitiu um maior aprofundamento acerca do tema, visando,  conforme Chehuen Neto (2022, p. 81), “proporcionar maior familiaridade com um problema,  na premissa de torná-lo explícito ou construir novas hipóteses.” Enquanto a abordagem  descritiva, segundo o autor, possibilitou a caracterização e análise das informações coletadas,  buscando “descrever as características de determinada população/fenômeno ou estabelecer  relações entre variáveis” para “aumentar os conhecimentos sobre as características e magnitude  de um problema, obtendo desta maneira uma visão mais completa.” Dessa forma, foi essencial  investigar abordagens terapêuticas integradas, com ênfase em estratégias nutricionais que  possam melhorar a qualidade de vida das pacientes (Moraes et al., 2020). 

2.2 Coleta de dados 

A coleta de dados ocorreu por meio das seguintes bases de dados: SciELO, PubMed e  Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os seguintes descritores: “Síndrome dos  Ovários Policísticos”, “Nutrição”, “Suplementação”, “intervenções dietéticas”. Foram  selecionados artigos publicados entre os anos de 2015 e 2025, priorizando estudos com maior  relevância científica, revisões sistemáticas, ensaios clínicos e diretrizes nutricionais. Os  critérios de inclusão contemplaram estudos que abordava a SOP sob a perspectiva nutricional,  com foco em intervenções dietéticas, perda de peso, suplementos alimentares e estilo de vida. Excluíram-se trabalhos duplicados, desatualizados, com metodologia inadequada ou que não  apresentassem relação direta com o tema proposto.

2.3 Análise de dados 

Após a seleção dos materiais, os dados foram organizados de forma temática e  analisados qualitativamente. As principais categorias de análise incluíram: impacto da dieta de  baixo índice glicêmico na resistência à insulina, papel da suplementação (como inositol,  vitamina D e ômega-3), importância da alimentação equilibrada e efeitos da perda de peso na  regulação dos ciclos menstruais e ovulação (Rocha et al., 2019; Lara et al., 2017). A análise  dos dados foi realizada de maneira interpretativa, com base na literatura revisada e nos  conceitos da nutrição clínica funcional. 

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO  

3.1 Intervenções Dietéticas  

Para fornecer uma base sólida às discussões sobre as intervenções nutricionais e as  principais vias de tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), a Tabela 1 sumariza  os estudos mais relevantes utilizados nesta pesquisa. Esta tabela detalha o autor e ano, o tipo de  estudo, a população ou condição investigada, as intervenções específicas analisadas e os  resultados mais relevantes obtidos, servindo como um panorama dos avanços científicos que  sustentam as análises subsequentes.

Tabela 1 – Parâmetros utilizados nas intervenções terapêuticas para a SOP

Fonte: autoria própria (2025).

Conforme apresentado na Tabela 1, a literatura revisada demonstra a diversidade de  abordagens terapêuticas para a SOP, abrangendo desde intervenções medicamentosas e  dietéticas até a suplementação e a atividade física. Os resultados destacados indicam melhorias  significativas na fisiopatologia da síndrome, incluindo sensibilidade à insulina, controle de peso  e modulação hormonal.  

A revisão da literatura demonstrou que diversos padrões alimentares exercem impacto  significativo na fisiopatologia e nos sintomas da Síndrome do Ovário Policístico (SOP), com  diferentes mecanismos de ação e níveis de evidência. As intervenções nutricionais mais  frequentemente estudadas incluem as dietas de baixo carboidrato (como a cetogênica), a dieta mediterrânea e abordagens com foco no índice glicêmico e na resposta inflamatória. A nutrição,  como ressaltam Rocha et al. (2019) e Santos et al., (2019), desempenha um papel primordial  no controle e/ou redução do peso corporal e no direcionamento do paciente em caso de risco  cardiovascular e resistência à insulina (Gonçalves et al., 2018). 

As dietas de baixo carboidrato, notadamente a cetogênica, apresentam evidências  consistentes de eficácia na redução de peso e melhora da sensibilidade à insulina em mulheres  com SOP. Estudos indicam que a indução do estado de cetose favorece a perda de massa gorda,  enquanto contribui para a manutenção ou aumento da massa magra, especialmente quando  associada à prática de exercícios físicos, promovendo benefícios metabólicos significativos  (Ashtary et al., 2022).  

