A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO EM ABRIGOS DESTINADOS A VÍTIMAS DO PÓS DESASTRE HIDROLÓGICO NO BRASIL: UMA REVISÃO DE ESCOPO 

THE ROLE OF NURSES IN CARE IN SHELTERS DESTINED FOR VICTIMS OF POST-HYDROLOGICAL DISASTER IN BRAZIL: A SCOPE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202506251841


Bruna da Silva Brito1
Izabella Araujo Morais2


RESUMO 

Objetivo: Identificar as competências do enfermeiro no atendimento em abrigos destinados às vítimas de desastres hidrológicos no Brasil. Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo, desenvolvida conforme o modelo do Instituto Joanna Briggs (JBI) e as diretrizes do PRISMA-ScR. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, Google Scholar e Portal de Periódicos da CAPES, aplicando critérios de inclusão e exclusão. Foram selecionados 14 artigos, sendo 11 por busca nas bases e 3 por outros métodos. Resultados e discussão: Os estudos foram organizados em três categorias: Tipo 1, que aborda a atuação do enfermeiro em desastres; Tipo 2, que trata da atuação multiprofissional; e Tipo 3, que discute desastres de forma geral. Os achados reforçam que o enfermeiro desempenha papel essencial em todas as fases do desastre, atuando na gestão do cuidado, organização dos serviços, triagem, avaliação clínica, primeiros socorros e suporte psicossocial. Destacam-se competências como liderança, tomada de decisão ágil, comunicação, criatividade e resiliência. A atuação multiprofissional mostrou-se fundamental, embora limitada por desafios como ausência de protocolos, falta de preparo e sobrecarga emocional. Conclusão: A enfermagem exerce papel multifuncional e indispensável nesses cenários, mas persiste uma lacuna na formação profissional e na padronização de protocolos. Evidencia-se a necessidade de investimentos em capacitação contínua, desenvolvimento de políticas públicas e ampliação da produção científica sobre o tema, visando garantir um cuidado seguro, eficiente e humanizado às vítimas de desastres hidrológicos.

Palavras-chave: Assistência de Enfermagem, Desastre Hidrológico, Abrigo de Emergência, Desastres Naturais e Enfermagem em Emergência.

ABSTRACT 

Objective: To identify the competencies of nurses in providing care in shelters for victims of hydrological disasters in Brazil. Methods: This is a scoping review, developed according to the Joanna Briggs Institute (JBI) model and the PRISMA-ScR guidelines. The search was conducted in the PubMed, Google Scholar and CAPES Periodicals Portal databases, applying inclusion and exclusion criteria. Fourteen articles were selected, 11 through database searches and 3 through other methods. Results: The studies were organized into three categories: Type 1, which addresses the role of nurses in disasters; Type 2, which addresses multidisciplinary work; and Type 3, which discusses disasters in general. The findings reinforce that nurses play an essential role in all phases of the disaster, acting in care management, service organization, triage, clinical assessment, first aid and psychosocial support. Skills such as leadership, agile decision-making, communication, creativity and resilience stand out. Multidisciplinary work proved to be essential, although limited by challenges such as the absence of protocols, lack of preparation and emotional overload. Conclusion: Nursing plays a multifunctional and indispensable role in these scenarios, but there is still a gap in professional training and standardization of protocols. There is a clear need for investment in ongoing training, development of public policies and expansion of scientific production on the subject, aiming to ensure safe, efficient and humanized care for victims of hydrological disasters.

Keywords: Nursing Care, Hydrologic Disaster, Emergency Shelter, Natural Disasters and Emergency Nursing.

INTRODUÇÃO

De acordo com a instrução normativa do Ministério do Desenvolvimento Regional (IN/MDR) nº 36/2020, um desastre é caracterizado por eventos adversos, que podem ser causados por eventos naturais, por falhas ou acidentes em sistemas ou processos tecnológicos ou causados por ações humanas. Ademais, causam impactos na sociedade, provocando danos em diversas esferas, resultando em danos humanos, materiais, ambientais e econômicos.

No Brasil, a Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) divide os desastres naturais e tecnológicos. Os naturais abrangem cinco grupos: geológicos, hidrológicos, meteorológicos, climatológicos e biológicos. Os sistemas tecnológicos incluem ocorrências com substâncias radioativas, produtos perigosos, incêndios urbanos, obras civis e transporte. No grupo dos desastres naturais hidrológicos, estão as inundações, as enxurradas e os alagamentos, que se destacam pelos impactos frequentes e significativos no país. Esses fenômenos costumam ocorrer após longos períodos de chuva, principalmente em regiões de planície, onde a água se acumula com mais facilidade (Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, 2018).

