ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA DEPRESSÃO PERINATAL  

NURSING CARE IN PERINATAL DEPRESSION 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10223289


Katkeliane Fonseca Rodrigues1, Lídia Gabriela Carlos Guerreiro1,  Lílian Caroline Marques Froz1, Nadiene Ayd Caldas1, Sebastiana do Nascimento Barbosa1, Raylane Katícia da Silva Gomes2


RESUMO 

Introdução: A depressão pós parto é uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de  esperança que acontece logo após o nascimento de um recém-nascido. A questão psicológica da  mulher que por falta de conhecimento do assunto ainda é tratado como vaidade, e não como  ansiedade ou depressão por consequência da estética do corpo, são alguns fatores que fazem com  que a gestante desenvolva o quadro depressivo. Objetivo: Dar assistência de enfermagem na  promoção saúde doença às mulheres grávidas e lactentes. Justificativa: O tema escolhido é  embasado nos dias atuais pelo fato de não ser muito visado, passando despercebido aos olhos dos  profissionais de enfermagem, amigos e familiares. Metodologia: O método utilizado foi a pesquisa  descritiva através da aplicação da escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS). Discussão:  Na assistência pré-natal cabe ao enfermeiro mostrar à população a importância do acompanhamento  da gestação na promoção da saúde, prevenção e tratamento de distúrbios, durante e após a gravidez  e, informá-la dos serviços disponíveis. Considerações Finais: Assim, o presente trabalho buscou  apresentar quais os fatores de risco estão relacionados à depressão pós-parto visando apontar  possibilidades de prevenção e tratamento para a mesma, tendo em vista a sua necessidade. 

Descritores: Depressão no pós-parto, pscicose, gestação, pré-natal 

ABSTRACT 

Introduction: Postpartum depression is a condition of deep sadness, despair and lack of hope that  occurs shortly after the birth of a newborn. The psychological issue of women, which due to lack of  knowledge on the subject is still treated as vanity, and not as anxiety or depression due to the aesthetics  of the body, are some factors that cause pregnancy to develop depressive conditions. Objective: Provide nursing assistance in promoting health and illness to pregnant women and infants.  Justification: The chosen theme is based on current times due to the fact that it is not very popular,  going unnoticed in the eyes of nursing professionals, friends and family. Methodology: The method  used was descriptive research through the application of the Edinburgh Postpartum Depression Scale  (EPDS). Discussion: In prenatal care, the nurse is responsible for showing the population the  importance of monitoring pregnancy in promoting health, preventing and treating disorders, during and  after pregnancy, and informing them of the services available. Final Considerations: Thus, the present  study sought to present which risk factors are related to postpartum depression in order to point out  possibilities of prevention and treatment for it, in view of its necessity.  

Keywords: Postpartum depression, psychosis, pregnancy, prenatal care 

INTRODUÇÃO 

A depressão pós-parto (DPP) é considerada uma doença que surge em mulheres puérperas e  trata-se de um transtorno emocional estabelecido ao período puerperal, apresentando em  muitos casos sintomas de tristeza profunda, depressão, rejeição ao bebê entre outras questões  que vão interferir diretamente no quadro de saúde da mulher e principalmente em sua  relação com o bebê (RIBEIRO et al., 2020). Caracterizada como sendo uma patologia, a  depressão vem interferir no estado biológico e psicológico da mulher. Este problema é  descrito como uma relação de saúde pública, que pode apresentar em sua causa uma diversidade  de fatores que pode causar anormalidades na saúde mental dessas mulheres durante o  período pós-parto. Os apontamentos clínicos podem surgir durante as primeiras semanas  após ocorrer o nascimento do bebê, podendo prejudicar a saúde da mãe, o  desenvolvimento e acompanhamento do bebê e a relação de interação mãe-bebê (BRAGA et  al., 2021). 

A DPP pode levar a graves prejuízos tanto em se tratando da vida materna quanto para o recém nascido. Diante desse contexto, é indispensável que a mãe receba uma assistência em  enfermagem qualificada que busque, consequentemente, a prevenção e o acompanhamento  humanizado (GONÇALVES et al., 2019). 

Os fatores de risco associados à DPP no geral são vários, porém, alguns deles são  principais e aparecem frequentemente na literatura, sendo eles: pouca idade materna, baixo  nível socioeconômico, relacionamento conjugal prejudicado, desemprego, baixa  escolaridade, história de doença psiquiátrica, gravidez não planejada, tristeza pós  parto, ser mãe solteira, complicações na gestação, trabalho de parto, parto e pós-parto,  sendo a falta de apoio social o mais importante fator de risco no puerpério. 

Este caso atinge de 10% a 25% de mulheres, na pandemia cerca de 40% de mulheres foram  acometidas com o baby blues que pode passar despercebida durante a consulta do pré-natal pois  se assemelha à Depressão no Pós-Parto (DP), pois tem a preocupação excessiva com o bebê,  ansiedade, choro sem motivo, insônia, e dificuldade de concentração. 