Essas abordagens levam à redução dos níveis de insulina circulante e,  consequentemente, à melhora da resistência insulínica, o que se traduz em diminuição da  produção ovariana de andrógenos e melhora de sintomas clínicos como hirsutismo e  irregularidade menstrual (Parzianello et al., 2023). A compreensão de como a insulina facilita  a captação e o metabolismo da glicose pelas células, através de vias de sinalização como a PI3K  e a translocação do GLUT4, é fundamental para entender essa melhora (Lee et al., 2021). 

Além disso, a composição proteica adequada, quando integrada a exercícios físicos, é  essencial para a preservação da massa magra e otimização dos resultados metabólicos  observados com essas dietas (Burd et al., 2019). 

Contudo, a discussão sobre essas dietas também revela desafios. Embora intervenções  de curta duração tenham demonstrado melhorias no peso corporal e nos níveis hormonais – evidenciando que abordagens restritivas podem ser efetivas (Cincione et al., 2023) – a adesão  em longo prazo pode ser limitada, e os potenciais efeitos adversos devem ser monitorados  (Paoletti et al., 2020). A ingestão excessiva de ácidos graxos saturados, frequentemente  associada a algumas variações dessas dietas, eleva os riscos de resistência à insulina,  hiperinsulinemia e outras comorbidades (Bril, 2023), o que demanda cautela. Protocolos com  controle moderado de carboidratos, como a “portfolio diet”, também demonstraram efeitos  positivos sobre índices antropométricos e parâmetros metabólicos, embora os efeitos hormonais  variem conforme o tipo de intervenção (Sharifi et al., 2024). 

A dieta mediterrânea emerge como um padrão alimentar de destaque devido ao seu  perfil anti-inflamatório e aos múltiplos benefícios metabólicos. Caracterizada pelo consumo  elevado de vegetais, frutas, leguminosas, oleaginosas, azeite de oliva e peixes, essa dieta  contribui para a melhora do perfil lipídico e glicêmico, além de reduzir o estresse oxidativo  (Barrea et al., 2019). Os efeitos anti-inflamatórios observados neste padrão alimentar são particularmente relevantes para a SOP, considerando o componente inflamatório da síndrome.  A importância das gorduras insaturadas, especialmente os ácidos graxos ômega-3, é reforçada  por suas propriedades anti-inflamatórias e sua capacidade de melhorar o perfil lipídico, a  sensibilidade à insulina e a saúde cardiovascular (Wanderley et al., 2018; Gomes et al., 2020). 

Estudos como os de Cincione et al. (2023) sugerem que abordagens hipocalóricas baseadas nos  princípios da dieta mediterrânea podem ser comparáveis às dietas cetogênicas em termos de  melhorias no peso e nos níveis hormonais em curtos períodos. 

A discussão sobre o caráter anti-inflamatório das dietas abrange também a modulação  da composição de macronutrientes. A redução moderada de carboidratos pode diminuir os  níveis de insulina basal e testosterona, favorecendo a perda de gordura abdominal. A obesidade  visceral, frequentemente correlacionada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares e  intensificação da atividade pró-inflamatória, é um fator crucial na fisiopatologia da síndrome  metabólica (Krentowska et al., 2021). No entanto, restrições severas podem comprometer a  adesão (Benrick et al., 2020; Colonetti et al., 2025). Tais achados reforçam a ideia de que a  otimização da composição nutricional pode influenciar positivamente a resposta inflamatória e  metabólica na SOP. 

A dieta de baixo índice glicêmico (IG) constitui-se em uma estratégia centrada na  promoção da liberação lenta de glicose, resultando na redução de picos de insulina e  contribuindo para a regularização menstrual. Mulheres com SOP que aderem a esse padrão  alimentar tendem a apresentar maior sensibilidade insulínica e maior probabilidade de ovulação  espontânea (Li et al., 2019). Esta abordagem harmoniza-se com o manejo da resistência à  insulina, um fator fisiopatológico central na SOP (Marchesan, Ramos e Spritzer, 2021; Cassar,  2016). O controle do aumento de peso e da gordura visceral, que contribuem para a resistência  à insulina (Reid et al., 2017; Deswal, 2018) é primordial, e o equilíbrio na ingestão de  carboidratos com baixo IG e ricos em fibras é uma estratégia recomendada (Desai et al., 2018). 