O Ministério da Saúde (2023) alerta sobre como as inundações têm se tornado um problema para a saúde pública, as quais estão cada vez mais frequentes e sobre os diversos perigos que elas trazem consigo. Diversas são as ameaças que este tipo de catástrofe traz a saúde da população afetada, seja de forma imediata e também futura, alguns dos perigos trazidos por este tipo de calamidade são as doenças como a leptospirose, o tétano, a hepatite A, doenças diarreicas agudas (DDA), entre muitas outras. O Ministério orienta que é  primordial que se tome cuidado com a contaminação da água, dos alimentos e cuidados com a higiene após inundações, além disso deve-se ficar atento ao ter contato com entulhos pois pode ser o esconderijo de animais peçonhentos. Esse tipo de desastre é um evento traumático na vida da comunidade atingida e que afeta de forma significativa a qualidade de vida da população causando-lhes sofrimento emocional gerando grande impacto na saúde mental (Ministério da Saúde, 2023).

Em 2024, o Brasil bateu o recorde de alerta de desastres com cerca de 3.600 alertas emitidos pelo Centro Nacional de Monitoramento e alertas de Desastres (Cemaden) sendo esse  o maior número de alertas emitido desde o início do monitoramento, cerca de  47% dos alertas foram associados a riscos hidrológicos, e em relação às ocorrências de fato registradas 68% foram de origem hidrológica evidenciando assim como este tipo de evento tem se tornado cada vez mais comum no cotidiano brasileiro, evidenciando a vulnerabilidade de uma parte da população que reside em grandes centros urbanos.

O setor saúde mediante a um desastre deve desenvolver atividades de promoção, proteção, recuperação e reabilitação em saúde. A atuação dos profissionais de saúde em situações de desastres naturais é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar das populações afetadas. (SESAP/RN, 2024).

Os desastres naturais, como as inundações, têm aumentado em frequência e intensidade nas últimas décadas, impulsionados por mudanças climáticas, urbanização desordenada e crises globais. Embora os profissionais de enfermagem sejam reconhecidos como essenciais no atendimento às vítimas de desastres e emergências, ainda há uma lacuna significativa na literatura científica quanto à atuação específica desses profissionais em abrigos temporários emergenciais. Poucos estudos abordam diretamente quais são suas atribuições nesses contextos, especialmente no cenário brasileiro, onde os desastres hidrológicos são recorrentes e exigem estratégias de cuidado bem definidas. Diante disso, este estudo busca responder à seguinte questão norteadora: “Quais as competências do enfermeiro no atendimento em abrigos destinados às vítimas do pós-desastre hidrológico no Brasil?” A partir dessa investigação, pretende-se identificar práticas eficazes que possam ser implementadas com o objetivo de melhorar os desfechos em saúde e fortalecer a resposta em situações de emergência.

Assim, este estudo justifica-se pela necessidade de compreender como a enfermagem atua em situações de desastre e se torna relevante ao evidenciar a assistência prestada pelos enfermeiros em abrigos após desastres, contribuindo para o aprimoramento, preparação e resposta desses profissionais diante desse tipo de evento. 

Diante desse contexto, este artigo tem como objetivo identificar as competências técnicas necessárias ao enfermeiro no atendimento às vítimas de pós-desastres hidrológicos em abrigos. Objetiva-se também, descrever as habilidades psicossociais e de comunicação requeridas para lidar com traumas individuais e coletivos nessas situações e avaliar o papel do enfermeiro na coordenação de equipes multidisciplinares e na gestão de recursos limitados durante a fase de recuperação.

METODOLOGIA 

Esta pesquisa baseia-se em uma revisão de escopo (scoping review) que tem como abordagem metodológica permite explorar a literatura existente sobre um determinado tema, identificando conceitos-chave, tendências e lacunas no conhecimento, sendo amplamente utilizada para sintetizar informações sobre questões complexas e emergentes. Para tanto, este estudo seguirá o modelo proposto pelo Instituto Joanna Briggs (JBI), que foi definido por 5 etapas para a realização da revisão, conforme descrito no capítulo sobre revisões de escopo no JBI Manual for Evidence Synthesis. Além disso, esta pesquisa será conduzida com base nas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and. Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) (Tricco et al., 2018), garantindo maior transparência, reprodutibilidade e qualidade na apresentação

A primeira etapa desta pesquisa consistiu na definição da questão norteadora, elaborada com base no modelo PCC (População, Conceito e Contexto), recomendado pelo Joanna Briggs Institute (JBI) para revisões de escopo. A População (P) envolve os enfermeiros e a equipe de enfermagem que atuam na assistência às vítimas de desastres hidrológicos. O Conceito (C) diz respeito às competências, intervenções e práticas de cuidado desses profissionais em cenários de desastre. O Contexto (C) refere-se aos abrigos temporários destinados a acolher vítimas de desastres hidrológicos, como inundações e enchentes, que enfrentam desafios sanitários e vulnerabilidade social. A questão norteadora foi definida como: “Quais as competências do enfermeiro no atendimento em abrigos destinados às vítimas do após o acontecimento de desastres hidrológicos no Brasil?”.

