REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506301612
Richarlison Toledo Máximo
Dr. Mário Euclides Pechara da Costa Jaeggi
RESUMO: A área foliar está diretamente relacionada à capacidade fotossintética da planta e o crescimento vegetativo, fazer a avaliação do limbo foliar é importante para conhecer o desenvolvimento da cultura. O objetivo desse estudo foi medir e estimar o índice da área foliar da jabuticabeira (Plinia sp) com as coletas de forma aleatória, assim estabelecer a melhor equação matemática aplicada nas dimensões alométricas. As coletas das folhas foram realizadas no Sítio do Bom Fim, localizado no Município de Espera Feliz no Estado de Minas Gerais. As regressões foram determinadas no eixo y (variável dependente), considerando a ÁREA FOLIAR REAL(AFR), no eixo x (variável independente) considerando os valores do comprimento (cm), largura (cm) e o produto do comprimento x largura (cm²). A equação polinomial Y=0,0009x²+0,7239x – 0,2754, foi o melhor modelo matemático para determinar a área foliar jabuticabeira (Plinia sp), com o coeficiente de determinação R² = 0,93. Os modelos de regressão que utilizaram comprimento x largura no modelo polinomial para estimar a área foliar, mostrou maior relação.
Palavras-chave: jabuticabeira (Plinia sp), regressão alométricas, área foliar.
ABSTRACT: The leaf area is directly related to the plant’s photosynthetic capacity and vegetative growth, evaluating the leaf blade is important to understand the development of the crop. The objective of this study was to measure and estimate the leaf area index of jabuticabeira (Plinia sp) with random collections, thus establishing the best mathematical equation applied in allometric dimensions. Leaf collections were carried out at Sitio do Bom Fim, located in the Municipality of Espera Feliz in the State of Minas Gerais. The regressions were determined on the y-axis (dependent variable), considering the REAL LEAF AREA (AFR), on the x-axis (independent variable) considering the values of length (cm), width (cm) and the product of length x width (cm²). The polynomial equation Y=0.0009x²+0.7239x – 0.2754 was the best mathematical model to determine the jabuticabeira (Plinia sp) leaf area, with the determination coefficient R² = 0.93. The regression models that used length x width in the polynomial model to estimate leaf area showed a greater relationship.
Keywords: jabuticabeira (Plinia sp), allometric regression, leaf area.
INTRODUÇÃO
A jabuticabeira (Plinia sp.), integrante da família Myrtaceae, é originária das regiões Centro, Sul e Sudeste do Brasil. A jabuticaba possui um grande potencial comercial, sendo amplamente valorizada tanto para o consumo fresco quanto para produtos comerciais como geleias e bebidas fermentadas, vinagres e licores. (CITADIN; DANNER; SASSO, 2010).
No Brasil, a família Myrtaceae é uma das mais importantes entre as Angiospermas sendo composta pela,Myrteae é dividida em três grupos: Myrciinae, Eugeniinae e Myrtinae. (MORAIS; CONCEIÇÃO; NASCIMENTO., 2014).
A jabuticabeira, apresenta uma altura média e podendo alcançar até 9 metros de altura, com as seguintes características: copa densa, brotação intensa, os troncos e ramos apresentam uma floração concentrada depois do inverno. (TREVIZANI., ¨et al¨. 2011).
A área foliar está relacionada com o consumo de água acompanhado de outros fatores de produção e critérios que refletem o desenvolvimento da planta. (PIRES; FOLEGATTI; PASSOS, Francisco., 1999).
A determinação da área foliar total de uma planta pode ser realizada por meio de métodos diretos ou indiretos, o primeiro método requer a remoção das folhas e são considerados destrutivos o segundo método não necessita da remoção das folhas e possibilita o acompanhamento da planta nos estágios da pesquisa. (2007, citado por MALDANER, et al. 2009).
