METODOLOGIAS ATIVAS E NEUROEDUCAÇÃO: DESVENDANDO A UTILIZAÇÃO DAS TIC’S COMO RECURSOS PEDAGÓGICOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202506052052


Mackson Azevedo Mafra1; Jhones de Souza Lima2; Maria Ivanete Enes Maia3; Marilene Souza de Oliveira de Lima4; Célia Maria da Costa Vilar5; Paulo Itaciomar Teles Bastos6; Thiago Oliveira Souza7; Priscila Mariano da Silva8


Resumo: Esta investigação busca através de uma revisão de literatura, mostrar como as Metodologias Ativas e a Neuroeducação desenvolvidas com o auxilio das Tecnologias da Informação e Comunicação TIC’s corroboram com o processo educacional, para isto foi analisados obras que apontam que se os professores estiverem qualificados para desenvolver essas metodologias o processo de ensino e aprendizagem será efetuado com maior eficácia. Estudos apontam também que quanto mais o estudante se envolve com os conteúdos estudados e os professores promoverem aulas mais didáticas, lúdicas e com a utilização de ferramentas tecnológicas, esse fato despertará nos alunos um comprometimento maior com a informação que estará sendo transmitida desta forma facilitara o desenvolvimento da Plasticidade cerebral. Acredita-se que muito ainda se precisa evoluir no contexto educacional, para que se possa alcançar uma educação de qualidade, neste sentido investimento educacionais e elaboração de politicas publicas que proporcione formação continuada aos professores e melhoria na infraestrutura das escolas, bem com a aquisição de equipamentos sem dúvidas deveria ter-se como prioridade.

Palavras-chave: Metodologias Ativas, Neuroeducação, Recursos Tecnológicos

Abstract: This research seeks, through a literature review, to show how Active Methodologies and Neuroeducation developed with the help of Information and Communication Technologies (ICTs) corroborate the educational process. For this purpose, works were analyzed that indicate that if teachers are qualified to develop these methodologies, the teaching and learning process will be carried out more effectively. Studies also indicate that the more the student engages with the studied content and the more didactic, playful classes and the use of technological tools, this fact will awaken in students a greater commitment to the information that will be transmitted in this way, facilitating the development of brain plasticity. It is believed that much still needs to be evolved in the educational context, in order to achieve quality education. In this sense, educational investment and the development of public policies that provide continued training for teachers and improvement in the infrastructure of schools, as well as the acquisition of equipment, should undoubtedly be a priority.

Keywords: Active Methodologies, Neuroeducation, Technological Resources

INTRODUÇÃO

Como se sabe no desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem, não existe uma formula magica onde todos seguem e os resultados acontecem de maneira positiva. Este fato dar-se, pois, todos os indivíduos têm uma maneira e momento diferente de ensinar e principalmente de aprender. Neste sentido quanto mais técnicas e metodologias diversificada um professor possui este estará preparado para desenvolver uma transmissão de conhecimento com qualidade.

Na atualidade novos métodos surgem para apoiar a educação nessa misso árdua de transmissão do conhecimento, a Neuroeducação é uma delas.  Na Neuroeducação o objetivo principal e criar métodos e técnicas para desenvolver a Plasticidade Cerebral para que os estudantes possam absorver o conhecimento de uma forma mais eficiente e principalmente que envolva o aluno o colocando-o no centro do protagonismo de sua aprendizagem. Apoiado nas metodologias ativas a Neuroeducação mostra que quanto mais o individuo estiver envolvido com a esta estudante, maior será o interesse em querer aprender.

Na era globalizada, as Tecnologias da Informação e Comunicação chegam como uma ferramenta que poderá auxiliará os professores a desenvolver e criar nos estudantes uma aprendizagem significativa. Neste sentido esta investigação discutese através de uma revisão de literatura como as Metodologias Ativas e a Neurociência estão ligados as TIC’s na promoção de métodos inovadores que irão auxiliar os professores na transmissão do conhecimento. Neste processo compreender o funcionamento do crebro, bem como ocorre a Plasticidade Cerebral é de suma importância, pois desta forma os professores irão conseguir desenvolver com mais eficácia as metodologias em sala de aula. Muitos autores observaram casos da utilização das Neurociências e da Neuroeducação como recursos escolares a serem utilizado pelos docentes para promover uma melhoria na qualidade de suas aulas.

Como consequência da investigação, buscasse mostrar que o uso correto dos das metodologias inovadoras, podem proporcionar aos docentes uma ferramenta inovadora que irá auxilia-los no processo educacional, ao mesmo tempo que os discentes irão se sentir mais motivados na busca pelo conhecimento. Esta investigação está registrada na Plataforma Brasil sob o número CAAE 74771523.0000.5015, a qual submeteu o projeto de pesquisa ao conselho de ética da Universidade Nilton Lins registrada com o cep: 69.058-030, que conforme parecer número: 5.582.158, aprovou a realização da investigação aqui desenvolvida.

METODOLOGIAS ATIVAS E NEUROEDUCAÇÃO: Desvendando a utilização das TIC’s como recursos pedagógicos

Atualmente, vivemos na era da tecnologia, em que todas as áreas da sociedade procuram beneficiar dos inúmeros dispositivos tecnológicos existentes que parecem melhorar as atividades e necessidades das mais diversas áreas. No que diz respeito à educação, esta não é exceção, uma vez que tais tecnologias são concebidas para facilitar melhores processos de ensino e adaptar-se a novos métodos de ensino. Ribas (2018) afirma que os professores devem ser criativos, dedicados e competentes ao surgimento de novas tecnologias para interagir com a sociedade do conhecimento, analisar a educação e encontrar as bases para o uso dessas novas tecnologias. Têm um impacto significativo no sistema educativo e geram nova cultura, bem como novos valores sociais.

Diante das mudanças ocorridas, principalmente no início dos anos 2000 com a crise pandêmica, a forma de ensinar também mudou com a introdução da tecnologia no processo de ensino. Os alunos ficam mais motivados porque nas salas de aula atuais há uma troca constante de informações e o professor deixa de ser o detentor de todas as informações, os alunos passam a ser os principais responsáveis pela construção do conhecimento e assim desempenham um papel mais ativo na busca de soluções que atendam às suas necessidades. precisa de papel.