Outros padrões dietéticos também têm sido investigados. A dieta DASH (Dietary  Approaches to Stop Hypertension), tradicionalmente utilizada no manejo da hipertensão,  demonstrou impacto positivo no perfil metabólico e na regulação hormonal em mulheres com  SOP (Jahromi et al., 2020). A resistência à insulina, frequentemente associada à síndrome  metabólica, hipertensão e diabetes tipo 2 (Wanderley et al., 2018), pode ser atenuada por essas  abordagens. Similarmente, a restrição calórica intermitente apresenta evidências iniciais de  melhora da sensibilidade insulínica e redução da gordura visceral, porém, sua segurança e  eficácia a longo prazo necessitam de maior investigação (Hartman et al., 2022).

Em suma, a diversidade de padrões dietéticos revelou-se benéfica para mulheres com  SOP, mas a literatura não aponta para a existência de um modelo universalmente superior. A  discussão converge para a necessidade imperativa de individualização das estratégias  nutricionais, especialmente considerando que fatores epigenéticos e ambientais, como hábitos  alimentares e estilo de vida, influenciam a etiologia multifatorial da SOP (Spritzer et al., 2019). 

Fatores como a adesão da paciente, suas preferências alimentares e os objetivos clínicos  específicos devem guiar a escolha da intervenção. A melhora da qualidade de vida, conforme  Ee et al. (2021) sugerem, requer uma abordagem holística que inclui dieta, suplementação,  suporte contínuo, exercício, terapia e bem-estar emocional. Assim, o acompanhamento  nutricional especializado torna-se indispensável para garantir a sustentabilidade, segurança e  adesão às intervenções dietéticas a longo prazo, evitando restrições extremas e garantindo a sustentabilidade a longo prazo (Szczuko, 2016). 

3.2 Nutrição e Composição Corporal no Manejo da Síndrome dos Ovários Policísticos 

A literatura analisada ressalta a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) como uma  doença endócrino-metabólica comum em mulheres em idade fértil, afetando entre 6% e 16%  da população feminina em idade reprodutiva, conforme estimativas da Federação Brasileira das  Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Rosa e Silva, 2018; Baptista et al., 2016). A  prevalência pode variar, atingindo de 9% a 18%, dependendo dos critérios diagnósticos e da  população estudada (Oliveira, Silva e Salomon, 2021; Santos et al., 2025). 

Uma das ferramentas aplicadas para a investigação da síndrome dos ovários  policísticos é o critério de Rotterdam, que exige a presença de dois a três critérios: (1)  anovulação, (2) hiperandrogenismo e (3) ovários policísticos na ultrassonografia. A SOP é  classificada em quatro fenótipos (A, B, C e D), combinando essas características. No entanto,  fatores como variações étnicas podem influenciar os sinais clínicos, como a distribuição de  pelos, tornando essencial uma abordagem individualizada no diagnóstico (Febrasgo, 2019;  Smet, 2018). 

A presença de sobrepeso e obesidade é frequentemente identificada nas manifestações  da SOP, embora a obesidade não seja um critério diagnóstico primário. Contudo, a obesidade  visceral está fortemente correlacionada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares,  atuando como um fator crucial na fisiopatologia da síndrome metabólica (Krentowska et al.,  2021). 

O tecido adipocitário, além de armazenar energia, secreta hormônios e citocinas  inflamatórias, como interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α), que em níveis  elevados contribuem para um estado pró-inflamatório e aumentam a proteína C reativa  (Oliveira, Silva e Salomon, 2021). Essa intensificação da atividade pró-inflamatória,  juntamente com a produção desregulada de adipocinas e a promoção da resistência à insulina,  favorece o desenvolvimento de complicações metabólicas e cardiovasculares, incluindo  dislipidemia, hipertensão e intolerância à glicose (Krentowska et al., 2021). O  hiperandrogenismo pode agravar esses distúrbios, potencializando os efeitos deletérios da  obesidade visceral (Krentowska et al., 2021). 