De acordo com Arrais (2018) a DPP é um transtorno mental que pode levar a graves  consequências, tanto nas mulheres, quanto nos bebês e pessoas de convívio próximo. Há  também sintomas como alteração no sono, irritabilidade, crise de choro, falta de concentração e  energia, fadiga e desinteresse em atividades que antes gostava de fazer. Podem ocorrer também  pensamentos de suicídio e culpa que podem começar desde as primeiras semanas após o  parto, como também pode acontecer a qualquer momento do primeiro ano de vida da criança. 

Existe uma grande precariedade de informações adequadas e a permanência de preconceitos  refletidos na sociedade sobre a DPP, sendo necessário a Disponibilização de maiores  esclarecimentos sobre a doença, pois a que a maioria das mulheres acometidas pela doença, não  procuram o serviço de saúde, muitas vezes pela falta de conhecimento dos sintomas e o medo  do preconceito 

Assim como os demais autores já citados, Valença e Germano (2020) ressaltam que é preciso  reconhecer que a maternidade traz consigo uma carga que muitas vezes a própria mulher não  consegue suportar, a gestação por si só, já é um fator desencadeante, existindo ainda uma  combinação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais. A gravidez será o momento  em que a mulher vai está mais susceptível a desenvolver inicialmente o sentimento de  culpa e com grandes probabilidades de desenvolver a Depressão Pós-Parto. Principalmente  quando a mulher não se sente acolhida pela família, interferindo na Saúde Mental materna. 

OBJETIVO 

Dar assistência de enfermagem na promoção saúde doença às mulheres grávidas e lactentes,  identificar o papel do enfermeiro durante período gestacional para a prevenção da DPP.,  mencionar os fatores que ocasionam à depressão pós-parto. 

JUSTIFICATIVA 

O tema escolhido é embasado nos dias atuais pelo fato de não ser muito visado, passando  despercebido aos olhos dos profissionais de enfermagem, amigos e familiares. A questão  psicológica da mulher que por falta de conhecimento do assunto ainda é tratado como  sentimentalismo, e não como ansiedade ou depressão por consequência da estética do corpo:  (estrias, amamentação, flacidez, gravidez conturbada, são alguns fatores que fazem com que a  gesta desenvolva o quadro depressivo. 

O enfermeiro ou qualquer profissional da saúde não pode confundir jamais o diagnóstico de  ambas, e deve ter capacidade para tal, o assunto que será abordado é um caso de saúde pública  pois quando não percebido pode causar danos reversíveis e irreversíveis tanto para mãe quanto  para o bebê (morte). 

Existe uma grande precariedade de informações adequadas e a permanência de preconceitos  refletidos na sociedade sobre a DPP, sendo necessário a disponibilização de maiores esclarecimentos sobre a doença, pois a que a maioria das não procuram o serviço de saúde, muitas vezes pela falta de conhecimento dos sintomas e o medo  do preconceito. A presença da DPP pode trazer aspectos negativos para o desenvolvimento da criança, pois a criação de vínculo entre mãe e bebê poderá ser rompida pelos sentimentos da  mãe, tornando o desenvolvimento da criança preocupante. 

TRISTEZA MATERNA 

O que diferencia a DPP da “tristeza materna” (baby blues) é a gravidade do quadro e o que ele  tem de incapacidade, no caso da DPP, afetando a funcionalidade da mãe e colocando em perigo  seu bem-estar e o do bebê. O quadro da “tristeza materna” é passageiro e é caracterizado por  hiperemotividade, estado de fragilidade, sentimentos de falta de confiança e de incapacidade  para cuidar do bebê. Atinge em torno de 60% e 80% das puérperas entre o terceiro e o quinto  dia após o parto, podendo a mulher voltar ao seu estado normal, por volta do primeiro mês.  Porém, considera-se que possa haver um índice até maior de acometimento pois, percebe-se que  devido o grande preconceito exposto pela sociedade, muitas vezes não há procura por  ajuda/acompanhamento por parte das mulheres (IACONELLI, 2005, SCHWENGBER;  PICCININI, 2003 citados por SANTOS; SERRALHA, 2015). 