Para definir os estudos sobre a temática, foi realizada busca nas seguintes bases de dados: PubMed, Google Scholar e Portal de Periódicos da CAPES. A seleção dessas bases justifica-se por sua relevância na área da saúde, abrangendo publicações nacionais e internacionais, além de permitir o acesso a estudos científicos em diferentes formatos, como artigos originais, revisões e documentos técnicos. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH), como “Assistência de Enfermagem”, “Enfermagem”, “Enfermagem de Desastres”, “Enfermagem em Emergência”, “Desastres Naturais”, “Desastre Meteorológico” e “Desastre Hidrológico”, combinados por operadores e booleanos (AND e OR) para refinar os resultados e garantir que os artigos abordassem de forma direta os temas referentes à pesquisa. A estratégia de busca foi feita da seguinte forma (“Hydrologic Disaster” OR “Meteorological Disaster” OR “Natural Disasters”) AND (“Disaster Nursing” OR Nursing OR “Nursing Care” OR “Emergency Nursing”) e (“Nursing” OR “Nurses”) AND (“Disasters” OR “Floods”).

Na terceira etapa, realizou-se a localização dos artigos nas bases de dados, aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão adotados foram: Artigos disponíveis na íntegra, publicações nos idiomas português, inglês e espanhol, estudos que abordassem a população adulta (≥ 18 anos) e estudos publicados nos últimos 5 anos (2019-2024) bem como publicações que abordam a atuação e as competências da equipe de enfermagem em desastres naturais e em abrigos destinados a vítimas de desastres hidrológicos. Foram excluídos da pesquisa: Estudos que não envolvem a atuação da enfermagem em abrigos, emergências ou desastres, não serão considerados os artigos fora do período de estudo escolhido, artigos duplicados em diferentes bases de dados e publicações que abordam exclusivamente outros tipos de desastres.

Foram localizados ao todo 235 artigos nas bases de dados, sendo 37 artigos na base PubMed, 172 no Google Scholar e 26 no Portal de Periódicos da CAPES. Os artigos foram exportados para a plataforma Rayyan onde passaram por uma triagem que do total de 235 artigos, 06 foram excluídos por duplicidade, 190 artigos não tratavam diretamente de competências do enfermeiro em situações de desastre hidrológico ou em cuidado de vítimas em abrigos e 40 artigos foram incluídos após a leitura de título e resumo, porém quando lidos na íntegra somente 11 artigos atendiam completamente aos requisitos da pesquisa. Além destes, foram selecionados 03 artigos por outros métodos, sendo um total 14 artigos.

Na quarta etapa, os estudos foram lidos na íntegra para análise e separação adequada por tipo, com o objetivo de classificá-los de acordo com os principais assuntos abordados nos artigos, como a atuação específica do enfermeiro em desastres, a atuação da equipe multiprofissional também neste contexto e artigos que tratam de desastres e a atuação de voluntários.

A quinta etapa foi elaborada uma discussão dos resultados obtidos durante a revisão, apresentando os resultados obtidos com base na análise dos artigos científicos sobre o tema e propondo recomendações para situações de desastres como protocolos específicos, programas de educação, capacitação e formação continuada para enfermeiros atuarem em abrigos. Destacou-se a atuação do enfermeiro no atendimento a estes tipos de emergência com sua atuação tanto na assistência quanto na gestão, também destacando a equipe multiprofissional na atenção primária como base para restabelecer a saúde das áreas afetadas e salientando o papel de voluntários.

Na figura 1 é exposto o fluxograma PRISMA-ScR (extensão PRISMA para Revisões de Escopo), que é uma ferramenta para a condução e relato de revisões de escopo, que tem como objetivo garantir a transparência e o rigor metodológico no processo de seleção de estudos incluídos nesta revisão de escopo. Dessa forma orienta a apresentação visual de todas as etapas da triagem, desde a identificação dos registros nas bases de dados até a inclusão final dos estudos que compõem a amostra. No presente trabalho, foi elaborada uma figura seguindo o modelo do PRISMA-ScR, representando o número total de registros encontrados, os critérios aplicados para exclusão, e os estudos selecionados para leitura completa e análise final. Esse fluxograma permite ao leitor compreender de forma clara e objetiva como se deu a filtragem dos estudos, reforçando a confiabilidade e a reprodutibilidade da revisão.

O diagrama PRISMA-ScR apresentado acima ilustra de forma clara e sistemática o processo de seleção dos estudos utilizados na revisão de escopo, abrangendo desde a identificação inicial dos artigos nas bases de dados até a inclusão final dos estudos selecionados. Esse modelo fornece uma visão detalhada das etapas seguidas, garantindo transparência, reprodutibilidade e rastreabilidade do processo de triagem e seleção da literatura.

Figura 1 – Fluxograma Prisma

Fonte: Prisma adaptado pelas autoras (2025).