Para Gatti (1993, apud MAINART; SANTOS, 2010):

A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade de ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de informações. (GATTI, 1993, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 03).

O principal objetivo desse processo de ensino e aprendizagem por meio da tecnologia é transformar os alunos em seres mais ativos, tornando os professores e a tecnologia os mediadores desse processo, mas também devem estar unificados para tornar a aprendizagem um processo eficaz. O uso dessas tecnologias, aliado às práticas docentes, pode abrir enormes possibilidades para os profissionais da educação, pois pode estimular a aprendizagem, permitindo que os participantes do processo passem a investigar possíveis soluções para problemas e possíveis situações que surgem na aprendizagem. Esta nova perspectiva liga a educação ao desenvolvimento e ao progresso tecnológico, a uma nova visão de melhoria do conhecimento, num processo que envolve todos os intervenientes, professores e alunos, contribuindo conjuntamente para a aquisição de conhecimento.

O objetivo principal é explicar as tecnologias e demonstrar sua contribuição e benefícios no processo de ensino e aprendizagem. O objetivo não é relatar quais tecnologias são mais adequadas, mas descrever de forma ampla a verdadeira importância de seu uso, focando principalmente em seu uso em sala de aula para proporcionar diferentes formas de ensino neste novo momento tecnológico, desta forma a Neuroeducação ganha mais um aliado na transformação educacional ajudando a neuroplasticidade a encontrar novos caminhos para a educação.

A Neuroplasticidade são as alterações que ocorrem na organização do cérebro como resultado da experiência. As conexões neurais estão continuamente sendo estabelecidas e desfeitas, todas modeladas por nossas vivências e nossos estados de saúde e doença, logo a Plasticidade Cerebral consiste na capacidade adaptativa, onde sua habilidade em modificar a organização estrutural própria e seu funcionamento, desde as respostas às lesões traumáticas destrutivas, e até as sutis alterações resultantes dos processos de aprendizagem de memória.

Diferenciam-se duas linhagens celulares do Sistema Nervoso: Os Neurônios e as Células da glia, onde os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio, para exercerem tais funções contam com duas propriedades fundamentais a irritabilidade e a condutibilidade, pois a irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou internos, a resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor, onde os neurônios transmitem essa onda de excitação chamada de impulso nervoso que percorre em grande velocidade num curto espaço de tempo e esse fenômeno deve-se a propriedade de condutibilidade. Moran (1995, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04) afirma:

A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis. A presença dos recursos tecnológicos na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. (MORAN, 1995, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04).

Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso que formam o Sistema Nervoso Central, partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico. A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro, como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intracelulares e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da célula, e as faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas. 

Diante dessa proposição, é fundamental que a tecnologia apoie e apoie o processo de ensino e aprendizagem, possibilitando uma aprendizagem ativa, crítica e criativa entre alunos e professores. Diversas mudanças e transformações na sociedade ao longo do tempo exigem que alunos e professores adquiram informações e explorem conhecimentos de novas formas, estimulando assim o processo de ensino e aprendizagem.

No que diz respeito à finalidade do conhecimento, segundo o Dicionário Português Priberam (2012), o conceito de tecnologia é: “uma ciência que tem por objetivo a aplicação de conhecimentos técnicos e científicos para fins industriais e comerciais” e também “um grupo de tecnologias”. termo de arte ou ciência”. Obviamente, a base da tecnologia pode ser encontrada no conhecimento, na tecnologia e na experiência. É através deste grupo que essas novas tecnologias são inventadas e, lentamente, transformam os indivíduos e a sociedade a que pertencem, independentemente de que tal usar essa nova tecnologia. Essa assimilação das tecnologias pela cultura em si, acontece a partir dos valores preestabelecidos e impostos pela sociedade. Segundo Sancho (1998, apud BRIGNOL, 2018, p. 27) “[…] a tecnologia constitui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o mundo social e ao escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que somos e desta forma fazemos uma configuração do nosso futuro”. Sendo assim podemos afirmar que as tecnologias nos transformam.

Segundo Kenski (2017, p. 15), “a tecnologia é tão antiga quanto a humanidade”. Para o autor, eles podem existir desde a Idade da Pedra. Naquela época, apenas os mais fortes conseguiam se destacar. Seus pensamentos eram todos para a própria sobrevivência. No processo de resistir às dificuldades, surgiram novas necessidades e novos desafios. Então a nova tecnologia começou. Para ser criado este processo continua até hoje, o que significa que durante este processo evolutivo surgiram diferentes e diversas tecnologias. Os desenvolvimentos tecnológicos atuais são muito diferentes da realidade da Idade da Pedra, mas os objetivos são os mesmos.

Sempre em busca de novas formas de melhorar os processos existentes nos diversos setores da sociedade, transformando assim a vida social e pessoa. De acordo com Kenski (2017, p. 25) cita “[…] o conceito de novas tecnologias é variável e contextual”, que em muitos acontecimentos não é apenas uma nova tecnologia que está surgindo, mas uma inovação ajustada na tecnologia já existente. Atualmente, o processo de desenvolvimento tecnológico está muito acelerado, dificultando a definição de novos conhecimentos, onde o avanço de tais ferramentas e procedimentos inovadores dentro das tecnologias existentes torna-se natural para quem os abraça. Kenski (2007, p. 25), comenta que “o critério para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso”.

Hoje, essas novas tecnologias estão relacionadas a processos e produtos derivados do desenvolvimento da eletrônica, que se desenvolveu rapidamente devido ao desenvolvimento da microeletrônica e das telecomunicações e se caracteriza por ser considerada um campo evolutivo e em processo de transformação permanente. As novas tecnologias aliadas a Neuroeducação, formam novas sinapses que facilitam o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Sinapses é o tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro neurônio ou tipo celular. São divididos em elétricas e químicas. As elétricas mais simples e antigas permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para a outra.