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA NA DEPRESSÃO PÓS PARTO

Percebe-se que a gestação é a fase em que a mulher passa por transições, como, as alterações  hormonais devido ao desenvolvimento do feto, acarretando efeitos físicos e psíquicos. Passam  por sentimentos distintos de forma intensa e significativa, podendo assim, possibilitar  amadurecimento, mudança de pensamento e personalidade. Certifica-se que esse processo não  se encerra com o nascimento da criança, mas se prolonga até o período do pós-parto,  denominado de puerpério (SILVA et al., 2019). O puerpério é definido como uma etapa ativa  do período gestacional em que as mudanças ocorridas no organismo materno de origem  hormonal, psíquica e metabólica retornam às condições pré-gestacional. Essa fase se inicia na  saída da placenta durante o parto, com duração incerta, e pode ser conhecida em três etapas:  puerpério imediato, que compreende do 1º ao 10º dia após o parto; tardio, do 11º ao 45º dia e  remoto, que vai além do 45º dia. Define-se tais etapas por período de modificação hormonal e  psicológica, fazendo dessa forma, com que a puérpera necessite de suporte familiar e  profissional para superar seus novos desafios, podendo, assim, surgir ocorrências adversas,  dentre elas três podem ser enfatizados, como: a melancolia da maternidade (baby blues), psicose  puerperal e depressão pós-parto (DPP). O baby blues refere-se a uma etapa de reconhecimento  recíproco entre a mãe e o bebê. É o tempo necessário para a mãe compreender que o bebê é um  ser desprendido dela, representando o fim da gravidez psíquica (BENETTI et al., 2008). A DPP  é apresentada logo após o baby blues, caracterizado como um transtorno emocional, humoral e reativo, que surge no período pós-parto com alta predominação, sendo possível início dos  sintomas desde a gestação. Estima-se uma ocorrência em torno de 10% a 15% das mulheres.  Supõe-se que pelo menos 20% das mulheres, por algum momento da vida, apresentam  depressão, e isso, ocasiona danos à saúde da mulher e, por consequência, de seus familiares e  pessoas de seu convívio. Estudos mostram que ter tido depressão ao longo da vida, a presença  de estresse, ansiedade e depressão durante a gestação, baixo suporte familiar e social, falta de  apoio do companheiro e falta de apoio social durante o puerpério, são fatores 16 que aumentam  ainda mais a probabilidade de desenvolver a DPP (ARRAIS et al., 2017). Esse quadro afeta  tanto a saúde da mãe quanto no desenvolvimento do seu filho. A manifestação desse quadro  ocorre, a partir das primeiras quatros semanas do período pós-parto, manifestando sintomas que  se assemelham aos de um quadro depressivo, sendo eles: irritabilidade, choro frequente,  desânimo persistente, sentimento de culpa, alterações no sono, temor de machucar o filho,  diminuição de apetite, desinteresse sexual, sensação de ser incapaz de lidar com novas  situações, diminuição do nível de funcionamento mental e presença de ideias obsessivas ou  supervalorizada (VALENÇA et al., 2010). Ainda de acordo com os autores Valença e Germano  (2010), os profissionais de enfermagem comprometidos na assistência obstétrica ao serem aptos  para identificar que as características socioeconômicas e culturais das sociedades levam ao  desenvolvimento e nos cuidados do período gestacional, do parto e pós-parto, visando  contemplar uma visão holística, o pré-natal tem como objetivo identificar de forma adequada e  precoce as mulheres que têm mais chance de apresentar uma evolução não favorável,  atendendo-as desde o início de sua gestação. Entende-se que o pré-natal é uma considerável  ferramenta utilizada pelo enfermeiro para a detecção precoce da DPP, oferecendo a  oportunidade de atuar na melhoria psicossocial da paciente, prevenindo complicações no parto,  depressão gestacional ou no período pós-parto e sequelas para o futuro do bebê. Logo torna-se,  relevante que, durante esse acompanhamento, à puérpera evidencie suas queixas, temores e  ansiedades, pois será nesse momento em que o profissional de enfermagem poderá atuar para  identificar os fatores de risco, dar assistência e orientação, realizando assim, um atendimento  precoce como forma de prevenção, devendo estar atento e, se importante, comunicar a família  se algo não está bem com a gestante (SILVA et al., 2019). Além disso, é indispensável o apoio  familiar diante da mulher acometida pela DPP, pois por diversas vezes o diagnóstico é ignorado  pela própria puérpera, relacionando os sintomas ao cansaço e desgaste natural do puerpério,  acarretados pelo acúmulo de tarefas domésticas e cuidados ‘ com o bebê. A percepção dos  fatores de risco da depressão pós-parto é de total importância para o planejamento e para a 17  realização de ações preventivas como ajudar o apoio emocional da família, amigos e companheiro, acarretando segurança à puérpera (OLIVEIRA et al., 2016). Salienta-se que o  entendimento entre os profissionais de enfermagem envolvidos nesse atendimento se torna  fundamental para que a puérpera se sinta segura e confiante para demonstrar seus sentimentos.  O enfermeiro tem papel relevante diante da assistência prestada às puérperas com depressão  pós-parto, pois assistem de perto as mulheres durante o período gestacional (FERNANDES,  2013). Diante disso, a enfermagem é qualificada a elaborar estratégias a fim de garantir a essas  puérperas o apoio que precisam de forma eficiente e humanizada. O trabalho de enfermagem  vai além do cuidar físico, exige sensibilidade, capaz de proporcionar além do cuidado  necessário, o apoio emocional. A adversidade de uma atuação de enfermagem qualificada às  puérperas com transtorno mental, seja ele no pré-natal ou pós-parto, precisa ser superada. Os  profissionais de enfermagem têm muito a contribuir em diversos pontos da rede de atenção à  saúde. Sendo assim, compete ao enfermeiro aprimorar os conhecimentos específicos na área,  com o objetivo de criar estratégias e intervir de forma eficiente e humanizada, que sejam  capacitados a proporcionar um suporte fundamental às puérperas para encarar os desafios de  ser mãe diante da depressão pós-parto, além de prevenir futuros agravos para saúde física e  mental dessas mulheres (GOMES et al., 2019) 