Sendo um instrumento amplamente utilizado em pesquisas sobre o crescimento vegetativo, o limbo foliar é responsável pela captação da luz para a fotossíntese. (DE LUCENA et al.,2011). O estudo da medição da área foliar é essencial para conhecer o estado fisiológico da planta. (PARTELLI, et al. 2006).
O objetivo desse estudo foi medir e estimar o índice da área foliar da jabuticabeira (Plinia sp) com as coletas de forma aleatória, assim estabelecer a melhor equação matemática aplicada nas dimensões alométricas.
MATERIAL E MÉTODOS
As coletas das folhas foram realizadas no Sítio do Bom Fim, localizado no Município de Espera Feliz no Estado de Minas Gerais, Brasil (20º39´18´´S 41º51´39´´W, 882 metros de altitude).
O clima é Cwa (tropical de altitude), com verão ameno e inverno frio, variando entre as médias de máxima 25,3º e média das mínimas 12, 8º. A precipitação pluviométrica anual é em médias de 1.595 mm.
Após as coletas das folhas foram realizadas a contagem das amostras, onde chegou no número de 80 folhas coletadas em seguida determinou as dimensões do limbo foliar, com utilização de uma régua em mm. O comprimento (C) foi medido ao longo da nervura central, a distância do pecíolo na parte inferior até o ápice da folha e a largura (L) considerada na parte mediana da folha.
No cálculo estatístico de regressão estão presentes duas variáveis a dependente e independente, no eixo y (variável dependente) foram colocada o valor da área foliar em (cm²), os dados do comprimento (C), largura (L) e o produto do comprimento x largura (C x L), com as máximas medições nos dados mencionados no eixo x (variável independente).
Esse método foi utilizado (ZEIST et., ¨al¨ 2014) a medição do comprimento (C) e da largura (L) das folhas foi realizada individualmente, utilizando uma régua graduada em milímetros, com o resultado do produto do comprimento pela largura da folha (AF = C x L). O modelo estatístico de regressão selecionado que apresenta o maior coeficiente de determinação (R²) para estimar o limbo foliar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudos de regressão para determinar o limbo foliar nas variadas culturas aplicando os modelos alométricos nos dados de comprimento, largura e o produto de comprimento pela largura.
Estabelecendo as regressões considerando a área foliar real (AFR) todas as folhas como variável dependente, aplicando o máximo valor de C (cm), o maior valor de L do limbo foliar e o produto (C x L) foram considerados como variáveis independentes. (DA SILVA ¨et al¨.,2015).
Tabela 1. Média, desvio padrão, valores máximo e mínimo na relação do comprimento (C), largura (L), produto do (C x L) e área foliar real (AFR) da jabuticabeira (Plinia sp.)
| VARIÁVEIS/ UNIDADES | DESVIO PADRÃO | MÉDIA | MÁXIMO | MÍNIMO |
| ( C ) | 0,7 | 9,01 | 11,5 | 8,5 |
| (L ) | 3,21 | 3,78 | 4,5 | 3,2 |
| (C x L) | 39,01 | 79 | 40 | 27,2 |
Na tabela 01, estão representados os resultados dos desvios padrão das variáveis comprimento (cm), largura (cm) e o produto da relação do comprimento pela largura (cm²). Quando aplicamos a variável comprimento (cm) e a largura (cm) para obter o resultado do desvio padrão em relação da média das variáveis, o resultado encontrado apresentou baixo desvio padrão, ou seja, não há grandes variações no comprimento das folhas.
Tabela – 02: Modelos de regressões e os coeficientes de determinação obtidos na estimativa da área foliar real (AFR) em função do comprimento (C), largura (L) e produto do (C x L) para jabuticabeira (Plinia sp.)