RESULTADOS 

Os resultados desta pesquisa foram organizados em um quadro, que visa apresentar de forma clara e estruturada as principais descobertas do estudo. Essa abordagem facilita a visualização e compreensão dos dados, permitindo que leitores identifiquem rapidamente as informações mais relevantes. O Quadro 1 apresenta os resultados dos artigos selecionados da seguinte forma: título, autor e ano de publicação, objetivo e classificação.

Para facilitar a compreensão e análise dos estudos selecionados nesta revisão, os artigos foram classificados de acordo com seu foco principal em três categorias: ​

Tipo 1: Estudos que abordam especificamente a atuação do enfermeiro em situações de desastres naturais. ​

Tipo 2: Pesquisas que discutem a atuação da equipe multiprofissional em contextos de desastres. ​

Tipo 3: Artigos que tratam de desastres de forma geral, sem enfoque específico na atuação de profissionais de saúde. ​

Quadro 1: Artigos incluídos.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2025)

DISCUSSÃO

Atuação do enfermeiro em desastres naturais:

Considerando que a literatura sobre essa temática ainda é escassa, esta revisão buscou contribuir para o preenchimento dessa lacuna, sintetizando as evidências disponíveis e ampliando a compreensão sobre a prática da enfermagem nesse contexto. Uma das limitações encontradas foi a quantidade restrita de estudos que abordam diretamente a atuação dos enfermeiros em abrigos, porém, modesta quando se trata da atuação de enfermagem em desastres. Apesar disso, os resultados evidenciaram que a enfermagem desempenha um papel fundamental nas situações de desastre, atuando tanto na assistência direta quanto na gestão do cuidado e no suporte psicossocial às vítimas. 

A atuação do enfermeiro em situações de desastres hidrológicos é descrita como essencial e estratégica. Os resultados evidenciam que os enfermeiros desempenham um papel central, atuando tanto na assistência direta às vítimas quanto na coordenação de equipes e gestão dos recursos disponíveis. Competências como liderança, tomada de decisão ágil, comunicação efetiva, criatividade, capacidade de trabalho sob pressão e suporte emocional foram amplamente destacadas nas literaturas analisadas. Além disso, as competências de mitigação, preparação, resposta e reabilitação foram identificadas como essenciais, pois as mesmas permitem prestar uma assistência qualificada e garantir maior sobrevida das vítimas visando a continuidade da assistência e minimização de riscos dos indivíduos impactados pelos desastres. A literatura também aponta que o enfermeiro é frequentemente responsável por estabelecer fluxos de atendimento, gerenciar recursos humanos e materiais e assegurar a organização mínima necessária para o funcionamento dos serviços, mesmo em condições adversas (Barboza et al., 2022; Pereira, Oliveira e Batista, 2019; Holbrook et al., 2024; Firouzkouhi et al., 2021).

Esses estudos também evidenciam que alguns dos pontos de maior destaque e mais recorrência entre os achados é a atuação do enfermeiro na gestão e coordenação em desastres e abrigos, ambiente que demanda habilidades específicas para a organização do acolhimento, a realização de triagens rápidas, a avaliação clínica inicial, o fornecimento de primeiros socorros, atendimento psicológico e a administração de medicamentos essenciais. A identificação e o acompanhamento de grupos vulneráveis, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com deficiência, também se configuram como atribuições prioritárias. Evidências indicam que a ausência de preparo prévio compromete a organização dos serviços, enquanto a realização de treinamentos e simulações melhora significativamente a qualidade da resposta. Além da atenção física, o suporte psicossocial torna-se indispensável, considerando o elevado impacto emocional dos desastres sobre as vítimas, com risco aumentado para transtornos como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático, destacando assim, a importância da escuta ativa e do suporte emocional como práticas essenciais no ambiente dos abrigos (Barboza et al., 2022; Menegat e Witt, 2019; Al Thobaity, 2024;).

Os autores apontam ainda que a atuação do enfermeiro, embora imprescindível, enfrenta inúmeros desafios durante os eventos de desastre. Entre as principais dificuldades relatadas estão a insuficiência de estrutura física adequada nas unidades de saúde ou abrigos, a ausência de protocolos específicos para atuação em desastres, a escassez de insumos, equipamentos de proteção individual e de medicamentos, e a necessidade de deslocamentos improvisados para continuidade do atendimento. A sobrecarga emocional dos profissionais também é um aspecto crítico, exigindo dos enfermeiros não apenas habilidades técnicas, mas também resiliência psicológica e sensibilidade para acolher vítimas que enfrentam perdas materiais e emocionais. A comunicação eficaz, o conhecimento territorial e a capacidade de adaptação rápida a cenários adversos emergem como competências essenciais nesse contexto. A atuação dos enfermeiros é ainda marcada pela sua capacidade de promover o acolhimento, a informação adequada aos impactados e a organização de ações de vigilância e prevenção de doenças no pós-desastre (Barboza et al., 2022; Ferreira, Sousa e Gonçalves, 2024; Zanette e Araújo, 2024;).