FATORES DE RISCO NA DEPRESSÃO PERINATAL 

Os fatores de riscos são ocorrências ou situações já marcadas ao aparecimento de problemas  físicos, psicológicos e sociais, que evidenciam maior chance de surgir e maior intensidade no  período gestacional (ARRAIS et al., 2017). O período gravídico-puerperal é apontado como  alto risco para o desenvolvimento de depressão e ansiedade por efeito das transformações em  nível hormonal, físico e emocional sofrido pelas mulheres (HARTMANN et al., 2017). De  acordo com Santos e Guedes (2018), diversos fatores podem estar associados à ocorrência dos  sintomas da DPP, como idade, fatores psicológicos, baixa renda econômica, situações  estressantes durante a gestação e no pós-parto, relacionamento conjugal prejudicado, falta de  apoio familiar, gestação não planejada, estado civil, complicações durante o período gestacional  e pós-parto, grande número de filhos e gravidez indesejada. A existência de violência na  gestação, história familiar de depressão e menor escolaridade, também se mostram importantes  para a ocorrência da depressão. Esses são fatores da esfera social que possuem forte impacto  sobre a prevalência da depressão pós-parto, sendo esses fatores que ocasionam o  desenvolvimento da DPP (SOUZA et al., 2020). A gravidez não planejada e em mulheres  jovens se trata de um momento delicado que afeta significativamente no cotidiano, além do  risco de transtornos puerperais que se torna iminente devido à falta de maturidade. Essa situação implica principalmente o fato da maturidade afetiva, dos julgamentos sociais, abandono prévio  dos estudos, afastamento repentino dos amigos, abandono da vida de solteira, além da  insatisfação nos relacionamentos amorosos (MACIEL et al., 2019). Gestantes que não possuem  o apoio familiar que esperavam no momento da gestação e puerpério, indicam um risco de três  vezes maior de evoluir os sintomas depressivos, o que pode ser fundamentado pela afirmação  da influência do apoio social em manter a estabilidade psicológica (SILVA et al., 2019) 

ATUAÇÕES DO ENFERMEIRO NA DPP PERINATAL 

A atuação de enfermagem é significativamente relevante no decorrer da gestação e na fase  puerperal. Por meio do pré-natal, o enfermeiro possui contato constante com as gestantes e este  deve ter empatia para compreender, escutar e conversar com a mesma, o que possibilita  conhecer seus medos e fragilidades além de ser capaz de ajudar a encará-los (LEÔNIDAS;  CAMBOIM, 2016). Segundo Nóbrega et al. (2019), as competências do Enfermeiro são através  de ações preventivas para a saúde das gestantes e puérperas, identificação dos sinais e sintomas  iniciais da doença, investigação e direcionamento das famílias para a assistência psicológica. A  promoção da saúde mental é fundamental para as mães, crianças e suas famílias, além de  promover o fortalecimento da amamentação. Para Daandels e Mariot (2019), o pré-natal dispõe  com finalidade de assegurar o desenvolvimento da gestação, proporcionando um parto de um  bebê saudável, sem que haja impacto na saúde da mulher, com abordagem de aspectos  psicossociais, atividades preventivas e educativas. Sendo essencial o apoio pré-natal na  Atenção Básica de Saúde, visto que, o acesso a esta assistência é elementar para indicação do  prognóstico ao nascimento. Assim, sendo fundamental para um diagnóstico seguro, o  reconhecimento da instalação de sinais e sintomas, da mesma maneira a evolução da doença.  Compete a equipe de enfermagem atentar quanto às mudanças de sentimentos que decorrem  nesse período do puerpério, para que seja diagnosticada antecipadamente uma possível DPP,  para que essa mulher não volte para casa com este problema ou sem saber o que está ocorrendo  com ela mesma ‘ (PESSOA; NASCIMENTO, 2017). De acordo com Maciel (2019), os  profissionais de saúde devem realizar intervenções preventivas, educativas e terapêuticas, em  busca da melhora do grau de conhecimento da mulher desde o pré-natal. O empoderamento  antecipado nesse período pode impedir possíveis riscos e ocorrências fisiológicas e faz com que  o puerpério não seja preenchido por dúvidas e incertezas, o que diminui significativamente  fatores de riscos que levariam a problemas mais sérios em sua saúde emocional. 22 Os cuidados  de enfermagem, não devem ser pensados somente na saúde do binômio mãe-bebê, mas  pensados na saúde integral da mulher, como também o cuidado de ser prestado aos seus familiares, para que tais estejam aptos a distinguir os sinais e sintomas desse transtorno e  comunicar para equipe de saúde (FREITAS et al., 2014). O puerpério é uma fase que solicita  uma ajuda holística e humanizada, mediante a concepção de um vínculo que transmite  segurança e confiança para as puérperas, a fim de esquivar-se de desconfortos, reduzir os riscos  quando as mulheres se encontram mais fragilizadas. Para que isso possa suceder, é primordial  um olhar preciso e abrangente, tanto revertido para a promoção da saúde quanto ao processo de  saúde/doença (MACIEL et al., 2019). Para prevenir a DPP os profissionais da saúde devem  promover cuidados individualizados e flexíveis no pós-parto, fundamentados na identificação  da sintomatologia depressiva. Cabe ao profissional mostrar interesse pelo bem-estar da  paciente, o que resulta em uma comunicação efetiva. Os enfermeiros necessitam estar atentos,  e assim é necessário comunicar à família quando algo ocorre com a paciente. Destaca ainda  que, a união da equipe multiprofissional pode modificar esse momento em uma fase em que a  puérpera se sentirá confiante para exprimir seus sentimentos, sentindo-se apoiada e acolhida  (PESSOA; NASCIMENTO, 2017). 

POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO 

A depressão pós-parto é um problema de saúde pública com elevada prevalência que traz  consequências para todo seu contexto familiar. Dessa forma, o reconhecimento da depressão  pós-parto se torna essencial para que as mães deprimidas recebam o tratamento adequado  (Brum, 2017). O número de puérperas que recebem tratamento é menor que 25% e somente  50% dos casos de depressão pós-parto são diagnosticados (Ruschi et al., 2007), permanecendo  assim, pouco diagnosticada e tratada (Stewart et al., 2004; Martinez et al., 2016; Ruschi et al.,  2007). Deste modo, faz-se necessário o preparo de profissionais da área da saúde para que seja  feita a intervenção preventiva bem como o tratamento necessário. Além disso, devem envolver  a ação conjunta de uma equipe multidisciplinar compostas por diferentes profissionais da área  da saúde e saúde mental na prestação de cuidados à mulher em seu período perinatal na  prevenção e no ‘ tratamento da DPP, favorecendo uma abordagem biopsicossocial (Horowitz  & Goodman,2005) 5.  

PREVENÇÃO 

Deste modo, a medida preventiva é uma oportunidade indispensável permitindo reduzir riscos  do desenvolvimento de possíveis indícios de depressão. Programas como o pré-natal possuindo  como suporte abordagens psicológicas, podem ampliar os fatores de proteção a DPP,  contribuindo com a prevenção de possíveis sintomas depressivos (Arrais et al., 2019). Para Silva e Botti (2022), abordagens psicoterapêuticas são fundamentais na prevenção e no  tratamento da depressão pós-parto, visto que o psicólogo juntamente com a puérpera e sua  família poderá levantar novas composições a partir de sua vivência, podendo assim tornarem  possível a compreensão e o planejamento de intervenções adequadas (Cunha et al., 2020). Pôde se constatar segundo a meta-análise de Skol, Epperson e Barber (2021), que intervenções  preventivas representam redução considerável do nível de prevalência dos sintomas depressivos  no período pós-parto, apesar de tais efeitos serem mais leves quando relacionados ao tratamento  da DPP. Assim, podem aumentar a probabilidade da eficácia de intervenções preventivas  (Clatworthy, 2022). 

TRATAMENTO 

Para o tratamento da depressão pós-parto incluem opção da terapia farmacológica e  psicoterapia, e fitoterápica podendo ser utilizadas de formas conjuntas ou isoladas (Horowitz  & Goodman, 2019). O que se recomenda é que o uso de terapia farmacológica seja indicado  somente em casos de depressão mais graves, ou em casos em que a psicoterapia não esteja  promovendo resultados. Pesquisas revelam 24 que psicoterapia interpessoal, métodos cognitivo  comportamental e intervenções farmacológicas têm se mostrado mais eficientes que outras  estratégias de tratamento para a DPP (Cantilino, 2020).  

TERAPIA FARMACOLÓGICA 

No que se refere a terapia farmacológica para o tratamento da DPP, logo a primeira opção de  escolha são os ISRS (inibidores seletivos de receptação da serotonina), por apresentarem bons  resultados de êxito na melhora de sintomas depressivos e baixa toxicidade em sua composição  (Horowitz & Goodman, 2005). O uso de psicofármacos podem apresentar algumas contra indicações devido a fase de amamentação e o risco de determinadas concentrações destes  medicamentos serem detectados no leite materno (Silva e Botti, 2005). Assim, os efeitos de tais  medicamentos no bebê, podem variar conforme o tipo de fármaco ingerido e a sensibilidade  individual (Rocha, 1999). Por isso, tem sido aconselhado o uso de ISRS como a sertralina, a  paroxetina e a fluvoxamina para o tratamento da DPP, por apresentarem baixos níveis maternos  de fármacos a serem captados no bebê (Horowitz & Goodman, 2005). Vale ressaltar que a  escolha da terapia farmacológica deve ser levada em conta a história da mulher, assim como  sua resposta a tratamentos anteriores utilizado a terapia farmacológica, considerando os  riscos/benefícios de tal tratamento devido a amamentação. 