Elas através de circuito neuronais nos invertebrados, por exemplo, indicam a fuga.  Já por via de regra, a transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é química. Pois a passagem do impulso nervoso passa por uma fenda sináptica, que é por onde passam substâncias químicas. Chamados de neuro-hormônios, que por sua vez são mediadores químicos ou neurotransmissores. Que dividem em três categorias: Aminoácidos, Amina e Peptídeos. Esses neurotransmissores possuem suas funções: Endorfinas e Encefalinas bloqueiam a dor, agindo no corpo como analgésico. Dopamina produz sensação de satisfação. A Serotonina regula o humor, sono, a atividade sexual, o apetite, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e cognitiva. O GABA (ácido gama-aminobutirico) está envolvido no processo de ansiedade. A Acetilcolina controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, à aprendizagem e à memória. A Noradrenalina é a substância química que induz a excitação física e mental e o bom humor. E o Ácido glutâmico estimula outros neurotransmissores que são a base da aprendizagem e da memória a longo prazo. 

Por fim, as Células da Glia (neuróglia) são divididas em três: Astrócitos, Oligodendrócitos e Micróglia. Elas têm a função de sustentar, proteger, isolar e nutrir os neurônios. Têm formas estreladas e prolongações que envolvem diferentes tipos de tecidos. As Astrócitos estão associadas à sustentação e à nutrição dos neurônios. As Oligodendrócitos estão ligadas ao sistema nervoso central e é responsável pela manutenção dos neurônios. E as Micróglias participam da defesa do sistema nervoso. Acerca da neurogênese existe trabalhos pioneiros que acreditavam que os neurônios humanos não se multiplicavam, porém com novos estudos demonstraram que ao longo da vida algumas regiões do cérebro ganham novos neurônios.

Além disso, desta forma, a tecnologia está presente nas diversas atividades que realizamos no dia a dia, e além de realizar essas atividades, ainda são necessários os processos, o planejamento e a construção dos produtos resultantes, ou seja, para Kenski ( 2010, p. 18) É “um conjunto de conhecimentos e princípios científicos aplicáveis ao planejamento, construção e utilização de equipamentos para tipos específicos de atividades”.

Kenski (2010, p. 17) também comentou que expressões como “sociedade tecnológica” e “a tecnologia invadiu nosso dia a dia” são muito comuns hoje e podem até causar um certo desconforto nas pessoas porque muitas pessoas estão ouvindo. Eles assistem a filmes de ficção científica e veem a tecnologia gradualmente dominando os seres humanos. Pode-se dizer que a tecnologia surgiu como algo inovador que passou a fazer parte de nossas vidas em todos os aspectos, a começar pelo comportamento alimentar, pois isso só foi possível com o desenvolvimento da tecnologia para confecção de louças, pratos, fogão, etc. É difícil entender quando pensamos desta forma, porque não vivemos apenas na chamada “era tecnológica”. Esta “era” existe desde o início dos tempos, mas cada era teve diferentes tipos de tecnologia, e cada era tem a sua própria forma de procurar melhorar ainda mais a qualidade dos processos existentes. Por isso, é importante explanar também o que diz Kenski (2010), quando afirma que:

A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia impõem-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento individual, mas o de todo o grupo social. (…) as tecnologias transformam suas maneiras de pensar, sentir e agir. Mudam também suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos (KENSKI, 2010, p. 21).

Fatores que representam mudanças no comportamento humano podem ser encontrados na tecnologia atual. Um bom exemplo é a Internet, embora seja considerada uma tecnologia antiga porque esse fenômeno foi discutido na década de 60, mas hoje, além da educação a distância, permite que as pessoas não estejam no mesmo lugar para se comunicar. , o que nos permite aceder ao ensino superior de forma não presencial.

Tudo isso tornou as pessoas tão dependentes da tecnologia existente que se tornou muito comum as crianças saberem manusear celulares e programas de computador com extrema facilidade, o que é uma grande diferença em relação a apenas alguns anos ou décadas atrás, porque esse acesso é realizado apenas por jovens ou adultos. Tanto as escolas como os professores precisam de explorar o conhecimento a que estão habituados e que já possuem para permitir novas formas de comunicação e aprendizagem. Mesmo que estas tecnologias sejam de fácil acesso, é necessário incluir aquelas que ainda são citadas nas estatísticas de exclusão numérica, pois existem grandes desigualdades sociais nesta área de construção da aprendizagem.

Outro ponto muito importante sobre o uso de tais tecnologias no processo de ensino e aprendizagem é que as escolas podem fazer algum tipo de trabalho social que coloque essas pessoas no mundo tecnológico e remova todas as barreiras que ainda possam existir. Kenski (2010) ainda afirma que tudo isso proporcionou novas formas de se viver, de se trabalhar e até mesmo de se organizar perante a sociedade. Um bom exemplo é a comunicação irrestrita entre pessoas, mesmo que estejam localizadas em locais diferentes e/ou distantes, através de celulares, e-mails e principalmente de mensagens instantâneas ou redes sociais. Segundo relatórios e fundações, as pessoas reconhecem a possibilidade destas novas tecnologias intervirem não só na vida quotidiana, mas também em todo o comportamento humano, desde as condições de pensamento até aos padrões de comportamento. representar a sua realidade e, em termos educativos, de forma a realizar atividades relacionadas com a educação escolar.

Tradicionalmente, o ensino tem sido considerado domínio exclusivo das escolas. O conhecimento é fornecido às crianças quando elas ingressam na escola e esse conhecimento é limitado e fixado quando elas chegam a um determinado final de formação, após essa transferência de conhecimento o aluno passa a ser considerado um Homem formado, ele já possui o conhecimento necessário para ingressar na escola. em uma profissão. Recentemente, tornou-se impossível ter a mesma ideia porque com o passar do tempo a tecnologia mudou, novas formas de ensinar foram dadas e estamos em constante processo de adaptação e evolução, mas não é o caso. Pode-se argumentar que um egresso, independente do seu nível de formação, não buscará compreender recursos técnicos para adquirir conhecimento e informações.