Diante dos achados, reforça-se a necessidade de investir em formação contínua e programas de capacitação específicos para enfermeiros atuando em desastres. A inclusão de conteúdos sobre gestão de riscos, organização de abrigos, respostas a emergências e suporte psicológico nos currículos de enfermagem é imprescindível para preparar os profissionais para fortalecer sua prontidão para tais eventos. Estratégias como treinamentos práticos, simulações, capacitações e educação permanente são apontadas como fundamentais para aprimorar a resposta da enfermagem. Além disso, a atuação do enfermeiro não se limita aos desastres naturais, sendo igualmente relevante em situações de conflitos armados, epidemias, pandemias, crises sociais e cenários de escassez de recursos. A prontidão pessoal e profissional, o desenvolvimento de habilidades clínicas específicas e a capacidade de liderança e gestão são competências essenciais para assegurar um atendimento seguro, humanizado e eficaz em todas essas circunstâncias, reforçando o compromisso ético da enfermagem com a proteção da vida em situações de vulnerabilidade extrema (Pereira, Oliveira e Batista, 2019; Firouzkouhi et al., 2021).

Atuação da equipe multiprofissional em contextos de desastres:

De acordo com os autores que abordam a atuação multiprofissional, especialmente com foco no âmbito da atenção primária à saúde, foi reconhecida como essencial tanto para a resposta imediata, quanto para a recuperação das populações afetadas. A existência de vínculo prévio entre a equipe de saúde e a comunidade indica ser um facilitador de ações de prevenção, educação e promoção da saúde, mesmo diante das limitações estruturais (Manfrini et al., 2023; Fernandes et al., 2020;).

Destaca-se a necessidade urgente de fortalecer a preparação interprofissional para a gestão de desastres, com enfoque em conhecer fatores de risco, identificar vulnerabilidades locais e dividir responsabilidades com setores não exclusivamente da área da saúde. A fase de recuperação também revelou demandas importantes para o cuidado com a saúde mental, reforçando a importância de ações integradas e continuadas. A comunicação rápida, o uso de tecnologias de informação e a solidariedade entre equipes e comunidades foram citados como fatores facilitadores no enfrentamento dos desastres (Fernandes et al., 2019; Fernandes et al.,2020;).

Entretanto, a literatura revela fragilidades estruturais importantes, com ausência de protocolos claros, limitações logísticas e dificuldades de resposta integrada. Embora alguns estudos apontem avanços na comunicação de alertas para a população, persistem falhas na comunicação interna entre os profissionais da saúde, evidenciando a necessidade de padronização dos fluxos de informação e fortalecimento da articulação interprofissional. Por fim, os achados ressaltam a urgência de ampliar pesquisas, desenvolver planos de contingência locais, criar protocolos de atuação e capacitar tanto profissionais quanto a população para uma resposta mais resiliente e eficiente frente a desastres hidrológicos (Fernandes et al., 2019; Nassar et al., 2022).

Desastres abordados de forma geral, sem foco específico em profissionais de saúde:

No estudo de Menegat e Witt (2019), a saúde mental da população afetada por inundações em áreas rurais revelou-se uma preocupação central e crítica. As reações emocionais apresentaram alta frequência entre os casos relatados, com descrição de distúrbios do sono, insônia, pesadelos, memórias intrusivas do evento, amnésia, dificuldade de concentração, irritabilidade, ansiedade, fobias, crises de pânico, depressão, perda de apetite, fadiga, tontura e, em casos extremos, ideação ou comportamento suicida. Nas áreas alagadas, observaram-se manifestações graves, como ansiedade intensa, autolesão deliberada e crises situacionais, sobretudo entre mulheres. A experiência de evacuação forçada, somada à perda de bens e ao deslocamento para abrigos, contribui significativamente para o agravamento do sofrimento psíquico. O estudo evidencia a necessidade urgente de atenção específica à saúde mental no pós-desastre, tanto na fase imediata quanto no acompanhamento de médio e longo prazo das populações afetadas, reforçando a importância da presença de profissionais capacitados em suporte emocional no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

Nesse contexto Elias, Cordeiro e Gomes (2019) destacam os significativos impactos que as catástrofes naturais podem causar sobre a saúde mental da população, sobretudo entre indivíduos com transtornos mentais prévios ou condições de vulnerabilidade emocional. As manifestações mais frequentes após eventos extremos incluem sintomas de ansiedade, depressão, isolamento social, desorganização emocional e transtorno de estresse pós-traumático. A resiliência surge como fator protetivo relevante, atenuando os efeitos psicossociais das catástrofes. 