PSICOTERAPIA

Da mesma forma que a psicoterapia possui efeitos positivos no tratamento da depressão,  revisões e análises revelam que o tratamento psicológico é eficaz no tratamento na DPP  (O’Hara & McCabe, 2013). Sendo consideradas as mais eficazes para o tratamento da DPP,  abordagens psicológicas como a Terapia Cognitivo Comportamental e a Psicoterapia  Interpessoal. 4.2.2.1 TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL (TCC) A terapia  cognitivo-comportamental (TCC) tem por objetivo ajudar o paciente a desvendar seus  comportamentos e cognições disfuncionais por meio da aprendizagem e da reestruturação  cognitiva (Cavalheiro, 2018). O fundamento que 25 TCC possui em sua essência é avaliar quais  as ideias e pensamentos que a pessoa possui sobre si mesmo e que se encontra alterado,  causando comportamentos disfuncionais (Feitoza, 2010). Deste modo, no caso de mulheres  com DPP que apresentam pensamentos e emoções distorcidos em relação aos cuidados do bebê  e a sua situação atual, a terapia cognitivo comportamental busca avaliar e reorganizar estas  cognições que constituem seu comportamento (Santos, 2019). 

FITOTERÁPICOS 

Segundo Costa (2018) o enfermeiro também poderá realizar um cuidado a essas mulheres, na  prescrição de fitoterápicos que atuam no Sistema Nervoso Central, sendo o mais utilizado a  melissa officinais, consequentemente devido ao agradável gosto e elevada aceitação sensorial.  Portanto o uso da mesma tem potencialidade de melhoria nas crises de cefaleia decorrentes do  problema de insônia, frequente manifestação em indivíduos que sofrem de algum transtorno do  sistema nervoso central. Martins (2018) ainda ressalta que popularmente é conhecida como erva  dos gatos, a Valeriana (valeriana officinalis) também é um fitoterápico que atua no sistema  nervoso central de mulheres que sofrem de depressão pós-parto. 

ESCALA DE EDIMBURGO 

O instrumento mais utilizado na identificação dos sintomas depressivos é a EPDS ou Escala de  depressão pós-parto de Edimburgo (EDPE). No Brasil, a Federação Brasileira de Ginecologia  e Obstetrícia (FEBRASGO), recomenda o uso de métodos de rastreio para a DPP utilizando,  principalmente, a EDPE 11. No entanto, não há 5 obrigatoriedade do seu uso rotineiro nas  consultas, ficando a cargo do profissional de saúde a decisão de aplicar ou não os questionários.  Logo, perpetua-se o estigma das doenças psiquiátricas na gravidez e pós-parto. Aliado a isso, o  treinamento insuficiente dos profissionais nesse aspecto contribui para a pouca visibilidade do  problema com casos subnotificados no Brasil11 . A EPDS foi desenvolvida na Grã-Bretanha  (Escócia) por Cox, Holden e Sagovsky, em 1987, para fins de clínica e pesquisa e, com o passar dos anos, foi adaptada 3, 12-14 . Estudos conduziram análises fatoriais para testar sua eficiência  operacional para os objetivos de uma avaliação da DPP 15 , comprovando a significância do  mesmo com “sensibilidade e especificidade de 70 a 85%, dependendo do ponto de corte” 14 .  A versão brasileira dessa escala não alterou o contexto dos itens ingleses, ou seja, ocorreu uma  tradução das perguntas e alternativas de resposta. O objetivo da EDPE é que seja rápida, simples  e de fácil entendimento, podendo ser autoaplicada ou aplicada por terceiros (médicos ou não médicos), associado ao valor na identificação de fatores de risco para a depressão pós-parto,  afinal, o fator psicossocial é bem relevante 14, 16 . O tempo da realização é de  aproximadamente 5 minutos, sendo ela categorizada com 10 itens, divididos em fatores de  depressão e ansiedade (Tabela 1), medindo a presença e intensidade dos sintomas nos últimos  sete dias 17 . Há, ainda, diferenças relacionadas ao ponto de corte mais indicado para  identificação da DPP, podendo ser explicadas por variações metodológicas e inter-regionais 14. 

METODOLOGIA 

Segundo Fonseca (2002) citado por Gerhardt e Silveira (2009), a metodologia serve para a  organização de uma pesquisa ou estudo, onde a mesma aponta os caminhos que devem ser  percorridos durante a realização da pesquisa e os instrumentos utilizados.  

TIPO DE PESQUISA 

O método utilizado foi a pesquisa descritiva através da aplicação da escala de Depressão Pós parto de Edimburgo (EPDS) que consiste em um questionário que contém 10 perguntas onde é  respondido pela puérpera, com objetivo de identificar as mulheres que apresentaram depressão  pós-parto. Cada itens da escala corresponde a vários sintomas depressivos como: sentimento  de culpa; distúrbio de sono; baixa energia; anedonia; ideação suicida; falta de esperança;  ansiedade; infelicidade; estresse emocional e exaustão. 

A avaliação geral é feita pela soma dos pontos de cada pergunta, tendo uma pontuação de 12  ou mais que indica a probabilidade de depressão, mas não a sua gravidade. Neste contexto, na UBS foi delegado no momento da consulta de Pré-Natal e no Hospital Regional José Mendes  com puérperas.  

LOCAL DA PESQUISA 

A pesquisa foi realizada em dois lugares: Hospital Regional José Mendes e Unidade Básica de  Saúde Paulo Gomes (UBS) com gestantes e puérperas que residem no município de  Itacoatiara/Amazonas.