A hiperinsulinemia destaca-se como um marcador importante das doenças metabólicas  e um elemento determinante na patogênese da SOP (Oliveira, Silva e Salomon, 2021). Mulheres  com SOP apresentam alto risco de comorbidades metabólicas e doenças cardiovasculares a  longo prazo, com dislipidemia afetando até 70% das portadoras (PROTOCOLO CLÍNICO E  DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DAS SÍNDROMES DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS). A  resistência à insulina, presente em até 90% das mulheres com SOP (Barber et al., 2015), é um  dos principais fatores para o desenvolvimento da síndrome metabólica, levando a hipertensão,  dislipidemia e diabetes tipo 2 (Andrade et al., 2016). A patologia da SOP inicia-se com a  alteração da insulina, que atua diretamente na produção de hormônios luteinizantes (LH) e,  consequentemente, de andrógenos (Antunes e Bazzote, 2015; Filippou, 2017). 

A modificação do estilo de vida, que inclui intervenções nutricionais e a prática regular  de atividade física, é considerada primordial no manejo da SOP. A nutrição desempenha um  papel fundamental no controle e/ou redução do peso corporal (Rocha et al., 2019). A atividade  física, por sua vez, contribui não apenas para a redução do peso corporal, mas também para a  diminuição da resistência à insulina e do hiperinsulinismo (Oliveira, Silva e Salomon, 2021).  A orientação nutricional individualizada, em conjunto com o exercício físico, mostra-se uma  estratégia eficaz no tratamento prolongado dos sintomas da SOP, resultando na diminuição da  inflamação causada pelo acúmulo de gordura abdominal e na redução do nível de insulina basal,  o que se traduz em melhora da qualidade de vida (Behboudi-G et al., 2016). 

A redução do peso corporal está diretamente relacionada à diminuição dos processos  inflamatórios. Essa redução em mulheres com SOP melhora a sensibilidade à insulina, visto  que há uma ligação direta entre o acúmulo de gordura abdominal e o nível de insulina basal  (Oliveira, Silva e Salomon, 2021). Além disso, a perda de peso, mesmo que moderada, induzida  por intervenções nutricionais, resulta em melhorias significativas nos parâmetros hormonais,  na sensibilidade à insulina e na regularização menstrual. Dietas hipocalóricas, com baixo índice glicêmico e ricas em fibras, e a suplementação, trazem melhora do estado nutricional em relação  ao colesterol LDL, diabetes e obesidade (Alves et al., 2025). O controle do aumento de peso,  da gordura visceral e da resistência à insulina é alcançado pelo equilíbrio na ingestão de  carboidratos com baixo índice glicêmico e carboidratos complexos ricos em fibras (Ramos et  al., 2018). 

Micronutrientes também desempenham um papel importante. O zinco, por exemplo,  atua no processo metabólico de macronutrientes e possui ação antioxidante, sendo essencial  para a integridade, síntese, armazenamento, secreção e ação da insulina (Vieira et al., 2024).  Ele estimula o receptor de insulina, ajudando a diminuir estrogênio e andrógenos (Ramos et al.,  2018). Similarmente, a vitamina D é fundamental para ajustar os níveis de cálcio e é vital para  as ações mediadas pela insulina, com sua deficiência podendo enfraquecer o sistema  imunológico e intensificar a inflamação relacionada à insulina (Maktabi et al., 2017). O ômega 3, por sua vez, demonstrou resultados positivos na resistência à insulina (Silva et al., 2019).

A complexidade da SOP demanda uma abordagem multifacetada, abrangendo  prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento a longo prazo (Santos et al.,  2025). Sintomas como disfunção ovulatória, hiperandrogenismo, amenorreia, hirsutismo e  complicações metabólicas (obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e doenças  cardiovasculares) afetam negativamente a fertilidade e a saúde mental das mulheres (Oliveira,  Silva e Salomon, 2021; Santos et al., 2025). A apresentação clínica da SOP varia em gravidade,  comprometendo não apenas o sistema orgânico, mas também o funcional, com repercussões  nas interações sociais e na autoestima, afetando diversas áreas da vida da paciente (Ramalho et  al., 2025). 