Portanto, a escola atual faz parte deste momento tecnológico que se considera revolucionário, e para cumprir sua função social deve ainda estar atenta e preparada para incorporar esses novos parâmetros comportamentais, hábitos e exigências, participando ativamente do processo de mudança e a comunidade da iluminação. Desta forma se faz necessário que esses alunos busquem desenvolver competências próprias visando aprender a desenvolver métodos de utilização dos recursos tecnológicos em busca do conhecimento, sendo responsabilidade das escolas integrar a cultura tecnológica ao seu cotidiano ao longo de suas experiências escolares.

À medida que a sociedade muda, novos modelos de trabalho escolar são estabelecidos com o uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. As escolas, por sua vez, precisam de se tornar mais envolventes, estreitando assim as fronteiras entre os mundos interior e exterior através dos quais os alunos devem absorver uma vasta quantidade de informação. As escolas ainda precisam de deixar de ser simplesmente disseminadoras ou manipuladoras de conhecimento para se tornarem organizadoras e disseminadoras da aprendizagem e procurar reconhecer que já não apoiam os fundamentos da disseminação do conhecimento. Proporciona aos alunos os meios necessários para que aprendam a adquirir informações, a acumular conhecimentos, a adquirir competências e a desenvolver o espírito crítico (ROSA, 1999).

Corroborando com Rosa, Moran (2020), afirma que:

Na sociedade da informação todos estão reaprendendo a conhecer, a comunicar-se, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem acontece quando se consegue integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, as músicas, as lúdicas e as corporais. (MORAN, 2020, p. 79).

Passerino (2001, p. 04), afirma que “As tecnologias aplicadas à educação devem ter, como função principal, serem ferramentas intelectuais, que permitam aos alunos construir significados e representações próprias do mundo de maneira individual e coletiva”. Como destaca Almeida (2017), o uso dessas novas tecnologias no processo educacional proporciona diferentes contextos de ensino e aprendizagem em diferentes ambientes tradicionais, e sua real contribuição tecnológica para o sistema educacional é quando são utilizadas como base para a construção do sistema educacional.

Para Graça (2017), a participação das tecnologias no sistema educacional é considerada indispensável, pois estas se objetivam a escolarizar as supostas atividades da sociedade, adequando-as neste formato aos seus objetivos, “[…] permitindo assim uma compreensão profunda do mundo e enriquecendo o conhecimento” (GRAÇA, 2017). A Neurociência tem um papel importante para potencializar os processos de aprendizagem, pois ao pesquisar e trabalhar informações e dados sobre o sistema nervoso, nos ajuda a abrir possibilidades para aperfeiçoar as relações educacionais.

Então, a plasticidade cerebral para o processo ensino e aprendizagem, de acordo com os autores é muito importante pois o sistema nervoso de uma criança e mais plástico de que de um adulto. Necessitando de uma correta e eficaz na estimulação da plasticidade afim de favorecer a função motora/sensitiva. Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento, todas as experiências e contatos novos ocorridos na época certa, possibilita as conexões sinápticas, criando assim as condições favoráveis para o surgimento de determinadas competências e habilidades.

Recentemente, houve uma proliferação de tecnologias que surgiram e contribuíram para o aspecto pedagógico, estas proporcionam novas formas de transmitir conhecimentos, e até se tornaram mais atrativas e dinâmicas, alterando a forma como os alunos aprendem, pode-se citar algumas delas como: TV, DVD, câmeras, videocassetes, retroprojetores, rádio, computador, projetor, internet, sendo que estes últimos proporcionaram avanços significativos na perspectiva dos alunos. Através destas tecnologias, como um computador ligado a um projetor e um sistema de som, tudo pode ser encontrado e utilizado para demonstração das aulas, o que aumentará a atratividade das aulas e permitirá aos alunos vivenciar as situações do mundo real associadas à disciplina.

Quando o aluno assiste a um filme, ou a um documentário, somam-se as visualizações do projetor que acompanham a aula, o que aumenta o dinamismo e a atratividade do filme, o que por sua vez aumenta o potencial de construção do conhecimento. Em última análise, numa aula facilitada pela internet, existem inúmeras oportunidades disponíveis na web, essas possibilidades são ditas “mundiais”. Como resultado, os reais interesses dos alunos são revelados. Evolução constante, quase tudo o que é necessário é encontrado online. Isso é conseguido através de uma tecnologia brilhante que permite o acesso a inúmeros ambientes diferentes, incluindo bibliotecas, jogos, simulação, músicas, livros e outros recursos, esses ambientes são capazes de fornecer uma infinidade de novos conhecimentos e são complementares ao ensino- processo de aprendizado.

Hoje ainda é possível localizar diversos sites que contém jogos educativos, isso porque hoje é brincando que os alunos aprendem, atualmente eles estão explorando o conteúdo de estudo de uma forma diferente do método tradicional. Outros sites facilitam a aplicação de simulações e desafios, esses links estão associados à prática dos conceitos teóricos estudados em sala de aula. Outro aspecto significativo que precisa ser mencionado são os blogs que são criados pelos professores e que estão sempre sendo aprimorados com diversas informações novas a fim de agregar ao conhecimento dos alunos, através de leituras complementares que complementam o currículo, os alunos também podem comentar a informação, o que provoca uma construção coletiva e cooperativa do conhecimento.

No entanto, é importante reconhecer que, apesar da nossa consciência das inúmeras aplicações da tecnologia e da diversidade de conhecimentos a ela associados, ainda não existem tantas aplicações quanto a tecnologia disponível em todas as escolas do Amazonas. Algumas cidades até possuem acesso específico aos equipamentos, porém, as distâncias e os problemas associados à instalação de cabos em nossos rios impedem que alunos e professores utilizem essas ferramentas. Como resultado, os benefícios educacionais há muito esperados através da tecnologia no Amazonas ainda não foram concretizados, mas é possível que sua utilização no ambiente educacional promova uma educação mais ativa, crítica, criativa e participativa.

Polato (2019) explica que esta associação entre tecnologia e conteúdo leva a oportunidades de ensino, porém, é importante avaliar se essas oportunidades são significativas ou não, por exemplo, entende-se que quando essas tecnologias nos ajudam a resolver problemas, os desafios atuais aparecem como se pudéssemos encontrar todas as informações na internet e assim nos localizar em um mapa virtual. Em outros casos, porém, é desnecessário, como é o caso do desenvolvimento de uma semente. Dessa forma, entendendo o valor dessas contribuições e seu potencial impacto tecnológico, poderemos utilizá-las de forma prática, bem como em momentos que tenham impacto significativo no processo de ensino-aprendizagem, em que tudo ocorrerá em uma maneira diferente, mas ainda assim inovadora.