SUJEITO DE ESTUDO 

Executado com gestantes (UBS Paulo Gomes) e puérperas (Hospital Regional José Mendes) O instrumento para coleta de dados foi subdividido em quatro etapas: 

Primeira Etapa: O termo de consentimento assinado e carimbado pelo coordenador da  instituição foi entregue para a responsável do local de aplicação hospital regional e unidades  básicas de saúde onde foi apresentado para a enfermeira todo o processo que seria realizado no  presente momento. 

Segunda Etapa: Na abordagem foi explicado sobre a pesquisa, seguida da aplicação do  questionário para as mesmas. 

Terceira Etapa: Conferência individual de cada questionário respondido para o quantitativo  da pontuação de acordo com a referência EPDS. 

Quarta-fase: Identificar casos em nosso município, e promover a prevenção da patologia já  através do primeiro contato. 

Quinta-fase: Análise e discussão dos resultados. 

Sexta-fase: Redação da monografia ou artigo científico. 

Sétima-fase: Apresentação pública dos resultados do estudo.

Resultados Para a elaboração desta monografia foi estudado alguns artigos sobre a depressão antes da  gestação e durante a gestação e pós e seu grande impacto.

Quadro 1: Caracterização de Estudos

TITULOPAÍS/ANODESENHO DO ESTUDO E
AMOSTRA
RESULTADO
PRINCIPAIS
NÍVEL DE
EVIDÊNCIA
Intervenções do
enfermeiro na
atenção e prevenção da depressão
puerperal 11
Brasil,
2020
Revisão integrativa de literatura, amostra de 11 artigos.Evidenciou a importância da enfermagem à puérpera em sofrimento mental e métodos de identificação da DPP.V
Percepções de
puérperas acerca do
cuidado de
enfermagem
recebido no pós-
parto imediato19
Brasil,
2019
Estudo descritivo qualitativo, realizado no alojamento conjunto de CE, amostra de 25 puérpera.Observou necessidade de mudança na assistência as puérperas, devido ao baixo conhecimento científico da
enfermagem.
VI
Percepção de
enfermeiros sobre
O estudo possibilitou a análise da falta de
diagnóstico e
acompanhamento
de mulheres com
depressão pós-parto 21
Brasil, 2020Estudo descritivo qualitativo, amostra de 9 enfermeiros USF O estudo possibilitou a análise da falta de diagnóstico e acompanhamento
de mulheres com depressão pós-parto 21 Brasil, 2020 Estudo descritivo qualitativo, amostra de 9 enfermeiros USF . capacitação referente aos profissionais de enfermagem relacionado a temática, impactando e fragmentando o atendimento
VI
Screening ang
diagnosing
postpartum
depression: When
and How? 18
Brasil, 2017Revisão integrativa de literatura, amostra de 22 artigos.Observou que a escala de depressão pós-parto de Edimburgo (EPDS) foi a
ferramenta mais frequente na triagem e diagnóstico da depressão pós parto
V
Conhecimento de
profissionais da
estratégia saúde da
família sobre
depressão
pós-parto 20
Brasil, 2016Estudo descritivo qualitativo,
amostra de 62 participantes
Evidenciou a necessidade de investimentos em atividades de saúde mental na atenção básicaVI
Análise de fatores
de risco associados
a depressão pós
Brasil, 2016Revisão integrativa de literatura, amostra de 17 artigosObservou a análise da patogênese associado aos fatores biopsicossociaisV

ANÁLISE DE DADOS 

Durante o período de 01 de outubro à 31 de outubro de 2023 foram entrevistadas 60 mulheres  na faixa etária de 16 à 35 anos, durante a entrevista foi possível obter o resultado significativo,  como mostra o gráfico a seguir, durante a enquete notou-se falas com suspiro, olhar  lagrimejantes, e uma pausa reflexiva por parte da entrevistada. 

Fonte: Autor

Entrevista 1: “Esse sentimento vem do nada, ao mesmo tempo que eu estou bem falando contigo  aqui agora, daqui a pouco eu fico mal e fico pensando coisas ruins, depois volto ao normal”

Entrevistada 2: “as vezes fico mais triste do que alegre, tem dias que nem levantar da cama  consigo, sem disposição para nada” 

Entrevistada 3: “é difícil, mas penso muito, vai passar” 

Essa ambiguidade identificada nas falas está de acordo com o Giaretta e Fagundez (2019), os  quais refere que o período puerperal pode ser caracterizado por uma mistura de sentimentos  ambíguos, por exemplo, ao mesmo tempo, que a mulher refere estar feliz, a mesma poderá  apresentar-se deprimida, demonstrando um conjunto de pensamentos diferenciados nesse  momento. 

DISCUSSÃO 

A depressão pós-parto (DPP) é uma doença mental grave que vem sendo associado à  maternidade causando inúmeras consequência para a mãe e o filho. Escolhemos esse tema por  ter grande quantitativo de depressão na nossa população em geral, segundo nossa pesquisa de  campo, a finalidade sobre esse nosso trabalho foi evitar precocemente, tratar casos já  evidências, e evitar casos futuros, conscientizando nossos profissionais que atuam na linha de  frente em nossa cidade com o objetivo de haver educação em saúde sobre essa importante  temática. 