O estudo enfatiza a importância de preparar as comunidades antes do desastre, por meio de ações educativas voltadas à gestão das emoções, realização de simulados e desenvolvimento de programas de capacitação. Durante o evento, recomenda-se a atuação no controle do estresse agudo, e, no pós-desastre, o foco deve estar no retorno à rotina e na prevenção de agravos. Além disso, evidencia-se a carência de programas estruturados de enfermagem em saúde mental comunitária, ressaltando a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a preparação da população para enfrentar situações de crise com maior autonomia e equilíbrio psicológico. Enfatiza a importância da saúde mental na atuação do enfermeiro, incluindo a avaliação e o apoio psicológico às vítimas e destaca a necessidade  formação e programas de enfermagem de saúde mental comunitária para preparar os enfermeiros para atuar em desastres. Evidenciam a necessidade de formar profissionais para que capacitem as pessoas para que elas respondam de forma positiva a estas situações (Elias, Cordeiro e Gomes, 2019).

O estudo de Ferreira, Sousa e Gonçalves (2024) também oferece uma perspectiva interessante ao investigar a preparação de enfermeiros para desastres. Seus resultados destacam uma diferença na percepção de preparo entre os gêneros, com homens relatando um maior nível de autoconfiança em comparação com as mulheres. Os autores sugerem que essa disparidade pode estar relacionada a fatores fisiológicos e psicológicos tradicionalmente associados ao sexo masculino, como maior resiliência à pressão e predisposição ao desafio e à adversidade, o que poderia influenciar tanto o interesse em adquirir conhecimento sobre atuação em catástrofes quanto a capacidade de gerenciar os efeitos desses eventos.

A atuação de voluntários em desastres naturais foi mencionada de forma recorrente nos estudos analisados, destacando sua importância como apoio às equipes de saúde, especialmente em contextos de escassez de recursos humanos. Voluntários participaram de ações de preparação das unidades de saúde, suporte logístico, acolhimento em abrigos e limpeza pós-desastre, revelando o potencial de sua contribuição quando bem orientados. No entanto, o desempenho eficaz desses indivíduos depende de características psicológicas e cognitivas específicas, como resiliência, capacidade de comunicação e estabilidade emocional( Amini et al., 2024; Manfrini et al., 2023)

O estudo conduzido por Amini et al. (2024) reforça essa perspectiva ao demonstrar que programas de treinamento estruturado podem melhorar significativamente os conhecimentos, habilidades funcionais e atitudes dos voluntários, sobretudo no que se refere à comunicação em situações de crise. Apesar da eficácia comprovada, o estudo também reconhece o desafio enfrentado, especialmente em países de baixa renda, para manter uma rede de voluntários permanentemente treinada. Dessa forma, a institucionalização de programas educativos contínuos e acessíveis se apresenta como uma estratégia fundamental para fortalecer a preparação comunitária e ampliar a capacidade de resposta frente aos desastres, promovendo ações mais coordenadas e humanizadas.

CONCLUSÃO

Conclui-se que fortalecer a prontidão e o preparo dos profissionais de enfermagem é essencial para garantir uma resposta mais humana, eficiente e segura frente aos desastres hidrológicos, protegendo vidas e promovendo cuidado integral às populações afetadas. Quando ocorre um evento extremo muitas famílias perderam suas moradias e ficam desabrigadas, assim os abrigos emergenciais tornam-se fundamentais para oferecer suporte às vítimas, oferecendo um ambiente seguro e saudável exigindo também uma atuação eficaz dos profissionais de saúde. Assim, foi possível observar que a atuação do enfermeiro em situações de desastre vai muito além do cuidado clínico e assistencial, englobando também competências de liderança, coordenação, suporte psicossocial e gestão de recursos, mesmo em contextos de escassez e vulnerabilidade. A enfermagem se destaca como uma das principais forças na linha de frente dos cuidados às vítimas, especialmente em abrigos temporários, assumindo um papel multifuncional que inclui triagem, acolhimento, organização dos serviços e atenção à saúde mental.

Apesar do reconhecimento da importância da enfermagem foram reveladas fragilidades importantes, como a falta de preparo específico, a ausência de protocolos padronizados, a escassez de recursos e a baixa inserção do tema na formação acadêmica e na capacitação permanente. A atuação em equipe multiprofissional, o uso de tecnologias de comunicação e a mobilização de voluntários foram apontados como estratégias que fortalecem a resposta em situações de crise.

Diante disso, é fundamental que políticas públicas invistam na capacitação contínua dos enfermeiros, incluindo treinamentos práticos, simulações e desenvolvimento de habilidades específicas para atuação em desastres. Também se faz necessário ampliar as pesquisas sobre a atuação da enfermagem em abrigos, de modo a subsidiar a criação de protocolos e diretrizes que qualifiquem ainda mais essa atuação. Além disso, a pesquisa busca oferecer subsídios para a criação de protocolos e treinamentos específicos, fortalecendo a capacidade do sistema de saúde em lidar com essas situações e garantindo uma assistência mais eficaz e humanizada às populações afetadas.