Pereira (2017) menciona que:

O perfil do trabalhador é baseado em conhecimentos atualizados, iniciativa, flexibilidade, atitude crítica, competência técnica, capacidade de criar novas soluções, tendo competência para lidar com a grande e crescente quantidade de informações em novos formatos e com novas formas de acesso. Dessa forma, temos na educação a esperança de redução das diferenças e das desigualdades. Nesse sentido, é imprescindível que a escola ofereça uma formação que contemple os seguintes aspectos: informações técnicas, desenvolvimento de habilidades e atitudes e formação de cidadãos críticos e reflexivos. Além disso, é fundamental que os alunos conheçam as tecnologias e aprendam a utilizá-las (PEREIRA, 2017, p. 19).

Em conformidade com Pereira (2017, p.19) percebemos que é possível trabalhar utilizando as tecnologias, no entanto é fundamental que as escolas estejam aparelhadas adequadamente. Passerino (2021) descreve múltiplos usos da tecnologia no campo educacional, incluindo: a finalidade do processo de aprendizagem, a forma como ela é implementada, a interação do aluno com ela e a forma como ela é compreendida. Para fins de ferramenta, ela deve ser utilizada por profissionais como professores e repassada aos alunos para que possam utilizá-la no apoio ao seu trabalho. Como forma de aprender esta tecnologia e assim desenvolver uma ideia de como ela pode ser utilizada para apoiar o conhecimento, as necessidades do aluno devem ser consideradas.

Neste caso, a abordagem de aprendizagem baseada na tecnologia, que se centra na ideia de que os alunos devem ser participantes ativos e desfrutar do processo. Isso pode ocorrer, é fundamental considerar o aluno como parte do processo. Somente assim, o aprender com a tecnologia venha a ser embasado nas teorias construtivistas, segundo a qual o conhecimento não é transmitido, ele é construído pelo próprio aluno e tanto os professores quanto a tecnologia são apenas mediadores de todo este processo.

JONASSEN (1996, apud LOPES, 2002) faz uma classificação da aprendizagem com a tecnologia:

– Aprender a partir da tecnologia, que se refere à tecnologia apresentar o conhecimento, como se fosse ministrado pelo professor e o aluno recebesse esse conhecimento;

– Aprender acerca da tecnologia, que se refere à tecnologia como objeto de aprendizagem;

– Aprender através da tecnologia, que se refere ao aluno aprender ensinando a tecnologia;

– Aprender com a tecnologia, que se refere ao aluno aprender através da utilização das tecnologias como ferramentas que dão suporte no processo de construção do conhecimento. Nessa classificação, em especial, a questão principal não é a tecnologia em si, mas a forma de enfrentar essa tecnologia, usando-a, principalmente, como estratégia cognitiva de aprendizagem.

Combinando as diversas finalidades desta tecnologia na área educacional, mais sua classificação de acordo com a combinação de aprendizagem e tecnologia, para Sancho e Hernándes et al (2016, p. 88) “[…] “o uso de tecnologias é considerado um significa valorizar o estilo pessoal de aprendizagem em que os alunos participam na criação de conhecimento e na procura de respostas às suas questões específicas”. Dessa forma, os alunos utilizarão suas habilidades para aprender sobre essas tecnologias e como elas são utilizadas, conforme mencionado por Mainart e Santos (2021), é fundamental a utilização dessas tecnologias no ambiente educacional, pois este é um local para o construção do conhecimento, bem como para a socialização do conhecimento, espaço de partilha de experiências e desenvolvimento de uma nova sociedade.

Pereira (2017) afirma que o ligeiro acesso às estas informações e as suas transformações tecnológicas podem fazer as pessoas se sentirem um pouco discriminadas, até mesmo constrangidas diante da insuficiência em se conseguir determinadas atividades. Contudo, isso também possibilita que a constante aprendizagem através da autonomia da construção e da reconstrução de tal conhecimento, para que isso ocorra, é preciso que a pessoa comece a processar essas novas informações.

Essas tecnologias, segundo Jacinski e Faraco (2022), são representadas por novas formas de representar o mundo. Essas formas de conhecimento podem fornecer conhecimento adicional ao da linguagem falada ou da linguagem escrita, ou mesmo das linguagens visuais e auditivas que são usadas separadamente. Estas tecnologias estão a criar novas línguas quando acrescentam capacidades às línguas, o que por sua vez aumenta a eficácia de cada língua. Neste sentido, pode-se dizer que as tecnologias não são simplesmente instrumentais para atingir objetivos, mas destinam-se a criar novas linguagens, novas formas de expressar o mundo.

Mesmo com os benefícios da tecnologia, é importante estar atento a alguns de seus aspectos para não ter que dedicar muita atenção a eles na busca pelo conhecimento. Essa tecnologia deve ser empregada de forma instrucionalpedagógica que pretenda agregar conhecimentos variados aos alunos. Como explica Peters (2003, p. 108), “o que os professores devem fazer é escolher pontos críticos de um curso ou unidade de estudo em que a forma mais eficaz de utilizar a tecnologia seja demonstrar a progressão da aprendizagem e a aquisição de conhecimento”, é importante lembrar que a simples presença da tecnologia em sala de aula não garante que as mudanças serão potencializadas na forma como o processo de ensino e aprendizagem é conduzido.

Para que a introdução das tecnologias seja eficaz, elas devem ter um único objetivo: melhorar a qualidade do ensino, além de proporcionar um processo de ensino-aprendizagem positivo. Essas tecnologias têm um impacto significativo e profundo na educação. Porque, segundo Graça (2017), oferecem:

Novos objetivos para a educação que emergem uma sociedade de informação e da necessidade de exercer uma cidadania participativa, crítica e interveniente; Novas concepções acerca da natureza dos saberes, valorizando o trabalho cooperativo; Novas vivências e práticas escolares, através do desenvolvimento de interfaces entre escolas e instituições, tais como bibliotecas, museus; Novas investigações científicas (GRAÇA, 2017, p. 68).