A associação entre a composição corporal e a resposta aos tratamentos na SOP é  inegável, com a literatura convergindo para a centralidade da perda de peso e da gestão do estilo  de vida. A alta prevalência de obesidade entre mulheres com SOP, que pode atingir cerca de  50%, não apenas agrava os desfechos metabólicos e reprodutivos, mas também intensifica a  redução da sensibilidade à insulina (Ramalho et al., 2025), tornando a abordagem do peso  corporal um pilar fundamental no tratamento. 

A magnitude do impacto da perda de peso é significativa. A redução da gordura  corporal, particularmente a visceral, atua diretamente na diminuição do estado pró-inflamatório  característico da SOP, reduzindo as citocinas inflamatórias (IL-6, TNF-α) e a proteína C reativa.  Essa melhora do perfil inflamatório, em conjunto com a redução dos níveis de insulina basal,  otimiza a sensibilidade à insulina e atenua o hiperandrogenismo, contribuindo para a  regularização dos ciclos menstruais e a melhora da fertilidade. O direcionamento do paciente em caso de risco cardiovascular e resistência à insulina é significativamente aprimorado com  uma nutrição adequada para acompanhar a composição visceral (Kim et al., 2018; Vieira et al.,  2024). 

A discussão sobre a qualidade da perda de peso revela que não se trata apenas de reduzir  o número na balança, mas de promover uma mudança na composição corporal que beneficie o  metabolismo. O foco na redução da gordura abdominal e na melhora da sensibilidade insulínica,  em vez de apenas no peso total, é vital para reverter a cascata de disfunções metabólicas e  hormonais na SOP. A literatura sugere que “excesso de peso não indica a presença de SOP”, e  que o principal fator é a resistência à insulina (Vieira et al., 2024), o que reforça a ideia de que  a perda de peso é um meio para alcançar a saúde metabólica. 

No entanto, existem desafios notáveis na promoção da perda de peso em mulheres com  SOP. Fatores como comportamentos alimentares desordenados e o consumo excessivo de  produtos açucarados são obstáculos frequentes (Alves et al., 2025). A complexidade da  condição, influenciada por fatores genéticos, epigenéticos e ambientais (Spritzer et al., 2019),  exige uma abordagem individualizada e multidisciplinar. Para mulheres com Índice de Massa  Corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m², a abordagem terapêutica torna-se complexa,  exigindo a colaboração de ginecologistas, endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos para  uma compreensão abrangente e um suporte adequado (Ramalho et al., 2025). 

A conexão com os padrões alimentares discutidos na seção anterior é evidente: as dietas  de baixo índice glicêmico, ricas em fibras e equilibradas em macronutrientes, são ferramentas  eficazes para o controle do peso e da gordura visceral, impactando diretamente a resistência à  insulina (Ramos et al., 2018).  

3.3 Modulação da Microbiota Intestinal e Suplementação na Síndrome dos Ovários  Policísticos 

Estudos detalhados têm revelado que a disbiose intestinal, caracterizada por um  desequilíbrio na composição e função da microbiota, está intrinsecamente ligada à SOP (Zhou,  2020). Conforme Mukherjee et al. (2023), a SOP é associada a alterações na composição da  microbiota, com diminuição da diversidade microbiana. Essa disbiose contribui para a  inflamação sistêmica, intensifica a resistência à insulina (RI) e provoca alterações no  metabolismo de andrógenos, influenciando os fenótipos da SOP através da regulação da  liberação hormonal, mediadores do eixo intestino-cérebro e síntese de metabólitos. Ravat et al.  (2024) corrobora que a desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, RI, obesidade e hiperandrogenismo, que culminam em anovulação e disfunção folicular, estão associados à  disbiose intestinal, metabólitos biliares e padrões alimentares inadequados.