REFERÊNCIAS 

ALMEIDA, S. R. et al. Atenção primária à saúde em situações de desastre. Revista de Saúde Pública, v. 53, 2019. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6733306/. Acesso em: 9 mar. 2025.

ARKSEY, H.; O’MALLEY, L. Scoping studies: towards a methodological framework. International Journal of Social Research Methodology, v. 8, n. 1, p. 19–32, 2005. DOI: 10.1080/1364557032000119616.

AL KHATAB, M. The role of nurses in the nursing disaster model. Journal of Emergency Nursing, v. 47, n. 5, p. 710–715, 2021. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8223579/. Acesso em: 26 maio 2025.

ARAÚJO, Fernanda Ramos de et al. Avaliação em desastres como estratégia para mitigar os riscos na atenção primária à saúde. Revista Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 12, n. 1, p. 178–196, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/sameamb/article/view/16790. Acesso em: 26 maio 2025.

BARBOSA, T. S. et al. Avaliação em desastres como estratégia para mitigar os riscos na atenção primária à saúde. Revista Saúde e Meio Ambiente, v. 14, n. 1, p. 23–35, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/sameamb/article/view/16790. Acesso em: 9 mar. 2025.

BRASIL. Agência Gov. Cemaden registra recorde de alertas e mais de 1,6 mil ocorrências de desastre no Brasil em 2024. Brasília, DF: EBC, 2025. Disponível em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202501/cemaden-registra-recorde-de-alertas-e-mais-de-1-6-mil-ocorrencias-de-desastre-no-brasil-em-2024. Acesso em: 9 mar. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Enchentes. Brasília, DF: Ministério da Saúde, [2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/enchentes. Acesso em: 9 mar. 2025.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Instrução Normativa nº 36, de 4 de dezembro de 2020. Estabelece procedimentos e critérios para o reconhecimento federal de situação de emergência ou de estado de calamidade pública. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ed. 232, p. 104, 8 dez. 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-36-de-4-de-dezembro-de-2020-292423788. Acesso em: 9 mar. 2025.

COSTA, R. F. et al. Exigências críticas para a prática de enfermeiros em desastres rurais causados por inundações. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 74, n. 3, e20201345, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/BZ97gSm6JRcPpZmQs9qp8yP/?lang=pt. Acesso em: 9 mar. 2025.

CARVALHO, Vanessa Gonçalves de et al. A atuação de equipes de saúde na gestão de riscos de desastres. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 32, e20220117, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/zrkS7WtwwHbtwVBCCrf3g3S/?lang=pt. Acesso em: 26 maio 2025.

CHUNG, Seung Gyeong et al. Examining the efficacy of a training program to improve knowledge, functional skills, and attitude in natural disaster volunteers. BMC Public Health, 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38721546/. Acesso em: 26 maio 2025.

FERREIRA, Cláudia Maria Ribeiro; SIMÕES, Ana Paula. Necessidades de enfermagem na saúde mental. Revista de Enfermagem Referência, Série IV, n. 22, p. 71–80, 2019. Disponível em: https://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602019000200009. Acesso em: 26 maio 2025.

FRIESON, Crystal W. et al. Overcoming challenges in nursing disaster preparedness and response. Public Health Nursing, v. 42, n. 1, p. 16–24, 2024. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11323674/. Acesso em: 26 maio 2025.

FERREIRA, M. C. et al. Assistência de enfermagem em situações de desastres e emergências: revisão da literatura. Revista Contemporânea, v. 8, n. 1, p. 123–135, 2022. Disponível em: https://ojs.revistacontemporanea.com/ojs/index.php/home/article/view/3684. Acesso em: 9 mar. 2025.

GONÇALVES, A. P. et al. Preparação para atuar em um desastre: a perspectiva de enfermeiros do departamento de emergências. Revista Española de Salud Pública, v. 95, e202109123, 2021. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=9763686. Acesso em: 9 mar. 2025.

INSTITUTO JOANNA BRIGGS. Manual de Revisão Sistemática de Evidências. Adelaide: JBI, 2020.

KIM, H. S. et al. Treinamento de enfermeiros de saúde pública sobre cuidados em abrigos de desastres usando uma abordagem de sala de aula invertida. Disaster Medicine and Public. Health Preparedness, 2023. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/disaster-medicine-and-public-health-preparedness/article/public-health-nurses-training-for-disaster-shelter-care-using-a-flipped-learning-approach/FD3628A18B6C4C23F1867D7E81F53A8E. Acesso em: 9 mar. 2025.

LEE, Yun-Jung et al. Training public health nurses on disaster shelter care using a flipped classroom approach. Disaster Medicine and Public Health Preparedness, v. 17, e68, 2023. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/disaster-medicine-and-public-health-preparedness/article/training-public-health-nurses-on-disaster-shelter-care-using-a-flipped-classroom-approach/D2A5C5272B99C7E750BF1775FC5682FF. Acesso em: 26 maio 2025.