Assim, formaremos alunos informados, participativos, críticos, cooperativos, investigativos, provenientes de um arcabouço de conhecimentos, detentores de competências e habilidades para o exercício de uma cidadania participativa. Corroborando, Rosa (1999) afirma que as práticas pedagógicas com o uso das tecnologias de forma esquematizada e metódica possibilitam:

O desenvolvimento de uma competência de trabalho em autonomia, já que os alunos podem dispor, desde muito novos, de uma enorme variedade de ferramentas de investigação; Um acesso à informação com rapidez e facilidade; Uma prática de confrontação, verificação, organização, seleção e estruturação, já que as informações não estão apenas numa fonte; O desenvolvimento das competências de análise e de reflexão; A abertura ao mundo e disponibilidade para conhecer e compreender outras culturas; A organização do seu pensamento; O trabalho em simultâneo com um ou mais colegas situados em diferentes pontos (ROSA, 1999, p. 42).

É importante destacar outro aspecto crucial que deve ser considerado é que as tecnologias estão alterando cada vez mais seus padrões ao longo do tempo, o que também leva a um aumento no desenvolvimento. O principal participante deste processo é o ser humano, não a máquina, pois “[um] entre o mito do domínio tecnológico persistiu durante séculos, mas agora é cada vez mais difícil de superar a cada nova tecnologia alcançada” (BRIGNOL, 2004, p. 28). Como resultado, a tecnologia sempre esteve presente e continuará a ser um auxiliar dos professores e nunca como um substituto para eles.

De acordo com Passerino (2021, p. 08) “[…] não devemos esquecer que as crianças chegam na escola “impregnadas” de tecnologia do seu dia a dia, e esperam que na escola elas possam usar essa tecnologia para aprender com a tecnologia como parceria do professor e do aluno”. Porém, torna-se necessário que os educadores tenham acompanhado tais mudanças, de maneira que venham aprender a aprender sobre as tecnologias, oferecendo desta maneira, uma formação atualizada a seus alunos. Conforme Nunes (2018), há uma necessidade de integração entre a educação e a tecnologia, pois a educação, por si só pode não atender às demandas da sociedade atual. A aliança com a tecnologia é vista como essencial, mas também aponta que não resolve todos os desafios educacionais. Há implicações mais amplas que precisam ser abordadas para superar os desafios na esfera educacional.

Ainda é preciso saber como aplicar essas tecnologias dentro do processo de ensino-aprendizagem para que sejam obtidos resultados satisfatórios e que garantam uma boa qualidade de ensino (NUNES, 2018). Torna-se necessário que o professor venha a mudar, aprimorar e repensar as suas práticas pedagógicas, assim como trabalhar de maneira que sempre esteja instigando o aluno e colocando-o na posição de questionador, permitindo desta forma que ele se expresse com ideias, sentimentos e emoções, podendo ainda pensar sobre as escolhas feitas e na solidificação dos seus objetivos (ROSALES; MAGALINI, 2017).

De acordo com Graça (2017), é através da utilização da tecnologia na educação que se propõe uma nova forma na atuação dos educadores, não os limitando apenas numa simples utilização tecnológica, mas uma nova maneira de ensinar e aprender. Partindo do princípio de que o professor deixou de ser um mero transmissor do conhecimento e passou a ser um facilitador deste conhecimento, através de aulas diferenciadas, de dinâmicas criativas, que busquem atender toda essa nova geração tecnológica, que se está vivendo atualmente. Esse novo cenário tecnológico nos exige “[…] novos hábitos, uma nova gestão do conhecimento, na forma de conceber, armazenar e transmitir o saber, dando origem, assim, a novas formas de simbolização e representação do conhecimento” (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2021, p. 23).

Segundo Kenski (2017, p. 43):

Tecnologia e educação são conceitos indissociáveis. Educação diz respeito ao “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Para que ocorra essa integração, é preciso que conhecimentos, valores, hábitos, atitudes e comportamentos do grupo sejam ensinados e aprendidos, ou seja, que se utilize a educação para ensinar sobre as tecnologias que estão na base da identidade e da ação do grupo e que se faça uso delas para ensinar as bases da educação (KENSKI, 2007, p. 43).

De acordo com a afirmação de Kenski (2017, p. 43), diante desses avanços tecnológicos, surge um desafio, que é a mudança do trabalho do professor, pois a profissão necessita de uma adaptação a esta nova abordagem, acabando assim como uma mera transmissão de informações e conhecimentos, ao invés de ser o agente protagonista deste processo educativo, com os avanços tecnológicos.

Os alunos já possuem uma grande quantidade de conhecimentos que são provenientes de sua casa, em decorrência de meios de comunicação como televisão, rádio, celular e internet, essas informações devem ser organizadas de forma mais formal para facilitar a construção do conhecimento. Se este não for o caso, a utilidade de muitas das ferramentas tecnológicas será limitada se o aluno não conseguir adquirir conhecimentos através delas.

Os avanços da tecnologia em relação à educação são incríveis, mas ainda são frequentes as discussões entre os profissionais da educação a respeito da utilização adequada dessas tecnologias. Isso nos permite concluir que ainda existem dois aspectos: um é o interesse dos professores em utilizar a tecnologia, eles buscam o conhecimento para utilizá-lo em sala de aula e, além disso, ajudam os outros a aprender e compreender os novos métodos. Os outros são considerados indecisos, inseguros e hesitantes na utilização do novo método.

A utilização de recursos tecnológicos no ambiente educacional cria a falsa impressão de que, uma vez empregada a tecnologia, o professor seria suplantado, mas isso é impreciso, pois esta profissão é essencial na transmissão do conhecimento. As mudanças ocorrem através da substituição das diferentes formas do processo de ensino-aprendizagem, à medida que evoluímos é necessário acompanhar essas mudanças e nos adaptar à nossa prática docente, com isso sacrificamos o método tradicional de ensino e ao invés acrescentamos a ele o prático e natureza dinâmica do processo de aprendizagem.