Em nosso estudo a alta prevalência de sintomas de DPP gerou preocupação, pois a presença  de sintomas depressivos pós-parto e no período gestacional principalmente nos terceiros a  quinto primeiros meses, pois nesse período as mães com sintomas de DPP apresentam  dificuldade para desempenhar outras funções ao longo da gestação, muitas que são mãe solo  sentem culpa, tristeza por não estarem com seus parceiros naquele momento importante para  elas. 

MLC Santos, JF Reis, RP Silva, DF Santos (2022) afirma que depressão é um transtorno  mental frequente, que acomete cerca de 300 milhões de pessoas. Corresponde a uma das  principais causas de incapacidade em todo o mundo. Caracteriza-se pela presença de humor  depressivo, perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades,1 que levam à necessidade de cuidados, e, consequentemente, aos rearranjos cotidianos para provê-los. GONÇALVES, F. B. A. C.; ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, M. C (2019) Diz que a gestação  e o puerpério são épocas da vida da mulher que tem necessidade de serem vistos uma atenção  especial, pois requer muitas mudanças físicas, hormonais, psíquicas e de inclusão social, que  podem refletir diretamente na saúde mental dessas mulheres. A depressão pós-parto (DPP) é  uma síndrome que abala muitas mulheres e que pode atrapalhar o desempenho emocional e  social da mulher e pode intervir no progresso da criança. 

Se a família e os enfermeiros colaborarem de modo satisfatório, oferecendo confiança e  segurança à mãe principalmente nas realizações das atividades maternas, sem hostilidades e  críticas, fazendo uso da compreensão e carinho, oferecendo ambiente acolhedor nos momentos  de maior fragilidade emocional, a DPP vai diminuir de intensidade (BRASIL, 2001; RIBEIRO;  ANDRADE, 2009). 

TELLES, L. S.; PASSOS, A, C.; DA SILVA, C.L (2023) A depressão, classificada também  como mal do século, têm manifestações clínicas variadas, segundo sexo e faixas etárias,  entretanto, de maneira geral ela acarreta impactos negativos a vida do indivíduo. Entre os diferentes tipos destaca-se a DPP que resulta em complicações físicas e psicoemocionais as  quais as parturientes estão sujeitas. 

Na assistência pré-natal cabe ao enfermeiro mostrar à população a importância do  acompanhamento da gestação na promoção da saúde, prevenção e tratamento de distúrbios,  durante e após a gravidez e, informá-la dos serviços disponíveis. Neste sentido a consulta de  enfermagem às gestantes de baixo risco, deve oferecer assistência integral clínico-ginecológica  e educativa, visando o controle pré-natal, do parto e puerpério (BARBOSA et al., 2011). 

Segundo o ministério da saúde o Sistema Único de Saúde (SUS), diz que os profissionais são  capacitados para identificar, no pré-natal, sinais e fatores de risco que podem levar a gestante  e puérperas a desenvolver depressão após o nascimento do bebê. As equipes de Saúde da  Família (ESF) podem solicitar o apoio matricial dos profissionais de saúde mental, por  intermédio do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) ou de outras equipes de saúde  mental do município. Alguns casos considerados mais graves, que precisem de um cuidado  intensivo, devem ser encaminhados aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou outros  serviços de referência em saúde mental do município ou da região. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O presente estudo dedica-se a um problema psicossocial preocupante de difícil diagnóstico pelos  profissionais de saúde. A depressão pós-parto possui maior risco de se desenvolver em pessoas  mais vulneráveis tanto socialmente como economicamente, sendo normalmente detectada em  pessoas de baixa renda, desempregadas, sem apoio do companheiro e/ou da família, sendo este  perfil encontrado em pessoas com maior dificuldade de acesso a saúde. A depressão pós-parto  configura-se em um transtorno de humor assim como o transtorno depressivo maior, que traz consigo consequências para a relação mãe e filho capaz de deixar sequelas por um longo tempo,  principalmente no desenvolvimento do bebê. Deste modo, necessita-se do preparo por parte dos  profissionais de saúde afim de promover métodos de prevenção e tratamento da doença e meios  de diagnosticar possíveis mulheres que já se encontra deprimida no período gravídico. Porém,  ainda há dificuldades na realização do diagnóstico, principalmente pelo despreparo dos  profissionais de saúde e a falta de instrumentos adequados para a identificação de tal transtorno.  Assim, o presente trabalho buscou apresentar quais os fatores de risco estão relacionados à  depressão pós-parto visando apontar possibilidades de prevenção e tratamento para a mesma,  tendo em vista a sua necessidade uma vez que a Unidade Básica de Saúde (Atenção Primária)  é a primeira porta de entrada para a gestante e onde uma investigação pode ser feita de forma  eficaz, evitando assim problemas tanto para a mãe quanto para o bebê.

REFERÊNCIAS: 

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1Acadêmicos do curso de Enfermagem do Centro Universitáro do Distrito do Planalto Federal UNIPLAN.
2Enfermeira, docente em Enfermagem Centro Universitário Do Distrito do Planalto Federal UNIPLAN ITACOATIARA