| VARIÁVEL | MODELO | EQUAÇÃO | R² |
| LINEAR | y = 3,7904x – 10,662 | 0,79 | |
| EXPONENCIAL | y = 5,6597e0,1569x | 0,81 | |
| (C) | POLINOMIAL | y = 0,3953x2 – 3,4552x + 22,291 | 0,81 |
| LOGARÍTMICA | y = 34,017ln(x) – 51,156 | 0,78 | |
| LINEAR | y = 9,3256x – 11,793 | 0,62 | |
| EXPONENCIAL | y = 5,5533e0,3788x | 0,58 | |
| (L) | POLINOMIAL | y = -3,7096x2 + 39,115x – 71,17 | 0,65 |
| LOGARÍTMICA | y = 37,468ln(x) – 26,292 | 0,63 | |
| LINEAR | Y=0,6549x+0,9777 | 0,93 | |
| EXPONENCIAL | y = 9,2955e0,0267x | 0,92 | |
| (C x L) | POLINOMIAL | Y=0,0009x²+0,7239x – 0,2754 | 0,93 |
| LOGARÍTMICA | y = 23,394ln(x) – 59,045 | 0,92 |
Nos modelos de regressão linear, logarítmica, exponencial e polinomial apresentaram os resultados nas variáveis estudadas da área foliar (cm²) equiparando o comprimento (C), Largura (L) e produto do (C x L) para determinar o máximo de coeficiente de determinação (R²).
Os resultados da área foliar da jabuticabeira para estimar o maior coeficiente R², isto significa a correlação aplicada no modelo de regressão polinomial na variável y (área foliar) e no eixo x o produto do (C x L) apresentou o melhor resultado de R²= 0,938, com a porcentagem de 93% do eixo y apresentou melhor relação, resultado mais próximo de 1,00 ou seja (100 %) para R², quando aplicados nos outros modelos presentes para determinar a área foliar da jabuticabeira.
Quando aplicados nos dados da largura (cm) na correlação da área foliar (cm²) no modelo de regressão polinomial, obteve o resultado de R² = 0,65, alcançou o máximo resultado na relação das variáveis no eixo y e x.
No modelo de regressão polinomial, quando colocamos os dados do comprimento (cm) no eixo x do gráfico e inserimos os dados da área foliar no eixo y (cm²), alcançou o melhor resultado do coeficiente de determinação R² = 0,81 com o percentual de 81%.
REFERÊNCIAS
CITADIN, Idemir; DANNER, Moeses Andrigo; SASSO, Simone Aparecida Zolet. Jabuticabeiras. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 32, 2010.
DE LUCENA, Rafaella Rayane Macedo et al. Medição de área foliar de aceroleira. Revista Caatinga, v. 24, n. 2, p. 40-45, 2011.
PIRES, Regina Célia de M.; FOLEGATTI, Marcos Vinícius; PASSOS, Francisco A. Estimativa da área foliar de morangueiro. Horticultura Brasileira, v. 17, p. 86-90, 1999.
MORAIS, Larissa; CONCEIÇÃO, Gonçalo; NASCIMENTO, Janilde. Família Myrtaceae: Análise morfológica e distribuição geográfica de uma coleção botânica. Agrarian academy, v. 1, n. 01, 2014.
TREVIZANI, João H. et al. Propagação da jabuticabeira (Plinia jaboticaba) pelo método de alporquia submetido a diferentes concentrações de AIB. ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, v. 15, p. 1-5, 2011.
MALDANER, Ivan Carlos et al. Modelos de determinação não-destrutiva da área foliar em girassol. Ciência rural, v. 39, p. 1356-1361, 2009.
PARTELLI, Fábio Luiz et al. ESTIMATIVA DA ÁREA FOLIAR DO CAFEEIRO CONILON A PARTIR DO COMPRIMENTO DA FOLHA/ESTIMATIVE OF LEAF FOLIAR AREA OF COFFEA CANEPHORA BASED ON LEAF LENGTH. Ceres, v. 53, n. 306, 2006.
DA SILVA, Samuel Ferreira et al. Modelos alométricos para estimativa da área foliar de mangueira pelo método não destrutivo. Revista Agro@ mbiente- On-line, v. 9, n. 1, p. 86-90, 2015.
ZEIST, André Ricardo et al. Comparação de métodos de estimativa de área foliar em morangueiro. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v. 20, n. 1/2, p. 33-40, 2014.