De acordo com Rosales e Magalini (2017, p. 05), o professor deve ser sabedor de que a tecnologia vem apenas como um subterfúgio, um suporte para o processo de ensino-aprendizagem, como “[…] uma ferramenta de apoio, um instrumento inovador, tornando a aprendizagem mais eficiente e eficaz”, e ele deve estar em “[…] processos constantes de aprendizagem além de ter uma postura de pesquisador, investigador e crítico”. Porém, segundo Rosales e Magalini (2017, p. 05), os professores devem ser “profissionais críticos, criativos, com capacidade de aprender e de trabalhar em equipe, bem como conhecer as diversas fontes de conhecimento”, devem também ter capacidade de competir com a formação profissional do aluno.

Esses autores também discutem os diversos tipos de profissionais que encontramos “num momento em que o velho insiste em ficar e o novo vai chegando gradativamente, o que é lento nas escolas e preocupa alguns professores”. (ROSALES; MAGALINI, 2017, p. 08). Os professores, em suas jornadas pedagógicas lidam com variados tipos de alunos, tais como:

Alunos Deslumbrados: são alunos que só veem o lado positivo das coisas, e acreditam que toda a humanidade deve participar, estão sempre atentos aos avanços tecnológicos, e acreditam que a tecnologia é o único meio para melhorar a qualidade de vida do ser humano. Estudantes Apocalípticos: a afirmação de que os humanos estavam mais intrinsecamente ligados à natureza e menos dependentes da tecnologia para sobreviver. Eles pensam que a causa de todas as coisas ruins na sociedade é atribuída ao desenvolvimento tecnológico.

Alunos indiferentes ou apáticos: vivem na completa ignorância das evidências que os rodeiam, acreditam que a sua idade é demasiado grande para compreender esta nova cultura, preveem que a sua reforma virá antes dos avanços tecnológicos na sua escola. Alunos Conscientes: aqueles que procuram se posicionar e aprender as novas tecnologias da maneira que elas são apresentadas, têm consciência da melhoria e da facilidade que pode trazer para o ambiente escolar, mas também alertam sobre o seu uso indevido que poderá acarretar prejuízos para as pessoas envolvidas (ROSALES; MAGALINI, 2017, p. 08-09).

Atualmente, há uma demanda significativa por professores conscientes de suas capacidades, mas que utilizem corretamente os avanços tecnológicos, em prol da formação de seus alunos. Além disso, devem reconhecer os benefícios do novo método de ensino-aprendizagem para os alunos. futuros moradores.

Peters (2013) também discute as diversas mudanças de paradigma que ocorrem com frequência, a maioria das quais preocupadas com a abordagem de aprendizagem, como a abordagem de ter um sistema de ética que deriva suas regras de fora, chamado heterônomo, e a abordagem de ser autônomo, que possui especializações metodológicas próprias, mas tem o mesmo objetivo, o aprendizado de normas de conduta. A abordagem heterônoma, denominada aprendizagem tradicional, é aquela que se encontra constantemente na escola, sendo o professor o principal responsável pelo processo de ensino.

Porém, hoje, com as diversas alterações e evoluções ocorridas, deparamo-nos cada vez mais com uma nova prática educativa, ou seja, a abordagem autónoma, em que o aluno passa a ser o principal responsável pela aquisição dos seus conhecimentos, pelo processo de aprendizagem direta. do livro e o professor passa a ser um facilitador, um mediador e um orientador nesse assunto. Durante esse processo, os alunos têm acesso a todas as informações via tecnologia, de qualquer local do mundo, de forma prática, imediata e atrativa; por isso, é importante replanejar esse processo de ensino-aprendizagem, e o foco principal agora é o aluno. Pela literatura, ficaram evidentes as mudanças, a forma como elas de fato começou a ocorrer na metodologia de ensino. Neste sentido, os professores também precisam avaliar a sua eficácia e utilizar os recursos e métodos adequados para este processo educativo, uma vez que ainda existem inúmeras opções tecnológicas à sua disposição.

Recursos técnicos surgiram para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e proporcionar diferentes abordagens para o professor apresentar o conteúdo, assumindo o papel de mediador, orientador, e para o aluno, a oportunidade de construir o conhecimento de forma mais eficaz, além de seu papel direto no processo de ensino-aprendizagem.

Pereira (2017) menciona que esta prática tem demonstrado que a relação entre aluno e professor mudou com o aumento da prevalência da proximidade, participação e colaboração entre eles, como resultado, estas tecnologias não acreditavam substituir o professor, mas sim melhorar o seu papel tanto no ensino como na avaliação do processo de ensino e aprendizagem.

O professor é o principal responsável por levantar as questões que serão estudadas e proporcionar condições para que os alunos acessem as informações, compreendam-nas e, assim, tomem decisões. Apesar da natureza já identificável desta verdade, ainda existem muitos professores que hesitam em utilizar estes recursos, por medo ou por um grau desconhecido de ansiedade em relação ao que ainda é desconhecido, mesmo no que diz respeito à acomodação dos alunos. Contudo, um estilo de ensino que pode ser defendido por esses professores é uma combinação de formação e qualificação docente nesta nova era da educação, como explica Almeida (2017):

Adequada formação de educadores para a apropriação das tecnologias disponíveis de modo a dominar os principais recursos e compreender características e propriedades inerentes às tecnologias; aprender a integrálas entre si de acordo com as necessidades que emergem nas situações de uso nos processos de ensinar e aprender, articular teorias educacionais a partir das experiências realizadas com o uso dessas tecnologias (ALMEIDA, 2017, p. 12).

Com isso, as alterações para quem está inseguro, para quem não tem interesse em tecnologia e para quem tem formação como professor, juntamente com os métodos didáticos, podem facilitar uma infinidade de abordagens para o ensino de conteúdo, e diversificar a aula em de forma divertida, proporcionando um ensinoaprendizagem interessante e motivador.

Hoje não podemos mais evitar esses avanços tecnológicos, mesmo que eles já estejam presentes em todas as partes da nossa vida e tenham se tornado parte do nosso dia a dia. Como resultado, devemos alterar o paradigma e incorporar a tecnologia em nossa prática educacional. Como afirma Rocha (2019, p. 31), “A tecnologia não é a salvação da educação nem lhe dará todos os respaldos para buscála, mas é um novo instrumento que abre possibilidades para novos direcionamentos metodológicos e pedagógicos” no que diz respeito as atividades do educador.