A causalidade dessa relação tem sido cada vez mais estabelecida. Min et al. (2023),  através de uma meta-análise e um estudo de randomização mendeliana (RM) bidirecional,  identificaram uma relação causal entre o microbioma intestinal e a SOP. A meta-análise de 20  estudos revelou uma associação próxima entre a SOP e espécies específicas da microbiota  intestinal. No nível de gênero, Actinomyces, Streptococcus e Ruminococcaceae UCG-005 foram identificados como fatores de risco para SOP, enquanto Candidatus Soleaferrea, Dorea e Ruminococcaceae UCG-011 atuaram como fatores protetores. Esses achados são robustos,  com análises de sensibilidade indicando ausência de pleiotropia horizontal. Corroborando a  causalidade, Huang et al. (2024) demonstraram, por meio de transplante de microbiota fecal  (TMF) de pacientes com SOP para camundongos livres de germes (GF), que essa transferência  induziu distúrbios metabólicos, disfunção ovariana e um fenótipo semelhante à obesidade nos  camundongos receptores. Os camundongos transplantados com microbiota de SOP  apresentaram enriquecimento de gêneros como Phocaeicola, MediterraneibacterOscillospiraceae, Lawsonibacter e Rikenellaceae, além de maior consumo de alimentos e água,  ganho de peso mais rápido, maior acúmulo de gordura e resistência à insulina.

Um aspecto crítico da modulação da microbiota envolve os metabólitos produzidos por  esses microrganismos. Mukherjee et al. (2023) e Ravat et al. (2024) enfatizam o papel dos  ácidos biliares (BAs). Os BAs são essenciais para a regulação metabólica e são diretamente  influenciados pela microbiota intestinal, impactando o equilíbrio hormonal e a recirculação  entero-hepática de hormônios. A disbiose pode levar a alterações na produção de BAs  secundários, contribuindo para a desregulação hormonal. Além disso, os ácidos graxos de  cadeia curta (AGCC), como acetato, butirato e propionato, são metabólitos da fermentação de  fibras por bactérias intestinais. Mukherjee et al. (2023) destaca que esses AGCCs, que regulam  a imunidade intestinal e o metabolismo energético, encontram-se em níveis reduzidos em  mulheres com SOP, o que afeta a produção de hormônios intestinais como grelina e PYY, com  implicações para o eixo HPG. Outros metabólitos como ceramidas e trimetilamina N-óxido  (TMAO) também estão implicados na fisiopatologia da SOP. 

As intervenções dietéticas são estratégias primordiais para modular a microbiota  intestinal. O aumento da ingestão de fibras dietéticas é crucial. As fibras, tanto solúveis quanto  insolúveis, promovem a saúde digestiva, metabólica e cardiovascular. Em mulheres com SOP,  o aumento do consumo de fibras melhora a sensibilidade à insulina, reduz os níveis de colesterol  e triglicerídeos, controla o apetite e otimiza a saúde intestinal (Barrea et al., 2018), em grande parte pela promoção do crescimento de bactérias benéficas que produzem AGCCs.  Adicionalmente, Min et al. (2023) discutem como a dieta (por exemplo, deficiência de Vitamina  D, dietas ricas em gordura) pode influenciar a microbiota intestinal e a SOP. 

A inclusão de alimentos probióticos e suplementos prebióticos/probióticos também é  uma via promissora. Esses suplementos, que visam introduzir ou estimular microrganismos  benéficos, têm sido associados a melhorias em parâmetros hormonais e inflamatórios, além de  efeitos positivos na glicemia e perfil lipídico (Gonçalves e Pereira, 2021; Mukherjee et al.,  2023). A transplantação de microbiota fecal (TMF) também é explorada como uma terapia  emergente, demonstrando em modelos animais a capacidade de melhorar os níveis de  andrógenos, estradiol e a função ovariana (Mukherjee et al., 2023). 

Apesar do crescente corpo de evidências, ainda existem desafios. Min et al. (2023) apontam limitações em estudos de RM, como a predominância de dados GWAS de  ancestralidade europeia e a dificuldade de análise quantitativa em meta-análises devido à alta  variabilidade microbiana. Huang et al. (2024) observam que, em estudos de TMF em  camundongos GF, a transferência heterogênea de microbiota e as diferenças anatômicas entre  o intestino de camundongos e humanos são considerações importantes. Além disso, a falta de  análise de rRNA 16S em amostras de pacientes pode limitar as comparações diretas de perfis  microbianos pré e pós-transplante. 

Conclui-se que a modulação da microbiota intestinal, incluindo a compreensão do papel  dos ácidos biliares e de outros metabólitos, representa uma fronteira terapêutica vital para a  SOP. A complexidade das interações exige estudos mais aprofundados para identificar  intervenções personalizadas e eficazes para os diversos fenótipos da SOP. A integração dessa  abordagem nas estratégias nutricionais oferece uma via promissora para o manejo da SOP,  alinhando-se ao objetivo de oferecer terapias mais eficazes e individualizadas. 