LEE, Y. M. et al. Examining the efficacy of a training program to improve knowledge, functional skills, and attitudes in disaster volunteers. Journal of Emergency Nursing, 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38721546/. Acesso em: 9 mar. 2025.

LEVAC, D.; COLQUHOUN, H.; O’BRIEN, K. K. Scoping studies: advancing the methodology. Implementation Science, v. 5, n. 1, p. 1–9, 2010.

MARTINS, L. M. et al. Assistência de enfermagem em situações de desastres ambientais. Revista Multidisciplinar, v. 3, n. 2, p. 45–52, 2022. Disponível em: https://revista.unipacto.com.br/index.php/multidisciplinar/article/view/686. Acesso em: 9 mar. 2025.

NUNES, Luana Moreira et al. Assistência de enfermagem em situações de desastres e emergências: revisão da literatura. Revista Contemporânea, v. 11, n. 25, p. 100–112, 2021. Disponível em: https://ojs.revistacontemporanea.com/ojs/index.php/home/article/view/3684. Acesso em: 26 maio 2025.

OLIVEIRA, Maria Elizabeth dos Santos et al. A atuação do enfermeiro em situações de desastres naturais. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, e24811528312, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24836/22060. Acesso em: 26 maio 2025.

PARANÁ. Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) com simbologia. Curitiba: Defesa Civil do Paraná, 2018. Disponível em: https://www.defesacivil.pr.gov.br/sites/defesa-civil/arquivos_restritos/files/documento/2018-12/Cobrade_comsimbologia.pdf. Acesso em: 9 mar. 2025.

PEREIRA, J. L. et al. Demandas de atenção psicossocial de comunidades vulneráveis a desastres de origem natural. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 74, n. 4, e20201345, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/FQTjrnGFwQ9LprGmyqwL6MJ/?lang=pt. Acesso em: 9 mar. 2025.

RAMOS, Erika Almeida de Oliveira; SOUZA, Maria Nely de. Preparação para atuar em um desastre: a perspectiva de enfermeiros do departamento de emergências. Revista de Investigación y Educación en Enfermería, v. 40, n. 1, e06, 2022. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=9763686. Acesso em: 26 maio 2025.

RAMOS, Jailma de Jesus et al. Demandas de atenção psicossocial de comunidades vulneráveis a desastres de origem natural. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 72, supl. 2, p. 258–264, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/FQTjrnGFwQ9LprGmyqwL6MJ/?lang=pt. Acesso em: 26 maio 2025.

RODRIGUES, Priscila Ribeiro et al. Exigências críticas para a prática de enfermeiros em desastres rurais causados por inundações. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 75, n. 6, e20210715, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/BZ97gSm6JRcPpZmQs9qp8yP/?lang=pt. Acesso em: 26 maio 2025.

RIO GRANDE DO NORTE. Secretaria de Estado da Saúde Pública. Recomendações para os abrigos. Natal: SESAP, 2024. Disponível em: http://www.adcon.rn.gov.br/ACERVO/sesap/DOC/DOC000000000335836.PDF. Acesso em: 9 mar. 2025.

SANTOS, M. L. et al. A atuação do enfermeiro em situações de desastres naturais. Research, Society and Development, v. 10, n. 10, e248101020210, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24836/22060. Acesso em: 9 mar. 2025.

SANTOS, André Felipe et al. Atenção primária à saúde em situações de desastre. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 43, e50, 2019. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6733306/. Acesso em: 26 maio 2025.

SILVA, Aline Gomes da et al. Assistência de enfermagem em situações de desastres ambientais. Revista Multidisciplinar da UNIPACTO, v. 5, n. 13, p. 25–36, 2022. Disponível em: https://revista.unipacto.com.br/index.php/multidisciplinar/article/view/686. Acesso em: 26 maio 2025.

SILVA, J. A. et al. A atuação de equipes de saúde na gestão de riscos de desastres. Texto & Contexto Enfermagem, v. 30, e20200123, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/zrkS7WtwwHbtwVBCCrf3g3S/?lang=pt. Acesso em: 9 mar. 2025.

SOUSA, F. M. et al. Necessidades de enfermagem na saúde mental. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, n. 22, p. 45–52, 2019. Disponível em: https://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602019000200009. Acesso em: 9 mar. 2025.

TRICCO, A. C. et al. Extensão PRISMA para revisões de escopo (PRISMA-ScR): lista de verificação e explicação. Annals of Internal Medicine, v. 169, n. 7, p. 467–473, 2018. DOI: 10.7326/M18-0850. Disponível em: https://www.equator-network.org/reporting-guidelines/prisma-scr/. Acesso em: 9 mar. 2025.


1Graduanda em Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). E-mail: brunasilvabrito1@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0007-5788-7940

2Docente do curso de graduação em Enfermagem do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). E-mail: enf.izabellamorais@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8923-6420