Neste sentido entende-se que as tecnologias aliadas a Neuroeducação pode trazer consigo grandes contribuições para a facilitação da transmissão do conhecimento, no entanto não se pode deixar e destacar o papel fundamental da memória nesse processo de aprendizagem, pois ela é a base de todo saber da espécie humana. Nela estão todos os registros de experiências vividos e observados. A memória ê o processo pelo qual o conhecimento é codificado, armazenado, consolidado e evocado. ela pode ser dividida em memória de curto prazo e longo prazo.

A curto prazo ê reversível e temporária, esta não tem muito significado para a aprendizagem. A memória a longo prazo é a que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação, os mecanismos cerebrais da memória, o sistema límbico é composto pelo córtex associativo, hipocampo e amigdala. O hipocampo este é bilateral e sua função é formar e evocar memórias, a amigdala é responsável por receber as informações e realizar as devidas conexões. O córtex pré-frontal também possui um importante papel na resolução de problemas e planejamento do comportamento. Desta forma, entende-se que na sociedade em que estamos inseridos precisamos investir no capital intelectual para melhor conectividade de uma vida saudável, mental e social.

Conforme apresentado nesta revisão bibliográfica, o uso das metodologias ativas correlacionadas com a utilização das TIC’s, podem corroborar com processo de ensino e aprendizagem, uma vez que estes estão ligados diretamente com a Neuroeducação, pois ao utilizar essa combinação, os professores estão ativando a Plasticidade Cerebral, que é capacidade de aprender e reaprender a todo momento. Para se desenvolve com mais eficácia o cérebro necessita apenas ser estimulado de maneira correta, quando se consegue realizar esse estimulo o cérebro a consegue absorver mais facilidade a informação que é passada pelo professor, tornado assim o aprendizado mais significativo e eficaz.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta investigação teve como objetivo demostrar através de uma revisão de literatura, como as Metodologias Ativas e a Neuroeducação estão interligadas diretamente com a utilização dos recursos tecnológicos para promover uma educação inovadora e de qualidade. Esta investigação também conseguiu apontar as contribuições da neurociência no processo ensino aprendizagem. Destacou-se na pesquisa com bastante clareza que, se os professores tiverem uma formação de qualidade estes conseguirão desenvolver as metodologias ativas e promover com mais eficiência a Plasticidade Cerebral nos estudantes. A pesquisa apontou que muito ainda precisa ser realizado e pensado para que a Neuroeducação possa chegar de forma efetiva nos ambientes escolares para que esta ciência seja realmente utilizada como um instrumento de transformação educacional.

Promover o desenvolvimento educacional jamais foi uma tarefa fácil para os profissionais da educação, neste sentido, apropriar-se das inovações tecnológicas educacionais como as TIC’s, sem dúvidas é uma estratégia que se mostra eficiente nesse processo no entanto não adianta novas ferramentas surgirem se os professores não estiverem aptos a utiliza-los, desta forma esta investigação indaga que é de suma importância que os agentes públicos desenvolvam políticas publicas voltadas para a formação continuada dos profissionais da educação, capacitando-os regularmente e dando suporte pedagógico e de infraestrutura para que estes profissionais possam dever uma educação de qualidade.

A Neuroeducação deve ser entendida como um processo indissociável da dinâmica de ensino e aprendizagem, pois envolve a aplicação de métodos ativos e inovadores, desenvolvendo a plasticidade cerebral para que se possa compreender o desempenho de alunos e professores na transferência/absorção e construção/reprodução de conhecimentos, habilidades e atitudes para atingir os resultados desejados. Por meio da neurociência, pode-se entender que o processo de aprendizagem é complexo e envolve múltiplos processos que envolvem diretamente o cérebro. Ela muda a composição e a função do cérebro, alterando assim o comportamento das pessoas, pois os indivíduos estão sempre aprendendo com as coisas ao seu redor, como o ambiente e as interações sociais.

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1DOUTOR em Ciência da Educação pela Universidad de lá Integración de Las Américas, UNIDA PY, Graduado em Geografia – UEA 2013, Graduado em Pedagogia pela Faculdade ÚNICA, PROMINAS – 2024, Professor da SEDUC-AM, E-mail: mackson.azevedo@hotmail.com;

2MESTRE em Ciência da Educação – UNISAL Paraguai, Graduado em Licenciatura Plena em Matemática pela UFPA 2011, Professor da SEDUC-AM, E-mail: jhonesmeninas@hotmail.com;

3MESTRA em Ciências da Educação, pela Universidad de la Integración de las Américas -UNIDA – Paraguay (2023). Graduada em Letras Língua e Literatura Espanhola, pela UFAM (2007) Professora da SEDUC-AM. E-mail: mariaivanetemaia@gmail.com;

4ESPECIALISTA em Geografia da Amazônia Brasileira – UEA, Graduada em Geografia pela UEA 2018, Graduada em Pedagogia pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID 2022, Função: Administrativa, E-mail: msol.msol3658@gmail.com;

5MESTRANDA em Ciência da Educação pela Universidad de lá Integración de Las Américas, UNIDA PY, Graduada em Geografia pela UFAM, Professora – SEDUC/SEMED-AM. E-mail: celiavilar28@gmail.com;

6DOUTOR em Ciência da Educação pela Universidad de lá Integración de Las Américas, UNIDA PY, Graduado em Ciências Biologicas pela UFAM 1999, Professor da SEDUC-AM / Coordenador da UAB, E-mail: itaciomarbastos@yaoo.com.br

7 DOUTOR em Ciência da Educação – UNISAL, Paraguay, Graduado em Física pela UFAM 2011, Professor da SEDUC-AM, Email: thgoliveirasouza@gmail.com

8MESTRA em Ciências da Educação, pela Universidad de la Integración de las Américas -UNIDA – Paraguay (2024), Graduada em Historia pela Uninorte 2008, Professora da SEDUC-AM, E-mail: priscila.mariano1215@gmail.com