Em alguns casos, a suplementação pode ser necessária para corrigir deficiências  nutricionais e melhorar os sintomas da SOP. A suplementação deve ser individualizada e  orientada por um profissional de saúde, levando em consideração as necessidades e  características de cada paciente. Alguns suplementos que podem ser considerados incluem: 

O mio-inositol e o D-quiro-inositol são isômeros do inositol que desempenham um  papel importante na sinalização da insulina e na função ovariana. A suplementação com inositol  pode melhorar a sensibilidade à insulina, a regularidade menstrual e a fertilidade em mulheres  com SOP (Unfer et al., 2017). 

A canela, especiaria derivada da casca interna da árvore Cinnamomum possui  benefícios reconhecidos, como ajudar na regulação menstrual, aliviar problemas respiratórios e digestivos, e controlar a glicose, a canela é um importante apoio para a saúde de mulheres com  síndrome dos ovários policísticos (Heshmati et al., 2021). 

Segundo Maktabi et al. (2017), a vitamina D é fundamental para ajustar os níveis de  cálcio intra e extracelular, sendo vital para as ações mediadas pela insulina, o que pode  influenciar tanto sua secreção quanto sua eficácia. É relevante mencionar que a deficiência de  vitamina D pode enfraquecer o sistema imunológico, intensificando a inflamação relacionada à  insulina (Sales, 2017). O NAC é um antioxidante que pode melhorar a fertilidade, a  sensibilidade à insulina e os níveis de andrógenos em mulheres com SOP (Devi et al., 2020).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) emerge, a partir dos resultados desta  pesquisa, como uma condição endócrino-metabólica de etiologia multifatorial e de alta  prevalência, impactando significativamente a saúde e a qualidade de vida de mulheres em idade  reprodutiva. A complexidade da SOP reside não apenas em suas manifestações clínicas — que  incluem disfunções menstruais, hiperandrogenismo (hirsutismo, acne, alopecia) e infertilidade  —, mas também em sua intrínseca correlação com riscos metabólicos e cardiovasculares, como  resistência à insulina, obesidade visceral e dislipidemia. A compreensão de que a  hiperinsulinemia e o hiperandrogenismo são eixos centrais na fisiopatologia da síndrome  reforça a necessidade de abordagens terapêuticas que transcendam o manejo sintomático. 

Observou-se que a nutrição adequada, caracterizada pela redução calórica e pelo  consumo de alimentos com baixo índice glicêmico, além da inclusão de fontes ricas em fibras,  proteínas e gorduras insaturadas (especialmente ômega-3), demonstram potencial significativo  na melhora da sensibilidade à insulina, no manejo do peso corporal e na redução dos processos  inflamatórios. Estratégias dietéticas como a dieta de baixo índice glicêmico, a dieta cetogênica  controlada e a dieta mediterrânea, embora com nuances em sua aplicação e adesão,  apresentaram resultados promissores na otimização de parâmetros metabólicos e hormonais. 

Adicionalmente, a suplementação com nutrientes como inositol, ômega-3, vitamina D  e N-acetilcisteína surge como um adjuvante valioso, capaz de complementar a dieta e o  exercício na mitigação dos sintomas e na melhoria da função ovariana e da fertilidade. 

Conclui-se, portanto, que o manejo eficaz da SOP demanda uma abordagem terapêutica  individualizada e multiprofissional. Essa estratégia deve integrar intervenções dietéticas e  modificações no estilo de vida como primeira linha de tratamento, visando não apenas o alívio  dos sintomas imediatos, mas também a prevenção das comorbidades de longo prazo e a  promoção de uma melhor qualidade de vida. A educação da paciente, o suporte contínuo e a  consideração dos aspectos psicossociais são elementos indispensáveis para garantir a adesão e  o sucesso terapêutico.

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¹Graduanda do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: annarutesantoscruz@gmail.com; paivaloanapaula09@gmail.com; pritysa@gmail.com.

²Orientadora do TCC, Doutora em Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: francisca.freitas@fametro.edu.br

³Co-orientador(a) do TCC, Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Católica de Santos. Docente do Curso  de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: david.reis@fametro.edu.br